Cap. 8
Thomás Caputo
Connessione incorporata | 08:00
· • • • • • • · ·
Enumerei todas as minhas prioridades como me sugeriu e foquei em tentar recuperar o contrato do meu drive.
Cibele não me pediu ajuda em nenhum momento demonstrando ter muita confiança e isso me deixou desconfiado. Acredito que esteja fingindo estar trabalhando, visto que é impossível alguém no primeiro dia de trabalho conseguir dominar tão bem suas funções em um território totalmente novo.
— Bom dia! — suspendi o olhar e vi Thiago parado na minha porta.
O que me incomodou um pouco, porque seu olhar caiu sobre Cibele e não foi de um jeito comum, conheço muito bem o meu irmão e esse sorrisinho ridículo me diz muita coisa
— Posso ajudar em alguma coisa? — ela se levantou e foi atendê-lo na porta, acabei tendo a mesma atitude e me juntei a eles — o Sr. Caputo está resolvendo algumas pendências que exigem muito do seu tempo, se eu puder te ajudar fique à vontade e diga o motivo da sua visita.
— Desejo um café, tome aqui — o desgraçado puxa do bolso uma nota de 50 euros e a entrega —, por favor, um expresso sem açúcar. Se você não conhece o meu lugar favorito, é só sair do prédio pela entrada principal e caminhar um pouquinho à sua esquerda.
Essa atitude me deixou tão puto que ele percebeu e deu um passo para trás.
— Mande a sua assistente fazer isso! Cibele, por favor, volte ao trabalho. — sem jeito, me entregou o dinheiro e nos deu privacidade — O que você quer?
— Vim saber como andam as coisas. Você lembra que tem uma reunião com Gregório às duas da tarde, né? — olhei para ele sem entender a informação, já que na minha agenda está marcado para 1h da tarde e não as 2h como me informou — O quê?
— É por isso que não quero trabalhar diretamente com as incompetentes que você me arruma. — lhe dei as costas e me aproximei sem ser notasse. Próximo o suficiente contatei está organizando minha agenda — Cibele, por favor, preciso de um esclarecimento sobre nossa reunião com o americano, porque tenho informações de horários incompatíveis.
— Como deseja que seja feito?
— Na agenda, diz ser 1h da tarde e meu irmão acabou de confirmar que será às 2h, por favor, veja se consegue entrar em contato com o Gregório para mim.
— Por ligação ou via correio eletrônico? — pedi que ligasse e bem diante dos meus olhos entrou em contato.
Fiquei abismado com a pronúncia perfeita que chega a ser melhor que a minha e não é só isso, ela fala com confiança e não tem dúvidas no que diz. — Isso é maravilhoso.
— É confirmado às 2h, deseja fazer alguma alteração?
— Tente mudar para uma, porque teremos uma reunião às 3h. — por saber que fará tudo certinho, voltei em direção a porta com o intuito de expulsá-lo — Thiago, você não tem mais o que fazer não? Vai trabalhar!
Sem um pingo de cerimônia, fechei a porta em sua cara e voltei a me sentar diante do computador.
— Ok, muito obrigado e até breve. — acabou de finalizar a ligação e logo uma atualização da agenda apareceu na tela do meu computador em uma pequena janela que contém algumas observações sobre a reunião.
Não sei como conseguiu fazer isso e obviamente que não questionarei, visto que não serei taxado de desatualizado com relação a essas novas modernidades.
— Ótimo, agora tente reservar uma mesa para nós no meu restaurante favorito, por favor — mal acabei de pedir e já entrou a nova atualização da minha agenda —, como? — foi mais forte que eu e tive que perguntar.
— Falou comigo?
— Sim? Quero saber como você conseguiu resolver isso com tanta rapidez?
— Quando sugeriu um novo horário fiz o convite para almoçar contigo e deste modo criará um elo mais íntimo com futuros sócios. Ele aceitou e só fiz procurar por um restaurante aqui na sua agenda, o único nome mencionado foi o Vino e Carene, graças ao horário, consegui uma mesa no andar superior.
Alisei meu rosto para esconder minha euforia, não quero que fique se achando por me deixar surpreso com tamanha agilidade.
— Me desculpa se passei dos limites, o Sr. Gregório é muito maleável e se desejar fazer qualquer alteração disse que é só ligar. — neguei com a cabeça — sinto muito, eu estou passando dos limites? Eu… é… me perdoa.
— Se acalme! — meu silêncio a deixou nervosa e me coloquei de pé para pegar um pouco d'água para ela — Não gosto de fazer elogios aos meus funcionários, Cibele, isso pode prejudicar o nosso trabalho, mas fique calma que se fizer qualquer coisa errada serei o primeiro a mencionar.
Esclareci lhe entregando a água e fiquei péssimo por ter os olhos lacrimejando. Fui tomado pela empatia, apoiei minha mão em seu ombro de modo a lhe dar um afago, e ganhei um sorriso de agradecimento. — Bom, foi o que acreditei.
— Fique calma, nossa dinâmica está ótima. — me afastei e voltei a me sentar — Aquela porta ali é um banheiro, pode usá-lo.
— Não precisa, obrigada. — secando as lágrimas, evita me olhar nos olhos.
— Me perdoa, não sabia que meu silêncio passaria uma mensagem errada.
— Tudo bem, é que estou no limite.
Sabendo que terei que digitar um novo contrato, abaixei a tela do meu notebook disposto a saber quem é Cibele. Foquei em seu rosto ruborizado considerando conhecê-la melhor.
— Podemos conversar um pouco? Ainda não fiz sua entrevista?
— Sim, deixe-me somente lavar o rosto? — concordei e quando saiu peguei seu notebook para ver o que estava fazendo
— Uau! — foi a única coisa que consegui pronunciar.
Ela está atualizando minha agenda inteira e confirmando os futuros horários. Escutei o barulho constrangedor da descarga e coloquei seu desktop no lugar.