Capítulo 5
Bianca retornou para Novo Itacolomi interior do Paraná, com uma vontade enorme de ter ficado na porta do hospital para ver seu filho a cada oportunidade de visita que ela tivesse, naquele momento nem as dores leves que ela estaria sentindo estava mais fazendo efeito.
A dor de uma mãe ao ficar longe do seu filho, é sempre maior do que qualquer outra coisa, mas Bianca sabia! Que apartir daquele momento ela precisaria ser forte o suficiente, porque seu bebê ia precisar dela. Após sair do hospital mesmo que o médico tivessem perguntado se havia alguma dúvida, naquele momento ela não pensou em nada! A mesma só desejava ficar perto do Gabriel.
Mas quando chegou em sua casa, várias perguntas assombraram a sua memória como, "o que é paralisia cerebral? Que tipo de enfermidade é esta? Tem cura? Entre outras".
— Bianca! — A mesma saiu dos seus devaneios com kaike ainda sentado no banco do motorista do carro a observando.
— Eu quero o meu filho! — As únicas palavras falhas que saíram de sua boca naquele momento, em meio do desespero que começou a tomar conta de seu corpo
Bianca levou suas mãos até o seu rosto, tentando esconder o desespero e a dor que estaria sentindo naquele momento, sua mãe apareceu no portão de sua casa e kaike ficou um pouco sem saber o que fazer ao ver sua parceira desolada. Bianca saiu do carro e foi em direção a sua mãe lhe dando um abraço apertado.
— Filha o que ouve? — Perguntou sua mãe preocupada.
Elisa levou sua filha para dentro! Enquanto Kaike encostou o carro próximo da calçada, já que a casa do casal não tem garagem, sendo pequena, com apenas um muro médio em volta. O rapaz entrou para dentro ao ver Bianca sentada na mesa em lágrimas e a mãe da garota lhe entregando um copo com agua e açúcar.
— Mãe o doutor falou que o Gabriel tem paralisia cerebral! — A mesma suspirou entre as lágrimas e continuou— Eu nem sei o que é isso. Mãe ele pode mørrer! Meu bebê pode mørrer e eu não estou lá ao lado dele, como que eu faço para ele ficar vivo?
Bianca se afundou em lágrimas, enquanto kaike se aproximou dela ao lhe dar um abraço, Elisa ficou quase em choque, mas ela era a mãe ali presente, então se manteve forte para apoiar a filha que necessitava dela naquele momento.
— Calma Bianca, você confia em Deus? — Indagou kaike a olhando e a mesma apenas concordou. — Então vai ficar tudo bem!
— Quando vamos voltar lá? — Perguntou a mesma em lágrimas o olhando.
— Eu não sei! Fomos pegos de surpresa, não temos dinheiro para abastecer o carro para ir todos os dias. E eu tenho que trabalhar! — Referiu kaike a olhando um pouco sério.
— Kaike é o nosso bebê! Ele depende da gente, temos que fazer o impossível por ele! — A mesma disse ao limpar as suas lagrimas o olhando surpresa com as suas palavras dele
— Não é tão fácil assim Bianca! Você ainda não trabalha por ser menor. E o meu serviço de mecânico não rende muito mais do que um salário mínimo. Da onde vamos tirar dinheiro para ir ver ele todos os dias? Eu também tenho que trabalhar! — O mesmo respirou fundo ao andar de um lado ao outro — Você não acha que eu esteja preocupado? Claro que eu estou! Mas o que eu posso fazer.
— Nada kaike, você já disse que não pode fazer nada. Eu te entendo! — Bianca se levantou — Eu não estou pedindo para você røubar um banco, eu só perguntei quando voltaríamos lá, você não acha que neste momento eu não me arrependo amargamente de não ter dezoito anos, ou até mesmo um trabalho ou renda, para ficar em Apucarana ao lado do nosso filho!
— Calma vocês dois! Por favor — Elisa falou ao fazer ambos voltar suas atenções a ela — Gabriel não precisar que vocês briguem agora! Ele necessita de ter vocês pais unidos, para pensar na melhor forma de estar próximo a ele.
— O que ela quer que eu faça dona Elisa! Eu não tenho como estar na porta de um hospital todos os dias. Ninguém esperava que o Gabriel nascesse doente! — kaike saiu deixando mãe e filha sem reação.
Bianca ao ouvir suas palavras ficou completamente magoada, a mesma não esperava ouvir essas palavras de kaike! Até porque ninguém queria que Gabriel sofresse, ninguém esperava tê-lo internado em um hospital, ninguém nunca esperou passar por algo do tipo.
— A forma dele expressar a sua angústia! Raiva ou até tristeza é sempre descontado em mim. — Falou Bianca ao se sentar novamente, após ouvir o barulho do carro saindo ao respirar fundo.
O seu marido na qual Bianca precisava de apoio, teve o momento dele de sentimentos misturados e acabou a descontar a sua volta. Elisa se aproximou de Bianca ao abraçá-la
— Filha se você quiser as portas de casa estarão sempre abertas para você e para o Gabriel! — Disse a mesma ao ficar irritada com a atitude do seu genro.
— Obrigada mãe, eu vou deixar o último ano da escola. — Referiu Bianca olhando nos olhos da sua mãe.
— Porque filha? — Indagou a mesma surpresa.
— Mãe as visitas a uti são no período matinal! Eu não vou abandonar o Gabriel agora. Vou fazer de tudo para estar ao lado dele, eu vou dar um jeito de ir vê-lo sempre que possível! De alguma forma. Não vou deixar o meu bebê passar por isso sozinho— Bianca sorriu com uma expressão de confiança.
— Filha se for possível eu levo você quando desejar! Eu e o seu pai podemos dar o combustível quando o kaike desejar ver o Gabriel para que ambos possam ir também. Mas não se preocupe como mãe e avó vamos dar um jeito! — Elisa abraçou a filha ao fechar seus olhos, limpando suas lagrimas para que sua filha não as veja.
— Mãe muito obrigada! Mas a senhora também vive de uma vida humilde com o pai. Não posso mesmo casada ficar no pé dos senhores pedindo que me levem lá. — Bianca respirou fundo — Quando puderem eu vou agradecer e muito, mas eu sou a mãe agora! Eu tenho que dar os meus pulos, para estar com ele, e eu vou! — Com um leve sorrindo Bianca continuou — Mãe vou me deitar um pouco.
— Não vai comer filha? O almoço está pronto!
— Não mãe, eu tô um pouco cansada, vou me deitar!
Bianca se levantou ao seguir para o seu quarto, enquanto sua mãe ficou na cozinha com o seu coração apertado a observando, Bianca parece muito com sua mãe. Elisa tem 35 anos sendo também loira dos olhos claros, tendo Bianca como filha única.
Após se retirar da cozinha Bianca entrou em seu quarto, ao se deitar em sua cama a mesma tentou tirar suas dúvidas na Internet do seu celular, pesquisando sobre paralisia cerebral. Mas o que ela encontrou a deixou ainda mais confusa sobre o assunto!
O que Bianca conseguiu observar por cima na internet, foi que a paralisia cerebral pode ser classificada de acordo com as características clínicas mais predominantes
• Espástica
• Discinética
• Extrapiramidal
• Atáxica
O que resta para essa mãe saber é em qual destas o seu filho se enquadra, e o que ela poderá fazer para ajuda-lo a ter uma qualidade de vida melhor, uma coisa que Bianca vai descobrir quando retornar a ver o seu bebê. Porém ela esta preocupada ao pensar quando este dia chegará!