Existe vida lá fora
Eu vi o diabo, sim, eu o conheci ontem à noite
Conversamos, sim, acho que ele é até legal
Parecia meio engraçado, sim, ele é meio que meu tipo
Sim, sim, sim
Eu vi o diabo, sim, eu o conheci ontem à noite
Uma conversa, agora ele está passando a noite
Eu acho que o amo, embora eu saiba que não é certo
(Não é certo, não é certo, não é certo) não - Meet Him Last Night - Demi Lovato
Giulia De Angelis
Observo o espelho como um inimigo conhecido, evidenciando todos os medos expressos dentro do azul das minhas íris ,com um vestido florido caindo pelo corpo, cobrindo as últimas marcas da semana passada, respiro fundo admirando a pele clara exposta sem nenhuma marca pelos braços e colo, algo realmente raro.
Pego a escova de madeira na penteadeira sentindo como um carinho ao passar as cerdas pelos fios criando coragem para resistir ao dia, mais um dia. Um pouco de pó nas olheiras para disfarçar a falta de sono.
Linda, comportada, apreciada, vista e sobretudo fiel aos homens que me amam.
Tudo o que sempre quis era poder desistir, mas eles não deixariam, eles nunca iriam permitir, a minha dor é mais interessante que a morte, servir como fui ensinada é o propósito estar disposta, estar disponível, estar radiante para receber o prêmio e o castigo. Termino de escovar os fios dourados pela terceira vez, colocando a escova sobre a mesa branca da penteadeira fixando o olhar na caixa retangular aveludada, o perfume das rosas ao lado da cabeceira atraindo minha atenção para o reflexo do espelho para admirar o jarro com as flores amarelas trazendo o mínimo de vida para dentro desse presídio.
Balanço a cabeça recriminando mais uma vez a forma como acabo por retratar a enorme mansão que provém tudo o que preciso, mesmo sendo a âncora que atrai os pecados.
Puxei a respiração tentando prender na memória as sensações boas causadas pelo presente, fitei a rosto pálido no espelho limpando a lágrima escorrendo pela bochecha esquerda. Porque estou chorando quando é apenas mais um presente, tenho certeza de que ganharei outros.
Retoquei o pó translúcido no rosto apoiando as mãos no móvel tendo consciência do que deve ser feito, é necessário.
Ergui do banco agradecendo pela ausência da dor, segurei a caixa colocando dentro da bolsa retangular dourada da Gucci, andando em passos firmes até o closet, analisando os saltos intactos, os vestidos organizados, como posso ser tão ingrata quando tantas pessoas desejam ter apenas o que comer enquanto tenho tudo.. é apenas um pequeno preço a ser pago.
Uma mocinha não deve chorar a toa Giulia.
A voz da minha mãe reverbera pela mente relembrando um dos seus ensinamentos, mas
será mesmo que o meu choro é sem motivo?
Balanço a cabeça afastando os pensamentos conspiratórios pegando um peep toe dourado deixando as panturrilhas firmes em exibição contrastando com o vestido florido, criando um aspecto contraditório de felicidade e riqueza por fora, por dentro apenas dor, tristeza e miséria. Não deveria sentir nada disso, não deveria pois sou amada, tenho tudo.
Caminho em passos firmes para fora do closet colocando os pensamentos injustos de volta no fundo da mente, puxando pela última vez o perfume das rosas, abrindo a porta do quarto segurando a maçaneta em busca de forças.
Fecho os olhos orando para que isso seja fácil, Deus sabe como preciso de algo fácil nos últimos anos, tenho doado todo meu coração para facilitar os problemas mas às vezes parece que sou capaz apenas de errar.
As empregadas como sempre ignoram a minha presença finalizando a limpeza pelos cantos da mansão sem retribuir os cumprimentos, alcanço o corrimão da escada buscando algum apoio, foco em inspirar e exalar a cada degrau erguendo a cabeça quando chego ao último dando de cara com Dominus sustentando a expressão vazia de sempre, se afastando para abrir a grande porta indicando que desistir não é uma opção..
Ele faz questão de analisar cada movimento, cada mínimo detalhe acenando com a cabeça em uma afirmação silenciosa de que posso sair vestida assim.
Saindo de dentro da mansão contendo o choro ao sentir a luz quente do sol contra a pele, o gramado continua verde como sempre apesar de não existir mais nenhuma das flores plantadas pela mamãe.
Sinto o toque suave no quadril o mesmo que por dentro retorce as minhas entranhas indicando para continuar, desço os degraus em direção ao grande carro blindado estacionado, o soldado abre a porta lançando um olhar de cobiça para as minhas pernas quando me posiciono no assento, encolho automaticamente com a noção de que é apenas mais um pecado para a minha lista interminável.
Fico presa nesse pensamento, mesmo sabendo que o olhar continua fixo pelo retrovisor, suspiro com um pingo de felicidade quando a estrada começa a se transformar de grandes árvores em uma rodovia movimentada por pequenos carros os campos ficando para trás enquanto na linha do horizonte os prédios gigantes ganham a vista.
É tão difícil sair da mansão ou de qualquer espaço da grande fazenda em que vivo desde que nasci, que sinto um fascínio enorme pelo lado de pedra da cidade.
Sempre amei a natureza com todo o coração, mas descobri da pior maneira que o purgatório é na terra, parei de sonhar com príncipes e crianças correndo pela casa cheia de cachorros, aceitando as punições pelos pecados que cometi.
Observo as pessoas dentro dos seus mundinhos fechados em cada carro, alguns sozinhos outros acompanhados, fico algum tempo perdida quando vejo mulheres respondendo os motoristas, talvez sejam amantes..
Mulheres nascem para servir,querida.
A voz da minha mãe ecoa, reverberando por todo corpo como uma ordem é assim, no mundo em que crescemos é assim, que vivemos.
Servir a família, servir aos pais, irmãos e depois aos maridos e filhos ensinando as filhas como servirem para próxima geração se manter decente criando mulheres educadas dentro dos nossos costumes.
Seja uma boa menina, sem tatuagens, sem choro, sem confusões.
As marcas na minha alma são por culpa minha, por ter nascido assim, uma mulher, uma pecadora.
Se ela ainda estivesse aqui iria me recriminar por esses pensamentos, não adianta culpar sem resolver o problema, mas o que posso fazer quando sou o problema?
O céu antes claro começa a ser trocado por um ambiente cinzento pela poluição massante da cidade, as buzinas entram em uma competição enquanto a rodovia se reduz a uma larga avenida, os campos deram lugar aos prédios e as calçadas abarrotadas de pessoas se esbarrando com pressa.
Por mais que tenha noção do que é necessário, não sinto pressa em voltar, não sinto pressa em chegar ao destino nesse momento, o banco de couro atrás dos vidros escuros parece ser o local perfeito para se estar.
Essa viagem em direção ao centro de Nova York é um momento único de liberdade em meses, meus sentimentos se retorcem turbulentos dentro do peito, a razão se confundindo com a emoção, os olhos ardem.
Já são tantos anos e as dúvidas ainda fazem questão de serpentear pela minha cabeça como a víbora seduziu Eva, somos a culpa do pecado.
Puxo a respiração evitando que as lágrimas caiam, quando sou a culpada, deveria ter sido uma filha melhor, uma irmã melhor.O reflexo do vidro entrega os pecados escondidos sob os olhos azuis, a pele de porcelana cobrindo a sujeira e os fios dourados caindo pelos meus ombros completando a devassidão.
Tentei tanto cobrir tudo isso, mas não adianta esconder a maldade em meio às preces, não importa quantas vezes entre dentro da igreja pedindo perdão só existe uma forma de expurgar meus pecados.
Acordo dos pensamentos com a porta do carro abrindo na frente de um enorme prédio espelhado, com portas de vidro impressionantes, a calçada abarrotada de pessoas nos seus caminhos com algumas parando para observar o homem alto, loiro usando terno abrindo a porta do carro.
Quando percebem que não é nenhuma celebridade desviam os olhos voltando para os seus caminhos, desço do carro caminhando para dentro do prédio tentando formular algo coerente para falar sentindo a companhia do soldado acompanhando meus passos.
Ele não me deixa nem falar com a moça simpática que abre um sorriso quando me vê, apenas se coloca na frente indo falar o que viemos fazer aqui.
Nem sei porque isso incomoda tanto, não é culpa dele se a pobre moça pode se contaminar comigo.
As portas do elevador se abrem, entro obedecendo ao soldado que acena, respiro fundo aproveitando os poucos minutos de diferença dentro da rotina rígida. Os números não param de aumentar, suspirei percebendo que ninguém vai ser capaz de utilizar esse elevador pois estou nele , nenhum contato fora da bolha de proteção.
O elevador pára abrindo as portas metálicas, exibindo um amplo espaço fico abismada com o tamanho do lugar nem mesmo a empresa da minha família tem todo esse espaço, poucas pessoas andam pelo local, as paredes de vidro exibem a visão completa do topo de vários edifícios da cidade em uma plena exibição de poder. Dois homens pararam na frente do segurança falando algo baixo o que o faz me olhar com fúria, encolho por dentro com medo de receber algum castigo sem saber o que fiz.
Ele acena para que continue entrando pelo escritório e fica parado ao lado dos dois homens indicando a porta grande do outro lado do salão, algumas secretarias abrem um sorriso acenando fazendo minhas bochechas corarem, pelo desejo de ter alguma amiga.
Todos parecem entretidos nos seus próprios trabalhos, a porta dupla parece um inimigo bato sem ter nenhuma resposta, deveria ter uma secretária aqui, olho em torno para o computador ligado e os documentos desorganizados pela mesa. Bato na porta com mais força.
Pode entrar. - A voz alta parece abafada.
Abro a porta entrando com certo receio, estanco assim que fecho a porta arrependida de ter vindo aqui.
Sinto as bochechas queimando com a visão de uma ruiva de joelhos na frente do homem sugando seu pau com todo empenho diria até orgulhosa, eles não param o ato e me sinto constrangida demais para dizer algo.
Solto um gritinho atraindo a atenção dos dois, me arrependendo no mesmo instante viro de costas buscando limpar da mente a sensação do olhar escuro.
Por favor Giacomo, termine o que está fazendo. - Digo áspera desejando encerrar o mais rápido possível.
Como esse homem pode ficar mandando rosas todos os dias, enchendo a minha casa com as minhas flores favoritas e estar aqui se pegando com uma mulher que nem é da família.Suas atitudes junto com a porcaria do presente pesando dentro da minha bolsa, Vincenzo tem razão, nenhum homem honrado desejaria se casar comigo.
A prova disso é que vim pedir gentilmente para que ele pare com as insinuações de interesse, mas é claro que não está interessado, como poderia se interessar em alguém como eu.
Fecho os olhos buscando concentrar os pensamentos em um único objetivo, não existe a possibilidade de casar com ninguém, de formar uma família.
Suja dessa maneira como uma qualquer.
Já pode se virar Giulia - Acordo os pensamentos depreciativos com a voz grave.
Um pouco receosa viro observando com mais atenção a sala ampla com o infame sofá preto vazio a visão panorâmica da cidade por uma parede enorme de vidro e o homem enorme encostado contra uma mesa de vidro preto usando um terno sob medida marcando as pernas musculosas.
Fico presa sob o olhar pesado fazendo uma análise meticulosa buscando enxergar todos os meus pecados.
Puxo a respiração com força tentando diminuir o calor que se espalha pelas minhas bochechas com a lembrança suja dos sons que ele fez com a moça, abro a bolsa pequena puxando a caixinha de veludo.
Vim devolver isso. - Empurro as palavras para fora esticando a mão com o objeto.
Abaixo o rosto envergonhada demais, olhando para os sapatos sociais de luxo bem lustrados com uma fivela prateada pequena apertando os olhos, conseguindo decifrar o símbolo da família Costello, quando sinto o objeto sendo puxado.
Ergo a cabeça analisando o homem abrindo a caixa, retirando a pulseira cravejada de jóias e perdendo as palavras quando joga a caixa em um canto da sala sem demonstrar nenhum tipo de emoção pelo rosto esculpido.
Fico sem jeito quando em dois passos fecha a distância entre nós, olho para a caixa jogada no canto da sala e para o seu rosto, o olhar expressando uma determinação, sinto um arrepio intenso notando que puxa meu punho esquerdo com os longos dedos, a mão cobrindo toda minha pele fazendo meu corpo esquentar de uma maneira indecifrável, fechando a pulseira em volta do pulso, acariciando com os polegares a pele exposta.
Não posso aceitar - Falo rápido tentando colocar uma distância segura entre nós - Pare com isso Giacomo.
Com o que, especificamente? - O sarcasmo escorre pelas suas palavras, conseguindo a proeza de atingir um tipo de sentimento apagado a anos.
De mandar flores e presentes. - Respondo firme, sentindo as bochechas esquentando pela raiva ao ser ignorada com os seus modos grotescos.
Essa pulseira não se compara a uma única fração da sua beleza, Giulia. - Os olhos intensos junto com a voz firme desestabilizam minhas pernas - Além disso, porque não posso te enviar flores? - Sua voz soa cínica.
Demoro um pouco tentando recobrar os pensamentos e os motivos pelo qual estou aqui, o que devo fazer, não consigo encarar seus olhos escuros.
Você está fazendo todos pensarem que se interessa em casar comigo.- Afirmo com certa mágoa.
E porque não estaria interessado? - Observo seu rosto demonstrando curiosidade.
A sua secretária estava com a boca no seu… - Não consigo completar- você sabe, e os meus irmãos não permitiriam.- Completo falando a verdade
Não estou preocupado com eles Giulia -Sua mão segura meu quadril aumentando as sensações que se passam pelo meu corpo, fico assustada com a forma carinhosa como me olha. - Mas gostaria de saber o que preciso para que você queira casar comigo - O jeito calmo com que me trata é tão...
Assustada com essas sensações tento me afastar sendo impedida pelas suas mãos fortes.
Como você pode dizer que quer casar comigo se estava com… - fico sem palavras para contra argumentar inebriada pelo cheiro do perfume amadeirado.
Começo a dar passos para trás conforme seu corpo avança, em um instante percebo que estou presa entre ele e a parede, sentindo a firmeza dos músculos contra as minhas mãos sinto o medo percorrendo a espinha na sensação conhecida, quando vou conseguir conversar com alguém sem ser uma completa tentação.
Eu posso demitir essa secretária e contratar uma velhinha de 50 anos se você aceitar casar comigo. - Ergo os olhos para ele, espantada que possa por um único momento pensar em mudar algo da sua empresa logo por mim.
Tento empurrar ele, sem nenhum sucesso ficando mais envergonhada por gostar de estar com as mãos contra seu terno, querendo decorar cada traço da fragrância desse perfume.
Meus irmãos nunca irão aceitar. - Digo, buscando voltar a sanidade.
Eles não precisam, Bella - Sua mão esquerda vem sobre a minha bochecha,com delicadeza e cuidado acabei suspirando com o carinho explícito. - Só quero a sua aceitação.
Encaro os olhos escuros agora tão abertos deixando as emoções expressas em cada traço marcado pelas bochechas, nas pequenas olheiras marcadas o nariz esculpido completando o maxilar quadrado desenhado por baixo da barba bem feita, e o cumprimento dos cabelos um pouco maior comparado aos outros homens da mafia lhe dando um ar de cafajeste. Preciso respirar fundo o que se torna um erro quando o perfume dele é capaz de tirar a força do meu corpo, fico tentada diante de tal beleza, como poderia se pudesse ser uma esposa? Como seria se tivesse o amor de um homem além da minha beleza?
Sinto o peso que carrego a anos derrubando as esperanças que ele insiste em dar ao mesmo tempo que gostaria de ter a liberdade de experimentar uma felicidade, qualquer uma na verdade.
Do que adianta a minha aceitação, se a decisão é de Giovani e Vicenzo? - Bufo com a verdade, não sou uma mulher para casar, guardo esse pensamento- Vou acabar nunca casando.
Com a benção do Don eles terão que aceitar - Seu sorriso é capaz de iluminar tudo enchendo minha mente com uma ilusão. - Se quando ele for falar com seus irmãos, você dizer que aceita eles serão obrigados a me ter como cunhado. - O pensamento de sair daquela casa é uma tentação.
Os dedos se abrem contra minha bochecha aumentando o carinho confortando as cicatrizes que nem imagina existir por baixo dessa fachada,fecho os olhos sentindo o medo indo embora por poucos minutos trazendo um desejo proibido.
Giacomo - Abro os olhos curiosa - Porque agora?
Minha festa na família foi há anos atrás, porque agora ele simplesmente começa a falar assim, dando esperanças ao meu coração tão destroçado. Não sei nem por qual motivo quero tanto acreditar nele, esse sonho infantil de ser amada me colocando em maus caminhos.
Porque agora posso ser digno de você.- Com essa declaração, preciso forçar a respiração, como ele pode se achar indigno? Faço menção para responder sendo silenciada pelo dedo contra meus lábios - Bella, não sou um príncipe encantado, mas posso te prometer ser um bom marido e ainda te livrar de ter que passar o resto da vida naquela casa com seus irmãos.
A dúvida corre pelas minhas veias com isso, a verdade nua e crua saindo pelos lábios cheios bem desenhados tocando na ferida. Fico emudecida sem saber como responder ao mesmo tempo que quero afastá-lo do risco.
Posso te beijar,Bella? - A pergunta sussurrada enquanto o rosto se aproxima do meu, nunca beijei..
Você está buscando confusão - Tento fugir.
Por você, qualquer coisa mia bella - Ergueu meu queixo, colocando a mão direita no meu quadril.- Você não negou meu pedido, Bella.
Sem tempo para responder sinto os lábios macios de encontro aos meus de maneira lenta, acabo fechando os olhos sentindo o carinho fazendo o coração palpitar, enquanto sinto derreter contra sua mão segurando firme pela nuca. Sem saber o que fazer abro um pouco os lábios e acabo gemendo com a sensação da sua língua com o gosto de álcool e hortelã.
Tenho a mente nublada pelas sensações do beijo que começa a se tornar mais forte, sinto as pernas tremendo enquanto mordiscava meu lábio inferior, causando uma euforia, destravando tantas coisas que sequer pode imaginar.
Empurro seu peito com mais força sentindo os olhos queimarem pelas lágrimas não derramadas, como ele pode se importar? me pedir permissão?
Me desculpe - Sinto enxugar uma lágrima fujona- Desculpe, Giulia não quis te machucar, vou entender se não quiser casar.
Fico escandalizada com o pedido de desculpas, é totalmente contrário a tudo que vivi desde a morte dos meus pais, que um homem honrado se importe logo comigo.
Porque se importa tanto com a minha opinião Giacomo? -Preciso saber, preciso ter algo para segurar. .
Porque sempre te observei linda e longe sabendo que nunca seria digno de ser seu marido, e agora que existe essa possibilidade - Seus olhos brilham com sinceridade - Se aceitar será minha esposa parte de mim, bella. Como poderia não me importar com a sua opinião.
Fico sem fôlego diante da declaração, ainda mais percebendo que realmente se importa comigo.
E se isso for só uma mentira, se quando casarmos isso não for real? -Pergunto tentando enfiar as esperanças no fundo da minha alma corrupta.
Ahhh mia bella, só posso te responder que o sentimento que venho guardando aqui- Ergue minha mão até colocar sob seu peito, o coração acelerado batendo por baixo do terno - É real.
Estremeço diante da declaração desejando não ter medo, desejando poder construir algo real no lugar do castelo de areia que vivo.
Nunca tinha sido beijada -Falo baixinho buscando coragem para falar uma verdade que nem mesmo ele pode mudar. - Giacomo, talvez deva considerar que posso não ser digna de você.
Vejo a surpresa nos seus olhos ao mesmo tempo que fico desconcertada com a expressão de incredulidade, em nenhum momento desde que entrei nesse escritório esse homem colocou sua vontade sobre a minha é pior do que isso em nenhum momento demonstrou que não sou digna do seu carinho .
Nunca serei digno o suficiente para você, Giulia - A resposta firme aumenta a vontade de chorar. - E agora, não quero deixar que nenhum outro homem te beije.
Como posso fazer ele desistir dessa loucura quando agora tudo que quero é ter alguém lutando por mim, desde que seja ele.
Sou empurrada de volta contra a parede, fico emocionada enquanto seu nariz passa contra o meu deixando uma pergunta clara dentro das íris, pedindo para avançar mesmo que se mostre contido por fora. Fecho os olhos desejando que continue, abrindo os lábios devagar querendo ter um pouco mais do seu gosto, perco o ar quando toma minha boca erguendo minhas mãos para tocar na pele macia da sua nuca.
O jeito carinhoso ao mesmo tempo bruto mostrando todo o desejo que estava contido fazendo um calor percorrer meus quadris, passo as unhas pela sua pele querendo marcar esse homem descarado que se declara fazendo meu peito retumbar depois de tê-lo pegado no flagra.
Me sinto sórdida por querer ele.
Preciso de você, Giulia - Fico arrepiada com sua voz no pé da minha orelha enquanto uma ponta de raiva bate na minha mente.
Você tem a sua secretária - Respondo rápido querendo destruir as esperanças que me dá.
Se aceitar ser minha Giulia, só vai existir você até a minha morte. - A descrença fica exposta porque continua. - Um homem que trai a esposa não é digno. - Cita a lei da máfia deixando firme suas atitudes.
Seu olhar honesto, assusta. Só conheço a maldade da família junto com todos os meus pecados desonrando minha própria família.
fingir para ela, nunca para Guilia, para ela apenas o meu melhor.
Todos querem algo, Giacomo - Falo, porque também quero algo.
Você me basta Bella - A verdade do seu olhar me desconcerta a tal ponto que sinto as lágrimas se formando outra vez, esse homem, esse puto, pode ter quem quiser e ele me quer.
As suas atitudes pedindo minha autorização e a forma como me trata tão bem se impregnam dentro do meu coração carente, desejando ter uma realidade diferente, querendo provar um paraíso quando sou uma condenada a viver no inferno, dando esperanças a uma pecadora de encontrar redenção.
Isso é impossível, devo ter deixado isso na cara com a maneira que fixa nosso olhar.
Serei só seu, e irei te mostrar isso todo o dia. Me permita te dar outra coisa que ninguém nunca te deu. - Não quero negar ao mesmo tempo que fico curiosa.
O que? - Sinto o rosto queimando.
Ah bella..
Fico sem ar quando sinto inspirar pelo meu pescoço traçando a pele com a ponta do seu nariz, fazendo meus pelos se arrepiarem com a carícia lenta sendo apertada contra seu corpo, fazendo meus seios ficarem pesados ao morder minha orelha, passando a barba pela pele da bochecha, escuto um som fico abismada ao perceber que acabei gemendo
A aprovação brilhando nos olhos, mordiscando meu lábio inferior enquanto busco algum equilíbrio enfiando as unhas na nuca firme o que acaba intensificando o beijo.
Perco a noção dos pensamentos sentindo um desejo ardente crescendo pelo corpo abismado com a forma em que ele toma cada parte da minha boca, fazendo meus medos serem jogados pelo canto com a fome de ter cada vez mais dele.
Tento apertar as coxas querendo amenizar a dor que cresce pelo meu centro, algo que nunca senti causando um desespero aumentando o calor pelo corpo, fazendo minhas bochechas queimarem.
Sou erguida pelas coxas sentindo seu corpo forte tomando espaço contra o vestido que se amontoa nos quadris acabo escorregando soltando um gemido ao sentir a dureza pressionando contra minha intimidade fazendo a dor amenizar.
Giacomo, dói - Não consigo me esconder desesperada quando me desce dos seus braços.
Ele abre um sorriso enorme como se tivesse ganhado o dia, fiquei sem entender o motivo por apenas alguns segundos.
Logo sua mão enorme cobre meu seio fazendo um carinho quase uma massagem arrancando outro gemido pelos meus lábios traidores.
Um desejo arrebatador percorrendo todo corpo destruindo todo passado dolorido marcado dentro da mente enquanto a outra mão faz o mesmo com meu seio esquerdo, reviro os olhos quando sinto nossas bocas se unindo novamente, tento roçar as pernas sendo impedida pela sua perna grossa deixando meu corpo fora de controle, me sinto desesperada.
Porque está doendo Giacomo? - Pergunto querendo acabar com essa tortura.
Porque o seu corpo quer tanto o meu quanto quero o seu - Fico escandalizada por dizer que me quer.
Faça parar - peço.
Sinto minha perna direita sendo erguida até que nossos quadris se unem em uma dança erótica, fico desesperada.
Giacomo - Seu nome soa como uma prece.
Confie em mim bella, farei você perceber que sou a escolha certa.
Aceno incapaz de pedir para parar, sou virada com rapidez e força sentindo os seios doloridos se apertando contra a parede e a dureza firme na minha bunda. A sua mão descendo pela minha barriga acendendo o corpo traidor e a voz rouca no ouvido.
Só te darei prazer, bella.
Fico desolada com os beijos lentos pelo meu ombro cobrindo a pele exposta com carinho aumentando a dor entre as minhas pernas quase arrancando lágrimas pelo sonho de ser tratada assim todos os dias.
A respiração forte contra minha pele aquecendo o ambiente fazendo a mente voar em um paraíso, fico tensa quando sua mão encontra minha calcinha, acabo gemendo ao perceber que estou úmida os dedos gentis fazendo movimentos circulares enquanto a boca continua distribuindo beijos lentos.
Só prazer Bella- Perco o pudor gemendo com mais intensidade querendo aplacar a dor.
Giacomo, dói - choramingo.
Sua outra mão sob acariciando meu seio dolorido aumentando o calor, enquanto afasta a calcinha escorregando pela umidade,jogo a cabeça para trás querendo apoio nos seus braços, seus movimentos se intensificando enquanto espalma a mão por toda minha intimidade fazendo a dor crescer em uma exponencial subindo e descendo depois a língua passando pela pele exposta do meu ombro fazendo círculos sob a minha calcinha, continuo subindo com a respiração descontrolada sinto o temor crescer por dentro logo depois causando uma queda devastadora fazendo minhas pernas tremerem, fico presa entre a vergonha e a sensação de pisar nas nuvens do paraíso enquanto seus braços se fecham me acolhendo contra seu corpo derrubando as últimas barreiras de desconfiança.
Isso foi incrível - falo baixinho envergonhada.
Paro pensando nas possibilidade resolvendo dar uma chance para a esperança que desperta.
Demita a secretária - Falo firme tentando empurrar o medo. - Vamos tentar, mas prometa que não irá desistir de mim.
Foi impossível esconder a fragilidade, sinto seus braços me apertando um pouco mais.
Prometo - Sinto o carinho no rosto- Volte sexta aqui.
Sua voz soa grave como um comando com um tom suave soando como pedido me deixando confusa
Meus irmãos quase não me deixam sair - Digo a verdade
Tente pelo menos, me deixe te provar que cumpro com a minha palavra demitindo a secretária e te levando para almoçar.
Puxa minha nuca, virando rapidamente para tomar meus lábios, fico perdida até ouvir o som da porta quase com a alma voltando ao corpo assim que percebo ser Hunter e não o soldado esperando para levar de volta.
Bom Dia Giulia - Seus olhos vagam entre nós dois - Bom dia irmão.
Desperto do susto me desvencilhando do grande homem que mantém a boca torta em desgosto pela interrupção, caminho rapidamente para a porta.
Bom dia Hunter .- Falo baixinho.
Seguro a porta dando um último olhar para o homem que me encheu de esperança na última hora, fecho a porta balançando a cabeça ao olhar para o soldado voltando para a realidade.
AH Giacomo, como gostaria que fosse real.
Penso voltando para a minha prisão.
Mesmo sabendo disso, ainda sonho que aquele demônio vestido em um terno italiano possa ser meu cavaleiro, pensava não ter mais nenhuma gota de inocência correndo pelas veias deveria ter ficado mais atenta aos detalhes, aos sinais. A beleza sempre esconde monstros, o pior deles através do espelho no teto do quarto.