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Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ ⁰³

" Lidar com a maldade assumida é bem mais fácil do que com a bondade simulada. Depois de uma decepção, a vida não acaba, recomeça!! "

— NOVA YORK • 11:00 AM • SÁBADO —

─━━━━━━ • 言 • ━━━━━━─

Acordei péssima de uma longa noite mal dormida. Olhei para teto e assim como boa parte da madrugada fiquei resmungando às duas palavras INSUFICIENTE e LIMITADA que estão gritando na minha mente novamente.

— Se ele queria me humilhar conseguiu! — Determinada a não passar o restante do dia nesta cama me sentei e comecei a reagir.

Segui para o banheiro decidida a tomar um banho e debaixo da água quente fiquei pensando nesses onze anos de namoro e me dei conta que aturei muita coisa calada para chegar agora e ouvir que só penso em sexo e o pior, e mais dilacerador dos insultos que sou a porra de uma mulher limitada e insuficiente!!

— Durante esses anos estive disposta a agradar em tudo que me propôs... sendo a porra de uma filha da puta desgraçada que fazia de tudo para agradar esse idiota. — Voltei a chorar pensando em como fui estúpida e cega.

Quando me ofertou um ménage aceitei porque isso partiu dele não de mim, no dia que me levou a uma casa dessas de 'swing' e transou com uma coroa lá toda bonitona também foi coisa dele.

— Confesso que foi bem excitante, entretanto quando pedi para participar com outro casal não permitiu por julgar que o homem não ia cuidar de mim devido as minhas limitações. Na hora achei fofo e hoje vejo como fui idiota em pensar que um escroto como ele conseguiria nutrir tais sentimentos!

" Aquele homem lindo com certeza ia me fazer gozar feito uma diaba, mas não! Pateta que sou acreditei mesmo que poderia me machucar! "

— Como teve coragem de fazer isso comigo! — e lá estou eu chorando de novo — Que ódio! Daria até o cu para ele de tão gostoso que era, seu pau grande e cabeçudo ia me foder com gosto e a cada botada ia criar um vácuo como se estivesse estourando uma garrafa de champanhe de tão grande que era a cabeça daquela rola!

" Se arrependimento matasse estava era morta agora! "

Passeei pela casa para ver se encontraria coisas desse imbecil e me dei conta que não tenho nenhuma amiga mulher para me ajudar, já que as poucas que conquistei ele fez o favor de afastar com seu jeito super protetor de merda... — se tivesse umazinha se quer ia beber e xingar esse filho da puta manipulador.

[... — Não Jazz ela pode dar em cima de mim!... Ou, evita essa mulher em casa ela me olha de um jeito estranho...]

Chorei por lembrar das palavras que me darão gatilhos pelo resto da minha maldita vida!

Dei um grito de desespero porque sou sozinha e a única pessoa que tinha para tudo era ele.

Movida pelo ódio comecei a caçar tudo que lhe pertence, e as poucas coisas que me deu em momentos comemorativos. Coloquei tudo em um grande saco de lixo e arrastei até à porta. A palavra LIMITADA veio à mente em caixa alta visto que o saco era muito pesado.

Fiquei pensando como um corpo tão pequeno como o meu, pois sou miúda e não passo de 1,55 ter tantas lagrimas!

— Coriza filha da puta! É só chorar que meu nariz vira um riacho... — decidida a retirar suas coisas da minha frente voltei a puxar e na porta fiquei encurralada entre a mesma e o saco — como sou idiota e não pensei nisso!

E agora! Como sairei daqui? Fiquei pensando que se minhas pernas fossem boas poderia chutar tudo com bastante força, mas são somente de enfeite essa merda aqui! — As soquei com tanta força e nada senti.

— Sou uma inútil! Como fui burra a ponto de ser manipulada dessa forma?

As horas passaram quando percebi que fiquei o dia inteiro remoendo minha vida devido à casa ter ficado escura porque à noite já caiu e não tinha nem me dado conta disso.

— Minha vida literalmente se afundou e não sei como sair desse buraco... — me joguei por cima do saco e fui me arrastando até a outra cadeira.

Subi nela e peguei outro saco para dividir o peso me dando conta que sou uma imbecil por esquecer de minhas limitações...

Admirei as horas e pedi comida, pois já passava das oito. Vi que daria tempo de tomar um banho antes da comida chegar e no processo lembrei que raspei a boceta à toa!

— ... AH, Deniel a cada segundo te odeio com mais intensidade! — finalizei meu banho e coloquei um vestido porque o entregador estava à minha espera na portaria.

Liberei sua entrada e logo o mesmo aparece na minha frente.

— Boa noite! — o cumprimentei pegando meu risoto que cheirava bastante — Quer ganhar um dinheiro?

Olhou-me com uma carinha safada, aí me dei conta do que possa ter passado por sua cabeça.

— Nunca transei com uma cadeirante suponho que não vai rolar não! — Sabe quando você está caída e alguém vem e chuta sua cara? É isso que acabou de acontecer.

— ... Não me referi ao sexo e sim em levar esses sacos de lixo aqui e jogar lá na rua querido! — Ponderei minha raiva, porque quero mesmo que essas coisas saiam o mais rápido possível da minha frente.

— Não vai dar não, toma aqui seu cartão e tenha uma, boa noite! — Jogou o mesmo na minha direção e para me mostrar como sou inútil ricocheteou na minha mão indo direto para o chão.

— Porra! — Bradei por sua falta de sensibilidade e vi dar de ombro batendo a porta na minha cara.

— Meu Deus! O que fiz para vir tudo de uma só vez para cima de mim? Parece que fui amaldiçoada... — respirei fundo aceitando minha derrota.

Tranquei a porta com a chave e passei os trincos.

Girei minha cadeira até à mesa repousando meu jantar e busquei o prato e talheres. Comi entre as lágrimas devido às tantas humilhações que passei até aqui. — Como um pedido de sexo virou todo esse inferno!

Respirei frustrada e escovei meus dentes em seguida lavei minha louça e fui me deitar.

Admirei a cama que troquei porque o filho da puta reclamava por ser mais baixa e tive que me adaptar a exigir mais dos meus braços para subir nessa porra!

— Cheguei à conclusão que fui eu a me adaptar para viver em um relacionamento onde minha deficiência física não era a única limitação. — Liguei a televisão e nada me agradava.

Desliguei e no escuro fiquei relembrando todas às vezes que fui idiota de acreditar que cuidou de mim de alguma forma e de toda essa porra a que mais me machuca é o fato de ter sido cega a ponto de não enxergar o que estava bem na minha frente. — Fui manipulada esse tempo todo.

Abri a gaveta e vi meu vibrador sem pilhas e chorei por não comprar essa porra! — AH! COMO FUI ESTUPIDA...

Decidida a gozar para dormir feito uma pedra peguei meu telefone e entrei nesses sites pornô e escolhi um vídeo cujo título me chamou muito atenção.

" Meu bichinho de estimação"

Estou sem calcinha então foi fácil, puxei uma das minhas pernas só para facilitar e comecei a massagear meu clitóris admirando um negro lindo com uma branquinha tão pequena que fiquei pasma como o pau imenso dele cabia da boceta dela... — que inveja!

O vídeo não me deu tesão, na verdade, fiquei mais depressiva ainda por nunca ter sido pega dessa forma. O tal negão a pegou no colo e desceu a piroca violentamente nela!

Por fim me senti torturada e não é do jeito que eu gostaria. Desliguei tudo e fui dormi.

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