Capítulo 2 — Acasos
Maquini
Todos que moram aqui são muito simpáticos, porém eu ainda não estou muito acostumada com tudo isso e, por isso, optei por tomar café na mesma cafeteria que eu vi ontem. Mas, antes eu conversei com o Fábio, esposo da Louis.
— Então quer dizer que veio parar aqui em busca de um emprego melhor, é isso? — Não deixava de ser verdade!
— Isso mesmo! Se o senhor puder me indicar em algum, ficarei muito grata. Sabe como é… aqui em Lyon, nunca foi muito fácil arranjar emprego. — Ele levantou os olhos e me fitou parecendo confuso com o que eu estava falando.
— Lyon? Minha jovem, você está agora em Estrasburgo. Por quanto você dormiu, tem certeza que está bem? — Suas mãos seguraram meus ombros e me chacoalharam.
— Ôh é claro, me desculpe é que eu sempre me confundo, desde pequena tenho o sonho de morar em Lyon. — É, eu preciso tomar meus remédios antes que eu enlouqueça mesmo, pelo menos eles me deixa livre de crises existências. — Vim para cá apenas com o dinheiro do aluguel, Sr. Flávio, e se o senhor ou a dona Louis puder me indicar algo eu ficarei muito grata.
— Você tem preferência?
— De modo algum, qualquer coisa que vier eu estou aceitando, lembre-se disso. — Ele parecia estar pensando em algo, será que ele vai me ajudar mesmo ou só está fazendo toda essa mudança de expressão pra que eu fique esperançosa?
— Com certeza lembrarei! A noite podemos conversar melhor sobre isso, eu tenho um trabalho pra você, não é muita coisa no começo, mas com o passar do tempo você vai pegando o jeito e quem sabe poderá ganhar muitos Euros.
— O senhor está falando sério? — Peguei-o em um abraço surpresa, mas depois me desculpe por tal ato.
— Então até mais tarde, Maquini. Louis irá te chamar quando eu chegar, ok?
— Certo, Sr. Flávio, muito obrigado por estar me ajudando.
Ele é um homem na faixa dos seus 49 anos mas não é feio, nem descuidado. Jamais olharia pra ele com outros olhos não ser agradecida por ele está me ajudando, nunca fui muito chegado em homem muito velho, afinal, por que eu estou pensando em homem a essa hora do dia?
Peguei meu sobretudo e saí. Pedi um café e algumas rosquinhas, sentei em uma mesa e fiquei folheando jornais enquanto me alimentava e torcia para que a noite chegasse logo.
Santiago
Acordei com beijos no meu tórax, ela ainda estava na minha cama como sempre ficava depois de uma boa noite de sexo.
— Bom dia, Sant, eu acabei de colocar o café na mes... — O olhar de Danira encontrou com o Karine que rapidamente se levantou e mandou beijos pra ela, isso fez ela sair e fechar a porta irada. — Não quero que vá atrás de mim hoje, Santiago. Eu estarei bem e voltarei antes da meia noite. — Ela gritou do outro lado da porta.
Levantei da cama e corri até a porta, gritando por Danira, que é capaz de fazer qualquer loucura com si própria.
— Espera aí Dan, onde você vai? — Gritei seu nome, mas ela parecia ignorar.
— Pra algum lugar onde eu não tenha que suportar isso. Nunca trago ninguém pra cá Sant, além disso você sabe o quanto eu odeio essa mulher. Deveria ter um pouco mais de respeito pela sua irmã. Se quiser transar, ao menos me avise, assim eu passo a noite bem longe dessa casa.
— Essa foi a última vez Danira, eu preciso relaxar mas não vai mais acontecer. Agora pode me dizer onde está indo?
— Vou na cafeteria, não dá pra engolir nada vendo aquela mulher perto de mim. Não sei porque ainda fica com ela, nojenta, vagabunda…
— Danira... Eu não vou mais trazer ela pra cá tá legal, desculpa por isso. Eu vou dar um pulo lá também, me espera tomar um banho e a Karine vai embora. — Karine me olhou e sorriu apenas, ela sabia que Danira não a suportava.
Ela deu um sorriso maligno por conseguir o que queria e me deu um abraço. Karine ainda estava deitada e quando puxei o lençol ela estava nua e se masturbando.
— Qual é, Karine? Agora não porra. Se veste que eu tenho que trabalhar, preciso me entender com Danira, ela é minha irmã. Depois a gente resolve isso, o fogo da sua buceta é eterno, então não tem problema se você esperar até á noite.
— O problema é que eu não quero esperar, Santiago. Além disso ela pode esperar, hoje a tarde eu irei viajar por um tempo e não sei quando voltarei. — Ela dá um longo suspiro e sem perder tempo puxei ela pelo braço a levando comigo até o banheiro.
Encostei ela no box e liguei o chuveiro, não quero que a Danira ouça nada que possa sair daqui. Levantei uma das pernas dela fazendo com que ela ficasse toda dominada por mim, enfiei meu pau dentro dela sem nenhuma palavra dita. Meu copo ferve por essa mulher, eu não amo ela, eu amo o sexo que ela me proporciona.
Com meu pau todo dentro da buceta dela eu cheguei a gozar rápido, ela geme gostoso demais e como ainda é de manhã eu sempre gozo rápido.
— Não demora muito aqui dentro, tenho compromissos sérios. — Ouvir o grito de raiva dela por não ter gozado também, foda-se.
Danira não estava com uma cara nada amigável quando saiu, sabe quando você tá com cara de quem vai fazer merda? Então!
Ao descer as escadas percebi que Danira ainda estava ali, sentada na cadeira giratória fumando um cigarro.
— Estou pronta, podemos ir agora. — Karine desceu as escadas com um vestido longo de alças finas e um salto branco.
— Com você não vamos a lugar algum. Meu irmão também tem uma vida social com a sua irmã, por isso, peço com educação que saia daqui antes que eu enjoei mais ainda dessa sua cara de vadia imunda. — Danira nunca foi uma flor de delicada, sempre gostei desse jeito dela.
— Calma Dan... Que mal te fiz eu? Sempre tento ser sua amiga, mas você faz questão de ser deselegante o tempo todo. — Eu rir porque as duas pareciam mais duas adolescentes que duas mulheres adultas.
— Já deu. Karine vai pra casa e você vai pegar o meu casaco pra gente ir logo. — Danira subiu e eu segurei o maxilar da minha puta com força, fazendo ela me olhar por alguns segundo e depois depositar um beijo em minha boca. — Não aparece aqui do nada, quando eu precisar eu te ligo. Essa foi a última vez que transamos na minha cama.
— Tudo bem, se é assim que deseja, assim será. Só não vou poder fazer muita coisa por você a partir de hoje. Eu ficarei noiva amanhã a noite, essa foi nossa última foda Santiago. Até mais... — Ela saiu como se nada tivesse acontecido, por um momento me senti usado, mas foi um uso bom.
Enquanto estávamos caminhando até a cafeteria meu celular vibrou, vi o nome do Flávio na tela e já sabia que notícias estavam por vir.
Ligação Ativa
— Boas ou ruins? — Pergunto me referindo ao que ele tem a dizer.
— Ótimas, Santiago. Finalmente encontrei a pessoa certa para fazer a passagem dessas malas até o local de embarque.
— Posso saber quem é a pessoa?
— Ah, não é ninguém interessante, estava em busca de emprego e eu apenas ajudei, mas tarde farei a proposta e tenho certeza que irá aceitar.
— Reze por isso, Flávio. Não temos mais tempo pra atrasos e quando mais nós demoramos mais dinheiro é perdido. Tenta conversar com essa tal pessoa ainda hoje e se der pra ir hoje melhor ainda.
— Eu vou tentar... Onze horas eu já estou em casa e vou ver se ela vai está lá também.
— É uma mulher?
— Sim, é uma mulher. Mas te garanto que vou passar tudo certinho, vai dar certo.
— Assim eu espero. Só me ligue quando tiver notícias boas.
Ligação Inativa
— Quem era? A vagabunda nem deu tempo?
— Não interessa, Danira!
Chegamos e eu sentei esperando ela voltar com chá e rosquinha. Levantei meu olhar e vi a mulher que eu quase matei ontem, sentada bebendo um café e folheando um jornal. Ela não parece muito acordada pra vida e por um segundo nossos olhares se encontraram, mas ela não parece me reconhecer e logo volta a atenção para o jornal.
— Aqui está seu chá e meu café. Podemos conversar agora, Santiago?
Maquini
O olhar daquele homem estava me deixando um tanto incomodada, levantei e fui pagar a conta, mas fui pega de surpresa quando ouvi a voz grave e rouca atrás de mim.
— Bom ver que ainda está viva. — Ah é claro, ele quase me atropelou ontem a noite.
— É, como pode ver, não me quebro fácil. — Por algum motivo meus olhos percorreram todo o corpo dele até encontrar as tatuagens.
— Procurando alguma coisa?
— Não mesmo. Mais uma vez obrigado o por não me matar. — Ela tinha uma voz doce e meia rouca.
— Achei que iria dizer algo mais convencional... — Que cara folgado, a gente dá a mão ele quer o braço inteiro.
— Tipo o quê? Não me leve a mal, mas eu não estou muito afim de conversar, então se pudesse me fazer o favor de me deixar sozinha eu iria agradecer muito. — Enrolei o jornal e fui saindo, mas senti meu braço ser segurado por uma mão grande e muito pesada.
— Santiago. Não esqueça desse nome, tenho certeza que ainda vamos nos ver muito, mora aqui perto? — Puxei meu braço e fui embora sem olhar pra trás, alguma coisa dentro de mim tava dizendo que havia alguma coisa estranha com esse homem. Desejei nunca mais encontrar com ele.
No caminho para o meu quarto eu vi alguns lugares interessantes de serem visitados, mas no momento eu não posso arriscar, ainda estou com pouco dinheiro na mão. Andei o caminho inteiro torcendo para que o seu Flávio me dê uma notícia boa. Cheguei e me joguei na cama, eu estava cansada sem fazer nada. Me peguei pensando na Kate e disse que jamais esqueceria dela, amanhã tenho que cumprir minha promessa e vou escrever pra ela. Minha tia sumiu mesmo, mas se ela pensa que vai escapar de mim está muito enganada, eu vou caçar ela até no inferno se for possível.
Liguei a TV enquanto não dava meio dia eu fiquei assistindo e preocupando alguma coisa em que eu pudesse escrever, assim eu me mantinha sempre calma. Tomei dois comprimidos e achei um caderno perdido, com alguns desenhos bem tortos, tenho certeza que isso aqui é arte de criança.
Danira
Samuel estava do outro lado da rua então decidi ir lá falar com ele antes que ele viesse até mim e o Sant começasse a interrogar ele. Não conversamos nada demais e quando olhei para o lado vi meu irmão conversando com uma mulher, que por incrível que pareça não era a Karine e isso me deixou feliz, corri pra atravessar a rua rápido mas quando cheguei ela já havia ido embora.
— Quem era ela?
— Ninguém. Com quem estava conversando do outro lado? Aquele é o seu namorado? Por que não o trouxe aqui pra que eu o conhecesse?
— Ah, Sant sem essa a essa hora do dia. Somos só amigos, mas ele é um cara legal e eu posso te garantir.
— Vou acreditar em você. Mas se eu descobrir que foi ele quem fez isso no seu rosto eu juro que vou arrebentar cada parte do corpo daquele cara. Não te criei pra tá apanhando de ninguém na rua, Danira. Na próxima que chegar assim eu casa quem vai te bater sou eu, só assim você aprende a ser gente!
Como sempre meu irmão sendo tão protetor. Tomamos nosso "café da manhã" e ele voltou pra casa, de certo,hoje ele irá passar o dia em casa porque não saiu até essa hora. Quem será aquela mulher e o que será que os dois estavam conversando? Percebi que ele ficou tenso quando eu cheguei, será que ele levou um fora dela? Ai ai... Esses meus pensamentos qualquer hora dessas ainda vão me deixar louca, antes que tudo acabe em ruínas eu vou pra faculdade, já faltei quase o mês inteiro mas lá tenho a Tina que sempre escuta o que eu tenho pra falar, e hoje eu estou cheia de assuntos do interesse dela.