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Meu Pequeno Arco-íris

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Vanessa Verones
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Resumo

Bianca, uma mãe de primeira viagem, cuida com intensa dedicação e amor do seu pequeno e especial Gabriel. No entanto, ela enfrentará dificuldades inesperadas e decepções de pessoas que deveriam apoiá-la. Em meio a esse cenário desafiador, um encontro mudará sua vida, mostrando que mesmo entre espinhos, há espaço para flores. Surge então a pergunta: Será que as adversidades conseguirão abalar um amor verdadeiro? As palavras ressoam: “Nascer com limitações não é doença! Doente é quem acredita que a pessoa não merece se sentir amada, mesmo com as dificuldades do dia a dia!” e “Crianças são anjos enviados por Deus! E tem anjos ainda maiores que são designados a cuidar delas!” O convite é feito: “Espero que você sinta a emoção na qual senti em escrever cada capítulo”.

amorromance

Capítulo 1

Bianca Alves é uma jovem de apenas dessesete anos, ela decidiu deixar a casa dos seus pais, para morar com o seu recente namorado Kaike Machado de vinte e dois anos. O casal vivia humildemente até descobrir a chegada de um novo integrante na família. A gestação da jovem mamãe seguiu tranquilamente até que:

Bianca acordou sentindo uma leve pressão no baixo ventre da sua barriga, ao pegar o seu celular, abaixo do seu travesseiro. Bianca percebeu que se passava um pouco das cinco horas da manhã.

Com vontade de fazer xixi a mesma caminhou de vagar até o banheiro da sua casa, após utilizá-lo, Bianca foi se limpar com o papel higiênico e sentiu outra pressão um pouco mais forte. Ao passar o papel na sua região íntima, Bianca observou que havia manchado com uma espécie de gosma gelatinosa, contendo algumas manchas de sangue.

Mas como? Bianca ainda estava no oitavo mês de gestação! Não teria como o seu filho nascer naquele momento. Ela ficou sentada no vazo sem reação por alguns segundos, tentando entender o que acabou de presenciar. A pressão começou a ficar mais intensa o que levou Bianca a temer sobre o que estava acontecendo.

Tentando se manter calma, Bianca se limpou novamente notando que o mesmo aspecto gelatinoso manchou novamente. Se sentindo assustada, Bianca vestiu sua roupa e devagar se retirou do banheiro.

Perante a pressão que estava aumentando, Bianca caminhou até o quarto, em busca do conforto do seu parceiro. Mas ao se aproximar ele estava dormindo.

Bianca sentou ao lado do companheiro, levando sua mão sobre seu peito e ela o chamou.

— Kaike!

Antes que ela pudesse ver qualquer reação dele, uma nova pressão atingiu seu baixo ventre, fazendo ela fechar seus olhos com a dor. Com a voz trêmula ela o chamou novamente. Sem sucesso ele apenas se moveu em sono profundo.

— Kaike, por favor!— Bianca falou soltando um leve gemidø de dor.

— O que foi? — Kaike perguntou, virando o seu corpo para o outro lado.

— Kaike eu tô passando mal! — Ao ouvir, Kaike suspirou fechando seus olhos. Ao perceber Bianca continuou, perante outra dor — Kaike, por favor saiu sängue. Eu estou com dor, está acontecendo alguma coisa com o nosso bebê.

— Muito? — kaike perguntou se levantando, enquanto continuou, demonstrando preocupação — Mas nem esta na hora dele nascer!

— Não está, mas kaike está doendo... — Outra dor se iniciou e Bianca se encolheu. Ao sentir as lágrimas se formando em seus olhos, perante o desespero.

— Ta bom vou te levar para o hospital! — Kaike falou se levantando, ao seguir escovar os seus dentes.

Bianca temia pela vida do seu filho, pois ela sabia que aquele não era o momento dele nascer. Apavorada ela se sentou sobre a cama e ficou esperando o marido terminar de se arrumar. Pronto Kaike ajudou Bianca a caminhar até o carro, ela estava tentando manter a sua respiração tranquila, mas estava difícil. Assim o casal dirigiu até o hospital.

Antes do jovem casal dar entrada no hospital, Bianca conseguiu falar com sua mãe que reside na cidade vizinha. E a mesma já estaria a caminho, quando Bianca deu entrada na emergência do hospital, Kaike a deixou sozinha e seguiu para a casa dos seus pais.

— Bianca deite nesta maca, por favor? — Disse o doutor ao se aproximar, enquanto coloca suas luvas. Após Bianca vestir o roupão cirúrgico com a ajuda de uma enfermeira. Ele observou ela subir com a ajuda da pequena escada ao continuar — Vou fazer o toque!

Pedindo que Bianca se deite, ela apoiou suas pernas sobre a maca e deixou os joelhos juntos sentindo vergonha, ao se aproximar o doutor pediu que ela relachasse e afastasse bem os joelhos, perante a dor ela fez. O doutor introduziu seu dedo na intimidade dela e ficou por alguns segundos, com uma expressão séria.

— Não está dilatando, ainda vai demorar um pouco. Você esta sentindo muita dor? — O doutor retirou seus dedos, perguntando a bianca enquanto retirava suas luvas ao jogá-las no lixo.

— Ta doendo, mas não muito! — Respondeu a mesma apavorada e envergonhada.

— Vou passar a ocitocina sintética no soro para estimular as contratações! Para ajudar a dilatar mais rápido. Eu volto para examiná-la novamente! — Disse o mesmo prescrevendo o internamento da moça.

Bianca após se levantar, foi encaminhada a um leito sozinha, fizeram a pulsão venosa em sua mão direita e a mesma ficou deitada naquela cama sentindo apenas dor, ao imaginar que o momento do nascimento do seu filho seria diferente do que ela estava passando. Sozinha e com oito meses, não era o que ela imaginava.

As horas foram se passando e nada do seu marido retornar, conforme ela observava as gotas do soro pingar, suas dores iam aumentando! Ela não sabia do porquê todos estavam tranquilos, já que os bebês nascem de nove meses e não de oito. E mesmo com dúvida Bianca tinha vergonha em perguntar.

Porém toda vês que uma enfermeira vinha examiná-la, Bianca perguntava se estava tudo bem? E como sempre eles apenas diziam que sim, mesmo estando com sua carteirinha de gestante e sabendo que o seu filho estaria de apenas oito meses.

— Bianca como está indo as contratações? — O medico adentrou a sala, por volta das sete horas da manhã.

— Tá aumentando... — Bianca o respondeu ao se encolher de dor.

— Vou trocar o plantão agora! O próximo médico já vai vir te examinar. — O medico a encarou e sorriu ao continuar — Você levou sorte, o dedo dele é menor do que o meu! — O medico sorriu deixando Bianca sem palavras e muito envergonhada, com isso ele se retirou do quarto.

Bianca apenas se calou e ficou com suas bochechas coradas, ela nunca imaginou que ouviria isso de um médico, sua vontade era de ir embora, mas ela precisava ser forte pelo seu filho. Porém ela fez um pedido ao fechar seus olhos, que nunca mais veja aquele medico em sua vida.

Em seguida a mãe de Bianca ligou avisando que estaria chegando. Reforçando que a demora deles, foi porque o carro deu um problema no caminho. Notando a preocupação de sua mãe, Bianca tentou acalmá-la. Agradecendo e encerrando a ligação.

Minutos depois a enfermeira entrou no quarto segurando o aparelho para ouvir o coração do bebê. Deitada Bianca observou a enfermeira passar o líquido gelado sobre a sua barriga e procurar os batimentos do seu filho, mas ela imaginou que por estar sentindo tanta dor, não ouviu direito os batimentos do filho.

— Está tudo bem? — Perguntou Bianca ao ver a enfermeira guardar o aparelho, com uma expressão séria.

— Os batimentos do bebê estão diminuindo, acho que vai ter que fazer uma cesariana. Mas vai ficar tudo bem. — A enfermeira lhe deu um leve sorriso tranquilizador.

Na saída apressada da enfermeira, outra adentrou com uma cadeiras de rodas, avisando que ia leva-la para o centro cirúrgico, mas as dores de Bianca já estavam regulares e menos espaçosas. Quando ela se levantou ao caminhar até a cadeira de rodas, sua bolsa se rompeu. Escorrendo o líquido amniótico pelas suas pernas.

— Cadê o doutor? — Bianca olhou tudo molhado e voltou a sua atenção a enfermeira completamente apavorada.

— Ele esta tomando café, já vem te atender. — Disse a enfermeira lhe ajudando a se sentar

Bianca quase chorando de dor, foi levada até o centro cirúrgico. Ela estava apavorada e se sentindo sozinha, pois o seu parceiro não havia retornado ainda. Bianca deitou e levou suas pernas sobre barras de ferro, abrindo suas pernas o máximo possível.

Bianca temia pela vida de seu filho, ela gemiä de dor e ao ver somente as enfermeiras presentes. As mesmas estavam a ajudá-la e diziam para que a jovem empurra-se como força, quando sentisse dor. Mas Bianca não sabia muito bem o que fazer, sozinha e mãe de primeira viagem e sem muita orientação, ela empurrava e pedia que a ajudassem.

— Cadê o doutor? O bebê já está saindo! — Bianca ouviu uma enfermeira falando para a outra que se levantou e saiu correndo.

Bianca estava fraca e o seu filho também. O bebê não estava mais ajudando a mãe, apenas a mãe estava fazendo força. O doutor chegou ainda se arrumando ao se posicionar para receber a criança, mas ela não saiu.

Bianca empurrava conforme a dor mas nada acontecia. Até sentir uma enfermeira subindo sobre ela e empurrando sua barriga para baixo com muita força, e sentir o seu filho em suas últimas forças, nascendo. Bianca sentiu ele saindo e a dor diminuindo, mas não ouviu o seu choro!

Bianca procurou e não viu o seu filho em lugar nenhum! Apenas um silêncio tomou conta do local e o doutor terminando de fazer os últimos procedimentos.

Após o doutor fazer uma leve costura em sua parte íntima e retirar a placenta, Bianca foi levada ao seu quarto. Sua mãe já estava a aguardando, ao abraçá-la forte ainda deitada. Bianca começou a tremer como se estivesse sentindo o pior frio da sua vida, mesmo assim ela olhou nos olhos de sua mãe e perguntou

— Mãe cadê o Gabriel, eu não vi ele? — Ela sabia que tinha algo de errado.

— Ele está no berçário filha! — Sua mãe engoliu em seco, ao se virar mexendo em algumas bolsas. Para que sua filha não percebesse sua emoção.

Bianca estava ansiosa para ver o seu filho, ansiosa e impossibilitada de se levantar ela aguardou que seu filho fosse levado até ela. Mas não aconteceu e isso para uma mãe é a pior coisa que poderia acontecer, um enfermeiro entrou em seu quarto, aplicando remédio em seu soro, Bianca o olhou com esperança, mas ele estava frio.

— Moço cadê o meu bebê! Minha mãe falou que ele estava no berçário, quando vão trazer ele aqui? — Perguntou aquela mãe sorrindo e esperançosa.

— Berçário! — O enfermeiro deu uma pausa e a encarou — Ele foi para a uti — O mesmo disse sem pensar duas veses — De lá a pessoa só sai viva ou mørta!