CAPÍTULO 8 = CONVITE SUSPEITO

Ele então chamou o garçom e pediu o que desejava, enquanto a garota o assistia fazer isso, com um olhar fuzilante, e para não se aborrecer ainda mais, ela também pediu algo sem sequer olhar o menu.

Heitor fechou o cardápio e o colocou calmamente em cima da mesa, juntou os dedos e a encarou, olhando-a de forma profunda, percebeu que pela primeira vez o rosto da garota ficou vermelho. E aquilo excitou Heitor além do normal, pois notou que apesar de seu aparente atrevimento a garota ainda era muito inocente.

— Meu Deus, que olhos lindos tem esse homem irritante, parece que quer descobrir até minha alma!

Pensou Natália, ela então para disfarçar, bebeu um copo de água e desviou o olhar, Heitor riu então respondeu com aquela voz grave, que ela achou sensualmente irritante:

— Desculpe, senhorita Barone, mas infelizmente essa é a minha forma de ser, estou acostumado a mandar e ser obedecido!

— Eu, porém, o senhor Castellani não tenho costume de obedecer ninguém, que não seja eu mesma!

— Respondeu ela mantendo o olhar irritado a ele.

— Então como vamos ficar? Estamos em um tremendo impasse aqui! Porque, como lhe disse, me deve algo e vou precisar da sua obediência, para me pagar! — Disse ele, mantendo o mesmo o olhar calmo e frio para ela.

— Como já lhe disse, não tenho o costume de obedecer ninguém, senhor Castellani! Mas peço que se explique, o que realmente lhe devo?

— Explicarei sim, o que me deve é um pedido de desculpas formal, pelo o que disse e fez, no dia do acidente, que amassou a frente do carro do meu irmão!

Falou ele sério, ela porém o olhou de forma incrédula, e pensou: — Não acredito nisso! Que esse homem, fez-me ameaças, obrigando-me a vir nesse restaurante, simplesmente para fazer esse pedido tolo?!

— Então é isso que acha que lhe devo? — perguntou ela com raiva.

— Sim, desejo ouvir seu pedido de desculpas formal, afinal me deve isso!

— Meu Deus! esse homem é mesmo um completo, idiota!

Ela pensou em responder-lhe à altura, no entanto, lembrou-se que essa seria a oportunidade perfeita de se vingar dele, então sorrindo disse-lhe:

— Eu não acredito ser simplesmente isso que desejava de mim! Porque não me falou antes? Realmente senhor Castellani, está certo, e peço minhas sinceras desculpas! Acredite naquela noite, eu não estava em meu melhor momento, e acabei descontando em você minha raiva, então por favor me desculpe de coração!

Disse a garota sorrindo-lhe com um olhar "sincero". — Como assim? Eu não posso acreditar nessa mudança repentina, onde essa ferinha virou santa, de uma hora para outra, só se eu fosse um tolo, acreditaria em você Nathalia Barone!

Pensou Heitor, e apesar da aparente "sinceridade" da garota ele não acreditou nela, e ficou em alerta, no entanto, resolveu fingir que acreditou no seu pedido de desculpas, então lhe respondeu de volta:

— Ora vejam só! No fim não foi tão difícil assim, não é mesmo senhorita Barone? Agora eu preciso fazer mais um pedido!

— Me faça mais um pedido? Como assim? Mas que homem mais irritante! — Pensou ela, no entanto, bebendo um pouco do seu vinho ela voltou a sorrir de forma falsa e disse:

— Pode pedir-me senhor Castellani, sou todos ouvidos, e farei o que me pedir, para me desculpar dos meus modos, tão grosseiros para com o senhor!

— Peço que não faça isso com mais ninguém, afinal isso fica muito feio para uma senhorita da sua classe, especialmente para uma jovem tão bonita como você!

Ele falava isso para testar a paciência da garota, mas apesar da sua pupila dilatar de raiva, ela lhe sorriu da forma mais falsa possível, e respondeu-lhe:

— Assim será senhor Castellani, como já lhe falei, naquele dia deixei-me levar por meus impulsos, e fui grosseira com o senhor, mas acredite não costumo agir assim, e para demonstrar que realmente estou arrependida, gostaria de me tornar a sua amiga, pois percebi que tenho muito a aprender com o senhor!

Ele lhe sorriu tão falsamente como ela, e respondeu: — É lógico que aceito a sua amizade!

Ela sorriu e falou: — Já que aceita, gostaria muito de estender-lhe um convite!

— Um convite?! — Perguntou ele demonstrando interesse.

— Sim, para a minha festa de aniversário que será realizada no domingo!

Ele notou, que algo aquela bela cabecinha loira estava planejando para ele, e de repente Heitor sentiu como se já conhecesse a garota de longas datas, ao constatar o quanto seu jeito dissimulado não lhe enganava nem um pouquinho, então respondeu-lhe com um belo sorriso:

— Fico lisonjeado, senhorita Barone, e aceito com muito prazer!

Ela sorrindo satisfeita, falou: — Ora por favor, já que viramos amigos, deixemos de lado as formalidades, pode me chamar somente de Natália!

— Perfeito! Sendo assim peço que também me chame somente de Heitor. — Respondeu ele sorrindo-lhe cordialmente.

— Então Heitor, será que pode anotar o endereço da minha residência?

— Sim claro! — Disse ele, pegando o celular e anotando seu endereço, que já conhecia, bem antes.

— Ótimo Heitor, mas por favor não falte sim, quero que todos os meu amigos o conheçam também!

—Acredite Natália, não perderei essa festa por nada!

Ela sorrindo muito contente, olhou para ele e começou a comer com gosto o seu pedido, depois perguntou: — Então Heitor em que trabalha?

— Bem sou fazendeiro, trabalho nas minhas terras, também possuo um haras que é a minha paixão!

— Nossa, que interessante! Uma fazenda e um haras, percebo então que não tem problemas com dinheiro não?!

Falou ela, agora realmente interessada, pois achava incrível a vida no campo, e adorava quando seu pai a mandava inspecionar algumas fazendas que lhes forneciam leite.

— Bem, realmente não, com a graça de Deus minhas fazendas prosperam muito bem!

— Que bom! Heitor, é bom saber disso, e é casado, ou tem namorada?

Quanto a essa pergunta, a moça ficou realmente na expectativa da resposta, no entanto o que ele lhe respondeu mexeu com ela de alguma forma, e ela não sabia explicar porque.

— Não, não sou casado, passei um bom tempo, como um homem quase casado, e acredite é uma experiência que nunca mais desejo ter.

Para ele não perceber seu olhar de desapontamento, ela desviou e olhou para o seu prato.

— E você Natália trabalha? — Perguntou ele imaginando que a garota não trabalhava em nada, por ainda ser muito jovem.

— Trabalho em meio período, nas empresas do meu pai, na parte administrativa, mas ainda no final deste ano, começarei a trabalhar em período integral, assim que terminar a minha faculdade de administração.

Heitor ficou impressionado com a resposta dela, julgou que a garota vivia realmente só para o luxo. Bem um ponto para ela pensou ele.

— Então faz faculdade de administração, e já está terminando, mas é tão jovem?

— Fui um pouco adiantada para a minha idade, por isso estou-me formando cedo!

Ele sorriu-lhe e falou de uma forma sensual que fez o corpo da garota aquecer: — Percebo que você é perfeita Natália, além de bonita ainda é inteligente!

— Obrigado! — Falou a garota sem graça, deixando Heitor cada vez mais fascinado ao observar o seu rosto vermelho.

A forma como aquele homem falava o seu nome deixava Natália com muito calor, e ela não sabia porquê, porém percebeu que, depois que se vingasse, sabia que tinha que manter uma distância segura dele. Ele então cortando os seus pensamentos perguntou:

— Interessante, mas você mesma escolheu a sua profissão, ou só faz isso por incentivo dos seus pais?

— Na verdade, pelos dois, escolhi administração porque sempre quis dar orgulho a minha mãe lá no céu, afinal era na parte administrativa da nossa empresa, que ela sempre trabalhou, então escolhi a mesma área para atuar. — Disse a garota com o olhar nostálgico e triste ao mesmo tempo.