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Capítulo 5

Após três dias, a festa de noivado chegou. Eles não perderam tempo. Entre o evento que teve em casa e hoje, eu e meu pai não trocamos uma sequer palavra, eu agradecia por isso. Ter que encara-lo já era o bastante. Aceitei a proposta, não a decisão dele.

Andava pelo corredor da minha casa, estava indo para o quintal onde iria acontecer a festa de noivado. Não sei como conseguiram organizar isso tão rápido.

E pelos comentários, estava linda.

O encontrei parado no corredor. Segurava com as duas mãos na continuação do corrimão, que contornava todo o andar de cima. Parei meus passos rapidamente vendo-o respirar fundo. Sua testa estava franzida e não parecia satisfeito. Seus ombros estavam tensos, virou-se pra mim e olhou nos fundos dos meus olhos. Não vi felicidade em seu olhar apenas um eu também não quero.

O ignorei, continuando o meu caminho.

Ou pensei que iria fazer meu caminho.

— Onde pensa que vai? — Segurou no meu braço, me puxando pra ele devagar.

Tão perto.

Sua voz era rouca, seu hálito fresco e dentes incrivelmente brancos. O calor das suas mãos era como se elas vivessem nos bolsos. Começava a entender, porque as mulheres caiam aos seus pés.

— Podemos fazer um acordo. Está escrito na sua testa que você não quer se casar comigo. E se isso, não estiver escrito na minha eu falo: Não quero me casar com você. Então porque querer bancar o marido atencioso, sendo que não queremos isso. Só nós dois dizermos a eles que não queremos.

— Acordo? Parker, esse é o acordo. Não existe outro você querendo ou não. Confesso casar com você não estava nos meus planos, mas desapontar meu pai também não está. — Sorriu sem mostrar os dentes. Um sorriso completamente falso e sarcástico.

— Você é um fraco. — Retruquei.

— E você está atrasada! — Sorriu cínico.

Levantou o braço esperando o meu entrelaça-lo. Não adiantaria nos matarmos na escada.

Mesmo que eu quisesse.

Muito

Continuaríamos sendo noivos contra a vontade. Entrelacei meu braço no dele, sentindo o tecido do seu paletó e seu perfume mais perto.

Parecia que seu corpo inteiro era quente. Um calor aconchegante.

Descemos as escadas e fomos em direção ao quintal.

Era uma festa perfeita de noivado, se os noivos realmente se amassem. As pessoas pareciam contentes e ansiosas. A decoração estava impecável. Cadeiras e mesas de madeiras brancas estavam sendo ocupadas pelos convidados que assim que notaram nossa presença se levantaram. Fomos aplaudidos enquanto passávamos no meio de uma improvisada entrada, assim como em igrejas. Contornada por vasos altos de rosas brancas. Sorrimos e fomos em direção ao nosso lugar.

Não conhecia ninguém. Eram apenas os amigos do meu pai, que as vezes os encontravam pelos corredores de casa.

Estávamos de frente para todos. Ao meu lado, meus pais e ao lado dele Paul e Ítalo. O mais novo tinha um semblante triste e entediado. Sua beleza era fora do comum, olhos verdes e uma pele lisa e branca. Olhamo-nos por alguns segundos e ele sorriu amigável, retribui. Vejo Hector se levantar, com a taça na mão batendo levemente com o garfo.

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