PRÓLOGO
"Any, tia de Maquini sempre foi uma mulher livre para fazer o que bem quisesse, mas tudo pirou quando ela assumiu a responsabilidade pela guarda da sobrinha.
Aos 17 anos Maquini conheceu seu primeiro namorado, Martin, que na época tinha já tinha 20 anos. Se entregou a ele de corpo e alma e acabou entrando no mesmo caminho que o dele. Começou bebendo e depois desandou de vez quando começou a fazer o uso de entorpecentes. Aos 18 anos foi internada em uma clínica de reabilitação por já ter se entregue à cocaína. Maquini perdeu a noção da vida aos 17. foi quando tudo Martin a deixou para trás para casar com a filha de uma amiga de seus pais, tudo por dinheiro."
Maquini
— Maquini, eu vou precisar sair mas volto antes das onze, tudo bem? — A voz manda, a maquiagem pesada e um olhar soberbo, ela jamais me enganou.
— Tudo bem. A senhora nunca volta mesmo, não vejo necessidade em me falar nada. — Não quis soar ríspida, mas não havia outro jeito de ser.
— Mas hoje eu voltarei, quero jantar com você. Faz tempo que não temos um momento em família. — É, ela é uma tremenda ridícula.
— Como se a senhora se importasse com isso. Eu também vou sair um pouco, chegarei antes das dez e faço o nosso jantar, sei que não vaa chegar antes disso mesmo. — Não havia mentira em minha palavras, conheci bem a peça com quem eu moro.
Eram dez da manhã e eu não durmo já faz alguns dias. Minha tia saiu mais uma vez sozinha, sem amigos, sem namorado, sem ninguém...
Às oito eu já estava em casa, preparei uma torta de maçã, coloquei no forno e fui tomar um banho sem coragem e ânimo algum. Meu corpo está todo anestesiado pelo tanto que eu usei hoje. Saí do banho e coloquei um vestido florado, soltei os cabelos e fiquei esperando por Any.
— Boa noite sobrinha, achei que não estivesse falando sério quando disse que voltaria. O cheiro está maravilhoso, mal posso esperar pra provar. Ah, você está linda com essa roupa, te dar uma aparência bem melhor assim. — Agradeci e ela saiu cambaleando até seu quarto, visivelmente bêbada e dissimulada.
Sempre foi desse jeito. O cheiro forte de cerveja me dá ânsia de vômito. Meia hora se passou e nada da Any vir para a mesa, fui até o seu quarto e ela dormia em um sono pesado, sair batendo a porta e fui pra fora de casa, olhar um pouco para as pessoas felizes que, riem como se a vida fosse tão boa leve e boa. Enquanto eu tragava o cigarro que havia acabado de acender, a chuva começou a cair e as fitas escorre. Senti meu nariz escorrendo, passei a mão e como eu havia pensado, era sangue. Entrei, tomei um analgésico e dormir profundamente.
Acordei sendo amarrada em uma camisa de força, minha tia só me olhava com desprezo e não havia nenhuma expressão de compaixão em seu rosto
— O que estão fazendo comigo? — Gritei sem entender o que estava acontecendo.
— Me desculpe Maquini, eu não tive escolhas. Prometi aos seus pais que cuidaria de você, mas eu fracassei e não suportaria te ver morrer de overdose qualquer momento. Me desculpa por tudo que eu não pude te dar durante esses dez anos.
— Dez anos... Dez anos foi muito tempo pra senhora me perguntar como eu estava, mas acontece que você nunca se importou comigo, me manteve em sua casa porque eu herdei uma boa grana e não pense que isso vai ficar assim. Um dia eu estarei nas ruas novamente e nós duas conversamos melhor, pessoalmente e quem sabe com mais juízo. — Não imagino qual seja o meu destino, mas suponho que será bem longe dessa casa.
— Podem levá-la! — Ordenou em alto tom, deixando seu ódio transparecer em meio a um sorriso cínico.
No grande portão de entrada havia dois policiais e uma ambulância pronta pra me levar. Um deles aparentava ser novo, mas o mesmo só não me matou ali mesmo porque ainda não tinha esse poder, estava estampado o ódio em sua face o ódio por mim.
— Até quando irei ter que lidar com esse tipo de situação? — Perguntou o cara mais jovem, enquanto anotava meus dados em uma prancheta.
Permaneci calada até o momento em que me doparam. Adormeci sem perceber e quando acordei já estava em um quarto todo branco, segundo eles o branco transmite a paz, mas paz estava longe de ser presente em minha vida.
Santiago
Minha profissão exigia um certo esforço e hoje foi um longo dia após ter que lidar com uma deliquente, o agente que deveria estar fazendo o serviço, infelizmente não pôde vir e eu tive que cobrir seu lugar hoje. Aí mensio, tudo foi calma e tranquilo, a garota também não parecia nenhuma louca.
Preparei um jantar à luz de velas ao chegar em casa, estava pronto para pedir a Maya em casamento. Mas, ao entrar no nosso quarto, me deparo com uma cena deplorável que eu já tive a infelicidade de ver. Maya cavalgava em cima do Juliano, meu amigo de trabalho, o que não estava se sentindo bem. Sem pensar duas vezes, puxei a arma e disparei contra os dois, vendo ambos os corpos caírem juntos da cama.
— Eu ouvi o barulho de longe, o que aconteceu, Sant? — Danira me pergunta nervosa e espantada, me olhando sem acreditar.
— Não vem atrás de mim. Amanhã eu te ligo, preciso sair um pouco, você faça o mesmo que eu. Preciso limpar essa bagunça que ficou no meu quarto. — Danira me olhava séria e desconfiada, com a mão na boca e sem reação. — Quando voltar, arruma suas coisas, vamos partir em breve…
No dia seguinte assumi o crime, paguei a fiança e saí. Peguei a Danira e a levei comigo para bem longe de onde eu pudesse fazer mais alguma merda. Ter dinheiro proporciona algumas coisas aí seu favor e isso não era problema para mim. Chegamos a nossa nova casa e Danira gostou, pelo menos isso…
— San, o que houve lá dentro? Você estava tão feliz, iria até pedir a lambisgóia em casamento.
— Ela era uma vadia Danira, só quis me fazer de idiota, para que no final ela fosse transar com meu colega de trabalho. Aquele dia eu havia feito um jantar pra nós dois, você sabe que eu nunca fui romântico, mas por ela, eu tentava, mas quando cheguei em casa vi ela trepando com outro, não pensei duas vezes e acabei perdendo a cabeça ali mesmo. Agora vamos comer que o dia foi longo.
— Tudo bem. Vamos sair depois? Tem um pessoal Mexicano ali na frente que nos chamaram pra se juntar a eles, parecem bem animados, mas sem você eu não vou!
— Cala a boca e come, você fala demais. — A única coisa que eu naok tava querendo era me meter em uma festa agora.
Depois do jantar eu resolvi fazer o que Danira me pediu, mas não demorei muito com os cucarachas porque são chatos pra um caralho. Deixei ela lá e fui pra casa. Através da janela eu observa a felicidade da minha irmã. Segurando a barra da blusa e rodando, dançando alegremente e feliz. Coloquei em um canal de esporte, abrir um cerveja e estava decidido dormir ali mesmo.