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Na UTI do hospital, os aparelhos apitaram, o coração de Mia deu um salto, todo o seu corpo pulou na cama como se tivesse levado um choque. Os médicos e enfermeiros correram, tentaram entender o que estava acontecendo, mas em um segundo, tudo voltou ao normal.

Mia acordou sufocada com o respirador e rapidamente o tiraram dela. Verificaram seus batimentos cardíacos e estavam bons e como ela estava lúcida e respondendo as perguntas, transferiram ela para um quarto e avisaram o alfa.

Josué estava em frente a cela, olhando para o corpo de Suelen. Ninguém a tocou, e a porta estava trancada. Era muito intrigante o que aconteceu e estavam todos curiosos, mas com medo de abrir a cela, entrar e ser contaminado ou pego pelo que fosse, que matou Suelen.

O Alfa abriu a cela e entrou, verificou o corpo, confirmou que estava realmente morta e que houve uma sangria de dentro para fora sem qualquer determinação da causa.

— Tirem o corpo daqui e queimem, depois queimem o sangue que está no chão, só então lavem tudo.

— Alfa, ligaram do hospital, a senhora Mia acordou. — Avisou, o beta Morth.

— Vamos para lá então, Morth. Não avisem ainda ao menino, vamos vê-la primeiro.

— Sim, Alfa. - seguiram andando e se afastaram dos outros — O que acha que aconteceu com Suellen, Josué.

— Foi ele…

— Ele quem? Um feiticeiro? 

— Não, Morth, o pai do menino. — Contou, Josué.

— Pensei que…

— Não pense, Month, é melhor. Agora você viu que não é bom mexer com eles. 

— Será que ele virá novamente e trará problemas para nós? — Perguntou o beta.

Josué parou e olhou sério para seu beta.

— Porque, Month, tá interessado na fêmea? —  Observando o semblante do beta, Josué percebeu que tocou no ponto certo e voltou a andar, sem esperar a resposta.

Chegaram ao hospital e informaram-se em qual quarto a paciente estava, seguindo imediatamente para lá. Encontraram o médico realizando alguns exames e perguntaram como ela estava. O médico informou que estava verificando os ferimentos sob as ataduras e que estavam bem melhor.

— Creio que já podem levá-la para se recuperar em casa, só não deixem Suellen se aproximar. — O médico informou.

— Essa, nunca mais fará dano algum a ninguém. Está morta — contou Josué.

— Morta? — Perguntaram, Mia e o médico juntos.

— Sim. Então, podemos levá-la, doutor? — o médico consentiu — Ligue para Jane, Month e diga para ela trazer roupas para Mia. — aproximou-se de Mia e falou baixinho: — Em casa conversaremos.

Mia não respondeu, apenas olhou para ele preocupada, pois sabia que algo bom não era.

****

Na Alcateia Lua de Sangue, estavam todos apavorados. Haviam sentido algo estranho passar por toda a região ocupada pela Alcateia, considerada a mais forte de todas. O  Alfa, lutava para se tornar Supremo e ainda não conseguira, porque aquela que lhe daria o poder, fora marcada de forma vil e prematura.

— Inferno! Deve ser aquele bastardo infeliz. Maldita a hora que deixei aquela bruxa maldita cuidar das coisas para mim. Agora estamos aqui, acuados, com medo daquele monstro — dizia o Alfa Tenório para seu beta, Carlos,  o pai de Mia.

— Não temos certeza ainda se foi ele. Pode ter sido um caso isolado. —Tentou contemporizar o beta.

Os telefones começaram a tocar ao mesmo tempo e dois mensageiros foram anunciados.

— Ainda acredita que foi algo isolado? Precisamos agir, não vou deixar aquele diabo me vencer. — Rosnou o Alfa.

O beta Carlos atendeu os telefones, pois o alfa nem se mexeu para atender, só mandou que entrassem os mensageiros. Quando o primeiro entrou, ele só fez um gesto com a mão, mandando que falasse.

— O Alfa da Alcateia Lua de prata  mandou avisar, que a bruxa e o feiticeiro de lá, viraram pó. — A um comando do alfa, se despediu e saiu.

O próximo entrou e foi a mesma coisa, só que na Alcateia Lua Negra.

— As ligações foram de outras três Alcateias, onde ocorreu a mesma coisa.

O celular pessoal do Alfa tocou, era sua única filha, que sua companheira original lhe dera antes de falecer, ou melhor, de ser morta.

— O que foi filha?

— Estou indo para casa. Houve um massacre de bruxos e feiticeiros, aqui no continente Europeu. Mande alguém me pegar no aeroporto daqui a cinco horas. Até logo. — Desligou.

— Garota mal educada, desligou na minha cara! 

— O que ela disse? — Carlos perguntou rindo.

— Que tá vindo embora porque aconteceu a mesma coisa por lá — ele andava devagar pela sala, apertando os lábios com os dedos, refletindo.

— Mando irem buscá-la? — Perguntou o beta, já com o celular na mão.

— Sim — respondeu, ouvindo o beta dar as ordens e desligar o celular — estou pensando em uma coisa…

Foi para seu lugar atrás da mesa e sentou-se, olhando para seu beta.

— Porque Aline não foi afetada também, se ela é uma bruxa? — Sugeriu Carlos.

— É por isso que você é o meu beta! Acho que você também sabe a resposta. — Falou o alfa.

— Ela não fez parte do pacto de sangue, era muito criança ainda.

— Exato e sabe o que isso significa, Carlos? Que você estava errado. Essa mortandade tem tudo a ver com aquele monstro.

— Aline pode ficar por aqui, no lugar da bruxa e tentar nos ajudar. — Sugeriu, Carlos.

— Não sei se aguento aquela bomba relógio no mesmo espaço que eu. — Confessou o alfa.

— Ela é sua filha, tem o seu sangue, claro que você aguenta.

— Você não aguentou a sua!

— Foi diferente. Ela engravidou do capeta. 

— Tá certo. Aliás, você sabe dela e do capetinha?

— Não, nunca mais eu sobe dela, pode nem ter tido o bebê, ou pode não ter resistido e morrido.

— Procure por ela, quem sabe ainda posso usá-la.

Carlos não gostou daquela ordem, mas obedeceu, saiu do escritório pensando em por onde começaria. Se ela teve o filho do diabo, o garoto seria também um diabinho, nem queria pensar nisso, mas não podia fugir. Ligou para o instituto, mesmo sabendo que a maioria lá devia estar morta também.

Natanael havia caído, após a explosão de poder que chegou até ele e acordou com um barulho chato e insistente, era um telefone. Ele atendeu:

— Quem perturba?

— Desculpe-me, é que estou procurando uma antiga aluna, Mia Xavier, por acaso vocês teriam o atual endereço dela? 

— Quem quer saber?

— Aqui é da parte do Alfa Tenório, da Alcateia Lua de Sangue.

Perfeito! Pensou, Natanael. A armadilha perfeita para pegar um rato.

— Ela está na Alcateia Lumiária, com o Alfa Josué. — Desligou sorrindo, planejando sua estratégia.

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