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Capítulo 6

Aquela garota era uma petulante provocadora, a falta de vergonha dela com o próprio corpo me deixou fervendo de vontade de jogá-la naquela cama e a foder pelo resto da noite, até que nós dois estivéssemos exaustos.

Mas a porra do meu pau não ter reagido a ela me fez ainda mais revoltado. Por isso dei a resposta direta, louco para sair dali e esquecer o que tinha acabado de ver.

O que adiantava sentir tesão, ter sua mente pensando um monte de putaria, várias formas de dar prazer a mulher a sua frente, mas seu corpo não responde como deveria? Era melhor que eu esquecesse aquilo, ia precisar esquecer toda aquela porra que costumava fazer, toda a safadeza que cercava minha vida desde sempre agora tinha que sumir.

Infelizmente não poderia fazer como com o trabalho, não tinha como adaptar a forma de fazer sexo, era impossível! Conseguiria fazer isso com todas as áreas da minha vida, menos com essa parte.

Mas quando eu achava que minha noite não podia piorar, tudo piorou.

— Aaahh! — um gemido soou pela casa fazendo todo meu corpo ficar tenso. — não podia ser o que eu estava imaginando, não podia mesmo. Monalisa não estaria se masturbando e gemendo em alto som desse jeito. — Ahh isso! — o grito dela me alcançou novamente, confirmando o que eu temia e eu me apressei empurrando a cadeira até a parede. — Luke! Assiiiim... Oh meu Deus... Ahhh...

— Porra, não é possível. — murmurei incrédulo de mais que ela não só estivesse se masturbando, mas chamando por meu nome também. — Preciso conferir isso, só para ter certeza.

Então eu me esgueirei para fora do quarto e fui devagar pelo corredor até a porta do quarto dela, que continuava aberta.

Não foi difícil colocar a cabeça para o lado apenas o suficiente para vê-la ainda completamente nua, deitada na cama com as pernas abertas e os pés apoiados no colchão. A cabeça jogada para trás e os olhos fechados enquanto ela gemia, uma mão estava massageando o seio e a outra estava no meio das suas pernas, segurando um dildo roxo, deslizando para dentro e para fora de sua boceta.

Porra, o que eu não daria para ela estar virada de frente para mim, para eu poder vê-la engolindo o vibrador pequeno.

Meu corpo entrou em combustão, cada pedacinho louco para entrar em ação, enquanto meu cérebro gritava que eu deveria ir até ela, que eu deveria me juntar a brincadeira.

A lembrança dela me chamando de Voyeur quando eu fui pego no quarto dela me fez desejar ser pego observando ela novamente, porque era exatamente o que eu estava fazendo, estava ali observando escondido enquanto Monalisa se dava prazer.

O corpo dela se tencionou e ela parou de se remexer a todo instante, se esticou completamente encurvando o corpo todo.

— Luke! — ela gritou ainda mais alto e esticou as pernas enquanto seu corpo todo tremia.

Ela estava gozando, gozando e acabou de chamar meu nome. Caralho! No mesmo instante que seu corpo deu o primeiro espasmo meu pau pulsou na cueca, me arrancando um suspiro chocado.

Eu olhei para baixo tentando conferir, tinha sido um pequeno movimento, não tinha ficado duro, mas era um movimento, coisa que eu não tinha da cintura para baixo desde que fui baleado.

Merda, será que ela estava certa? Eu podia mesmo recuperar os movimentos ou até mesmo voltar a andar? Ergui meu rosto olhando para ela, mas Monalisa ainda estava de olhos fechados, estirada na cama, aproveitando o orgasmo recente.

Então coloquei as mãos na cadeira e voltei para o meu quarto. Não devia ficar pensando nisso, não ia me ajudar em nada, não iria me fazer bem criar esperanças, até os médicos foram realistas.

— Acorda Luke! — gritei comigo mesmo e dei dois tapas em meu rosto assim que entrei no quarto e tranquei a porta atrás de mim. — Foca no que você pode fazer!

Empurrei a cadeira até o lado direito da cama e travei as rodas, antes de apoiar as mãos no colchão e subir na cama.

Eu tinha que me lembrar que agora eu tinha problemas maiores, precisava dar um jeito em Ava, matricular ela em uma nova escola aqui, tentar acalmar a fera para parar de fazer besteira, e com certeza teria que lidar com a solidão que Mia ia sentir.

Tudo isso e poder trabalhar na cadeira de rodas ocuparia meu tempo, por isso não podia ficar pensando sobre voltar a andar, ter uma ereção e foder minha enfermeira!

— Porra! — soquei o travesseiro e me acomodei melhor na cama, mergulhando em um sono profundo, cheio de sonhos nada inocentes.

Acordei de manhã com meu celular tocando sem parar, a musiquinha irritante me deixava saber que era Alejandro ligando antes mesmo que eu pegasse o celular.

— Bom dia. Obrigado por me fazer perder o sono tão cedo. — falei com má vontade no celular.

— Cara eu preciso de você, não é para só mandar as alianças, eu preciso do meu padrinho do meu lado na hora do pedido. — Ale soltou como uma avalanche.

Claro que eu levantei depois disso, com a intenção de acordar Monalisa, mas acabei me deparando com ela na cozinha. E depois fui para lá o mais rápido possível. Em minha defesa, como eu ia adivinhar que dia e hora a mulher ia acordar? Mas aparentemente Ale sabia, pois quando entramos lá os dois já estavam fazendo algo suspeito.

— Já estão fazendo safadeza seus cretinos? — perguntei fazendo os dois se afastarem no mesmo instante.

— Ai meu Deus, você está bem! Você está vivo! — ela gritou olhando a cadeira de rodas onde eu estava.

— Vivo sim, bem já é outra história.

— Bom dia! É bom te ver finalmente acordada. — Monalisa cumprimentou com uma voz firme e animada ao mesmo tempo.

— Hã!? Bom dia. Eu não... Não me lembro de você. — Magie respondeu aquilo quando Monalisa saiu de trás de mim.

— Ahh não, não nos conhecemos antes. É que Luke falou tanto sobre você no carro que eu sinto como se te conhecesse. E sua história é tão inspiradora, está passando em todos os lugares da televisão, todos os canais, tem um monte de gente lá fora com cartazes, flores e ursinhos tudo para você. Para vocês, na verdade, já que a história de amor também se espalhou.

Foi a própria Monalisa quem explicou tudo, me fazendo revirar os olhos diante da euforia dela.

— Gente desculpa pela maluquinha aqui, ela é minha sombra agora e não sabe a hora de se controlar.

— Você não me disse que estava saindo com alguém Luke. — Magie rosnou, mostrando o quanto estava indignada por eu guardar segredo. — Mas eu já gostei dela!

— Não é o que está pensando! — afirmei depois que o choque passou, formaríamos um belo casal, a tarada e o garoto de programa, já parou para pensar?

— Sou a Monalisa, a enfermeira dele. — ela se apressou em dizer, mas o olhar de Magie foi direto para mim, como uma pergunta.

— Eu perdi o movimento das pernas, eles acertaram duas balas e agora eu estou preso nessa merda loirinha.

E lá estava o assunto de novo, a merda da cadeira de rodas, seguida da piedade nos olhos dos outros.

— Você não está preso aí, sabe disso. Ele só precisa de fisioterapia, muita força de vontade e não desistir! — Monalisa insistiu em repetir o que John havia dito para ela.

— Não vou ser o homem otimista que fica pensando besteira, mesmo que os médicos digam que tenho chances de voltar a mexer as pernas, e de voltar a andar normalmente, não posso passar a vida tentando fazer isso ser verdade.

— Me desculpa, eu sinto tanto por isso... Foi tudo minha culpa! — Magie pediu começando a chorar e me deixando confuso. — Vocês dois, todos vocês, até o Cris, eu fodi com a vida de todos! Não deveria ter ido atrás de Sophie naquele dia, se eu tivesse fugido para longe quando tive a chance nenhum de vocês estaria assim agora, nada disso estaria acontecendo!

— Claro que não! — Ale se apressou em dizer e a abraçou ainda mais forte.

Oh não, não podia ser! A última coisa que eu queria era que ela se sentisse culpada. Eu matei o amigo deles, eu os provoquei e não soube correr da bala.

— Nem fala uma coisa dessas, loirinha! Você é a mãe do meu sobrinho, minha melhor amiga, não vem meter essa que não deveria ter aparecido nas nossas vidas!

— Isso mesmo! Você já ia entrar na nossa vida de um jeito ou de outro, porque era para ser, o seu destino era se casar comigo, Barbiezinha! — Ale murmurou meu nome enquanto eu dormia.

— Eu não sou casada com você! — ela o lembrou, dando a hora certa para o pedido.

— Acho que você esqueceu uma coisa, cara. — falei e estendi minha mão, entregando a Alejandro a caixinha com as alianças.

E então tudo se complicou, Alejandro não conseguiu fazer o pedido com a mãe dela ali e eu só vi uma alternativa sair do quarto e deixar que tivessem um tempinho a sós.

— Porque não aproveita que estamos aqui e vamos agendar sua fisioterapia? — Monalisa perguntou atrás de mim e meus olhos se moveram para ela. — Quanto antes começar mais rápido vai voltar a andar!

Eu estava prestes a dizer que era apenas perda de tempo. Mas uma voz dentro do meu ser gritou: E se ela estiver certa? Se eu puder mesmo voltar a andar e aquilo ontem a noite foi um sinal?

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