Capítulo 5
Após alguns minutos de silêncio, ele abre uma porta branca e pega um pano de prato verde, que me entrega com um sorriso.
- Você fica bem em seu uniforme, Teresa. - ele diz, antes de desaparecer em outro corredor.
Sorrio como um idiota e logo depois desço as escadas, pronto para cuidar das crianças.
A porta da frente se abre e os dois correm para o corredor gritando e depois me abraçam.
- Eu fiz um desenho para você, Teresa, está se sentindo melhor? - Alicia grita, acenando com uma folha de papel colorido. Eu aceno com a cabeça e Ashton me entrega sua jaqueta.
- Eu aprendi a lutar. Você quer ver? - ele me pergunta, preparando-se.
- Claro, discutiremos mais tarde, mas agora temos que comer. - Respondo, pendurando meus casacos no cabide.
Os dois se dirigem para a cozinha e eu os sigo lentamente, pensando no que acabou de acontecer.
Em outras palavras
pensando em minha figura de merda.
O almoço transcorre agradavelmente; as crianças se comportam bem, a cozinheira cozinha muito bem e eu já comi dois pedaços de bolo de chocolate.
- Onde está papai? - Alicia me pergunta, tomando um gole de água.
Antes que eu possa responder, Ashton me precede.
- Ele sempre nada na piscina a essa hora do dia. - ele responde com um aceno de cabeça.
- Certo, Teresa, você nos levará para vê-lo? -
- Não sei onde fica a piscina Alicia. -
Sim, basta abrir a fechadura", responde ela, antes de pegar meu braço e me arrastar para fora do banco. - ela responde, antes de agarrar meu braço e me arrastar para fora da banqueta.
Os dois me pegam pela mão e me levam para outra sala de estar, com uma grande porta de vidro colorido.
Você tem que girar a chave, não consigo alcançá-la", geme Alice, puxando a barra da minha saia.
Pressiono a chave com meus dedos e clico na fechadura, abrindo os dois lados da porta.
Coloco uma mão na testa para me proteger do sol e meus olhos encontram os de Aidan Robinson quando ele tira os braços da água.
Está tudo bem, Diana.
Vamos chegar a um acordo.
Agora pare.
Você nunca mais pensará em Aidan Robinson nu, vestido ou na piscina.
Nunca mais.
Real?
Não.
Ah, mas vamos lá, então não me ajude!
Bufo mais uma vez, afastando a imagem de Aidan da minha mente e pulo da cama, lamentando não ter lavado o cabelo ontem, já que tenho que fazer isso agora.
Entro no chuveiro murmurando palavras incoerentes sobre a ilegalidade das piscinas e solto um grito de filme de terror quando a água fria me atinge em cheio.
Nunca mais.
Eu prefiro queimar.
Um pouco como quando, na terceira série, eu me amarrei (sim, você entendeu certo) ao radiador para não ficar com frio, e saí daquela noite terrível com uma queimadura na bochecha e nas costas.
A partir daquele momento, passei a desconfiar de radiadores.
Ei, eles são criaturas malignas.
Não me julgue...
Enxáguo o cabelo uma última vez e visto um roupão de banho ao voltar para o quarto.
Estou prestes a desatar o nó do meu cinto quando vejo Aidan olhando para mim, encostado no batente da porta, com uma expressão indecifrável.
Dou um pulo e levo a mão ao peito com medo.
Esse é o lar dos ataques cardíacos.
- Você me assustou. -
- Você gritou. - ele observa, deixando seu olhar passear pelo meu corpo não exatamente coberto.
- A água estava fria. - Respondo, tentando me cobrir o máximo possível. Então, parece ficar mais escuro e, com uma voz rouca, ele diz:
- São dez para as nove, Teresa, é melhor você ir embora. - antes de fechar a porta atrás de si.
Um Oscar para o ódio, certo?
Rapidamente tiro o roupão, pego minhas roupas espalhadas na cama e visto meu uniforme em velocidade supersônica. Penteio meu cabelo loiro, deixando-o úmido sobre os ombros, e calço os sapatos antes de fechar a porta atrás de mim e correr para o outro lado da casa, tentando não escorregar.
Olho para o relógio que marca uma e nove e, de repente, abro a porta do quarto de Alice, que ainda está dormindo em sua cama de princesa.
Imagine.
Ela se parece mais com uma princesa do que Lily James.
- Acorde, Alicia, você tem que ir para a escola. - Bato palmas em sinal de entusiasmo e abro as cortinas, deixando o quarto se encher de luz.
Ela esfrega os olhos e estica os braços para que eu a carregue.
Eu a levo comigo e vou para o quarto de Ashton, repetindo o mesmo pequeno show.
Eu os empurro com força escada abaixo, em meio a reclamações e protestos, onde os faço sentar na sala de jantar e me certifico de que comam tudo.
Felizmente, só posso comer quando eles vão para a escola.
Dessa forma, pelo menos, não recebo colheradas de mingau em meus olhos.
Eu as levo calmamente para cima, certificando-me de que escovem os dentes e escolhendo algumas roupas para o dia, assim como fiz com minhas irmãs e como Jamie fez conosco.
Quando, limpos e perfumados, eles estão com suas mochilas sobre os ombros, eu lhes dou um beijo no rosto e a sacola com o lanche, antes de confiá-los a Langdon.
Fecho a porta atrás de mim e me encosto na superfície branca, suspirando.
Vou para a cozinha, pronto para preparar algo para comer.
Depois de alguns pequenos acidentes, como um dedo preso na porta da despensa e leite derramado no balcão, meus biscoitos de leite estão prontos.
E, obviamente, ao mesmo tempo em que mordo um biscoito, a campainha toca.
Ainda mastigando, dirijo-me à porta, limpando as mãos no avental.
Abro a porta e encontro um garoto em pé na frente dela com uma mão apoiada na alça de uma cadeira de rodas.
Seus cabelos escuros contrastam com sua pele muito clara e seus olhos azuis como o gelo, como os de Aidan.
- Olá, em que posso ajudá-lo? - pergunto, mantendo uma distância segura da cadeira de rodas.
Outra criança.
Por favor, não faça isso!
- Você pode anunciar minha chegada para o idiota do Aidan. - diz ele, tragando o cigarro que segura entre os lábios.
- UM, claro. Por favor, entre, pode me dizer seu nome? -
- Apenas relate o que eu lhe disse. E vá embora. - ele diz, entrando na casa, arrastando o carrinho de bebê.
- Você parece estar com pressa. - Eu observo, incapaz de manter minha boca fechada.
- Você parece estúpido. - ele responde, soprando fumaça no meu rosto.
- Amigável. - Eu respondo com acidez.
- Atrasado. - conclui ele, apagando o cigarro.
- E quanto a uma criança? - pergunto, aproximando-me da cadeira de rodas.
- Não, um alienígena", responde ele, afastando uma mecha de cabelo escuro da testa.
- Eu já disse que você é legal? -
- Algumas vezes, sim, e agora se move. -
- Está tudo bem", murmuro antes de atravessar o corredor e ir para o escritório. - Murmuro antes de atravessar o corredor e ir para o escritório.