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Capítulo 6 Querendo matar meu irmão

Diana Rodrigues

"Mãe, eu tô no meu trabalho ainda, estou fazendo hora extra."

"Aí, minha filha, você não sabe o que seu irmão fez?" - ela estava chorando.

"O que esse irresponsável fez?"

"Não fala assim do seu irmão, minha filha, sabe que ele tem pouco juízo, mas é responsável."

"De onde que o Alex é responsável, mãe? Ele é um louco que só faz merda e só pensa nele."

"Filha, seu irmão está no hospital. E o nosso vizinho vai nos levar."

"Hospital?" - ela chora e responde.

"Sim, no hospital. Eu tô indo para lá, me ligaram agora. Ele sofreu um acidente e eu não sei de mais nada, só me falaram que ele tava no hospital e eu tô tão nervosa, filha."

"Que hospital ele está, mãe?"

"Ele tá no São Vicente, parece que foi lá perto."

"Mãe, o São Vicente é particular, por que levaram ele pra lá? Misericórdia de Deus, como a gente vai pagar?"

"Eu também não sei. Filha, pensa na saúde do seu irmão agora."

"Tá bem, mamãe. Vou pedir dispensa do trabalho e ir o mais rápido."

"Eu já tô indo, filha, te espero lá. Estou com tanto medo."

"Eu estou indo." - desligo o telefone.

Meu irmão é tão louco e tenho medo do que ele possa ter aprontado desta vez. E ainda foi para um hospital particular que eu não tenho ideia de como vai ser pago. O meu nível de estresse está tão alto que começa a tremer e parece que vou ter um ataque do coração.

"O que aconteceu?" - tinha até me esquecido do rapaz.

"O maluco do meu irmão acabou se envolvendo em algum acidente."

"Oh, sinto muito. Sabe como ele está?"

"Não, minha mãe está indo lá para vê-lo e eu preciso tentar sair daqui, estou com medo." - estou preocupada.

"Eu tenho um irmão e ele é tão sério, queria que ele fosse mais agradável às vezes."

"Eu preciso ir ver se a bruxa…" - saiu sem querer - "Se a minha gerente me libera para poder ir até o hospital."

"Vá se trocar, eu cuido da sua gerente. Eu te encontro na frente do hotel."

"Nossa, você tem tanto poder assim?" - ele sorriu - "Eu te encontro lá na frente."

Fiquei olhando ele pegar o celular e fazer uma ligação e dizer que eu não iria trabalhar mais hoje. E fez sinal para que fosse me trocar. Eu corri para lá, queria saber qual confusão Alex tinha se metido. Eu estava horrível, pude constatar quando me olhei no espelho do elevador. Esse hotel era cinco estrelas, e o cara do terno, o milionário, que eu ouvi dizer que vem das Arábias e quer tudo muito limpo e brilhando.

"Diana." - mas é claro que eu ia encontrar a bruxa no caminho - "Onde você pensa que vai?"

"Eu fui liberada para ir para casa. Meu irmão sofreu um acidente e..."

"Não quero saber da sua família, garota. Por sua causa, eu tive que ficar aqui para corrigi-la e aplicar uma advertência, mas não a encontrava. Venha até minha sala."

"Eu vou com você, Sônia." Ela saiu batendo seus saltinhos.

"Sabe que não deveria ter batido na sua colega de trabalho, não sabe? Ela disse que não iria chamar a polícia para fazer um boletim de ocorrência, pois tinha pena de você."

"Ela que faz as maldades e eu que respondo."

"Você foi quem bateu nela. Sabe que não deve ficar fazendo esse tipo de coisa dentro do trabalho." Eu tinha vontade de fazer com a Sônia o mesmo que fiz com a Sirlene. "Não posso demitir você por causa da dívida e fique feliz por Sirlene não ter dado queixa de você na polícia."

"Quem arrumou confusão comigo foi ela e não eu."

"Pare de mentir, garota. Cada vez sua mentira aumenta mais. Assine logo essa advertência e vá limpar o banheiro. Você sabe de suas obrigações e esteja disposta a fazer horas extras para que sua dívida seja paga o mais rápido."

"Eu não vou assinar e vou embora, pois já fui liberada."

"Liberada por quem? Acha que o gerente lá do seu amigo esquisito vai dar ordens em mim?" Mas neste mesmo instante, o telefone dela tocou. "Alô, estou numa reunião com um funcionário." Ela parou de falar. "Quem deu esta ordem?" Ela para escutar novamente. "Lá de cima, mas quem foi?" Ela desliga e faz outra ligação. "Estou com uma funcionária aqui, Diana. Sei, sei. Como assim? Ela conhece alguém? Não sabe. Dois dias de folga." Ela arregala os olhos. "Vou pedir para ela ir embora."

"Agora posso ir?"

"Assine e depois vá embora."

"Não vou assinar nenhuma advertência. Eu sei que fiz algo grave, mas acho injusto eu ter que assinar advertência, enquanto a Sirlene sai de vítima nessa história."

"Não acuse sem provas, Diana."

"É só olhar nas câmeras. Pelo menos uma delas deve ter gravado a Sirlene jogando os papéis no chão e depois o sabão, para que eu limpasse tudo."

"Você sabe muito bem que no banheiro não tem câmeras. Não tem vergonha, Diana? Mentir assim descaradamente?"

"Eu preciso ir. Minha família precisa de mim neste momento."

"Diana, todo mundo aqui sabe que você tem inveja da Sirlene por ela ser mais bonita e elegante."

"Eu invejo a Sirlene? Você só pode estar brincando?"

"Ela contou todo o seu plano para destruí-la, mas eu não vou deixar você fazer isso com uma moça tão boa como a Sirlene."

"Você acreditou nela? Olha, Sônia, eu preciso ir. E acredite em quem você quiser. Boa noite." Saí de lá o mais rápido.

Era uma sexta-feira e devia ser dia treze. Desde o momento em que coloquei os meus pés neste hotel, o mundo está caindo na minha cabeça. Consegui uma dívida enorme com o hotel e agora essa, eu com inveja da Sirlene. O que foi que eu fiz para merecer isso? Sirlene é totalmente maluca e a pessoa que acredita nela é ainda mais.

Eu me esqueci do Zyan, merda. Ele deve estar me esperando na frente do hotel há um bom tempo. A Sônia tira qualquer pessoa do seu estado normal e a deixa em total estado de estresse. Já vi alguns funcionários bons serem demitidos pela Sônia por coisas bobas e o hotel acabou perdendo e ficando com pessoas ruins que não trabalham.

Corri para o banheiro. Tudo estava uma bagunça, provavelmente esperando que eu limpasse. Acabei me sentindo um pouco ocupada, pois alguém terá que limpar e a verdadeira culpada foi embora, mas o que me conforta é que ela deve ter ficado com um olho roxo.

Fui pela saída dos funcionários e o Zyan está lá fora me esperando, como tínhamos combinado. Ele está na porta de entrada para o hotel, quando me vê chegando dá um sorriso e diz:

"Pensei que você viria pela recepção."

"Eu sou funcionária e tenho que sair por outro lugar. Já arrumei confusão demais por hoje", dou um sorriso sem graça.

"Vamos, o meu motorista já está nos esperando."

"Motorista?" Fico surpresa.

"Sim, eu não sei dirigir muito bem aqui no Brasil. Esta é a terceira vez que vim para cá. Então, não conheço muitas coisas e optei pelo motorista."

"Entendo."

Ele abriu a porta para que eu entrasse. Achei bem bonitinho da parte dele. Assim que nós dois entramos no carro, o motorista deu partida e perguntou para onde estávamos indo. Pude perceber que era um dos motoristas do hotel. Ele olhou pelo espelho retrovisor e provavelmente também me reconheceu. Não é nada convencional uma camareira como eu acabar em um carro de luxo como este, que é designado para os clientes. Espero que ele entenda que a minha situação hoje é bem delicada.

"Eu preciso ir para o hospital São Vicente. Meu irmão sofreu um acidente. Sabe onde fica?"

"Sei sim."

"Zyan, agradeço muito por me dar essa carona."

"Você precisa ver seu irmão. Só quero ajudar."

Seguimos os três no carro em silêncio. Não tinha muito o que falar ali naquele momento. Eu estava nervosa por tudo o que tinha acontecido comigo. Meu dia foi um terror e algo me dizia que podia piorar. Ao chegarmos no hospital, eu nem esperei que ninguém abrisse minha porta. Eu simplesmente abri e saí com certa rapidez para procurar a minha mãe e saber notícias do meu irmão.

"Mãe, eu cheguei."

"Filha, seu irmão está muito mal. Dessa vez a coisa foi bem séria."

Pude ver o homem que estava caminhando em nossa direção e pensei: o que ele estaria fazendo aqui? Era o Juninho BadBoy.

"Boa noite, senhoras" - a voz do homem fez nossas pernas tremerem - "E então, quem vai me pagar?"

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