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CAPÍTULO 6 # ENCONTRO DESASTROSO

Anita observou que o rosto de Alberto estava muito machucado e ouviu, quando ele, com a voz chorosa, falou para os homens que o seguravam com força pelos braços:

— Por favor, não façam isso, eu só queria que ele o soltasse, eu juro que vamos pagar toda a dívida!

— Cara, o teu problema é saber demais, e infelizmente, o patrão não suporta xeretas. E o pior de tudo, dentro do santuário dele. Não devia ter pedido para vir aqui na sua casa, infelizmente, esse é o fim para você e ele. Agora, vem conosco!

— Não, não! Vocês não podem fazer isso comigo!

Alberto falou alto, tentando se soltar. Porém, um deles, não vendo ninguém por perto, apenas levantou a camisa e mostrou a arma que estava em seu coldre. Ele se calou imediatamente. Então, um deles o puxou novamente pelo braço, enquanto o outro seguia atrás.

Anita, vendo aquilo, aproveitou o escuro e, correndo por trás dos arbustos, subiu numa árvore. Ela foi ágil. Então, antes deles chegarem próximos ao carro, ela pulou em cima do que estava atrás. E, apesar dele ser forte e ela pequena, a questão da gravidade seria primordial nesse momento, e ela sabia disso. Assim, ao pular, jogou todo o seu peso sobre ele, que ao cair, bateu a cabeça no chão, ficando totalmente desacordado nesse momento.

Porém, quando o outro se virou para olhar o que estava acontecendo com seu parceiro, Alberto o nocauteou com um forte soco embaixo do queixo. Quando ele caiu, Alberto tirou imediatamente a sua arma. Ela, também seguindo o seu exemplo, fez a mesma coisa com o outro.

Embora Alberto apontasse a arma para o homem, ele também estava totalmente desacordado. Por isso, Anita falou:

— Não, Alberto! Não precisa fazer isso!

— Professora Anita, por Deus, lhe devo a minha vida. Mas o que faz aqui? E como me encontrou? — perguntou ele, ainda surpreso com o que viu.

— Vi eles arrastando você na frente do colégio para o seu carro e fiquei preocupada. Então, os segui e...

Eles ouviram um barulho dentro da casa. Ela então disse:

— Acredito que não temos tempo para conversas. Tem câmeras nessa casa! — apontou ela na direção das câmeras e continuou: — Temos que sair daqui o mais rápido possível!

Eles começaram a correr seguindo em direção a rua. Ela disse: — Teremos que correr para as ruas mais movimentadas e esconder essas armas ou poderemos ser confundidos com bandidos, e por favor Alberto só a use em último caso!

Gritava ela enquanto corria. Então, Alberto escondeu por dentro de sua jaqueta. Ela também fez o mesmo e a escondeu em sua pequena mochila, porém continuaram a correr para onde havia mais movimento. Por isso, os homens não atiraram, porém, não desistiram de correr atrás deles. Ao olhar para trás, Anita percebeu serem quatro.

— O que faremos agora? Perguntou ele assustado ao ver que os homens continuavam a correr atrás deles.

— Temos que tentar nos misturar as pessoas, se fizermos isso limitaremos as suas ações! Falou ela assustada também.

— Tem certeza professora?

— Não, mas não podemos ficar aqui parados, precisamos confundi-los e lembre-se sempre, de está onde estiver mais movimentado!

Assim, eles fizeram. Anita estava muito cansada e já não sabia mais o quanto tinha corrido. Porém, percebeu que ao fazer uma espécie de ziguezague e ter entrado em ruas comerciais movimentadas, havia os atrapalhado temporariamente. Por isso, pondo as mãos no joelho, inspirou, tentando recobrar o ar, mas também percebeu que havia se separado de Alberto sem querer.

Já estava voltando para o procurar, no entanto, ao observar que eles a haviam encontrado novamente, voltou a correr. Porém, enquanto olhava para trás, não percebeu e deu um belo encontrão em um muro. Mas não caiu. Então ouviu o muro falar:

— Ei, cuidado, garotinha, não olha por onde anda não?! — Anita então pensou: — Esse muro fala?!

"Por isso, curiosa, levantou o olhar e encontrou os olhos castanhos escuros de um belo desconhecido. Era um homem de aproximadamente um metro e noventa, cabelos e barba castanhos, muito bonito e muito forte. Parecia uma muralha de músculo, porém, devido ao encontrão, ele tinha um ar ranzinza no semblante e a olhava com uma certa raiva. Ele a havia amparado, por isso não havia se estatelado no chão.

Henrique ficou aborrecido quando, ao descer do seu carro, aquela garota maluca bateu nele e quase foi ao chão. Só não foi porque ele a segurou. Porém, ao toca-lá, percebeu que não sentiu aquele chato incômodo que sentia quando tocava em alguma outra pessoa. Quando olhou nos olhos amendoados daquela menina, observou medo e também um pouco de admiração.

— Será que estava ficando louco?

Ele sabia que as garotas naquela idade eram bastante malucas, porém a maioria tinha medo dele. Por isso, aborrecido, pegou nos seus braços e perguntou:

— Garota, para onde está indo assim com tamanha pressa? Está só? Fala a minha língua?

Anita queria pedir-lhe ajuda, porém, ao perceber que os homens estavam se aproximando, desvencilhou-se dele. Afinal, não desejava pôr o homem em perigo. Porém, enquanto corria, ainda ouviu ele dizer:

— Ei, espera garotinha, para onde está indo!

No entanto, sem lhe dar ouvidos, Anita continuou a correr. Henrique ainda pensou em correr atrás dela, porém mudou de ideia. Não a alcançaria. Além disso, acreditava que era simplesmente coisa da idade, a mocinha parecia muito jovem mesmo.

— Por mil demônios, mas essa agora! Ao invés de agradecer-me por não ter caído, saiu correndo. Vai ver, ela realmente não fala a minha língua!

Pensou ele. No entanto, ao lembrar o tamanho dela, pensou que ela era tão pequena e fofa que parecia um pequeno chaveiro. Com um sorriso de canto, lembrou do olhar de admiração da garota para ele. Então, repreendeu-se dizendo:

— Que isso, Henrique? A garota não é mais que uma adolescente. Vai mesmo pensar nela dessa forma? Tá louco?"

Henrique então olhou na direção da esquina que ela havia dobrado. Estava com um pressentimento, porém não sabia de quê. Os homens que a seguiam disfarçaram e passaram a andar normalmente, dialogando como dois conhecidos entre todas as outras pessoas que transitavam por ali.

Então dobraram a esquina por onde ela também havia dobrado e voltaram a persegui-la, embora Henrique não tivesse percebido nada. Ainda estava com aquela impressão incômoda de que havia algo errado. Por isso ele dobrou na mesma esquina, mas não á avistou mais. Era como se a garota tivesse evaporado.

No entanto, diferente do que os homens e Henrique pensavam, Anita não entrou naquela rua, se escondeu por trás de uma floricultura. E depois voltou para a rua anterior, pretendendo pegar um táxi e fugir dali. Mas, ouviu a voz dos homens, que perceberam que ela havia voltado.

Entrou em um restaurante onde havia pouco movimento. No entanto, viu através do vidro os homens. Por isso, no momento em que ninguém estava vendo, ela se escondeu embaixo de uma das mesas, protegida pela toalha da mesa ficou encolhida.

Porém, percebeu que um dos clientes sentou exatamente na mesa em que ela estava e, para piorar, estava com vontade de espirrar. No entanto, tentou segurar, enquanto maldizia a sua sorte.

Henrique sentiu-se totalmente à vontade quando entrou ali, visto que o restaurante estava vazio. Sentou-se numa mesa totalmente afastada da entrada do restaurante e notou também quando dois homens entraram e se sentaram um pouco mais à frente. Ele então sacudiu uma espécie de sino e o garçom apareceu, trazendo o cardápio. Ele escolheu o que queria e, colocando seus óculos de leitura, começou a ler uns relatórios no seu "tablet".

Porém, ouviu algo parecido com um miado. Ele então se perguntou: —Tem gatos aqui nesse estabelecimento? Não pode ser!

Henrique se lembrou de que era totalmente alérgico a pelos de gatos desde pequeno. Então deu uma levantada na toalha da mesa e, quando olhou, teve uma enorme surpresa...

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