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Capítulo 2

Maurício

Eu estava tão cansado que o que eu mais queria era ficar na cama e dormir. Isso

era um luxo que eu não podia ter. Ser dono de uma boate tinha suas vantagens e

suas desvantagens. Estava precisando de uma advogada para resolver as

papeladas.

Meu celular toca e o pego. Ao olhar, solto um suspiro de pesar. Não acredito que eu

estava sendo chamado pelo gerente logo cedo.

Preciso dormir. Era pedir muito? Meu celular continua tocando. Minha vontade era de não

atender. Me sentei na cama e atendi logo a chamada.

— Fala, David! O que houve para você me ligar tão cedo?

— Maurício, me desculpa mesmo, mas você precisa resolver logo a questão da

legalidade do Sedução. O Silva era pra ter aparecido aqui com as papeladas e

até agora não veio.

Eu dou um suspiro. Não acredito que era pra falar sobre isso que me ligou tão

cedo. Estava tão cansado. Não era fácil cuidar do Clube Sedução. O nome era

esse mesmo. Um clube no qual tínhamos de tudo e para todos os gostos.

Ninguém ali era forçado a fazer o que não queriam. Eu gostava de umas coisas, mas não

era muitofã de chicotear, queimar, essas coisas.

Lá também temos o serviço de restaurante e hotel, afinal, nem todos iriam só para

praticar. Eles também iam para descansar e até mesmo conhecer o clube.

Para

mim um relacionamento tinha que ter venda, óleo corporal e entre outras

coisinhas.

— Maurício, você ouviu o que eu disse? —David me questiona.

— Sim, ouvi. Só estava meio distraído. Por que diabos o advogado não apareceu?

Ele não ligou? Eu pedi para ele resolver essas papeladas a fim de levarmos na

prefeitura — pergunto, já me levantando.

— Sim, só que ele resolveu não aparecer!

— David, entra em contato com a firma de advocacia em aquele incompetente do

Silva trabalha e vê se consegue outro advogado com urgência.

— Tudo bem, eu vou entrar em contato. Mas é melhor você vir para cá quando puder

— Eu vou assim que eu tomar um banho e comer algo —

respondo.

— Ok! Assim que eu conseguir algo, te aviso.

— Ficarei no aguardo. —Nos despedimos e vou tomar um banho.

Não podia reclamar de nada. Minha vida estava muito boa, não era casado e não

pretendia. Eu não acreditava nas história de felizes para sempre.

Termino

meu banho, me seco e vou nú até o meu quarto. Problemas e mais problemas. Eu só

tinha dormido poucas horas, não imaginava que aquela porra do Silvia não iria

aparecer.

Abro as portas do meu guarda-roupa, tiro da gaveta uma cueca box preta e visto meu

terno preto, fazendo um conjunto de sofisticação.

Ao me olhar no espelho, percebo como às vezes seria bom ter uma mulher em casa,

para ajudar nos afazeres.

Ouço o barulho novamente do meu celular tocando e lembro que poderia ser o David

querendo me falar sobre o advogado.

— Oi, David, você conseguiu resolver? — pergunto assim que eu atendo o telefone.

— Sim, eu consegui. Eles já vão mandar um advogado. Eu cheguei até a ameaçá—los

com um processo, caso esse advogado não aparecesse também.

— Você fez bem! Já estou pronto e daqui a pouco chego aí.

— Ok! — Nos despedimos e saio do quarto.

Desci até a cozinha e fui logo tomando o café que a senhora Oliveira deixou

preparado. Olhei no relógio e vi que já eram 10h da manhã. Parti para a o

clube.

Dispensei meu motorista porque tem dias que eu mesmo quero dirigir, me faz bem e eu fico

relaxado. Ligo o som do carro e fico ouvindo a rádio Alpha FM que fica tocando

umas músicas interessantes. Saio com o carro da garagem do prédio.

Vou até o clube, torcendo que logo o novo advogado saiba me providenciar as

documentações necessárias para continuarmos com o clube aberto.

Eu estava tão absorto com os meus pensamentos que tomo o maior susto ao ver uma

moça sendo jogada no chão. Fico chocado com a cena que eu vejo e não sei dizer

se é por instinto ou uma força maior, eu só sei que no meio do trânsito, saio

do carro correndo e vou em direção a pessoa que está caída.

Ao olha-la, tomo um choque ao ver que ela era tão linda, que quando me olha com

esses olhos, sinto uma força que nao sei explicar e ela  dá um belo de um

sorriso que faz meu coração se aquecer e deixar meu dia mais bonito. Meu pau se

levanta e quando eu ia perguntar alguma coisa, ela desmaia.

A primeira coisa que eu faço é chamar um regaste. Enquanto eu esperava o resgate

chegar percebi que o carrro que havia atropelado a minha sol havia fugido. Se

eu pegasse esse ser, coitado dele...

Não demora muito e o resgate chega, me fazendo um monte de perguntas sobre ela. Eu

não sabia o que falar exatamente, pois não a conhecia.

Eles perguntaram se eu poderia acompanhar meu sol até o hospital mais perto e eu

concordo. Peço para eles a levarem a um particular e lá eu pagaria todas as

despesas dela.

Fico ali olhando para ela e tentando entender como um louco pode ter feito isso com

ela. Não dava pra entender.

Ligo para o David e peço que ele busque meu carro e conto por cima o que aconteceu.

Claro que ele fica surpreso, mas entende.

Ele me conta que o advogado foi lá, mas como eu demorei, ele ficou de voltar mais tarde.

Quando chegamos ao hospital, foram entrando com ela para o setore de emergência e

eu fiquei ali, segurando a bolsa que eu nem sabia como tinha ido parar em minha

mãos.

— Senhor? Senhor? — me chamam e vejo que é a recepcionista,

então vou até ela.

— Pois não?

— O senhor que está acompanhando a moça que foi atropelada?

— Sim, estou!

—Por gentileza, gostaria de pedir os documentos dela, se possível.

— Ah, é claro, só um momento — eu peço e abro a

bolsa dela que tinha algumas coisas que garotas gostavam de usar. Pego a

carteira dela, a abro e tiro a identidade, descobrindo que seu nome é Joana de

Alencar. Entrego para recepcionista.

Estou curioso para saber quem é essa mulher misteriosa, que só de olhar para mim e

abrir aquele lindo sorriso, me fez ficar encantado.

— Senhor Carvalho?— A recepcionista me chama e eu ali estava distraído, pensando no meu sol. Eu

estava louco querendo vê-la e ao mesmo tempo estava com medo de olhar para ela

e ter novamente todos aqueles sentimentos loucos.

—Pois não?

—A senhora Alencar já está acordada. Se o senhor quiser, pode entrar para vê-la?

— Ok! Pode deixar que eu já entro. Ela me explica onde era o quarto dela e me devolve os documentos. Agradeço e sigo para o quarto dela.

Ao chegar na porta do quarto, senti um misto de emoção e ao mesmo tempo senti

medo. Não saberia o que eu iria encontrar lá dentro, digo, claro que eu sabia

quem estava lá dentro, só não sabia como eu iria agir ao ficarmos frente a

frente.

Chego à porta do quarto dela e fico tentando tomar coragem, quando resolvo tomar,

bato na porta e só ouço uma voz dizendo:

— Pode entrar! — Ao ouvir a voz dela, rouca, meu pau se levanta todo glorioso, me deixando com uma dor insuportável, querendo um alívio

rápido.

Entro no quarto e deparo com meu sol deitada, com os cabelos longos espalhados pelo

travesseiro e seu corpo delicioso estava coberto pelo lençol do hospital.

— Oi, como você está, senhora Alencar? — pergunto e ela me olha rápido e ficamos assim nos olhando e sua boca que se entre abre. Meus olhos seguem para aqueles lábios carnudos e deliciosos. Não via

a hora de experimentar sua boca gostosa.

 

 

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