Merliah Smith (II)
- Não... Está... Tudo bem... – Olhei para tudo encharcado de espumante ao nosso redor.
- Que coisa chata... Eu acho que sobrou... Uma taça só.
Ele mostrou o líquido que não chegou a encher a taça e me deu um ataque de riso. O problema é que quando me dava estes ataques, eu não conseguia parar. Cris, de início, achou engraçado. Mas depois ficou sério, talvez pensando que eu pudesse estar forçando a situação. A questão é que eu tentava falar, mas não saía. Olhava para taça e lembrava da situação e tudo voltava à minha mente.
Eu ri até o ar faltar nos meus pulmões e minha barriga doer. E não sei se era só pela situação com o espumante. Mas pela forma automática como estava sendo aquilo tudo.
Respirei fundo e disse:
- Vamos transar, “my baby”.
- Eu odeio quando você me chama assim.
- Mas você é “my baby”. – Não resisti.
- Liah, vamos começar.
- Tirando a roupa? – Questionei.
- Não precisa deitar na cama molhada de espumante. Podemos... Ir para o carro... A grama. Ou até mesmo adiar se você quiser.
Caralho! Eu tinha 21 anos! A perda da virgindade era para ser algo especial... Para nós dois. Mas de alguma forma Cris mecanizou aquilo tudo, como se fosse um ritual. Não havia a mínima possibilidade de algo sair espontâneo dali.
- Não quero adiar, Cris. Você teve todo trabalho para organizar tudo isso. Até os girassóis... Que sabe que representam minha cor favorita.
Levantei e fui até ele, começando a beijá-lo novamente. Pressionei meu corpo contra o dele e levei a mão a seu pau, que ainda não estava duro.
Eu nunca havia transado, mas sabia absolutamente tudo sobre sexo. Afinal, eu morava e trabalhava num bordel, rodeado de profissionais no ato.
Pus a mão dentro da calça dele, sentindo seu membro quente e estranho... Não duro, nem mole.
Tentei relaxar e pensar que ele não estava daquele jeito porque não sentia tesão por mim.
Cancelei o beijo e olhei-o:
- Cris, a gente não é obrigado a nada...
- Eu quero.
Ok, agora você quer. Antes poderíamos adiar. Vamos acabar logo com esta porra.
- Eu vou pegar preservativos. – Ele disse, indo em direção ao carro.
Peguei a mão dele, impedindo-o:
- Fui ao médico. Estou tomando anticoncepcionais.
- Mas... Antes de transar a primeira vez?
- Sim. Então, estamos seguros. É a primeira vez de ambos... Vamos fazer sem preservativo.
- Mas isso não está certo, Liah.
Cris, se você funcionar já está tudo bem! Preservativo é o de menos aqui. Claro que eu só pensei, mas não falei. Eu não seria capaz de magoar aquele homem de forma alguma. Mas minha mente era muito criativa.
- Vamos fazer. – Ele voltou, sem se importar com os preservativos.
Pegou meu rosto entre suas mãos e começou a me beijar. A língua entrou na minha boca, ávida e cheia de amor. Peguei as mãos dele e levei aos meus seios, sem interromper o beijo. Não tinha segredo, ele já havia feito aquilo.
Aos poucos, senti que ele foi relaxando. Deixei meu corpo ir descendo, enquanto o puxava para junto de mim, voltando a cama que ele havia montado.
Cristiano parecia estar mais confiante. Larguei os lábios dele para respirar e retirei minha blusa, ficando só de sutiã.
- Você é linda, Liah! – Me observou.
- Quer tocar neles, Cris? – Ofereci.
Assentiu com a cabeça. Retirei o sutiã e ele passou a mão lentamente por um seio e depois pelo outro, fazendo com que meus mamilos enrijecessem.
- Cris... Você... Quer chupar meus seios?
Ele me olhou confuso:
- Eu... Não preciso que você me diga o que fazer, Liah.
- Só... Gostaria que você me chupasse. – Arqueei a sobrancelha, enquanto cobria meus seios com os braços.
- Não fique agindo como se estivesse me dando ordens, porra!
- Cris... Eu sou virgem, mas sei exatamente onde sinto prazer. Já me toquei... Diversas vezes... Assim como você também já deve ter feito.
- Sua sinceridade às vezes me deixa sem palavras... E é desnecessária.
Levantei e fui em direção ao carro. Aquilo não daria certo... Nem naquele momento, nem nunca. Mas antes de abrir a porta, lembrei das palavras de minha avó:
- Você não deve dormir com ele. É inexperiente e não tem capacidade de apagar seu fogo.
Abri a porta do carro e liguei os faróis, que iluminaram a cama e o rosto dele, diretamente. Cris me encarou, confuso, as mãos em direção aos olhos, querendo protege-los da claridade.
Minha avó morou mais de vinte anos com um homem, a quem chamava de marido, por ter casado no civil e religioso com ele e transaram com por todo este tempo. E nunca ele tocou os seios dela. E jamais a viu nua, pois nunca ligou a luz. Vinte anos, cinco filhos. Três abortos espontâneos, um bebê que morreu logo ao nascer e minha mãe, única filha que “vingou”. Vinte anos sem ter sentido tesão... Vinte anos sem saber o que era orgasmo. E os conselhos dela, que eu levava muito em consideração, eram: luz acesa, ele precisa chupar você inteira e não finja orgasmo se não tiver de fato. Como ele não está pagando, não o chupe. Claro que ela era uma ex profissional do sexo, então esta última parte não precisava ser levada em conta. Minha bela avó só tinha 70 anos. E ainda usava com um vibrador tamanho GG, que chamava de Gozo Gostoso.
Eu não usava o vibrador porque realmente não queria perder a virgindade com um pau de plástico. Mas tinha meus métodos de orgasmo, embora imaginasse que nada se compararia a um sentido por um pau de verdade, com um homem gozando dentro de mim.
A curiosidade de sentir o gozo masculino na minha pele ou dentro de mim me fazia abominar o preservativo. Como sabia que Cris também era virgem, não havia riscos para nenhum de nós. E o fato de eu estar tomando anticoncepcionais me dava a garantia de não engravidar.
Parei em frente à luz dos faróis do carro dele e retirei minha calça, jogando os sapatos longe e depois a passando pelos pés, levantando-a segura por dois dedos na direção do meu namorado:
- Sou toda sua, Cris!
Ele levantou e veio na minha direção. No entanto passou pelo meu corpo e foi até o interior do carro, desligando os faróis.