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Capítulo 6

Abro a porta depois de bater e levanto um canto da boca quando Aidan olha para mim com ar de interrogação.

- Há um visitante para você. -

- Quem é? -

- Erm, ele não me disse, mas eu deveria relatar algo dele. -

- Relate então. -

- Ah, certo, então... ele disse... para avisar sobre sua chegada a isso....

panetone... do Aidan. -

- O quê? Panetone? -

- Estúpido! - exclama alguém atrás de mim antes que eu possa responder.

O garoto de antes entra com força, empurrando a cadeira de rodas para frente.

-Kyle . Aidan grunhe, levantando-se.

- Irmão. - ele responde, finalmente me dando a informação que faltava.

- É um prazer ver meu doutorzinho de terno e gravata. Como está indo? -

- Melhor do que você, é seu? - diz Aidan, apontando para o carrinho de bebê.

- Longa história, boneca, você poderia me trazer uma cerveja? - Kyle me pergunta, enquanto eu olho para Aidan.

Meu chefe balança a cabeça, fecha o computador e se senta em frente a Kyle.

- Teresa, peça à Sra. Wellington para fazer dois cafés. - diz ela, puxando os punhos da camisa para cima.

Saio correndo da sala, preparando duas xícaras em uma bandeja.

Alguns minutos depois, o café está pronto e eu me inclino estranhamente para não derramar.

Aproximo-me da porta e, antes que eu possa entrar, um fragmento da conversa chega aos meus ouvidos.

- E o que você é, a nova Myrtle? -

- Ela é a babá das crianças. -

Agora, quem diabos é Myrtle?

Não sei exatamente como isso aconteceu.

Mas, aparentemente, passei de encostado na porta para o chão, com cacos quebrados e café no cabelo.

Malditas portas entreabertas,

Você pagará por isso.

- Você tem razão, ela parece mesmo a babá de plantão. - disse Kyle, recostando-se em sua cadeira.

- Diana, levante-se. - suspira Aidan, aproximando-se.

Meu chefe está à beira de um colapso nervoso.

Eu posso sentir isso.

Ele disse meu nome duas vezes em menos de um minuto.

Agora ele se despede de mim.

- Desculpe-me. - respondo com um riso nervoso - Mas pelo menos ele pode tomar sua cerveja. -

- Teresa, sente-se. - Aidan responde, entregando-me uma toalha.

Vou até uma cadeira e me sento enquanto os outros dois me olham fixamente.

- Kyle, isso é seu? - Aidan repete, sentando-se ao meu lado.

- A culpa não é minha. - murmura o irmão, desviando o olhar do olhar do meu chefe.

- Kyle, embora eu tenha certeza de que você sabe como as coisas funcionam, deixe-me repetir que você colocou esse esperma lá dentro. Na época? -

- Em uma noite, ela é uma puta absurda, e eu estou perfeitamente sóbrio, por incrível que pareça. Há duas semanas, depois de não vê-la por mais de um ano, ela vem me ver com essa... coisa. Ela diz que é meu e que precisa ir para Nova York por seis ou sete meses para procurar trabalho. -

- ¿Y? - pergunto, inclinando a cabeça.

- E eu não sei o que fazer com isso. Então eu estou aqui, você tem dois. - conclui ele, abaixando o rosto e não olhando mais para o teto.

Levantei a cabeça enquanto Aidan suspirava.

- Sinto muito, se quiser me dar a camisa, eu a levarei para ser lavada e.... - Paro quando meus olhos se encontram com os olhos gelados de Aidan, que olha para a manga de sua camisa que antes era perfeitamente branca. Não tenho certeza se tenho alguma mancha de café em meu cabelo.

- Está pedindo para ele ficar nu? - Kyle ri.

- Não estou pedindo para você ficar nu. - Eu grito com o rosto vermelho, fazendo com que gotas de café voem pela sala.

- Então você achou melhor descarregar outro problema em mim. Diga-me, Kyle, você e Faith me confundiram com algum tipo de orfanato? -

- Você já tem dois, quanto custa para você ficar com o meu também? - -

Só o fato de ser seu! Você não pode colocar todos os seus problemas em mim, Kyle. Achei que você tinha mudado, mas continua sendo o mesmo idiota de sempre. -

- Não entendo qual é o problema! Você não teve nenhum problema com a Faith e também tem uma babá disponível! - -

A Faith está na prisão, Kyle! Será que você não consegue entender isso? - Aidan grita enquanto se levanta. -E Teresa é paga para cuidar de duas crianças parcialmente independentes, não para consertar as besteiras de Kyle Robinson comigo! -

- Myrtle nunca...

- Myrtle está morta, Kyle! Morta e desaparecida, não sobrou nada dela além do nosso erro! -

- Você acha que eu não sei disso? Você acha que é fácil viver sozinho, sabendo que está sozinho com Faith na prisão? Você ao menos ligou para Montogomery para mostrar a filha dele? Não, Aidan, você não ligou, porque o único aqui que não aceita a realidade é você. - Kyle se irritou, levantando-se.

E agora, quem é a Faith?

E Montogomery?

Alguém pode me explicar uma coisa?

- Eu não o chamei porque ele constituiu outra família desde que Faith foi presa, mas você, Kyle, não sabia disso, porque se há uma coisa em que você é bom, é fugir nos momentos mais inoportunos. Não tenho intenção de continuar essa conversa. - Aidan responde, atravessando a sala.

Foda-se,

nunca ir contra Aidan Robinson.

Terei isso em mente.

- Ela e eu ficaremos aqui o tempo que ela precisar! E se alguém fugir daqui, será você! - grita Kyle atrás de Aidan, fazendo um gesto engraçado.

- E você terá que cuidar disso. - ele continua, pegando a menina no carrinho e entregando-a para mim como um pote de Nutella.

A menina acorda e começa a chorar e a gritar loucamente.

- Mantenha essa coisa sob controle. - Eu digo, esticando os braços à minha frente e cruzando os dedos indicadores para criar uma cruz.

- Não seja estúpido, pegue-o e faça algo para que ele pare. - ele murmura, colocando o bebê em meus braços.

- Qual é o nome dele? - pergunto, mantendo o garoto a uma distância segura.

- Mah, eu não sei. Eu sempre a chamei de alguma coisa, mas aquela vadia da Jessica deu a ela um nome monstruoso no cartório. -

- Pode ser? -

- Anastasia. - ele responde, torcendo o nariz.

- Não acho que seja tão ruim assim. -

- Claro, porque o nome de um masoquista que encontra o Rei Midas do orgasmo em Seattle é um nome com uma lembrança carinhosa adequada para uma garotinha. -

- Não sou fã de Fifty Shades, mas é realmente um nome bonito. -

- É tudo culpa da Jessica, já vimos esse filme centenas de vezes, como se eu não fosse melhor do que a Grey. -

Ignoro a parte em que ele se gaba de suas proezas sexuais e pulo para o ponto interessante.

- Não foi um caso de uma noite? -

- De fato, mas nós éramos amigos. E Anastasia é um nome muito ruim. -

- Acho que, como pai, você pode mudar isso, se conseguir pensar em uma opção melhor. - Eu respondo colocando Anastasia na cadeira de rodas.

- Ah, mas você consegue imaginá-los? - ele diz, andando lentamente pela sala.

- O quê?", pergunto, tentando cobrir a menina sem tocá-la.

- Eles zombam dela como loucos, assim que seus colegas entram na adolescência, com todas aquelas piadas de sexo de perdedor, e ela vem até mim e diz coisas como: 'Pai, você e a mamãe são uns idiotas. - Kyle diz, ficando irritado.

- Que bom, isso se chama amor dos pais. - Eu respondo com acidez.

- Eu me preocupo com minha filha. - ela responde antes de abrir bem os olhos. - Porra, minha filha! - ela diz, antes de sair correndo.

- Seu pai é louco, Anastasia, louco, louco. - sussurro, empurrando o carrinho de bebê para fora do quarto.

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