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Ana narrando
- Bom dia - Digo sentando na mesa para tomar café.
- Bom dia filha - Minha mãe diz e eu dou um sorriso para ela.
No momento estava só eu, ela e Laura sentada na mesa , aos poucos todos foram chegando e se sentando e aos poucos a mesa já estava lotada.
- Você vai que horas Lucas? - Meu pai pergunta para ele e eu ergo o meu olhar até o seu.
- O Jatinho vai sair as 11h - Ele responde. Lucas não iria passar o réveillon aqui junto, ele iria começar o seu treinamento no Rio amanhã.
- Cadê Davi e Jonas? - Isa pergunta
- Não vi eles hoje ainda - Greco responde - Devem estar dormindo.
Lavinia chega e senta ao meu lado, eu e era éramos muito amigas, amigas mesmo, na realidade somos melhores amigas.
- Podíamos ir mergulhar hoje o que acha? - Lavinia pergunta
- Pode ser - Respondo para ela
Tomo o meu café e subo até o meu quarto para me arrumar, um andar do resort era reservado para nossa família, que sempre estava em cheio aqui. O meu quarto era em frente à do Lucas.
- Ei - Ele me chama assim que me vê abrindo a porta para entrar no quarto - Preciso falar com você.
- Ah não - Eu falo fazendo uma cara de tédio - Você já não está indo embora? - ele assente - então o que você quer?
- Quero conversar contigo sobre aquela noite - Ele fala
- Eu já te agradeci por aquilo - Falo para ele
- Eu não estou aqui te pedindo para você agradecer novamente - Ele fala - Quero que você me prometa que não vai mais usar aquilo, você é muito nova para isso - Eu encarei ele em silêncio - Prometa Ana que você não vai mais mexer com isso - Ele diz firme
- Prometo - Falo em sussurro
- Eu não houvi - Ele diz - Ou você quer que eu vá contar?
- Eu prometo Lucas - Eu digo - Agora deu de bancar o irmão que se preocupa.
- Você sabe que nos não somos irmãos - Ele diz - Os outros consideram isso, mas eu não.
- Muito menos eu - Rebato ele . - Então você não tem o porque se preocupar.
- Tenho sim - Ele fala - Estou fazendo isso não é por você e sim por Henrique e Camila, eles não merecem esse desgosto.
Ficamos ali nos encarando por alguns segundos, e as palavras dele martelava na minha cabeça. Eu encarava seus olhos e depois os seus lábios, a nossa respiração começou a ficar mais pesada, ele chegou mais perto de mim e colocou uma mecha do meu cabelo para trás.
- Se cuida - Ele diz recuando - E não se mete mais com essas coisas.
- Você também se cuida - Digo entrando no quarto e fechando a porta.
O que foi isso que aconteceu aqui aqui agora?
(..)
1 mês depois...
Um mês se passou, e já estava todos voltando a rotina normal.
Pego o meu fone, amarro meu tênis e saio para correr pelo condomínio.
- Bom dia tio e tia - Digo assim que passo por Marina e Diogo e eles acenam com a cabeça.
Continuei correndo pelo condomínio que era enorme , e Diogo e Marina tiveram muito bom gosto quando fizeram ele.
- Ei Ana - Escuto Lavinia me chamando e olho em direção e tiro os meus fones - TO gritando para você à um tempo.
- Desculpa eu estava com o fone - Digo tomando uma garrafa de água
O carro de Greco chega, e Isa e Lucas descem do carro , Lucas me fita de cima à baixo e eu finjo que não vi ele me olhando.
- Madrinha - Digo abraçando Isa - E aí - Digo para Greco e Lucas.
- Chegou a coleção nova lá na loja vocês precisam ir - Isa fala
- Podemos ir lá hoje - Lavinia diz
- Que horas fecha mesmo Isa? - Pergunto
- Fecha as 20h - Ela responde
- Passamos lá então perto das 19h - Falo para ela que assente.
Desde que voltei de Fernando de Noronha joguei fora o resto do baseado que eu tinha, as palavras de Lucas foram forte e acabou me fazendo sentir culpada por estar usando essas coisas. Não que eu estava dando importância para ele, mas as suas palavras realmente foram bastante tocantes.
Meu telefone toca e era Lavinia já era 18h.
- oi - Lavinia fala - eu não vou conseguir ir lá na loja junto com você, Igor meu crush me ligou e vamos sair.
- Ah - falo - aproveita amiga eu vou ir lá sozinha.
- Depois te conto tudo - ela fala - Beijos
- Beijos
Lavinia e seus crush, era até engraçado ver ela falando, já que todo mundo era crush dela.
Estava tentando pedir um uber mas dizia que não tinha disponível, estava na frente do condomínio, quando escuto uma buzina, e olho para trás e vejo que era o carro de Lucas.
- Quer uma carona? - ele diz assim que abaixa o vidro do carro.
- Você nem sabe para onde eu estou indo - falo para ele
- Para a loja da Isa, eu também estou indo lá - Reviro os olhos para ele - Vai querer ou não a carona?
- Vou - Eu falo para ele e ele destrava a porta.
Ana narrando
- Que trânsito horrível - Lucas diz
- Parece que todo mundo resolveu sair de casa agora - Eu falo - Deve ser por isso que não tinha uber disponível.
- Conheço um atalho por aqui - Ele fala entrando em uma rua e eu o encaro - o GPS mandou e porque tem.
- Tem certeza que é seguro Lucas? - Pergunto para o mesmo
- Está comigo está com Deus - Ele diz
Começamos a andar por umas ruas muito estranha e eu claro estava me borrando de medo, já o corajoso estava bem tranquilo.
- Merda - Ele murmurra é eu o encaro - A gasolina está acabando.
- Tá de sacanagem né Lucas ? - Pergunto o encarando - Como você esquece de abastecer , estamos no meio do nada.
- A placa diz que daqui 1km tem um posto - Ele fala
- Você sabe a onde estamos? - Eu pergunto para ele que assente mas faz uma careta.
Rodamos o 1km e nada do posto, O ponteiro da gasolina só descia e já estava escuro, a rua era uma reta e mato para os dois lados, o carro começou a parar e eu o encarei ele que estava com uma cara fechada.
- E agora? - Pergunto para ele
- Vamos tentar falar com Henrique ou com o Greco - Ele fala pegando o telefone - Droga o meu acabou a bateria.
- Deixo ver o meu - Digo pegando ele - Está sem sinal.
- Droga - Ele diz dando socos na direção.
- E agora ? - Pergunto para ele
- Vamos esperar alguém passar e pedimos ajuda - Ele fala
- Nesse fim de mundo? - Pergunto - Acho difícil.
Abro a porta do carro e desço, ligo a lanterna do celular.
- A onde você vai? - Ele desce do carro e pergunta.
- Procurar sinal para falar com o meu pai - Falo para ele
- Espera vou com você - Ele diz
Andamos um pouco no meio da estrada mas não passava ninguém, nem carro, nem se quer uma barata na rua. Ja tínhamos andado bastante.
- Ali parece que tem alguma coisa - Ele aponta para uma casinha pequena.
- Talvez tenha alguém aí que possa nos ajudar - Eu falo - Vamos la.
Lucas bateu nas portas e eu bati palmas,mas parecia não ter ninguém ali.
- É melhor voltar para o carro - Ele diz e comeca um vento forte oque parecia que ia dar uma tempestade - Melhor entrar ai dentro.
- Como? - Pergunto para ele
- Arrombando - Ele fala dando um chute na porta que cai, com a lanterna do meu celular ligada procuramos um interruptor mas não achamos nada.
- Acho que aquilo ali é um lampião - Falo para ele
- Você sabe oque é um lampião patricinha? - Ele faz graça
- Meu vô tem um na sala - Eu falo e ele acende o lampião.
Ficamos ali por algum tempo e nada da chuva parar ou pegar sinal no meu telefone.
- Aí que merda - Falo - A bateria do meu celular acabou - Ele coloca a mão na cabeça e bufa - A culpa é toda sua Lucas.
- Minha ? - Ele pervunta - Não tenho culpa que o GPS me mandou por aqui.
- Era só você não ter entrado , ter continuado na fila - Falo cruzando os braços .
- Sempre a culpa é minha, você também estava reclamando do trânsito - Ele fala
- Mas você esqueceu de colocar a merda de gasolina no carro - Eu falo
- E você que entrou dentro do carro e nem se ofereceu para ajudar na gasosa - Ele diz e eu o encaro
- Quem me ofereceu carona foi você - Falo para ele
- E quem aceitou a carona foi você - Ele diz e eu bufo.
- Como você pode ser tão chato - Digo bufando.
- E você uma patricinha mimada - Ele fala me deixando mais furiosa .
Ficamos ali em silêncio, eu não olhava para ele e ele não olhava para mim, já deveria ser madrugada e a temperatura caiu muito. A casa não parecia ser abandonada, ela era simples mas super limpinha, devia ser de alguém que passava por aqui apenas de passagem. E espero que não volte enquanto nos dois estiver por aqui.
- Veste isso - Ele diz me estendendo seu moletom e eu o encaro - Você está com frio e eu não consigo ver uma mulher passando frio mesmo que essa mulher seja você.
- E você? - Eu pergunto.
- Estou de manga comprida - Ele diz e eu assinto.
- Obrigada - Falo e coloco o seu moletom, ele tinha um cheiro bom, tinha o seu perfume.
- Também não precisa ficar cheirando meu moletom - Ele fala
- Só estava vendo se não estava fedido - Falo para ele que começa a rir.