A vida de Mao-Chang
Enquanto isso, na cidade de Xangai, havia um garoto chamado Mao-Chang. Ele tinha 15 anos e estaria fazendo faculdade de Engenharia Mecânica. Era apaixonado por máquinas, computadores e tudo mais, tanto que já chegou a construir engenhocas, que lhe deram um bom benefício.
Mao-Chang teve sua mãe morta, após seu parto e seu pai faleceu de câncer, após cinco anos. Hoje, ele vive com o amigo da família e trabalha em seu restaurante. Este sempre tratou Mao-Chang e cuidou dele como se fosse seu filho. Deu conselhos, educou como queriam que ele fosse educado e o apoiou em suas decisões, da mesma forma como um pai ou uma mãe faria. Assim que concluiu o Ensino Médio, Mao-Chang teve a liberdade de trabalhar em seu restaurante. Ele atua como garçom.
- "E aí", Mao.- aparecia um homem que aparentava ser um hippie.
- Shiku! Que está fazendo aqui?- indaga o garoto.
- O que se faz em um restaurante, "irmão"? Eu vim comer, é claro.
- Entendi. - Mao-Chang parecia desconfiado.- Você tem dinheiro pelo menos? Porque não aceitamos mais fiado.
- Sério isso? "Pô" agora vou sentir fome mesmo.
Mao-Chang suspirava e dizia:
- Por que você não começa a trabalhar? Ter sua própria casa.
- "Tô ligado" nessa "parada". Mas eu não acho. Os "patrão" não querem alguém como eu, "tá ligado"? Seria "manero" da tua parte de me "quebrar esse galho" e conseguir um "trampo", "morô"?
- Sim, vou te ajudar. Acredito que temos vaga para garçom, mas verei com o meu chefe.
- Ah! "Pode crê", Mao. "Tô" te devendo essa.
Mao-Chang ria. Às vezes achava engraçado o estilo de falar de Shiku. Eles se conheceram quando o garoto estava voltando para casa. Ele morava com o amigo da família, cujo nome era Lú Xian. De repente, dois assaltantes cercam o garoto e pediam por dinheiro e celular. Mao-Chang não queria dar. Não suportava a ideia de ser assaltado um dia e iria revidar, caso acontecesse. Chega o momento, entretanto, o garoto quase morreu na mão dos assaltantes. Por sorte, aparece Shiku e consegue enfrentá-los e espantá-los com um pedaço de pau. A partir dali, eles começaram um laço de amizade.
Shiku tem 18 anos, três anos mais velho do que Mao-Chang. O paradeiro de seus pais é desconhecido, já que ele nunca chegou a mencioná-los.
Anoitecia.
Lídia estava caminhando pelas ruas de Xangai e aparentava estar exausta. Caminhou e pousou em restaurantes sem nenhuma sorte de ter encontrado aquele que seria a salvação dos monges. Muitas pessoas olhavam para ela e a estranhavam, já que ela era estrangeira.
Depois de muito caminhar, Lídia decide se sentar em um banco de uma praça e dizia:
- Estou exausta. Caminhei a manhã, a tarde e agora a noite toda e parece que não encontrei aquele garoto. Onde será que ele pode estar? Segundo os monges, eu teria se sentir pela aura dele para saber quem é que eu procuro, mas eu não consigo sentir nada na aura dos outros. Será que os monges se enganaram?
Nesse momento, vários pensamentos invadem a sua cabeça e ao que tudo indica, Lídia parecia estar mais confusa. Ela então acaba comendo o que tinha em sua mochila e em seguida dormia no banco mesmo.
Enquanto isso, na casa de Mao-Chang, o garoto falava com Lú Xian.
- Olha só, Lú. Queria lhe perguntar uma coisa.
- O que seria, Mao?
Eles estavam jantando e o garoto dizia:
- Você está procurando por um garçom, não é?
- Sim.
- Eu queria saber se não poderia contratar o meu amigo Shiku.
Lú parecia surpreso com o que escuta e fala:
- Bem, Mao, o Shiku, o único problema dele e é esse motivo que faz com que ele não obtenha um emprego é que ele é muito informal. Desse jeito, ninguém vai querer contratá-lo.
- Entendo.
- Que bom que entende. Adoraria tê-lo trabalhando comigo, mas, em simultâneo, me sinto inseguro quanto à sua atitude.
Mao-Chang confirmava que sim com a cabeça, mostrando concordar com o que Lú Xian dizia e ficava pensando no assunto que tivera há pouco com ele.
Amanhecia.
Mao-Chang estava limpando o balcão, quando alguém entra. Era seu amigo, Shiku.
- "E aí", "bro".
- Oi, Shiku.
- Então. Teu "patrão" gostou da ideia?
- Pois é, Shiku. Ele disse que adoraria te contratar como garçom, mas o problema é que você é muito informal e isso não lhe agrada.
- Informal? Como assim? Não entendi o "lance".
- Você fala muita gíria, não se porta muito bem. Isso deixa qualquer empregador inseguro quanto à sua postura.
- Aaaah, "tô ligado". Tudo porque não sou "coxinha".
- Coxinha?
Shiku ria.
- Quer dizer que não sou certinho, "tá ligado"?
Às vezes Mao-Chang não entendia o que seu amigo queria dizer, mas depois voltou aos seus afazeres.
O hippie dizia:
- Vou dar uma saída.
De repente, alguém entrava e Shiku paralisava.
- O que foi?- indaga Mao-Chang.
O hippie ia até o seu amigo e dizia:
- Tem uma "gringa" aqui. É bem raro eles aparecerem aqui no "teu trampo".
Mao-Chang mirava para a estrangeira e via que ela usava roupas orientais chinesas. Era loira, tinha a pele muito branca, suas roupas eram rosas e portava uma espada com cores de fogo.
- Mas o que ela é?- indaga Mao-Chang.- Será que ela é cosplayer?
- Não sei. "Sei lá" que "lance" é esse.- dizia Shiku.
A garota estava lendo o cardápio e Mao-Chang ia até ela.
- Com licença, bom dia. Já fez o seu pedido?
- Você é... - a garota parecia sentir algo por ele.
- Sim?
- Qual seu nome?
- Mao-Chang.
- Sim, é você mesmo. Era você quem eu queria.
- O quê?- Mao-Chang estava confuso.
- O que ela falou?- Shiku também estava surpresa.
- Me chamo Lídia e vim da Terra Monge para lhe procurar e poder levá-lo comigo.
Mao-Chang e Shiku não estavam entendendo nada do que aquela que seria Lídia estaria dizendo. Como será o desenrolar dessa história?