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Golpe da barriga

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Sra.Kaya
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Resumo

Anthony é um homem sagaz, sexy como o inferno e friamente calculista que tem um plano diabolicamente perfeito em sua mente: arrumar um bebê para si, mas sem incluir uma mulher em sua vida. Então ele arma um plano e a vítima escolhida para cair no seu golpe da barriga é Ollie, uma bela e sedutora viciada em trabalho que não tem tempo para brincar de casinha. Tudo o que ela quer é aproveitar os prazeres passageiros da vida, enquanto prioriza sua carreira. Porém, quando o mundo dos dois colide, a paixão avassaladora que sentem os faz questionar se vale tudo na busca por seus objetivos.

romancebilionário

1

Sim.

Aquela era a mulher perfeita para ter um filho seu! Anthony Augustin deduziu e continuou a encara-la, analisando-lhe a fisionomia e também as curvas generosas do corpo esbelto. Claro que já havia feito isso antes, mas agora estava sendo mais detalhista.

Ela não era bonita, mas até aí tudo bem, porque beleza não era essencial para os planos de Anthony. Contudo, o charme e a inteligência de Ollie Son eram impressionantes. Talvez fosse por isso que a tivesse escolhido sem pensar duas vezes.

Finalmente depois de muito tempo, Ollie percebeu que estava sendo observada. O leve sorriso que brincou no canto dos lábios femininos deixou-o sem fôlego, mas Anthony meneou a cabeça de um lado para outro, decidindo que sua excitação estava mais ligada ao plano que idealizara do que a qualquer outro interesse pessoal... ou sexual que pudesse nutrir por ela.

E não poderia ser diferente!

Como sempre, Ollie estava elegante, usando um discreto vestido de seda preta e sapatos de salto alto, mas este detalhe tinha pouco ou quase nada a ver com a decisão que Anthony tomara.

Embora não fizesse a menor ideia do que estava acontecendo, Ollie era parte integrante dessa decisão.

Anthony esfregou as mãos com nervosismo ao ver que a hora da abordagem estava se aproximando. Ele a conhecia há três anos, tinham negócios em comum, e também sabia que Ollie só frequentava aquele tipo de festa por causa de seus interesses profissionais. O relacionamento que mantinham não possuía nada de pessoal e por mais contraditório que pudesse parecer, era assim que Anthony gostaria que continuasse.

Há apenas dois dias, Ollie lhe apresentara uma proposta de expansão de seus negócios, ou seja, ela pretendia abrir mais uma de suas lojas de lingeries especiais em outra filial dos Hotéis Augustin Crown, que pertenciam a Anthony e a sua família.

Ele ainda não lhe dera uma resposta, mas estava prestes a faze-lo. Seria esta noite. Claro que juntamente com esta resposta iria propor o negócio que mais lhe interessava...

Pela primeira vez em muitos anos, Anthony ficou nervoso ao se aproximar do momento em que teria de fazer uma proposta de negócios. Então, Ollie começou a caminhar em sua direção, com aquele seu charme peculiar e tudo em que ele conseguiu pensar foi no lindo bebê que poderiam gerar juntos.

Automaticamente, os lábios carnudos se abriram num sorriso sensual.

“Ele vai concordar com a abertura de minha loja!”, Ollie vibrou por antecipação. Sem, Anthony a estivera observando durante toda a noite e só poderia haver uma razão para tanto. A sensação de vitória a empolgou.

Os olhos verdes do dono da Rede Augustin Crown capturaram os de Ollie conforme ela se aproximou. Ali estava aquele leve curvar de lábios e também a expressão sensual que tanto excitava as mulheres que o conheciam. Mas Ollie não era como as outras. Oh, não, só ficaria excitada se ele lhe desse a notícia que queria ouvir.

Suas lojas eram sua vida e ela não se permitia perder tempo com desejos ou interesse por qualquer outra coisa, mesmo se esta fosse um homem tão bonito quanto Anthony Augustin. O mais engraçado é que estava certa de que Anthony também não tinha o menor interesse em mudar a natureza do relacionamento que mantinham.

Claro que já ouvira dizer que ele era um amante espetacular e que muitas mulheres moviam céus e terras na vã esperança de tentar conquista-lo. Mas isto não lhe interessava, ou pelo menos não deveria.

-Alô, Anthony. –cumprimentou-o, aproximando-se e tentando não pensar mais no que diziam as más línguas.

-Olá, Ollie –A voz de barítono estava mais profunda do que o usual e os olhos verdes mais penetrantes. –Está se divertindo?

Ela olhou ao redor do escritório recém decorado, fingindo um interesse que não sentia. Estavam no coquetel de reinauguração do hotel que a Rede Augustin Crown mantinha no centro da cidade, e tudo ali fora restaurado com muito cuidado e bom gosto.

-Claro que sim. O hotel está muito bonito.

Um sorriso indolente brincou no rosto de traços másculos e uma covinha insinuou-se no queixo quadrado do presidente da Rede Augustin Crown.

-Não sei, mas tenho a impressão de que você não é muito de festas

–soou o comentário brincalhão e, em seguida, Anthony inclinou levemente a cabeça para o lado. –Ansiosa para voltar aos negócios, é isso?

Ollie engoliu a resposta que estava na ponta da língua, tomou mais um gole do coquetel de uva e só depois respondeu:

-Estava imaginando se você já chegou a uma decisão sobre minha loja. Claro que uma festa não é bem o local para se discutir tais assuntos, mas...

Anthony continuou a fitá-la com grande atenção. Havia um brilho intenso no fundo dos olhos verdes.

-Gostaria de tomar mais alguma coisa? –ofereceu-lhe, notando que a taça que ela segurava estava quase vazia.

-Não, obrigada.

-Acha que já bebeu muito a ponto de perder a cabeça? –ele brincou.

-Perder a cabeça com um coquetel de suco de uva? –gracejou Ollie, pestanejando de maneira charmosa. -É um pouco difícil. Não gosto de bebidas alcoólicas. Já com você deve ser diferente. Homens costumam apreciar esse tipo de drinque.

-Eu também não bebo –Anthony explicou. –Muitos de meus diretores o fazem, então acho que alguém tem de se manter sóbrio para não perdermos dinheiro.

Ollie ficou surpresa, mas não o demonstrou.

-Então quer dizer que não se permite relaxar um pouco numa festa ou reunião de negócios? –usou um tom indulgente.

-Só se for para tomar um copo de vinho num jantar, nada além disso.

-Bem, confesso que sou abstêmia e evito até mesmo o vinho.

-Alguma razão pessoal?

Ollie hesitou. Era engraçado como se podia conhecer alguém durante anos e nunca ter ido além dos assuntos de trabalho. Era o que acontecera com ela e Anthony, mas agora a situação parecia estar começando a mudar. Não que se importasse com isso, pois seu lema de trabalho era quanto mais você sabe sobre as pessoas com quem tem negócios, mais fácil é negociar um bom acordo. E tudo o que mais queria naquele momento era fazer um bom acordo com Anthony Augustin.

-Sim, uma razão muito pessoal, meu caro. Eu detesto álcool.

-Talvez algum dia possa me contar o porque dessa aversão.

-Quem sabe...

Anthony ficou em silêncio durante algum tempo. Parecia estar observando o brinco de pérola em forma de gota que enfeitava a orelha delicada.

-Diga-me, Ollie, por acaso tem uma meta de trabalho para os próximos cinco anos ou seu objetivo é mais a longo prazo?

Novamente, Ollie sentiu uma onda de excitamento invadi-la e tentou se controlar. Anthony estava demonstrando um interesse que nunca demonstrara antes, e isto poderia significar que ele aprovava a maneira como gerenciava suas lojas.

Sim, o belo sr. Augustin era o símbolo do bem-sucedido homem de negócios. Um iniciante poderia aprender tudo sobre administração hoteleira com ele. Afinal, nos três anos que haviam se seguido a morte do pai, Anthony transformara uma pequena rede de hotéis medíocres numa grande cadeia nacional de hotéis de luxo. Em qualquer grande cidade dos Estados Unidos havia um Augustin Crown e estes sempre eram frequentados por pessoas ricas e famosas.

Mas além de hábil e inteligente, Anthony também era bonito, Ollie concluiu, observando os ombros largos e o porte atlético. Como se não bastasse, os olhos verdes se destacavam no rosto levemente bronzeado, e os cabelos castanho-escuros caíam com displicência sobre a testa altiva, dando-lhe um ar jovial, embora Ollie estivesse certa de que ele deveria estar perto dos trinta e cinco anos.

Fazendo um esforço hercúleo para não se impressionar demais com o charme do presidente da cadeia Augustin Crown, Ollie sorriu e respondeu à pergunta que lhe fora feita:

-Claro que tenho uma meta de trabalho para os próximo cinco anos. Se quiser, posso detalha-la para você e ficará mais seguro quanto ao sucesso de minhas lojas em seus hotéis.

Para sua surpresa, Anthony acenou para um de seus assistentes que se aproximou rápido.

-A srta. Son e eu vamos até o escritório discutir alguns negócios, por favor, não deixe que ninguém nos interrompa.

O assistente assentiu e Anthony, depois de tirar o copo vazio da mão de Ollie e coloca-lo na bandeja que um garçom carregava, segurou-a pelo cotovelo e a conduziu para o escritório da presidência.

Ollie sorriu polidamente, enquanto pensava em quais argumentos deveria usar para convence-lo de que a abertura de mais uma de suas lojas era um bom negócio para o hotel.

Ela só não sabia que o próprio Anthony tinha uma proposta bem diferente para lhe fazer... Anthony fechou a porta e recostou-se ali. Era engraçado, mas nunca antes tinha reparado como Ollie Son poderia ser adorável quando estava empolgada e sorria...