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Capítulo 3

Sua mãe sorri para ela com lágrimas nos olhos e não posso deixar de segurá-la em meus braços e me ajoelhar diante dela, a força da natureza que essa menina é me surpreende cada vez mais.

Sinto meu amor por ela e por MJ crescer e me pego pensando que ela é realmente como a Lua, um lindo satélite que ilumina o mundo e é fonte de inspiração para todos, um diamante brilhante que brilha no céu e faz tudo. sorriso do mundo

Querido

A casa está vazia, somos só eu e a Nata. Meus pais estão fazendo compras, Rebekah e Peter estão com os tios e os pais do menino; Matt, Luca, Davide, Delina e Paige estão bebendo e Justin e Lucy estão visitando Milão.

Nós dois, porém, sendo os bons preguiçosos que somos, decidimos passar um tempo sozinhos para assistir a um filme e nos abraçar. Eles estão jogando

Bad Neighbours na TV e estamos deitados na minha cama, abraçados. Ele sentado com as pernas abertas e eu presa entre as dele e enrolada em seu peito.

Senti muita falta dessa sensação de plenitude e depois da conversa com a mãe da Delina, precisei de alguns mimos. Mamãe me agradeceu tantas vezes pelo que eu disse que perdi a conta e papai disse 'Estou orgulhoso de você, Fex'. Ainda não falei com as duas meninas, mas tenho certeza que terei a oportunidade em breve.

—Você ainda está aí, princesa? —ele pergunta, sussurrando em meu ouvido e me fazendo estremecer. Fecho os olhos e aprecio a sensação de suas mãos acariciando minha pele por baixo da camisa e apoio minha cabeça em seu peito, deixando-me abraçar pelas batidas de seu doce coração.

Nata desliga a televisão e um silêncio calmante paira sobre a sala. Posso sentir a sala se enchendo de desejo e amor, e isso me faz sorrir e suspirar. — Sim... me desculpe, eu estava imerso em meus pensamentos. -

Ele beija meu cabelo e eu esfrego minha cabeça contra ele, sempre mantendo os olhos fechados. Eu me sinto em casa. Este é o meu lugar no mundo, seus braços calorosos. Onde quer que eu esteja, sempre será minha casa. — Sabe, gostei muito do discurso que você fez para a mãe da Delina. -

Viro-me para ele e sorrio. - Que parte? -

— Um pouco de tudo, mas aquele em que você disse que o garoto dos olhos azuis gelados derreteu seu coração foi o meu favorito absoluto. -

Viro minha cabeça completamente em direção a ele e com uma mão acaricio seu doce rosto, depois me inclino para beijá-lo. Nata me abraça com tanta força que por um momento fico sem fôlego. Viro todo o meu corpo em direção a ele, de modo que fico montada em suas pernas, enquanto estamos sentados e suas carícias percorrem meu corpo. Ele apoia a testa na minha e deixa um beijo doce no meu nariz. Ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto e sorri. Uma sombra de pensamentos passa pelos seus olhos e ele suspira.

— Você sabe, antes da morte do meu pai eu era o clássico imbecil e idiota. Você conhece os valentões da escola? Um daqueles caras que sabe que todas as garotas ao seu redor gostam dele e age como um verdadeiro idiota. -

Levanto as sobrancelhas e sorrio para ele, balançando a cabeça. —Você não precisa me contar sobre aquela época. -

— Eu sei, mas quero fazer isso. — Ele me dá outro beijo e continua seu discurso, sem parar de me acariciar e olhar nos meus olhos. — Ainda me lembro dos olhares das crianças nos corredores. Eles estavam tão assustados que, quando meus olhos olharam nos deles, pude ler o medo de ser humilhado na frente de todos. Não sei por que agi dessa maneira, simplesmente agi. Savannah me disse que eu não tinha feito nada de errado, que as crianças tinham que respeitar a hierarquia na escola. Não pensei nisso na hora e não me importei com o quão estúpidas essas palavras eram, então dei de ombros e continuei nesse caminho. Se eu ouvisse uma palavra ruim sobre Matt, Savannah ou Paige, as pessoas acabariam com a cabeça no banheiro e eu não me arrependeria. Com o tempo, também aprendi a ler suas emoções em seus olhos. No início, quando vi o medo deles, senti orgulho de mim mesmo, como se fosse uma subespécie de leão, e o fato de ninguém tocar nas pessoas que amava me tornou o rei perfeito da Savana. Foi assim que vi toda aquela dor em você. Quando nos chocamos naquele corredor, quando olhei nos seus olhos, percebi que nunca tinha visto um olhar mais triste e perdido que o seu. Quando você falou comigo então, você estava tão azedo e de mau humor e então tudo ficou claro para mim, sua máscara nunca teria durado comigo, justamente porque ela sabia ler dentro de você, e você percebeu isso também, em verdade, você fugiu. Você despertou tanta curiosidade em mim, você me atraiu como um ímã, eu não conseguia ficar longe de você, senti como se você fosse o pólo oposto de mim. Você mudou minha vida meu amor, e você nem percebe o quão linda você a tornou. Eu não poderia ficar longe de você, mesmo agora. Quando você falou comigo você olhou para mim, mas ao mesmo tempo não olhou, você se perdeu sabe-se lá onde e muitas vezes esteve ausente. Isso acontece até agora, mas muito menos do que antes. —ele diz me olhando nos olhos.

-Por que está aqui. — Acaricio seu rosto e crio pequenos círculos com o polegar enquanto sorrio.

Ele bufa quando eu interrompo e revira os olhos divertido.

— Você consegue não interromper nem uma vez na vida? Juro que se você me interromper novamente, vou silenciá-lo do meu jeito. -

Eu ri e balancei a cabeça, fazendo sinal para fechar a boca e jogar fora a chave.

— Enfim, eu queria que você confiasse em mim, queria ser perfeito aos seus olhos, e na minha cabeça havia o pensamento de que se eu tivesse cometido um único erro eu teria perdido você e você seria apenas uma foto borrada. na minha memória. Então até parei de beber e de fazer coisas estúpidas só para mostrar que eu era um cara com quem você poderia contar. Na verdade, tirando a famosa vez em que terminamos por minha causa, você nunca me viu bêbado. -

Reflito sobre essas palavras por um minuto e lembranças de nós dois nos pubs de Seattle visitam minha memória. Ele tem razão, nunca o vi bêbado, sempre fui eu quem estava longe de estar sóbrio e tive que ser detido.

— Você está dizendo que ficou assim por minha causa? -

Ele balança a cabeça. —Quando meu pai morreu, eu conheci a dor e foi como se uma porta tivesse se aberto para mim. Fiquei me perguntando se as pessoas que humilhei nos corredores da escola se sentiam assim, com um buraco no peito que ninguém conseguia preencher, nem com toda a força de vontade possível e imaginável. Disse a mim mesmo que não conhecia a história dele e que, talvez, por trás daquele olhar perdido e assustado que via em seus olhos houvesse uma perda oculta, da qual eu não tinha consciência, e me sentia um merda. Foi assim que comecei a mudar, foi necessária a morte do meu pai para me tornar uma pessoa melhor. Agora você sabe que no fundo não somos tão diferentes, simplesmente temos formas diferentes de reagir à dor. Você é mal-humorado e eu sou legal. Mas somos semelhantes, maravilhosamente semelhantes. -

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