Capítulo 6
'Quem não a ama? Você deve saber ficar, porque juro pela minha vida que se eu a ver derramar uma única lágrima por você, irei te encontrar e fazer você se arrepender do dia em que nasceu, você me entende, olhos gelados? ' Ele respondeu convencido e apontando para mim.
Com essa lembrança me viro para Luca e sorrio para ele. — Eu sei e pretendo cumpri-lo. -
E é verdade, eu prometi. Não só para ela, mas também para mim.
Vou salvá-la, vou salvar Fex, vou salvar minha namorada e vou devolvê-la à linda rosa vermelha que Luca conheceu.
Serei o seu renascimento, juro por mim mesmo e por meu pai.
Querido
— Então a filosofia de Freud é esta- — o professor interrompe repentinamente sua explicação sobre Freud e isso me faz levantar os olhos de baixo da mesa e olhar em sua direção. Encontro-o olhando para mim com aqueles óculos de Harry Potter apoiados no nariz, as sobrancelhas levantadas, os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em mim. Minha mochila cobre minhas mãos que estão escondidas atrás dela e me obriga a dar um meio sorriso e piscar como sinal de que não me importo com ele.
—Então me diga, senhorita Smith, o que diabos você está fazendo com esse envelope na mão? — Ele me pergunta irritado por que não sigo a lição. Ele se aproximou da minha mesa e viu o envelope em minhas mãos. Meu olhar examina o relógio colado na parede à minha frente e, quando percebo que faltam apenas alguns minutos para o final da aula, decido que é hora de me divertir.
Faço uma careta de aborrecimento e reviro os olhos, bufando alto. — Droga, ele me pegou. — Admito desconsolado. — Estou cheirando cocaína, você sabe que hoje em dia tenho que me manter ativo. — respondo então, tentando ser o mais sério possível.
-Do que você esta falando? Você quer concorrer à presidência? Me conte agora o que você está fazendo! — Ele balança os braços no ar, ficando com o rosto levemente vermelho, sinal de que está ficando bravo, enquanto o resto da turma ri divertido da cena e Paige cobre a boca com as mãos.
Reviro os olhos novamente e bufo. —O que você acha que estou fazendo? O envelope diz “fumar mata” em letras grandes e você consegue adivinhar o que tem dentro? — Abro o envelope à vista de todos, alguns divertidos, outros revirando os olhos enquanto Paige balança a cabeça exasperada e passa as mãos no rosto, mordendo o lábio para não rir na cara do homem do tomate. — Uau, incrível pra caralho. Um pouco de tabaco! -
- Perder! Modere seu idioma! — Ele me conta, tirando os óculos daquele nariz enorme e engraçado.
—O que eu disse, com licença? — Pisco e sorrio ao ver a professora ficar vermelha de raiva e isso faz com que meus lábios formem um sorriso ainda mais engraçado e estou tentando de todas as maneiras conter o riso mordendo os lábios.
—Você está brincando por acaso? -
- QUEM? Ei? Eu nunca ousaria, isso me ofende, sabe? — Coloco a mão no coração e finjo que estou ofendida. —Sou uma pessoa educada! —exclamei, piscando os cílios e balançando a cabeça.
—Devo expulsá-la? —Ela coloca as mãos na cintura e pisca, me olhando furiosa.
— Não, vamos, espere mais alguns segundos enquanto termino de fechar meu cigarro, depois você pode fazer o que quiser. — continuo, deixando-o ainda mais irritado.
—Senhorita Smith, você está brincando com fogo, vai se queimar. -
— Ah, não se preocupe, não vou me machucar. — Balanço minha mão livre enquanto minhas pulseiras ficam penduradas e isso faz o Professor Tomato olhar dos meus olhos para o meu pulso. Minha tatuagem está claramente visível e o sorriso desaparece do meu rosto enquanto ele lê o que está escrito e olha para mim novamente. Tanto que abaixo o braço e continuo enrolando o cigarro, apenas para responder irritado com a resposta dele. — Sabe, quando eu era pequeno fiz um curso com meu melhor amigo, tenho certificação de comedor de fogo. — Sorrio torto logo depois.
— Fex.. — Paige segura uma risada — Você deveria parar. -
— Ah, vamos Paige — eu a cutuco e olho para ela pelo canto do olho enquanto lambo o papel para fechar o cigarro. "Estou apenas me divertindo um pouco, e então vai soar um pouco", eu rio, balançando a cabeça e olhando para o professor.
—Senhorita, pare agora mesmo, vou mandar você para punir. -
Mas a detenção ainda existe?
No ensino médio, não na faculdade.
Ah, sim, claro.
O Professor Tomato sabe que não sei nada sobre isso.
Igual, eu também acho.
— Mas você sabia que a detenção não existe mais? — digo a ele, cruzando os braços sobre o peito após colocar a pasta no colo. Aponto meu braço para ele e levanto as sobrancelhas. — Enfim, professor, você deveria se olhar no espelho, você está vermelho feito um tomate, mas tem certeza que está bem? — Comecei a rir sem mais me conter e o riso se espalhou pela sala. Ouvimos a campainha tocar e eu olho para cima.
— Agora se você quiser pode me expulsar! — Sorrio olhando para ele, depois me levanto e me viro em direção à turma que está me encarando, enquanto espero meu amigo.
Percebo um garoto de cabelos cacheados encostado no batente da porta olhando para mim e imediatamente desvio o olhar. Coloco o cigarro entre os lábios e tiro o isqueiro, depois saio correndo da sala com Paige logo atrás e caminhamos felizes em direção à saída do campus que leva aos jardins, para que eu possa fumar meu cigarro.
Estamos nos últimos dias antes das provas finais e ainda ontem percebi que vou me trancar em casa e ficar fora do quarto até as provas acabarem. Nata gaguejou que sou muito paranóica e que são só algumas provas, mas pelo jeito que sou, entro em pânico mesmo quando não sei que vestido usar em uma festa, mandei ele para o inferno e dei-lhe o dedo médio, sabendo que sim, fico muito paranóico e que infelizmente vou acabar bebendo cafeína por via intravenosa como em junho passado, durante meus exames finais.