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#####capítulo 4

Cintia Sharapova

minha avó dizia que quando não há mais nada a fazer, devemos ficar em silêncio porque não está mais sobre o domínio humano, calar-se para dar lugar a forças supremas.

Não havia nada que eu pudesse fazer, se não me calar, quando penso que sai de um problema vem mais três. De tudo a presença da polícia é que mais me assusta, não posso ser presa, sera o meu fim, eles vão me entregar nas mãos dos meus perseguidores.

"Ela vem comigo" declara o príncipe Charme, o policia naquele momento largou minhas mãos.

Eu sigo o príncipe charme, não faço ideia para onde vamos.Enquanto caminhávamos pelo corredor, eu sentia o peso das decisões que me levaram até ali. O príncipe Charme, com sua aura enigmática, era meu guia nesse labirinto de incertezas. E eu, uma peça involuntária desse jogo, seguia adiante, sem saber se estava prestes a encontrar a salvação ou a minha própria perdição.

O príncipe permanecia em silêncio, os olhos azuis densos como ondas turbulentas. Eu não sabia para onde estávamos indo, mas todos os presentes no corredor testemunhavam minha obediência.

Entramos os dois no elevador privado, que era um pequeno cubículo de aço e vidro, com uma única luz no teto. O ar ali dentro parecia rarefeito, como se o oxigênio também estivesse sob o controle do príncipe. As paredes eram espelhadas, refletindo minha própria imagem, pálida e assustada. O chão, forrado com um carpete vermelho, abafava nossos passos enquanto subíamos.

As emoções se misturavam dentro de mim: medo, curiosidade, desespero. O príncipe não desviava o olhar, como se pudesse ler meus pensamentos. O que ele queria de mim? Por que eu era tão importante? E por que a polícia estava envolvida?

"Não entendo o que está acontecendo," murmurei, sem jeito, enquanto o príncipe me olhava profundamente. Seus olhos azuis pareciam densos como ondas turbulentas, e eu me sentia presa em sua intensidade.

"Te salvando de volta, agora você me deve um favor," ele declarou em tom de deboche. Sua voz ecoou no pequeno espaço do elevador, e eu me perguntei qual preço eu teria que pagar por essa salvação.

"Você só pode estar de brincadeira," retruquei, irritada. "Esse era o meu emprego, assim como o de outras pessoas que têm família para cuidar." Minhas mãos tremiam, e eu observei quando ele colocou a mão no botão do elevador, travando-o. Agora estávamos presos ali, confinados em um cubículo de aço e vidro.

"Não é sobre você e outras pessoas," ele disse, sem nenhuma sensibilidade. "É sobre negócios. Eu tinha que paralisar esse cassino. Já estava interferindo nos negócios da Imperious. Em uma cidade, não existem dois governadores; somente um pode governar." Suas palavras eram frias, calculadas. Eu já tinha visto isso antes, como nas gangues de tráfico de drogas. Quando alguém aparece no mercado com um produto diferente e a um preço acessível, a solução é simples: ou paralisá-lo ou integrá-lo.

"E agora, o que vai acontecer?" perguntei, curiosa, mas também temerosa.

"Samuel não tem outra saída se não aceitar fusão, e se ele aceitar que é o mais provável que aconteça, porque ninguém de consciência sã pare um filho para deixar na rua." Diz ele convicto nas suas palavras. Eu odeio o que o poder faz com as pessoas, dá a elas um instinto de Ditadura. E isso não tem haver com personalidade, é sobre o quão forte a pessoa é para lidar com o poder.

"E se não acontecer?"provoquei, testando seus limites.

"Vai acontecer," ele afirmou, olhando-me fixamente. "Há muito dinheiro envolvido. Fique tranquila. Se sua preocupação é o emprego, você terá seu lugar, mas com uma liderança diferente e mais justa. Ninguém perderá o emprego."

"Isso é o que você pensa,"retruquei, fervendo de raiva. "Todos testemunharam. Nós dois saindo juntos da ala VIP. Não importa até onde me proteja, eu serei aquela que entregou os colegas. A traidora." Com determinação, apertei o botão para abrir as portas do elevador. Deixei-o ali, parado, e cada passo que dei me afastava ainda mais da segurança que um dia conheci.

Agora eu estava na rua, mergulhada na quietude da noite. O movimento era escasso, como se a própria cidade estivesse prendendo a respiração.

olhei para trás nem um sinal do príncipe charme. Eu estava com esperança que ele viesse a minha trás e nem um sinal, eu sou mesmo uma idiota. Até parece que nunca testemunhei o efeito do poder e o que o mesmo faz aos homens.

O prédio à minha frente erguia-se como um guardião silencioso. Suas paredes de tijolos desbotados pareciam conter segredos antigos, sussurrados pelas almas que ali habitaram. As janelas, agora escuras, escondiam histórias de amor e tragédia.

Adentrei o prédio, subindo as escadas lentamente. Cada degrau rangia sob meu peso, como se protestasse contra minha presença. A luz amarelada dos postes lá fora penetrava pelas frestas das janelas, criando padrões irregulares no chão de mármore. O cheiro de mofo e anos de memórias impregnava o ar.

Trabalhar no bar era exaustivo, uma correria incessante. As vozes dos clientes, os copos tilintando, as risadas e os segredos compartilhados. Tudo isso agora parecia distante, como se pertencesse a outra vida. Girei as chaves na fechadura da minha porta, adentrando o apartamento. O ambiente era modesto, mas era meu refúgio. Removi o casaco e o pendurei no gancho, sentindo o peso da jornada nas minhas costas.

Tiro a roupa do meu corpo e me jogo na cama. fecho os olhos, e o sono não vem nem parece que estou exausta. Não consigo parar de pensar o que será de mim sem emprego, numa cidade que não conheço a ninguém, e este apartamento não é mais seguro, imagino e se Samuel e seus homens decidem vir me atacar afinal eles ficaram com meus dados, já não bastasse os problemas que tenho fui recrutar outros, eu tenho que sair daqui até o final do dia de amanhã.

Esta vida me ensinou a ser zeladora, quem não se previne sera sempre vitima das circunstâncias, até o pontífice Papa Francisco que é um homem de Deus, tem seguranças.E eu, uma mera mortal, precisava encontrar meu próprio caminho de sobrevivência.

Finalmente, o cansaço venceu meus medos. Não acordei no meio da noite, como nas outras vezes, assustada e suando. O silêncio do apartamento envolveu-me, e o sono me abraçou com ternura.

Ao abrir os olhos, o relógio no criado-mudo marcava 6h30. Despertei cedo, como se meu corpo já estivesse acostumado a essa rotina implacável de insônia ou madrugadas inquietas. A luz do amanhecer começava a filtrar pelas frestas das cortinas, pintando o quarto com tons suaves de dourado.

Levantei-me com determinação. O banheiro, com suas paredes de azulejos desgastados, parecia um refúgio seguro. A água quente do chuveiro aliviou a tensão dos músculos, e eu me permiti ficar ali por mais alguns minutos, deixando o vapor envolver-me como um abraço reconfortante.

Vesti calças escuras e uma túnica floral, escolhendo cores que não chamariam atenção.

coloco água para ferver para o meu chá, e começo a empacotar os poucos pertences que adquiri quando cheguei nesses últimos dias.

Logo que termino, decido sair para procurar um outro apartamento e se possível um novo emprego.

O céu estava limpo, um azul profundo que contrastava com o brilho do sol. Não era o calor sufocante que os jornais previam; pelo contrário, uma brisa suave vinda do oceano acariciava meu rosto. A cidade, agitada e vibrante, parecia distante enquanto eu seguia em busca de um lugar para chamar de lar.

Os apartamentos no centro da cidade eram encantadores, mas seus preços eram proibitivos. No entanto, ao adentrar o interior, deparei-me com um apartamento próximo à praia. Seu exterior modesto escondia um interior acolhedor, com janelas que deixavam a luz do sol dançar pelas paredes. Negociei com o proprietário e, finalmente, consegui um acordo acessível.

A sorte sorriu para mim quando ele mencionou um hotel que precisava de ajuda. A entrevista estava marcada para depois de amanhã. A fome apertava, mas eu havia caminhado tanto que só encontrara lanchinhos de rua para saciar meu apetite. Prometi ao dono da casa que me mudaria ainda hoje, mesmo que fosse sob o manto da madrugada.

Ao chegar ao apartamento, algo me fez parar. A porta estava entreaberta, e meu coração acelerou. Eu tinha certeza de tê-la trancado. Pensamentos tumultuaram minha mente: seriam os homens de Samuel, ou algo mais sinistro? Desarmada e vulnerável, eu me via diante de uma escolha crucial. O que fazer agora?

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