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♥CAPÍTULO QUATRO♥ Conhecendo pessoas novas.

Alex.

09:50 ― Centro de Detenção Provisória II Guarulhos ― Lavandeira ― São Paulo ― Brasil.

― Aqui é a lavanderia. ― Me mostrou.

É um lugar bem grande e tinha muitas roupas sendo lavados pelos outros presos, tem várias pias do lado um do outro, tem vários presos lavando.

― Depois que terminamos as roupas, as outras que já estão secas iremos dobrar. ― Falou me puxando até um grupinho. ― Ei, pessoal.

Os cinco jovens nos olharam.

― Ei bonequinha. ― Um garoto falou o abraçando. ― Quem é esse? ― Perguntou olhando-me de cima a baixo.

― Esse é o Alex, chegou ontem e é o meu novo companheiro de cela. ― Falou se soltando do garoto. ― Alex, esses são os meus amigos, DD. ― Apontou para o garoto que o tinha abraçado.

Esse tal de DD é alto, moreno e magro, tem uma tatuagem de flor no pescoço, a cor dos seus cabelos é cinza escuro e seus olhos são verdes claro.

― Prazer, lindinho. ― Falou piscando para mim.

― Ao lado dele está o boquinha. ― Cada apelido estranho.

― Olá,lindo. ― Sorriu para mim.

Ele é baixinho, um pouco gordinho e moreno, seus cabelos são pretos e cacheados, a cor dos seus olhos é castanho escuro.

― Oi. ― Acenei com a mão pra ele.

― Essa bicha aqui é a Barbie. ― Falou puxando um loirinho.

Ele é bem alto, é magro igual ao B, tem uma pequena cicatriz na sobrancelha esquerda, ele é branco, a cor dos seus olhos são verdes.

― Agora só falta o meu Ken. ― Falou e os seis começaram a rir, me deixando sem entender nada.

― O seu Ken está lá no refeitório. ― O B diz rindo.

― Ah, eu não quero o Negão, aquele cara é muito bruto no sexo, e ainda gosta de fazer no seco, dor da porra.

Os outros concordaram.

― Sim, ele gosta de nos ver sofrendo com a dor. ― B falou e soltou um suspiro. ― Bom, essa bicha linda aqui é Kelly.

O tal de Kelly se aproximou de mim.

Ele é bem baixinho mesmo, tem uma pequena cicatriz na bochecha direita, é branco também, seus cabelos são verdes e a cor dos seus olhos azuis.

― Prazer, lindinho. ― Ficou com o seu corpo quase colocado no meu. ― Você é muito lindo, pode até superar o Baby.

― Na verdade, Kellyinha, o Baby encontrou o Alex e eu posso dizer que o mesmo ficou com ciúmes. ― B disse rindo. ― Com muito ciúmes.

― Claro que ficaria, olha para esse garoto, é lindo demais. ― O boquinha falou me analisando de cima a baixo.

Fico muito constrangido com isso.

― É melhor tomar cuidado. ― Outro jovem que eu ainda não sei o nome falou.

Esse cara estranho é alto, pardo, tem uma cicatriz pequena na garganta, seus olhos são verdes escuros e a cor dos seus cabelos é vermelho.

― Como assim, Bel? ― Kelly perguntou a ele.

― O diabo pode querer ele e o Baby com toda certeza vai fazer de tudo para acabar com você. ― Me olhou sério.

― C-C-Como? ― Dei um passo para trás com medo.

― Para de assustar o garoto, Bel. ― B falou me puxando para perto dele. ― Não liga para o que o Bel falou, amor. Ele gosta de assustar os novos presos.

― Quem avisa amigo é. ― Falou e foi embora nos deixando sozinhos.

― É amanhã que o diabo vai sair da solitária, não é? ― Barbie perguntou.

― Sim, com certeza o Baby vai querer chamar atenção dele. ― O B me puxou para seguirmos andando.

Fomos para o outro lado e vejo várias roupas secas, os cinco começaram a dobrar as roupas, me juntei a eles também.

― Eu odeio aquele Baby. ― Barbie falou do nada.

― Deixa disso menina, você quer ser morta? Cala a boca e fale baixo. ― A Kelly falou séria.

― Eu já estou cansada daquele garoto, o mesmo me odeio só porque o diabo me fodeu bem gostoso na cela deles. ― Falou rindo.

Olhei assustado para eles com esse assunto do nada.

Esse diabo fodeu todo mundo?

― Ah, que saudades. ― Falou o B com um sorriso. ― Ele fode tão bem, mesmo que seja no seco, ele não é bruto como o Negão.

― Espera aí, vocês transam no seco? ― Perguntei curioso.

― Claro, não tem lubrificante aqui, quer dizer, o diabo nos deixa gozar e o nosso gozo serve para lubrificar. ― Faço uma careta de nojo os fazendo rir.

― Sexo é muito bom, lindinho. ― Barbie falou. ― Mas só é bom, com aqueles que sabem fazer direito.

― Sim, o diabo não gosta de chupar o cu de ninguém, nem do Baby ele gosta.

― Vocês falam sobre esse homem como se o mesmo fosse um ídolo.

Os cinco me olharam.

― Olha, lindinho. ― Kelly falou. ― O diabo não é um homem bom, já matou muitos aqui dentro, inclusive matou o irmão do Baby. Todos têm medo dele, aqui dentro é o reino dele, amanhã se prepare para conhecê-lo. Mas eu vou te dar um aviso, não olhe para os olhos dele, isso mostra que você está o desafiando e é algo que ele odeia.

Engoli seco.

― Bom, vamos terminar isso logo e parar desse assunto assustador pro Alex. ― Boquinha falou.

Eu agradeço muito a ele.

Voltamos a dobrar as roupas em silêncio.

― Hum, quantos anos você tem, Alex? ― Kelly perguntou do nada.

― Vinte e dois anos. ― Eles me olharam assustados.

― Tão novinho, o que você fez para está aqui? ― Barbie perguntou.

― Os policiais colocaram um quilo e maconha na minha mochila da faculdade e eu fui preso. ― Falei com raiva.

― Ah, esses malditos sempre fazem isso, acho que é um hobby para eles prender pessoas inocentes. ― Boquinha falou revirando os olhos.

― Sim, por isso eu odeio policiais, fiquei muito feliz quando o diabo matou aquele idiota do novato. ― Kelly falou.

― Novato? ― Perguntei.

― Sim, chegou um policial novato e o mesmo achou que poderia intimidar o diabo, logo ele. Do nada o diabo cortou a sua garganta com a faca de comer e observamos o policial se debater no chão, morrendo aos poucos. ― Disse o B.

― Depois ele se sentou novamente na cadeira e comeu a sua comida como se nada tivesse acontecido. ― Boquinha falou. ― Com aquele homem não se brinca, parece que lá fora ele era um chefe de uma organização criminosa, outros pensam que o mesmo seria líder do tráfico de drogas.

― E vocês acreditam no que? ― Questionei sem parar de dobrar as roupas.

― Bom, ele pode ser muito bem um gangster. ― B falou e depois riu. ― É, ele pode ser, tem cara disso.

― De fato. ― Barbie diz concordando com o B.

― Parem de conversar e façam os seus trabalhos. ― Um policial falou atrás de nós.

― Sim, senhor. ― Respondemos uníssono.

Voltamos a focar nas roupas.

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