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01

ATENÇÃO!!

Autoras: Bell J. Rodrigues e J. Landim

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem o consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.2018.

PODE TER CENAS DE VIOLÊNCIA, LUTAS E CENAS PARA MAIORES DE 18 ANOS...

CAPITULO 01

Sandy York

— Onde eu estou?

Sandy apoiava sua cabeça com a mão, tentando recobrar a consciência, tudo que a mulher lembrava era de ter se deitado para dormir após jantar.

Ela olhava para as suas mãos, e não as reconhecia, aquele não era o seu corpo.

Sem entender o que estava acontecendo, a mulher tentava se levantar se sentindo tonta, escorando nas paredes próximas, ao olhar ao redor ela percebia que o lugar não era estranho, pois ela já havia o visto ou estado ali, assustada, tentava procurar alguma janela ou porta que permitisse que ela observasse fora dali, mas não havia nada além de tochas e lamparinas que iluminavam o longo corredor escuro.

Sandy andava vagarosamente seguindo em frente, à medida que caminhava, tinha cada vez mais certeza que ali era alguma parte subterrânea de algum dos castelos de Aftermoon, o lugar era escuro e úmido, parecia ser um tipo de masmorra.

— Sandy… — A mulher ouvia alguém chamando por seu nome, e se virava rapidamente, mas não tinha ninguém, o chamado era como um sussurro que vinha como vento, sumindo no ar, aquilo a deixava desnorteada e com medo, ela não entendia o que acontecia.

Será que ela estava em mais uns de seus sonhos? Sandy pensava confusa.

A mulher decidia ir até o fim do corredor, de onde o sussurro parecia vir, à medida que ela se aproximava, conseguia ouvir alguns sons estranhos, o lugar estava sujo e molhado, ao chegar no limite das paredes ela via celas, era uma prisão, estava tudo muito escuro e ela não entendia muito bem o que via, mas seguia em frente mesmo assim.

— Sua maldita bruxa! Logo você será queimada… aproveite enquanto pode respirar! — Um homem gritava, e Sandy conseguia ouvir o som de algo batendo ao chão, ela andava devagar tentando não chamar atenção, o sussurro que ela havia ouvido parecia querer que ela fosse ali.

— Por favor! Me deem um pouco de comida… Meu bebê não vai conseguir nascer assim!

Uma mulher chorava implorando, Sandy podia ver de longe que ela estava grávida, sua barriga estava enorme, ela daria à luz a qualquer momento, a tal bruxa estava ajoelhada, segurando a grade da cela, em frente ao homem que gritava, Sandy permanência de longe olhando de canto, tentando não ser vista.

— Calada! Sua bruxa imunda! Você irá pagar por desrespeitar as leis!

O homem batia forte na grade, fazendo o som ecoar por todo local, era um velho alto, robusto e careca, ele usava roupas de couro, e em sua cintura havia um grande molho de chaves, provavelmente ele era o carcereiro.

Sandy reparava nos detalhes, as roupas das pessoas ali pareciam mais velhas e antigas, mesmo o enorme cômodo estando escuro, ela conseguia enxergar por conta da claridade das tochas, Sandy percebia que não estava em sua época.

Enquanto tentava ver melhor o que acontecia, o homem careca acabava a vendo.

— Hey, criada? Venha aqui! — O carcereiro gritava forte, assustando Sandy, que ficava indecisa se obedecia ou não.

Ela decidiu andar até ele, o velho parecia que a conhecia de alguma forma.

— Não quero que dê comida a essa vagabunda a partir de hoje, entendeu?

O homem cuspia enquanto gritava, fazendo Sandy dar alguns passos para trás, ela assentiu com a cabeça sem falar nada, ao seu lado, a mulher presa chorava tristonha ouvindo aquelas palavras.

— Por favor. — A tal bruxa começava a falar, mas o homem gritava novamente, dessa vez a interrompendo.

— Calada! Agradeça por eu ainda não ter arrancado essa sua língua!

O carcereiro falava, e continuava se voltando para Sandy.

— Eu irei dar uma breve saída… Jogue a água da mulher fora… Ela não irá beber mais nada também! — O homem saia falando, deixando Sandy sozinha ali com a mulher grávida.

— Moça! Por favor! Eles estão errados… Eu nunca feri ninguém… Eu vim de Oblivya, fugindo da guerra. Tudo que fiz foi curar alguns homens feridos nos campos depois das batalhas, a magia era boa, nunca machuquei ninguém…

Sandy, que estava confusa, voltava a si ao ouvir o nome de sua terra natal, Oblivya.

Aquela mulher ali a sua frente, era sua tal parente perdida? Que havia parado de mandar cartas após chegar a Aftermoon?

— Arlene? Arlene York, é você? — Os olhos da mulher se arregalaram ao ouvir o seu nome, fazia semanas que ela estava ali, mas ninguém que a conhecia havia ido até ela.

— Como você sabe o meu nome? — A tal bruxa perguntava angustiada, sem entender o que acontecia.

Sandy dava um pulo assustada, aquilo era realmente um sonho? Ela nunca havia conversado tão lucidamente com alguém enquanto sonhava daquela forma, tudo ficava mais estranho à medida que prosseguia.

— Você… Por favor, me tire daqui! Salve o meu bebê! Eles irão nos matar… não nos deixe por favor… Você é igual a mim, certo?

Arlene quase gritava de desespero ao falar, ela era inocente e morreria ali, ela implorava pela ajuda da outra bruxa à sua frente.

Sandy se aproximava da grade olhando para a mulher presa, ela era linda, estava apenas suja e machucada, os olhos dela pareciam com o de Cateline, era um verde castanho claro, sua pele era morena e seus cabelos negros e ondulados, tinha a boca carnuda e olhos marcantes, a beleza dela era surreal.

Sandy percebia que a beleza das Yorks vinha de Arlene, sua antepassada que sofreu injustamente, o coração de Sandy doía em ver ela ali, presa e ainda grávida, mas Sandy não poderia fazer nada, ou podia?

Um sussurro chegava ao ouvido de Sandy deixando a sua mente desalinhada, alguém queria fazê-la acordar.

— Mãe? — Sandy dava passos para trás, olhando apreensiva para os lados procurando quem havia chamado por seu nome. Quem era, afinal?

Arlene ainda permanecia no chão, olhando para Sandy sem entender.

— Saulo…é você? — Sandy falava o nome de seu filho, a voz que a chamava pertencia a ele, a mulher estava preocupada sem entender o que acontecia.

Arlene dizia se levantando, ela se segurava na grade se apoiando.

— Com quem está falando? — As duas se olham por um momento, e no instante que Sandy ia responder a bruxa, ouvi Saulo a chamando mais uma vez.

— Mãe acorde! Você está bem?

Sandy despertava sem conseguir respirar, ela tentava recuperar o seu fôlego, parecia que estava mergulhada em um mar escuro, onde não conseguia enxergar nada, seus pulmões se encheram de ar assim que seus olhos abriram.

— Saulo? O que? Onde estou?

A mulher perguntava confusa e ofegante, ela estava em sua cama, seu filho ouviu os seus gemidos, e com medo foi ver o que acontecia, Sandy estava com os cabelos e corpo suado de tanto sonhar, havia sido um sonho intenso.

— Rápido… pegue papel e tinta para mim!

Ela dizia a seu filho, o garoto já havia crescido, era quase um homem, ele era alto e esbelto, seus olhos eram castanhos e seus cabelos escuros, sua pele era bronzeada assim como a de sua mãe, e sua voz mesmo delicada, passava firmeza, ele estava sempre preocupado com Sandy, e sempre dormia atento, prestando atenção ao seu redor.

Sandy continuava a falar enquanto Saulo procurava o papel.

— Escreva… Diga a Cateline que precisamos nos encontrar o mais rápido possível ... É sobre a maldição.

Sandy sentia fortes dores em sua cabeça, ela a segurava cobrindo os seus olhos, aquilo não havia sido um sonho comum, ela sabia disso.

Ela amarrava seus cabelos suados, e tentava abrir mais os olhos para se sentir acordada, ela precisava tomar um banho para se sentir revigorada, ela estava exausta e precisava pensar com calma.

O garoto escrevia rápido tudo que a mãe falava, a mulher iria até Wisdy encontrar a sua amiga, seus sonhos haviam voltado, e ela não sabia se aquilo era um bom sinal.

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