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Capítulo 5

Ele gemeu e se posicionou melhor, estendendo a mão para mim e começando a deslizá-la pela minha perna.

-Taylor, acorde.- repeti, dessa vez com um tom mais determinado e afastando-o de mim.

Com dificuldade ele abriu um olho, aproximando teimosamente a mão de onde estava e recomeçando a jornada em direção ao centro do seu interesse e do meu prazer. Desta vez, porém, a carícia não teve em mim o efeito habitual: nenhum arrepio de excitação, nenhum arrepio de expectativa, nada.

Me movi novamente, olhando para ele. Naquele momento ele finalmente abriu os olhos e franziu a testa para mim.

-O que está acontecendo? Você não tem vontade de continuar de onde paramos?

-Não. Na verdade, percebi uma coisa.-

Stefan sentou-se e inclinou a cabeça, estudando a expressão confusa no meu rosto.

-Nós sentimos. De onde nasceu sua cabecinha feliz, Esplendor? Sou todo ouvidos.-

Soltei um pequeno suspiro e alisei meu cabelo. -Acho que é hora de acabarmos com tudo isso e continuarmos amigos sem benefícios. Fiquei entediado, muito previsível e óbvio. Quase parece que estamos juntos novamente.-

Ele ergueu as sobrancelhas surpreso. "Eu não pensei que você se arrependeria tanto agora, dados os gemidos de satisfação que você não conseguiu conter... ou não?"

Dei de ombros e acenei. -Detalhes. Eu não quero continuar, então por favor, vista-se e vá embora.-

"Você não está falando sério", ele respondeu, olhando para mim com os olhos arregalados. -Na cama nos entendemos perfeitamente, não temos complicações sentimentais que nos perturbem... por que parar? Eu não entendo a verdade.-

Puxei o lençol e levantei-me graciosamente sem me cobrir com nada, para que Stefan pudesse me admirar mais uma vez. Olhei por cima do ombro e me virei ligeiramente em direção a ele.

-Até suas atuações, no longo prazo, ficam cansativas, querido... Demita-se, capitão, isso pode acontecer com você também.-

Com calma fui procurar um babydoll azul de seda e renda e o vesti, ficando de costas para a cama de onde não saía nenhum som.

Assim que me vesti, me virei novamente. Stefan estava na mesma posição que eu o deixei, só que agora um sorriso divertido relaxou sua linda boca.

Com os olhos fixos nos meus, ele saiu da cama e veio em minha direção com toda a sua glória. Ele caminhou até mim e me bloqueou, colocando as mãos na cômoda atrás de mim. Antes daquela noite, tê-lo praticamente em cima dele, tão perto e tão nu, teria desencadeado em mim instintos bastante difíceis de reprimir, mas naquele momento eu estava completamente insensível ao seu encanto indubitável.

Aproximando seu rosto do meu, ele deixou um rastro de pequenos beijos ao longo de minha mandíbula e, quando chegou ao lóbulo da orelha, chupou-o suavemente e então disse num suspiro: -Você não está dizendo isso direito, Splendor. Mas eu vou. aceite-o como escrito. No final das contas também não me importo de ir pastar em outro lugar.- Outra série de beijos. -Embora lembre-se. Se eu sair por aquela porta agora, você não poderá voltar atrás em sua decisão.- Ele afastou o rosto alguns centímetros e me olhou atentamente. Na penumbra do quarto, mal iluminado pela primeira luz da madrugada que se filtrava pelas janelas abertas, o azul dos seus olhos estava mais escuro que o habitual. Eu não me movi nem abri a boca, apenas olhei para ele erguendo as sobrancelhas por um momento.

Então ele assentiu brevemente e, depois de retirar as roupas de cima da cômoda, tal como estavam, saiu do quarto. Parecia que ele não queria ficar lá o tempo suficiente para usar o mínimo.

Assim que ouvi a porta fechar, me mexi e deitei na cama como se nada tivesse acontecido. Fechei os olhos e desta vez o sono não esperou, mergulhando-me num buraco negro sem sonhos.

- Ana! É espetacular!-

-Mas como você pode estar tão bonita às oito da manhã?!-

-Anna… Querida! Esse vestido fica ótimo em você!

O chilrear extasiado das líderes de torcida, já acordadas e prestes a ir para a aula, me dominou quando entrei na grande cozinha de nossa residência e foi especialmente gratificante; Demorei um pouco mais do que o normal para me preparar e a reação das meninas confirmou que eu havia alcançado o objetivo que me propus: estar por cima, exorcizar completamente o dia ruim que acabara de ter.

Para obter esse resultado, além da maquiagem e do cabelo, cuidando de cada detalhe, resolvi colocar entre as roupas a minha peça dos anos 90: um minivestido preto e branco feito especialmente para mim pela Maison Dior, que usei apenas em ocasiões especiais, muito especiais, nas quais queria me destacar. Hoje foi um daqueles: depois do rompimento com Stefan e depois da briga com Sandra, mesmo que as coisas fossem conhecidas, tinha que ficar claro e inequívoco que eu estava sempre e em qualquer caso no meu melhor.

Levantei a mão em agradecimento e fui até a mesa para pegar uma panqueca e um pouco de suco de laranja antes de ir para a aula.

“Cindy e Sandra?” perguntei, olhando em volta. Era estranho que eles não estivessem lá naquele momento e me perguntei se a ausência deles tinha algo a ver com o que havia acontecido no dia anterior.

"Eles não se viram", respondeu Mônica, que se dirigia para a sala. "Acho que dormiram lá fora."

-Eles devem ter ido procurar informações sobre o misterioso recém-chegado de Beta Gamma.- Amber sugeriu sorrindo. Ela era a mais nova de nós e a mais atualizada nas fofocas do campus.

-Esse cara é muito alto e sem educação? Não achei que ele pertencesse a uma irmandade, com certeza não era desse tipo, joguei fora sem demonstrar interesse.

"Muito alto, sem educação e muito sexy", acrescentou Monica da outra sala.

“Eu diria qualquer coisa, menos sexy!” exclamei. -Um par de olhos verdes não basta para salvar um ‘descanso’ completamente inapresentável!-

Ouvi Mônica rir e fui até a porta da cozinha enquanto os outros faziam todos os tipos de comentários. Como sempre, ela estava sentada no tapete, com o rosto aberto, decidida a ler um livro e comer uma maçã.

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