O filho de Thor

Mao-Chang, Lídia e Shiku chegavam no Palácio Gautama. Eles iriam conversar com os Monges Mestres a respeito da Profecia dos Deuses.

Chegando no local, estavam os três monges meditando em total harmonia. A aura deles era calma e acolhedora, como se eles fossem mais que apenas humanos. Era isso que a maioria dos outros monges sentiam quando se dirigiam a eles, inclusive Lídia.

A loira dizia:

- Bom dia, mestres.

Eles acordavam da meditação e em seguida, a monja dizia:

- Desculpem incomodar os senhores, mas eu vim até aqui para lhes informar que consegui cumprir a minha missão. Aqui se encontram o protetor da Terra Monge e o jovem hospedeiro do Poder de Buda.

- Oh! Que bom que retornara, Lídia e ficamos felizes que tenha cumprido com êxito a sua função.- dizia Naki. - Muito prazer, meninos. Sou o Monge da Água, Naki.

- Sou o Monge da Terra, Umbi.

- E eu sou o Monge do Ar, Espi.

- "Tá" parecendo aquele desenho de um garoto que tem uma seta na testa.- dizia Shiku.

- Não chateie.- dizia Mao-Chang.- Mestres, é um prazer conhecê-los. Eu e meu amigo topamos vim de Xangai para poder servi-los.

- Sim. É muita generosidade da parte de vocês.- disse Naki.

- Como se chamam?- indaga Umbi.

- Sou Mao-Chang, mas como devo usar outra identidade aqui na Terra Monge, me chamem de Mega Boy.

- Sou Shiku, "truta" do protetor de vocês.- dizia o hippie.

Os monges não entenderam o que Shiku quis dizer, mas não deram muita importância. 

Esp dizia:

- Bem, Lídia deve ter mencionado a vocês a respeito da Profecia dos Deuses. Dizemos mais. Vocês não estão sozinhos nesta em ter de proteger este lugar que mantém o equilíbrio entre o Mundo dos Vivos e o Mundo dos Mortos. Vocês terão de recrutar mais pessoas para ajudar vocês. As ameaças que estão para vir são demais para vocês. O bem e o mal vivem e convivem entre si há séculos e vocês agora é que estão abrindo os olhos para o mundo.

- Quem são essas pessoas que temos que chamar para nos ajudar?- indaga Mao-Chang, que agora é Mega Boy.

- Terão de recrutar o filho do deus do trovão que acreditem, é de fato um semideus.- disse Naki.

- Depois terão de ir até o Mundo Kugutsu, uma dimensão paralela ao Mundo dos Humanos, onde vivem gênios com alto nível de poder. Lá, terão de recrutar um deles, que é a princesa dos Kugutsu.- disse Umbi.

- E por último, um mutante que vive em nossas matas. Será de excelente ajuda. Ele é um Buta.- disse Esp.- Precisam chamar esses três entre três dias. Será que podemos contar com vocês? Lídia irá ajudá-los.

- Claro. Se Lídia irá nos ajudar, não vemos problema.- disse Mega Boy.

A loira parecia estar sem jeito quando Mega Boy menciona seu nome.

- Muito bem. O filho de Thor está morando em Xangai mesmo. Podem procurar por ele lá.

- "Tá na mão."- disse Shiku.

Os três então preparavam os seus pertences e assim saíam da Terra Monge.

- Vocês monges não cansam?- indaga Mega Boy, que parecia estar cansado.

- Nós, por não termos nenhum meio de transporte, estamos acostumados com longas caminhadas.- disse Lídia.

- Nossa, vocês gostam de caminhar mesmo, "hein"?- dizia Shiku.

- Vocês reclamam agora, mas daqui a uns dias já vão se acostumar. - disse a loira.- Vocês também precisam treinar, após o recrutamento para que assim possam despertar seus poderes ocultos.

- Entendi. - disse Mega Boy.

Enquanto isso, em Xangai, havia um garoto loiro, com o rosto sardento, usando roupas simples, como casaco vermelho, calças jeans e tênis de marca. Ele caminhava pelas ruas da cidade tranquilamente, quando escuta o anúncio de um assalto ao seu lado.

- Por favor, não me mate. Leve o que quiser, mas poupe minha vida.- dizia uma moça, que parecia muito assustada.

- Ora, deixe disso. Você viu meu rosto, agora vou te matar!- dizia o bandido.

— "Covarde. Atacando uma mulher inocente e indefesa."- pensava o garoto.

- Eu faço qualquer coisa, mas por favor, me deixe viver. Eu tenho apenas minha filha como família. Ela é tudo para mim. Não quero deixá-la órfã.

O ladrão puxava o gatilho e parecia pronto para atirar.

— "Maldito. Ignora o que ela disse."- pensava o garoto.

- A mim não me interessa. Me dê o seu dinheiro e em seguida, a sua vida.- dizia o ladrão.

A mulher começava a chorar e implorava para que o ladrão não o matasse. Quando ele ia atirar, algo havia queimado a sua mão, o fazendo se arrepiar e sentir dores em simultâneo.

- Mas o que é isso?- indaga o ladrão e vê o garoto.- Mas quem é você?

- Quer me matar também porque eu vi seu rosto? Se quiser fazer isso, fique à vontade. Porque mais cedo ou mais tarde, meu pai irá me vingar e ele não é um mero humano.

- Vai me dizer que ele é um deus, pirralho?- O ladrão debochava.

- Isso mesmo. Eu sou Zoko.- Ele projeta uma carga elétrica em sua mão.- O filho de Thor!- Ele lança um raio elétrico em uma árvore e esta explode, assustando o ladrão.

- Isso só pode ser coisa do demônio!- O ladrão saía correndo.

A mulher, impressionada, dizia:

- Obrigada por ter me salvado. Não sei como retribuir.

- Apenas volte para a sua filha. É isso o que eu mais desejo de você.- dizia o garoto, que se chamava Zoko.

A mulher agradece mais uma vez e ia correndo até onde estava sua filha, que provavelmente se encontrava em casa, esperando por sua mãe.

Zoko tinha 16 anos. Também concluíra o Ensino Médio, assim como Mega Boy, mas nunca pensou em fazer faculdade. Ele sempre quis ver seu pai, Thor de perto. Zoko era japonês, assim como sua mãe. Durante o relacionamento dela com o deus do trovão, eles decidiram se mudar para a China, após Thor ter saído do mundo dos humanos e ela ter uma alta dívida com a Yakuza.

Não adiantou. A máfia japonesa localizou a mãe de Zoko e a matou, deixando o garoto órfão aos 3 anos. Foi transferido para um orfanato, mas fugiu quando tinha 10 anos. Sofria bulliyng por conta de seus poderes e para não ferir ninguém por medo de surtar, decidiu fugir e com êxito. Mesmo sozinho, Zoko sempre foi cuidado pelo Thor e um dia, em um sonho, via seu pai lhe dizendo que iria voltar em breve à Terra para vê-lo.

- Parece que encontramos você.- dizia Lídia.

- Quem são vocês?- indaga Zoko.

- Sou Lídia. Estes são Mega Boy e Shiku.

- Viemos da Terra Monge para levá-lo conosco.

- Terra Monge? E por que me levariam?

- Porque você foi escolhido para nos proteger. Use seu poder para proteger aqueles que mantêm o equilíbrio entre o Mundo dos Vivos e o Mundo dos Mortos.

- Do que está falando? É alguma espécie de terra sagrada?

- Mais ou menos isso.

- Desculpe, mas não estou interessado. Eu só quero encontrar o meu pai.

Lídia estava confusa e dizia:

- Você esteve procurando todo esse tempo pelo seu pai?

- Não. Estou apenas esperando que ele volte para a Terra.

- Lamento dizer isso, mas ele não vai voltar.

- Do que está falando?

- Os deuses são muito ocupados e a política deles em relação aos humanos é muito rígida.

- Isso é bobagem! Eu acredito que ele vai voltar!

Mega Boy respirava fundo e depois dizia:

- Você é... Japonês?

- Sim.

- Zoko, por que não vem conosco?

- Porque estou esperando pelo meu pai, já disse.

- Ele não voltará. 

- O que querem de mim?

- Que venha conosco, mas eu sinto que você sofre porque nunca viu seu pai, é isso?

Zoko parecia querer chorar. Teve de concordar com o que Lídia disse porque era exatamente isso que ele sentia. Sofrimento.

- Vamos fazer o seguinte. Se você vir conosco, poderá ver seu pai.

- Mesmo?- indaga Zoko, meio sem animação.

- Sim. Nós sempre estamos em contato com os deuses. Por que não iríamos falar com Thor?

Zoko sorri e fala:

- Tudo bem, irei me aliar a vocês.

E assim, eles conseguem recrutar Zoko, o filho de Thor, o deus do trovão. Faltam mais duas pessoas. Será que eles conseguirão recrutá-las?