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A Medicina das Fadas

Dito e feito. 

Enquanto caminhavam pelo reino, Winsome e Vults receberam a carta da Princesa Jhessail, enviada por intermédio de seu servo, Sanilo. Assim que soube que a carta era da princesa, a centauro ficou impressionada. Não imaginava que a princesa de Tarayth fosse a mesma que cuidou dela enquanto estava machucada. Imaginou que agora ela deveria ter se tornado uma bela mulher e que iria encaminhar a carta para Galord. 

No entanto, ela só fez isso quando Dorg terminou seu expediente. Estava cansado. Tendo ciência de que Molly não poderia saber que ele era Galord, mesmo que tivesse conhecimento deste, aproveitou que ele estava saindo do trabalho e assim, entregou a carta. 

Tendo a posse da mesma, Dorg começou a lê-la enquanto caminhavam:

"Galord, aqui é a Princesa Jhessail Chergoba. Sou filha de Raigaford Chergoba, o mesmo que é o inimigo do povo. Parece ser ironia a própria filha dizer que tem o seu pai, o rei, como inimigo do povo, mas infelizmente, essa é a realidade de Tarayth. 

Vim por meio desta carta para lhe informar que estou o apoiando, da mesma forma que Ranges Paladin. Soube do confronto que você teve com o Dragão Kovreror e fiquei impressionada que você o tenha detido. 

Galord, do que você precisar, estarei disponível para atendê-lo. Pode pedir o que quiser para mim, pois diferente de meu pai, eu também quero libertar o povo da ditadura de meu pai. 

Para entrar em contato comigo, irei começar mandando para o meu servo uma coruja. Ela é da espécie de coruja da lua e seu nome é justamente este: Lua. 

Quando precisar de algo, mande uma mensagem para mim através da Lua e eu irei atendê-lo de imediato. 

Desejo boa sorte no combate aos inimigos que meu pai enviou para deter a você e a Ranges Paladin, mas ao mesmo tempo, conte comigo. 

Estou do seu lado. 

Princesa Jhessail"

Dorg estava impressionado. Agora teria uma aliada, que era a princesa de Tarayth. Tendo uma nobre o apoiando era ótimo, pois isso demonstraria uma resistência maior a Raigaford. 

Mais tarde, o servo da princesa tinha mandado a coruja chamada Lua, como prometido. Era uma ave muito bonita, com a penugem branca e em suas costas algumas penas cinzentas. Tinha olhos vermelhos e o bico encurvado e curto. 

— Que linda! Onde arranjou? — Indaga Molly, quando Winsome estava com a coruja em seu ombro. 

— Foram as pessoas que gostaram do atendimento de Dorg. Eles mandaram para mim e disseram que era um presente para ele. — Responde a centauro, que estava na janela. Ela fazia carinho na coruja e em seguida, ela entrega para Dorg. 

A coruja gostou de Dorg, assim como também simpatizou com Molly. Porém, com Vults ela não gostou muito. Chegou a querer mordê-lo por algum motivo, mas não sabiam qual era, não que viessem a martelar isso. 

Todos estavam na casa de Dorg, onde Winsome estava na janela e Vults no braço do sofá, junto com Dorg e Molly. 

— Dorg. — Disse Winsome. 

— Sim? 

— Posso falar com você a sós? 

Dorg achou isso estranho. Decidiu aceitar. Ele sai de casa para falar a sós com Winsome. Molly e Vults conversavam um pouco. Woodcker chegou em seguida para ficar com os dois. 

Winsome e Dorg estavam onde Molly não poderia vê-los. A centauro tinha os braços cruzados e olhava seriamente para Dorg. 

— Bem, eu queria saber de uma coisa. — Disse Winsome. 

— O quê? — Indaga Dorg. 

— Como está o tratamento de sua irmã em relação à cólera? 

— Bem, o Doutor Ricnan vem duas vezes na semana para verificar como está o problema de cólera dela. Eu nunca vi um médico tão dedicado para com a sua paciente. 

Winsome sorri. Ela olha para as estrelas que brilhavam fortemente e depois para a luz, que mantinha a mesma tonalidade de brilho. Em seguida, ela volta a olhar para o seu amigo. 

— Vou lhe contar uma coisa. Eu descobri a cura para a cólera de sua irmã. 

— O quê? Como? 

— Bem, você já ouviu falar na Medicina das Fadas? 

— Medicina das Fadas? 

— Pelo visto, não. Mas não se preocupe, eu lhe falo. A Medicina das Fadas é um artefato raro, assim como a Espada Nebulosa, mas o que difere é que a Medicina das Fadas não está em Tarayth, está em outro reino. 

— Qual? — Dorg estava empolgado, pois teria descoberto a cura para a cólera de sua irmã. Ele faria qualquer coisa por ela. 

— Esse artefato se encontra no Reino de Britannis, é perto daqui. Acho que dá cinco horas de viagem ou até um pouco mais. Lá é conhecido por ter diversos tipos de criaturas mágicas. É o primeiro reino dos humanos que deixa liberado para qualquer ser mágico ficar por lá. É um milagre que Vults e eu estejamos aqui. 

— Pois é, vai ver que o rei acabou cedendo. 

Winsome começa a rir. 

— E então? Vamos embarcar nessa aventura? 

— Sim, vamos, mas eu queria saber quem será esse tal de Ranges Paladin. Isso que me deixou curioso. 

— Não se preocupe com ele. Quando chegarmos, podemos procurá-lo. Imagina se ele vira um aliado.

— É verdade, mas ao mesmo tempo, ele pode virar nosso inimigo. 

— Pois é, isso também pode acontecer… — Winsome fica pensativa sobre isso. — Bem, eu queria saber se você pode falar com a princesa a respeito disso. 

— Sim, vamos estrear a mensagem para a Lua enviar para ela. 

Mais tarde, depois do momento de conversação, todos foram se recolher para dormir. Dorg estava acordado ainda. Tinha a coruja no parapeito da janela de seu quarto. Ele escreveu sua carta para a Princesa Jhessail. 

"Princesa Jhessail, obrigado pelo seu apoio. Fico honrado com isso e para começar, quero lhe fazer um pedido. 

Preciso de um cavalo para sair do Reino de Tarayth. Tem uma situação na qual preciso resolver fora do reino, mas não se preocupe. Em breve estarei de volta. 

Por favor, se puder responder esta carta, ficarei feliz. 

Galord"

Em seguida, Dorg coloca a carta na perna de Lua. Ele a teria amarrado e em seguida, a coruja saiu voando. Dorg olhava a ave voar no céu noturno, com a lua e as estrelas a brilharem. 

Não tardou muito para a princesa receber a carta. Enquanto ela dormia, escutou um barulho de bico no vidro da janela. Isso a despertou, tinha sono leve, mesmo que fosse jovem. Tinha os seus vinte anos, mas diziam que ela tinha a mentalidade de uma balzaquiana. 

Tendo escutado o barulho, ela abre a ventana e desamarra a carta da perna da coruja, depois de tê-la acolhido na janela. Ela lê o conteúdo da carta e teve ciência das necessidades de Galord. 

Mesmo por volta da meia-noite, ela teria escrito uma resposta:

"Galord, irei providenciar um cavalo para você e direi a Le para que o liberasse para fora de Tarayth. Tendo o rei ou a princesa a ciência da saída de um plebeu do reino, de acordo com a lei de Tarayth, não precisa se preocupar se irão dar por falta de você ou não. 

Princesa Jhessail"

Dito e feito. 

Na manhã seguinte, Jhessail falou com Le sobre tudo que precisava e pediu para não contar ao seu pai que ela tinha contato com Galord e estava buscando contatar Ranges, mas estava complicado. 

Sanilo enviou o cavalo para Winsome. Esta mandou para Dorg. Alegou que estaria de folga hoje e aproveitaria para ir até Britannis. Seus amigos já se mostraram prontos. Molly não sabia do cavalo. Decidiram chamá-lo de Neve, pois o cavalo era branco como a neve e tinha a crina e a cola alouradas. Os olhos eram azuis marinhos. Dava a sensação de ser um cavalo loiro, de fato. Era muito bonito, bem nutrido, saudável e resistente o suficiente para aguentar horas correndo. 

Depois de muito se prepararem, nossos heróis saíam de Tarayth. Dorg já não era mais Dorg, era Galord. Le, ao ver os três saírem, teria se despedido deles. Suspeitava que Galord fosse Dorg, já que nunca os viu juntos, além de que ambos eram muito parecidos. 

A viagem para o Reino de Britannis durou seis horas. Nossos heróis teriam saído às oito e chegado à Britannis às quatro. Estavam na entrada no reino nesse momento. Pareciam cansados, principalmente Winsome, que corria junto com Neve. 

A entrada do reino era livre para todos, diferente de Tarayth. Todos os reinos eram livres para qualquer um entrar e sair, menos Tarayth. 

— Chegamos. — Disse Winsome, que bebia água. Estava muito cansada da corrida. 

— Bem, vamos entrar no reino e procurar pela Medicina das Fadas. — Responde Galord. 

— Na verdade, a Medicina das Fadas fica com os reis de Britannis. 

Galord se impressiona. 

— Segundo o Reino das Fadas, que são os mais próximos de Britannis, depois que a princesa das fadas foi bem cuidada em Britannis pela própria Realeza, a rainha deu a eles a Medicina das Fadas e disse que dessem para aqueles que tivessem alguma doença incurável ou que estivessem à beira da morte. 

Galord se impressionava mais com a história. Logo, eles adentram o reino. 

Assim que fizeram isso, estavam admirados. Haviam humanos, mas também tinha outras criaturas mágicas, até mesmo aqueles indesejáveis, como vampiros e lobisomens. 

O reino era mais bonito, mais nobre, os moradores tinham a riqueza estampada em seus rostos, não que todos sejam ricos, mas pelo menos, era o suficiente para que não necessitasse de algo, diferente de Tarayth. Era um reino mais abrangente, todos tinham benefícios. Os impostos eram baixos e a segurança era super reforçada. 

Quando estavam nesse reino, nossos heróis se sentiam bem, não tinha aquele ar pesado ou aquela sensação de angústia e de raiva ao mesmo tempo. 

— Bem, agora resta saber onde fica o castelo. — Disse Galord. 

— Talvez eu possa ajudá-los. — Uma fada aparece em uma mágica de teleporte na frente deles. 

Ela estava de braços cruzados, sorrindo. Tinha a pele pálida, seus cabelos, asas, olhos, batom e até mesmo vestido, que ia até a metade do joelho, eram azuis. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e ela não tinha um tamanho pequeno e sim um tamanho normal. 

— Uma fada! — Disse Vults, impressionado, como se nunca tivesse visto uma fada. 

— Meu nome é Graymorning. — A fada se curva. — É uma honra conhecê-los, visitantes. 

Galord sorri para a fada. Teria a achado simpática. 

— O prazer é nosso. Sou Galord, esta é Winsome e este é Vults. Estávamos à procura do castelo de Britannis. Queríamos falar com os reis deste belo reino. 

A fada também teria se simpatizado com Galord. Ela sorri para ele amavelmente e responde:

— Eu sou a serva da rainha. Posso levá-los até lá se quiserem. 

— Seria ótimo. Precisávamos muito falar com ela. — Disse Winsome. 

— Claro. Por favor. Acompanhem-me. — A fada voava planamente e devagar, para acompanhar nossos heróis. Estes caminhavam tranquilamente e ficaram admirando de vez em quando o reino. Estavam encantados com as riquezas que o reino apresentava. Quem dera se Tarayth também fosse assim! 

Chegavam no castelo. Ele era muito belo também. Tinha semelhanças com o de Tarayth, mas a única diferença era que o castelo de Britannis era mais bonito, mais lustroso. O trio estava encantando. A fada olhava sorrindo para eles. Imaginava como eles estavam encantados com o que viam. 

— Venham. Irei levá-los até a rainha. — Disse a fada. — O rei nesse momento está ocupado, mas a rainha tem um momento para falar com o povo de Britannis, ou até mesmo com quem vem de fora, como no caso de vocês. 

Os três se olham admirados pela fada, que era muito simpática. Eles a acompanharam e adentraram o castelo. Este era mais bonito por dentro. As cores eram mais vívidas também e tinha semelhanças com a parte interna do castelo de Tarayth, mas como dito antes, a única diferença é que parecia ser mais lustroso, mais vivido. Não tinha aquele ar de angústia ou de raiva. 

Chegando na sala do trono, lá estava a rainha. Sentada no trono que lhe pertence. Uma mulher de quarenta e sete anos, cabelos ruivos, olhos verdes, pele branca, os cabelos presos e usava uma roupa vermelha, que constava na roupa da nobreza na época. Tinha uma coroa em sua cabeça. Estava esperando alguém para falar sobre o reino, se estava tudo certo ou não. É nesse momento que aparece o rei. Um homem de cinquenta e um anos. Cabelos grisalhos, barba no mesmo estado. Usava roupas da nobreza como era na época e tinha uma coroa na cabeça também. Ambos estavam sentados no trono nesse momento. Eles vêem que Graymorning estava com o trio e a rainha disse:

— Graymorning, eles querem falar conosco? 

— Sim, Majestade! — Responde a fada, fazendo uma reverência. 

— Por favor, aproximem-se! 

Os três obedecem, assim como a fada. 

— Como se chamam? — Indaga o rei. 

— Sou Galord, o cavaleiro da justiça! 

O rei pareceu interessado na postura do nosso herói. 

— Sou Winsome do Reino dos Centauros, mas fui exilada! 

— Vults. — O goblin apenas disse isso e Winsome teve vontade de dar um cascudo em seu amigo. 

— Bem, do que vocês três desejam de nós, Arthur, o Rei de Britannis e Gennebra, a primeira dama? 

— Majestade. — Galord se mostra humilde. — Minha amiga Winsome disse que há um artefato que precisaríamos para curar o problema de cólera de Molly, a irmã de nosso amigo. Ela sofre com esse problema há… 

— Desde criança. — Disse Winsome. Ela sabia do estado de Molly, porque esta lhe contou uma vez. — Nós precisamos desse artefato que a Vossa Majestade tem para curar nossa amiga. Viemos de tão longe para isso. 

O rei não queria ceder, mas a rainha abria brechas. Parecia pensar em algo. 

— Vocês podem ter a Medicina das Fadas, mas é preciso que façam algo em troca. 

O rei olha sem entender para a sua esposa, mas parece ter entendido o que ela quer. 

— Preciso que se livrem de um inimigo da Realeza que quer matar o meu marido e querer minha mão. Eu já o neguei várias vezes, mas ele não muda o seu jeito. O pior é que ele tem a posse de uma espada lendária que pertence ao meu marido. 

— E qual seria? — Indaga Galord. 

— A Excalibur, mas não somente esta, como também a Durandal. Ele tem as duas espadas mais poderosas do mundo. Tudo para que possa ter minha mão. Confesso que estou assustada com isso, pois meu marido está desarmado nesse momento e vocês têm armas, sem contar que com um goblin que sabe magias, seria mais fácil ainda. 

O trio se olha e em seguida, volta a olhar para a rainha. Pareciam dispostos a fazer qualquer coisa para que Molly pudesse ser curada da cólera. 

— Aceitamos a oferta. — Disse Galord. 

A Rainha Gennebra sorri e olha para o marido que não quis dizer nada. Parecia entender a causa de sua esposa e de fato, com um homem desses, era perigosa a segurança de morrer em Britannis. 

— Ótimo! — Disse a rainha. — Graymorning, por favor, leve os três para um ótimo dormitório. 

— Sim, Majestade. — Responde a fada, que se volta para eles. — Por favor, acompanhem-me. 

Os três obedecem. 

Graymorning os levou até um quarto muito bonito. As paredes são feitas de concreto, mas com uma cor lustrosa, havia três camas com travesseiros brancos e cobertores vermelhos, um tapete vermelho no meio e duas janelas em cada lado, de tamanho grande. 

— Bem, é aqui onde vão descansar. Daremos mais detalhes sobre a situação da nossa rainha. Não vai demorar muito para obterem a Medicina da Fada. Se precisarem de alguma coisa, é só gritar meu nome que eu apareço. — Disse a fada, que usa sua magia de teleporte e some. 

Os três se impressionam com a habilidade da fada e em seguida, eles olham para o quarto. Estavam impressionados com o luxo que era. Tudo muito bem limpo, conservado e caro também (risos).

Eles comentaram entre si o que acharam e em seguida, Galord some e aparece Dorg. Queriam descansar o suficiente para se prepararem, além de recuperarem as energias da viagem que fizeram. 

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