Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 2: Em busca da liberdade.

01/01/2020, 00h40min.

{Narrador}

Um dos integrantes da Shaka Não pôde descansar esta noite, e como poderia com isso que está prestes a fazer em mente? Os pensamentos fora de ordem atordoam seu raciocínio lógico, imediatamente, feromonas amargas são emitidas no ar. Precisava se acalmar, do contrário levantaria suspeitas.

Sentou-se na cama para iniciar uma sessão de respirações consecutivas: inspira... expira... inspira... expira. Repetiu o processo até sentir o odor perder-se. Nibiru deveria ser rápido, sabia que a líder da corporação encontrava-se em sua sala, sempre atenta as câmeras de vigilância, quase não saia do cômodo à exceção de necessidades fisiológicas; agora com a semana corrida, onde houveram intensas reações cerebrais do “Experimento Kalka”, do qual apenas a chefe tem conhecimento.

Era a hora não podia perder mais tempo. Arrumou somente o necessário numa bolsa discreta, incluindo principalmente documentos, um celular e três passaportes. Saiu do quarto, enquanto trancava a porta averiguou de relance caso tivesse alguém passando, mas ninguém veio.

A busca maior seria no laboratório, lá tinham câmeras apontadas precisamente em ângulos constantes, então, não poderia ser tão complicado causar uma ilusão óptica, bem, na cabeça dele não. No entanto, o que de grandioso faria? Nem seu Amojak servia efetivamente num combate, e também o combate corpo-a-corpo era algo longe da realidade de Nibiru, todavia cairia bem na situação atual.

Assim, ele respirou fundo abandonando a porta partindo a caminho do setor de testes científicos. Hoje, Nastácia pagará por tudo que fez consigo; a ingratidão dela foi mostrado ao ferir lhe a face e arrancar seu olho direto, junto a inúmeras cicatrizes feitas nas seções de punição por afrontá-la sobre seus métodos de trabalho cruéis e ilegais.

A forma de operação da Shaka era a mais podre possível, Nibiru sabia que afiliar-se a ela era um caminho sem volta, entretanto, no auge da sua mocidade foi ingênuo em pensar: “Não de ser tão ruim assim”. Porque se mostrou pior do que alcançou com a imaginação; jamais buscou fama ou dinheiro, desejava ajudar as pessoas, criar a cura para doenças como câncer, AIDS, HIV e tantas outras enfermidades malditas.

Todavia, o que conseguiu foi criar um soro, o qual poderia gerar outros arquétipos de vida capazes de ir muito além da capacidade humana, tanto em força quanto no intelecto. Sem dúvida, foi um avanço na ciência. No entanto, Nibiru enxergou como uma falha incalculável quando soube para o que seriam usados:

•Experimentos;

•Extração de energia Amojak;

•Combates;

•Assassinatos;

•Catástrofes naturais e entre outros.

Tamanho poder não deveria estar entre os humanos; há coisas que não podem ser controladas, e Nastácia deitou-se no próprio mausoléu ao decidir prosseguir com os projetos baseados no soro.

Caminhou pelos corredores vazios e silenciosos por conta do horário, se fosse mais cedo a movimentação seria frequente. Ao passar na frente da ala onde aprisionavam suas criações, abaixou as orelhas com o clamor ouvido toda vez que transitava por ali; um deles reconhecia exatamente seu cheiro de avelã, e sempre chorava quando era ignorado por ele.

Nibiru não deveria se levar pelas emoções, trincou os dentes e seguiu seu caminho. Estático frente a porta trancada, procurou o cartão de acesso entre os bolsos da calça apenas para encontrá-lo na algibeira da blusa, o estresse acumulado estava esgotando ele.

Abriu a porta em plena quietação. No local, as luzes ainda permaneciam acesas; e para o seu abalo, ou desespero interno, um dos pesquisadores até então estava lá. O homem olhou na direção dele dando um leve sorriso.

— Veio terminar seu relatório? — Carlos, um dos mais velhos colegas de trabalho, perguntou curioso. Tinha fama de fofoqueiro entre os demais, à vista disso Nibiru evitava dialogar com o ancião, somente cumprimentava de maneira educada e solene.

— Sim, preciso entregar até as primeiras horas do dia. — Mentiu. Esperava estar bem longe dali antes do sol nascer, senão nunca mais avistaria a luz de um novo dia. Não deu grande atenção ao colega após a pequena conversa.

Somente apanhou a prancheta acima da mesa preenchida por projetos em papel e processos químicos, e simulou anotar seus progressos semanais para relatar a líder.

“Nibiru...”

Uma voz baixa o chamou, não precisou olhar Carlos para saber quem era. Não foi a primeira vez que a ouviu, seus olhos desconformes rumaram ao tanque atrás de si; ramosos fios espessos ligavam o enorme recipiente a geradores de energia e monitores, era nítido o sublime cuidado com tal maquinário ou pelo que está no interior: isso explicaria a voz desconhecida toda vez que alguém se aproximava.

“Uma e trinta... Nibiru... Uma e trinta.”

O que desejava a voz dizer com “uma e trinta”? Nibiru olhou sorrateiramente ao relógio pendurado na parede, marcando exatamente 1h e 29min. A hora iria “virar”, e muito provavelmente, isso significava algo.

— Bom... — O velho homem estalou as costas produzindo um ruído bem audível. — Vou me recolher, boa noite. — Desejou retirando-se do laboratório, levando seu devido relatório consigo.

Quanto a ele, abandonou rapidamente a prancheta na mesa, voltando-se para o relógio... Era isso, exatas 1h e 30min. Nibiru olhou as câmeras, misteriosamente todas estavam apontadas com sentido contrário ao seu.

“Click!”

O coração quase saiu pela boca após ouvir tal som agudo logo depois do momento repentino de silêncio, som este que veio da porta transparente e blindada que levava até o cofre; um cilindro translúcido detinha certa coloração azul lá dentro, devido o componente químico que guardava.

— Por mil estrelas... — Não acreditava mais no sentido da visão, sim, com certeza ainda estava sonhando na cama. Mesmo sendo ele a criar o denominado pela massa como “elemento x”, proibiram-no de ter qualquer contato com isso: sua primorosa Gênese, a origem dos Mouzayshis.

“Pegue-o, pegue tudo que construiu e parta. Não volte mais!”

O corpo tenso de Nibiru não teria se mexido caso a adrenalina estivesse baixa, esse pequeno evento já havia abalado seu sistema nervoso. Ele entrou no cofre, aquele líquido reluzia mais que ouro e consequentemente custava mais que o Diamante Oppenheimer Azul, o qual possuía a mesma cor do soro.

Segurou o cilindro gelado e o pôs guardado entre as poucas roupas que levou, não era o modo correto muito menos protegido de carregá-lo, contudo, apenas isso estava a sua disposição. Saiu deixando a porta do cofre aberta, se fechasse soaria um alarme alto de aviso as trancas.

“Leve os Mouzayshis também... Eles são seus, cuide deles.”

Oh, isso relativamente seria um problema. Ok, não foi complicado pegar o soro, até porque nem se deu o esforço de fazer algo além de atuar, pois, recebeu tudo de mãos beijadas pelo... Bem, por algo preso naquele tanque.

Com o Gênese sobre sua posse, partiu ao corredor anterior, este em que ouviu um dos Mouzayshis choramingar; essa trava era diferia das demais, tratava-se de um painel com números de um a nove. Conhecia a senha de memória. E depois de colocá-la, levantou a maçaneta fria e logo os cainhados eufóricos alcançaram suas orelhas que contraíram afetadas pelo som.

— Vamos dar um pequeno percurso, companheiros? — Olhou na direção de todos, parando por último no Mouzayshi de pelagem longa e verde na jaula ao lado, enquanto isso a criatura tentava alcançá-lo com a cauda comprida para lhe puxar até si. Adorava como a voz do humano soava profunda, e o sotaque diferente do restante o enfeitiçava incondicionalmente.

Um sorriso deprimido despontou dos lábios secos, portanto, se aproximou tocando a cauda de pêlos espessos e em menos de um segundo Nibiru foi abraçado, embora as grades tivessem poupado o real contato caloroso. O humano mal se lembrava da última vez que esteve assim acolhido nos braços de alguém, consolado mesmo que seu ego insistisse em não necessitar desse afeto.

— Certo, tu queres passear. — Nibiru alisou os braços robustos e felpudos, afastando-se da criatura. Não gostava dessa sensação de apego que sentia por “01”, e mesmo que tentasse negar, a verdade sempre viria à tona; amava sua criação, não somente como um experimento que deu certo, amava igual pessoas se amam.

O macho libertou suas invenções vivas, pediu que saíssem das jaulas e dessa forma fizeram. Entretanto, o último, na fileira esquerda, recusou-se a sair, e vendo isso Nibiru andou até ele reparando no olhar lilás, nele manifestavam-se sentimentos tais como: mágoa, ódio e rancor.

Pois o odiava do mesmo modo que odiava viver; a vida o amargurava, os humanos lhe enojavam, e quem o criou era um tirano egoísta que só os deu a vida para satisfazer o bel-prazer individualista de ser reconhecido por grandes feitos. Por culpa dele que ocasionaram cicatrizes na sua pele, a perda do olho esquerdo, tremores nervosos, perturbações mentais dentre outros malês.

— Tudo está bem, venha afora. — Abriu a porta da cela, já destravada, para fazê-lo sair. Então, ainda hesitante, caminhou para fora, lançando um olhar de repulsa ao humano.

Juntos saíram guiados por Nibiru, que se encontrava acima da besta verde, ditando as direções que deveriam tomar. Mas se quisessem sair teriam de passar pela zona de segurança; a ameaça maior era Billy e Nastácia: ambos alfas lúpus.

O cientista odiava, embora em segredo, essa raça naturalmente tão poderosa; seu pai foi um maldito lúpus que abandonou sua mãe grávida de sete meses, porque segundo ele não poderia ficar com ela, pois não eram imprintings e a criança havia sido um “acidente”. Ofereceu até pagar as despesas do aborto se o fizesse, mas como uma fêmea amorosa e instintiva sua mãe recusou trazendo-o ao mundo com muita dificuldade. Sentia tanta falta dela, todavia precisava manter distância para deixá-la segura.

Nibiru arregalou os olhos ao avistar o dito-cujo Billy saindo depressa do laboratório, nisso “01” colidiu com tamanha força no homem que o fez perder a consciência ao chocar-se contra a parede. E mais uma vez, eles estavam correndo através dos corredores sombrios.

A tropa de Mouzayshis atropelou alguns seguranças que passavam por um determinado corredor, pisados como formigas miseráveis, mas ainda assim sobreviveram; e a mulher do grupo, mesmo em dor, tentou comunicar Billy sobre o grave incidente. O rádio comunicador do lúpus tocou, porém, ele não havia acordado do obscuro inconsciente, então, a alternativa viável seria comunicar diretamente Nastácia. Ela conduziria o resto.

Não passaram nem cinco minutos, o alarme de emergência soou e as luzes infravermelho foram ligadas, acabando por desorientar as criaturas fugitivas. Uma frota de soldados fortemente armados a frente os impediram de continuar. “01” rosnou... amedrontadamente, o cheiro de alfazema que sentiu fez virar-se para trás levando todos a fazerem o mesmo.

Lá estava ela.

Andando como se nada estivesse acontecendo, vivendo como se a vida fosse um jogo onde tudo pudesse manipular: essa era Nastácia. Junto dela vieram mais reforços, ninguém sairia dali ileso mas também não sairiam sem lutar. Talvez fosse um combate já perdido, portanto seria melhor render-se e voltar às celas como reles cobaias sem direito a opinar, sem poder decidir o que farão consigo?

Não, pois desistir nunca será um opção.

— Ah, Nibiru, sabia que cedo ou tarde se rebelaria contra mim. — Nastácia parou diante deles sem temor. A íris roxa não encoberta pelo opérculo não apresentava brilho nenhum, eram mortos e sem vigor.

— Então, deverias ter tomado mais cautela. — Nibiru agarrou mais forte no pêlo do seu Mouzayshi e na bolsa a qual mantinha protegido o soro, através do tecido era possível distinguir o lampejo azulado que atravessava minimamente.

Nastácia suspirou exausta e sorriu. Colocando uma das mãos na cintura, ela estendeu a outra para o homem entre as bestas. Poderia ser apenas uma impressão, mas o piscar frenético das luzes vermelhas a fazia parecer mais ameaçadora do que o normal. Magra e alta, com olhos grandes e alarmantes, ela expôs suas garras afiadas para o homem. Observou como ele ficou tenso e tentou esconder o medo que sentia, sabendo que ela poderia matá-lo facilmente. No entanto, Nibiru tinha uma vantagem: ela precisava dele vivo.

— Não foi com fins hostis e desumanos que criei o soro. — Disse ele, acariciando com pesar a pelagem da besta que o mantinha sobre si com delicadeza. A criatura era realmente amável. Em relação a ela, ele rosnou agressivamente, ainda tenso com a iminente intimidação da fêmea.

— Dê-me o soro. — Ordenou ela devagar, causando arrepios horripilantes nos seis fugitivos. Os soldados engatilharam suas armas apontadas para o cientista e as cobaias; era hora de alguém agir, e percebendo isso, o espécime mais primoroso se prontificou.

A cobaia de cor vinho, com aparência metálica e irregular, investiu com suas grandes asas, que também serviam como patas, contra os soldados do lado oposto a Nastácia. Foi tão rápido que não houve tempo para disparar um único projétil. Os outros soldados correram em perseguição às cobaias, pois Nastácia ordenou que fossem atrás. De qualquer forma, não passariam pelo portão de emergência enquanto ele estivesse ativado.

— À esquerda, 07! — Nibiru disse o lado correto que deveriam seguir, uma vez que o referido "07" permanecia à frente dos demais e precisava ser guiado.

Eles interromperam a corrida no portão principal, uma vez que as grades de ferro estavam fechadas. Mesmo que tivessem utilizado um cartão de acesso pessoal, não teriam conseguido passar.

— Inferno! — Ele cerrara os punhos na alça da bolsa, sendo tolo por ter acreditado que teriam tempo suficiente para atravessar antes das grades descerem. Os Mouzayshis olharam para ele, aguardando uma nova ordem, pois seriam em breve alcançados pelos seguranças. Ele desceu da fera verde, caminhou até a besta vinho à frente deles e pediu educadamente:

— Por favor, agora precisas usar teu poder. — Tentou afagar o rosto firme de '07', mas ele se afastou desconfiado do toque. Logo, Nibiru refletiu sobre suas ações e modo de pensar em relação a esses seres intrigantes. Eles não são animais, então não devem ser tratados como tal. — O que estou a pensar. — Cochichou consigo mesmo, e olhou com compaixão para '07', que chilreou e bateu o crânio na porta de ferro após o humano sair do caminho.

O indivíduo identificado como "07" começou a golpear repetidamente a porta com seu corpo massivo, enquanto os demais membros do grupo protegiam a retaguarda. Eles ansiavam pelo momento em que a criatura soberba pudesse libertá-los daquele lugar maldito. Nibiru lamentava profundamente ter se envolvido com aquela organização.

Quando conseguiu abrir caminho, "01" quase pulou de alegria, trazendo alívio ao ex-cientista da Shaka. O Mouzayshi verde teve extremo cuidado ao passar com Nibiru entre as abas afiadas da porta danificada, arranhando parte do abdômen no processo, porém a dor não se fez presente.

O verde vivaz tomou a visão das feras. "01" não soube como reagir. Parecia encantado e sentiu que pertencia àquele lugar diversificado em plantas nativas e espécies únicas da fauna. Jurou avistar algo pequeno pulando de galho em galho, observando-o com curiosidade. Nibiru atentava-se às reações dele: a grande cabeça fofa não parava um minuto, mesmo correndo prestava atenção a tudo ao redor. Isso o fez sorrir genuinamente, e teria abraçado o largo pescoço, caso não tivesse percebido o cheiro do perigo.

Algo derrubou "03" em uma pequena ribanceira. A única fêmea do bando rosnou violentamente e atacou com brutalidade o que quer que tenha colidido com ela. Tratava-se de um dos capangas, com uma aparência transmorfada. Ele levou um corte profundo no pescoço e sangrava enquanto agonizava caído em um solo úmido, entre raízes e grama fresca. O solo absorvia o sangue quente lentamente.

A fêmea não pôde evitar encará-lo: um lobo cinzento aparentemente maduro, com olhos dourado-ouro como o seu direito, possuidor de um aroma masculino, embora fértil, semelhante ao de uma fêmea do subgênero oposto ao dela. Certamente, seria lamentável se ele morresse.

— Vamos, 03, outros virão atrás de nós! — Como esperado, Nibiru foi ignorado. O transe era tão intenso que ela não soube ao certo como o fez, mas ainda assim aconteceu.

Ele envolveu as garras em volta do pescoço do inimigo. A forte e desesperada inspiração por oxigênio assustou aqueles que estavam próximos da cena da suposta ressurreição. O humano entre eles estava atônito. Seria mesmo uma boa ideia soltar essas criaturas pelo mundo? Quem sabe o que eles poderiam fazer ou o que desejavam fazer a partir de agora? Talvez Nibiru tenha deixado a emoção dominá-lo e esquecido da razão.

Eles retomaram ao plano de fuga quando ouviram ordens de busca sendo gritadas para eles. Agora, com um novo membro em sua equipe, eles desapareceram na mata em busca da civilização mais próxima, para que Nibiru pudesse entrar em contato com alguém que pudesse ajudá-los a sair de Brazindu. As criaturas, em particular, devem permanecer fora do alcance do radar de Nastácia. Se ela conseguir rastreá-los à distância por meio dos colares, não haverá como escapar.

Nibiru não tinha noção por quanto tempo seria obedecido. Tudo bem que ele os libertou das jaulas e os instruiu até ali, entretanto, eles ainda receberam ordens durante todos esses anos de vida. Não será fácil para os novos cidadãos aceitarem a submissão novamente, especialmente a um humano fraco e sem um Amojak de fato eficiente para intimidá-los. Mesmo assim, não era isso que Nibiru queria.

Por enquanto, apenas precisavam sair da mata, nada mais. No entanto, "07" não queria continuar em grupo, acreditando que seria mais fácil ser capturado desta forma, e assim partiu para o oeste. Os outros seguiram seu exemplo e marcharam em direções opostas. O humano continuou para leste com a besta mais amigável, que estava disposta a carregá-lo para onde quer que fosse, já que era eternamente grata a ele e queria retribuir de alguma forma. Nibiru apenas pôde desejar-lhes boa sorte.

Continua...

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.