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8

Pudera eu escolher o que sentir.

DIONÍSIO MATTIAZZO

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Estava trocando de roupa quando a porta foi aberta.

— Ué! — Valéria entrou e me pegou de cueca — Me esperou?

— Não, já estou em casa, isso aqui na sua frente é um holograma. — recebi uma tapa forte por isso — Aí! Que mão pesada.

— Palhaço. — estressada, abriu seu armário e pegou suas coisas — Vamos!

terminei de me arrumar e notei seu cansaço enquanto me esperava escorada na parede, peguei sua bolsa e puxei-a para meus braços.

— Se não tivesse que ir para Trento te levaria para minha casa, você mora muito longe. — se aconchegou ainda mais enquanto seguíamos para o estacionamento.

Algumas médicas e residentes ficaram nos olhando e abracei ainda mais minha ruiva de cabelos embolados e pelo estrago que fiz Valéria terá que cortar seus longos cabelos.

Beijei sua cabeça para abafar meu riso.

— Você reclama das minhas atitudes e faz igual ou pior Dionísio. — ignorei suas palavras.

— Está reclamando de quê? Nessa brincadeira quem beija minha boca é você! Parece que gosta de receber convite para ménage!

— Claro que sim, quero ver essa bunda linda, peladinho na minha frente. — comecei a rir dessa confissão — Mudando de assunto.

— Humm! O que foi agora?

— Quase deitei com a Vega, acredita?

— Mentira! Você me achou assim que entrou no quarto. — ela começou a rir.

Entramos no meu carro e o caminho para sua casa é longo, ainda mais neste horário devido ao trânsito.

— Falei sério quando disse que quase deitei com ela. — voltou ao assunto e sei que está mentindo.

— Pode falar que me deseja, vive agarrada ao meu corpo lindo e sexy, sempre que pode.

— Claro que não! Naquele hospital eu, sua irmã e o Lorenzo somos os únicos que não te desejamos, dado que de alguma forma seu jeito rude de ser exala testosterona e todo mundo quer te levar para cama.

Engasguei com suas palavras.

— Para com isso! Está maluca?

— É sério, tirando nós três, todo mundo te deseja, até meus pacientes Dionísio! O ciclista, lembra? Aquele que teve uma torção e você foi na minha sala me visitar — concordei com a cabeça — Bom, ele disse que você seria o homem ideal para dar um jeito nele.

— Mentira! Para com isso que sei que está me zoando. — fui sincero em minhas palavras, visto que Valéria é besta e sempre que pode estar fazendo piadas sobre mim.

— Não estou, aquele hospital te deseja, até as paredes! — ri do seu exagero — Todos devem ter sonhos eróticos com o doutor rude e sexy. — caiu na gargalha confirmando a piada — Até o Ottis da limpeza fica te chamando de urso, por causa da barba.

— Eu, hein! Farei ela ainda hoje. — afirmei alisando-a — Hmm… Todos, é? — disse que sim — A Vega, também?

— Nem vem! Ela já é minha. — assim que parei no sinal, mirei sua face — Dionísio!

— O quê? Não disse nada, só fiz uma pergunta. — tentei disfarçar, mas acho que não funcionou — Não me olha assim!

— Espera! Você está afim dela? — neguei freneticamente — Claro que está!

— Não sei disso não — afirmei quando entrei em sua rua —, só perguntei se ela também, afinal faz parte do quadro de funcionários do Meyer… acho que está inclusa nesse meio.

— AH! Não acredito nisso! — ela saiu do carro e fui junto — Nem direi nada…

Aproveitarei para tomar um banho e um café, estou com muito sono para dirigir de volta, já que moro mais pro centro e a essa hora o trânsito está horrível

— Vou ficar, faz o café que estou com fome. — exigi como faz toda vez que vai para minha casa.

— Teremos uma conversinha. Não vou dar aquela mulher linda de bandeja para você sem um forte motivo! — grunhi com suas palavras.

— Sabe que não tem como competir comigo, Valéria! — brinquei e ela me bateu — Para com isso!

— Não acredito! — reclamou fazendo birra — Quero ter filhos com ela, Ninho! — franzi o cenho tentando entender melhor sua confissão.

— Humm! — o som longo que emiti a fez negar com a cabeça.

— Quis dizer, adotar, formar uma família! — esclareceu enquanto abria a porta da pequena casa — Sabe muito bem que não sou homem e nunca quis ser como… — apontou na minha direção — Vocês do sexo masculino tendem a serem burros e a morrerem primeiro também.

— Cala a boca! Você às vezes é dissimulada, que assunto estranho. — afirmei ficando de cueca em sua sala — Tomarei um banho. Pretende dormir agora?

— Sim, estou exausta, por quê? — comuniquei que ficarei e só vou à noite para casa — Tudo bem, farei algo rápido para a gente comer.

— Já volto. — deixei-a fazendo sabe lá o que e fui pro quarto dela de modo a tomar um banho.

Durante o mesmo acabei ficando excitado por lembrar dos lábios da Vega.

— De fato ela tem uma boca linda. — murmurei ignorando minha excitação — Será que estou realmente afim dela? Não tenho uma ereção a anos e já tinha até me resignado quanto a isso.

Neguei com a cabeça e voltei a focar em me lavar. Quando finalizei, peguei uma calça de moletom na minha mochila e me deitei. Estava cochilando quando Val entrou no meio dos meus braços.

— A conversa fica para depois. — foi ela a sugerir.

— Uhum… — concordei e voltei a fechar os olhos.

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