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Capítulo 2

⚠️Cenas de violência sexual⚠️

TEREZA

Só mesmo Deus para me ajudar em um momento desses, mas acho que nem ele se importa comigo. Meu melhor e único amigo, digo, que eu julgava ser meu amigo matou minha mãe, a mesma mulher que praticamente o criou, o que irão fazer comigo?

Se passaram uns dez minutos desde que o homem apareceu aqui, pensei que ele fosse perceber alguma coisa mas ele foi embora, agora acabaram-se as esperanças. Enquanto isso Gustavo ficou lá fora, já Matheus e Bruno estão me olhando de um jeito que me causa náuseas. Matheus se afastou de mim depois que Gustavo saiu atrás do homem, e me senti muito aliviada, mas sei que não estou a salva.

- Porque Matheus? - Pergunto jogada em um canto encolhida, não me machucaram ainda mas eu sei o que me aguarda.

Matheus se aproxima de mim passo por passo bem de vagar, então se ajoelha e passa as mãos em meus cabelos.

- A idéia não foi minha se quer saber Tereza, Gustavo sempre gostou de sua mãe mas ela nunca deu bola pra ele... - Suspirou. - Então ele me perguntou se eu nunca tive vontades de te ver nua... Ai eu disse que sempre morri de vontade, desde que éramos pequenos eu tentava te ver sem roupa mas nunca consegui. - Olha vidrado em meu vestido de algodão rodado, simples e com poeiras por causa do pomar. - Então ele disse que sempre teve vontade de ficar com a sua mãe, e que deveríamos fazer isso à força já que não tínhamos chances, e eu topei. - Então se levantou sorrindo.

Ele é um monstro, como eu nunca percebi nada? Sempre tão gentil e brincalhão comigo...

- Tire seu vestido Tereza! - Matheus diz derepente interrompendo meus pensamentos.

- O quê? - Perguntei, eu entendi o que ele quis dizer mas não quero aceitar.

- Não dificulta as coisas garota. - Gustavo falou já dentro do barracão.

Então os três ficam em pé diante de mim aguardando que eu tire meu vestido.

Desabo chorar. Meu fôlego falta e eu caio deitada. Tapo meus olhos com as mãos em proteção, não quero acreditar que estou aqui.

Sinto alguém me segurando forte e forçando-me a tirar as mãos do rosto. Não abro os olhos, não quero enfrentar essa realidade.

- Por que tornar tudo mais difícil pra você? No final das contas vai acontecer o que nós queremos! - Bruno disse, ouvi sua voz meio longe, aposto que está se divertindo olhando a cena.

Sinto meu vestido sendo rasgado. Foi como se estivessem rasgando meu coração. Imagino que fizeram o mesmo com minha mãezinha e então sinto que meus sentidos vão fugir de mim, eu espero que eu desmaie, ou até mesmo que eu morra... Mas infelizmente isso não acontece.

Tiraram meu vestido. Sinto-me mais desprotegida ainda... Sentir seus olhares sobre meu corpo é como sentir que estou sendo lambuzada de cocô, é como se estivessem mil baratas andando sobre mim. Me debato para tentar me sentir melhor mas eles me seguram.

- Chiu! Não não não! Fique quietinha! - Seguram meus braços abertos e eu não ouso abrir meus olhos.

Sinto uma mão caminhar vindo dos meus pés, meu coração acelera... A mão já está em meu joelho... Estou sem ar de tanto medo. Tento me debater novamente e dessa vez levo um tapa que queimou amortecendo e formigando todo meu rosto. Mas não abro meus olhos. Espero que me batam mais porque assim sentirei a dor do tapa e não sentirei essa mão que está poluindo meu corpo agora na altura das coxas.

- Mãe! - Chamo minha mãe já alucinada. - Mãezinha me ajude! - Grito e em seguida levo chute no estômago que me fez se contorcer e chorar mais ainda.

Pegam no meu peito e agora tenho certeza que vou desmaiar. Quero morrer.

BANG!!!

Um barulho ensurdecedor bem em meu ouvido. Será que finalmente me mataram?

- Ai que merda! - Gustavo reclama com a voz entrecortada.

- Que porra é essa? - Bruno diz apavorado.

Tudo o que consigo fazer é me encolher mais ainda.

- Entreguem-me a garota! - É a voz do homem que apareceu aqui já hoje.

Abro meus olhos e confirmo, é o mesmo homem.

Então reparo que Gustavo está ferido na barriga e seus irmão estão o socorrendo.

- Não sabe com quem está se metendo seu caipira de merda! - Bruno exclama.

- Entreguem-me a garota e eu os deixo ir. - Ele está apontando a arma.

- Com uma arma nas mãos qualquer um é cabra macho! Por que não vem de mão? - Bruno perguntou irado.

Então o homem armado sorri de canto, um sorriso debochado e carregado de ódio.

- Eu deveria matar os três como um porco! Querem falar de cabra macho? Vocês três não passam de três bostas de vaca! São todos vermes! Se afastem da garota! - Ele veio me salvar! Vai me tirar daqui! Bem no momento certo!

BANG! Outro tiro.

E desta vez foi na perna do Matheus.

- Que merda cara não vacila! - Matheus grita, e eu sinto uma satisfação em vê-lo sentir dor.

BANG! Bruno também teve o dele, bem no ombro direito.

Então o homem armado pega uma lona que estava por perto e se aproximou de mim, ainda em alerta olhando para os três irmãos feridos.

- Venha! - Estendeu-me a mão e eu o encarei por alguns segundos. - Eu me chamo Rodrigo e eu jamais machucaria você! Eu vou te levar para longe deles! - Então eu estendo minha mão e ele me puxou.

Me levantei cambaleando e ele me amparou, cobrindo meu corpo com a lona velha, me sinto mais protegida.

- Obrigada! - Falei e comecei a chorar de alívio e alegria. - Você me salvou!

- Me mate, ou eu juro que vou te achar até no quinto dos infernos e juro pra você seu merda, vou matar toda sua família! - Gustavo falou lentamente.

- Você tem muita sorte que eu não sou um assassino, mas vontade não me falta. - Pegou uma corda que estava em cima de uma espécie de mesa e prendeu os três, todos juntos.

Então todos nós ouvimos o barulho de um carro chegando.

Todos ficam assustados, inclusive Rodrigo que tenta esconder a arma.

Eu me escondo atrás de Rodrigo, e todos esperamos a pessoa entrar em grande expectativa.

José de Pinho. O pai dos monstros. Aparece na porta mais feroz que um touro.

- Pai! Veja o que ele nos fez! Ele matou a dona Gilda pai! - Matheus grita assim que avistou o pai.

- Calem a boca seus imprestáveis! Vocês são uma vergonha para a raça humana! - Se encaminhou na direção dos três. - É uma pena este rapaz não ter matado aos três! Assim me pouparia ter que encobrir seus crimes!

- Mas pai não fizemos nada! - Bruno tenta se defender.

José se vira para mim e para Rodrigo.

- Tereza, sinto muito pela sua mãe, eu a prezava muito! E meu coração está partido em quatro! Um pedaço pela tristeza da perda dela, e as outras partes é tristeza pelos filhos que tenho. - Pegou em minha mão e sinto um conforto, ele gostava da minha mãe e sabe um pouco o que sinto.

- Irá entragá-los a polícia? - Pergunto.

Ele então abaixa o rosto.

- Eles pagarão de outra forma, vá embora Tereza! Não apareça mais no Canavial, toma aqui um dinheiro para que possa se manter até que encontre um emprego... - Me estendeu um envelope.

Eu então começo a chorar.

- Adeus seu José! - Digo e em seguida me encaminho até a saída, sem pegar dinheiro e sem olhar para trás.

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