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Capítulo 2

Melissa Fernandes

Semana começando e a gata só queria ter o luxo de ficar em casa com o filho, mas as obrigações eram outras. Logo que minha mãe descobriu sobre a gravidez me fez prometer que não desistiria de nenhum dos meus sonhos só porque teria um bebê em minha vida e sem dúvidas isso foi uma das melhores promessas que fiz. Já passei por cada uma com Gabriel que se eu contasse ninguém acreditaria.

- Terra chamando Melissa - Diz a professora Roberta me despertando

- Desculpa - Murmurei arrumando minha postura na cadeira - Sobre o que ela está falando? - perguntei à Sabrina que estava à minha esquerda.

- Resultado das provas - Sussurrou e apontou para a minha que estava com um 9,7 bem grande acompanhado de um “parabéns”, realmente foi uma evolução essa nota afinal eu odiava bioquímica.

Como era uma faculdade integral eu almoçava lá mesmo e almoçar com um casal meloso não dava certo, o que me fez não almoçar direito, apenas engolir a comida pra levantar rápido dali e ir em busca do meu sorvete de todos os dias e rezar para que o dia acabasse rápido.

- Melissa - Me cumprimentou assim que passei pelo corredor do vestiário.

- Dr. Gustavo - Repeti o cumprimento e fui me trocar.

- O que foi isso? - pergunta Ana me acompanhando

- Isso o que? - Questionei

- Muitas aqui morreria só pra ver ele falando o nome delas e você trata isso como algo natural! - Exclamou balançando a cabeça em negativa.

Mais um plantão agitado, Gustavo tinha começado a agilizar seu atendimento e eu estava mentalmente grata por isso, já se passava das 22 hrs quando tudo se acalmou e lá vinha ele desfilando pelos corredores e arrancando suspiros das Marias Jaleco.

-Toma - Me entregou um dos copos de café que estavam em sua mão

- Por que isso? - Peguei o café e bebi um gole

-Precisa ter um motivo? - Questionou - Somos amigos, colegas de trabalho.

- Somos amigos? - indaguei sorrindo e com certeza atraindo olhares raivosos - Não gostaria de morrer por receber esse café - disse e apontei para onde estava vindo os olhares

-Pelo café que você tá me devendo - Respondeu sem me olhar - Você me deixou igual idiota naquele café - Me encarou sorrindo e puta que pariu que sorriso - Vou levar pra elas algum dia - comentou gargalhando.

- Desculpa - disse - Eu estava tão atrasada que não consegui me despedir.

- Atrasada Melissa? - Questiona sem acreditar

- Tinha uma prova da faculdade naquele dia - falei bebericando mais um pouco da bebida.

- E foi bem na prova? - Pergunta curioso

- Sim - respondi sorrindo e ele me observava, desde quando eu vivia sorrindo assim? questionei-me mentamente

- Desde quando conhece o Rafael? - Questionou-me olhando, ele parecia ver minha alma com aquele olhar.

- Desde que comecei a trabalhar aqui - Respondi - Quando cheguei ele já trabalhava e ficamos amigos.

- Só isso? - Indagou

-Só, por que? - Questiono e o vejo sair desfilando pelos corredores me deixando sem resposta.

3 Semana depois

Lucas já havia me ligado umas 500 vezes pra saber onde estávamos, mesmo sabendo o horário que iríamos chegar em Salvador, eu optei por viajar de ônibus com Gabriel já que foi um desastre nossa primeira viagem de avião. Gustavo e eu nos aproximamos bastante nos últimos dias e as vezes quando ele me ligava por vídeo entretia Gabriel muito bem.

- Quase a festa da Rainha Elizabeth - Disse entrando no local da festa - Mas ficou bonito.

- Claro Mel, meu filho merece - disse orgulhoso - Vou levar ele pra brincar com as outras crianças.

E assim, se foram duas horas, a família de Lucas era legal. Eles sempre nos recepcionaram muito bem como sempre e o cuidado e amor que tinham com meu filho era de aquecer o coração. Quando os últimos convidados saíram eu agradeci imensamente por isso, festa cansa demais e é por que essa era apenas a comemoração com o pai e os avós paternos ainda precisava fazer um bolinho com a minha mãe e meus amigos que eram cúmplices da bagunça com o baby.

- Música e cachaça agora - Grita Lúcia irmã de Lucas - Nós merecemos Mel - Disse vindo em minha direção me animando, em plena segunda feira e eu não acreditava que iria fazer tanta merda assim.

-Tudo bem - Concordei e sentamos em uma rodinha, com os que estavam presentes tocando violão e cantando.

- Me dá? - pediu o instrumento - vou tocar a nossa - Disse e começou a tocar a “nossa” música, ele me dedicou logo que começamos a namorar e éramos apenas dois adolescentes querendo conquistar o mundo.

Ele começou a cantar e automaticamente vários momentos que vivemos começou a passar em minha mente como flashes da minha vida, comecei a fazer uma live no instagram assim como fiz na festa mas quando chegou nesse verso:

“Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo?

Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor?

Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido?

E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?”

Eu me desmontei inteira, afinal essa música em si era uma grande promessa que já fizemos um para o outro um dia.

- Eu te amo Mel - Disse e eu encerrei a live com aquela cara de surpresa por ouvir aquilo vindo dele mais uma vez, porém o direct que chegou em seguida me fez rir aleatoriamente “O cara te ama” foi tudo o que ele disse e o offline apareceu logo abaixo do seu nome.

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