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Capítulo 4

- Sim, mamãe - diz Júlia, dando um sorriso para mim.

- Você está linda, uma verdadeira princesa - eu disse, dando-lhe um beijo no rosto e ela riu.

Eu a ajudei a descer as escadas e fui para o meu quarto.

Tomei um banho, soltei o cabelo, fiz uma maquiagem leve e coloquei um vestido branco.

- Claro, você está pronta? - perguntei batendo na porta do quarto da Clara.

- Terminando - ela grita

- Ok, vou procurar sua irmã, se acontecer alguma coisa me ligue - digo e antes de sair ouço um "ok".

Saio pela porta do quarto da Clara e já chamo a Júlia, não sei se ela está aqui ou lá embaixo.

- Júlia - chamo e espero alguns segundos, mas não recebo resposta - Júlia? - grito enquanto desço as escadas.

- Hellen - Ouço minha mãe falando e então, olho para a sala de estar, meu coração quase para, quando vejo as visitas, não pode ser, acho que estou louca...

Helena

- Helena? - Ouço meu pai me chamar e olho para ele.

- Você está bem? - pergunta minha mãe

- Sim, desculpe os modos - digo um pouco baixinho.

Eu estava com medo, não podiam ser eles, os novos parceiros do meu pai e os novos vizinhos, meu Deus, como esse mundo é pequeno.

Finalmente consegui terminar de descer as escadas e encarei as três pessoas que eu estava procurando há alguns anos.

- Hellen, como você está linda, já faz muito tempo", disse Dona Vera.

- Obrigada, eu digo o mesmo, você continua tão linda, como está", pergunto abraçando-a.

- Estou bem, você cresceu muito - ela diz e eu dou um sorriso.

- Sr. Antônio, como está? - pergunto abraçando-o, senhor.

- Menina como você mudou, quase não te reconheço - ele diz e eu sorrio.

- Tati - digo olhando para a pessoa que foi minha melhor amiga por tanto tempo.

- Meu amigo - ele diz me abraçando - senti sua falta - ele diz

- Eu também, você está tão linda - eu digo

- Você também - ela diz.

- Oi mamãe - Júlia entra gritando na sala e eu saio do abraço da Tati.

- Que educação minha querida, cadê a educação? - pergunta minha mãe olhando para Júlia.

- Com licença, boa noite, bissexual - diz Júlia.

- De quem é esse bebê lindo? - pergunta Dona Vera

- Essa é a Júlia, minha filha caçula, Juju, essa é a tia Vera, o tio Antônio e a tia Tati", eu digo.

- Sua filha mais nova? - pergunta Dona Vera um pouco assustada e então me lembro da Clara, ela os conhece, ela os conhece de uma foto, preciso falar com minha filha.

- Sim pessoal, desculpem, preciso subir para ver como está a Clara, já volto - digo indo em direção às escadas, sem nem esperar resposta.

- De certeza? - Bato na porta do quarto e ela se abre.

- Eu estava descendo - ele diz

- Precisamos conversar - digo entrando no quarto

- O que aconteceu comigo? - ela pergunta um pouco assustada

- Eles estão aqui - eu digo

- Quem são eles, mãe? - ela pergunta e eu me sento na cama, olhando para ela. Ela olhou para mim e fez uma expressão assustada, antes de abrir a boca e começar a gaguejar - My... meu... meu... meu pai? - ela pergunta gaguejando e eu escondo meu rosto em minhas mãos, Clara senta-se ao meu lado e descansa seu rosto em meu ombro.

- Seus pais e sua irmã estão lá embaixo, são os novos vizinhos - digo a ela dando um tapinha - Meu amor, eu sei que você está super animada para conhecê-los, você esperou por isso a vida toda, eu sei, mas você poderia fingir que não sabe de nada? Eles ainda não sabem sobre você - eu digo

- Eu sei, mamãe, não precisa dizer nada, vou esperar o momento certo, ok? - Ela diz

- Como você consegue ser tão maravilhosa? - Eu pergunto olhando para ela

- Eu parecia a minha mãe - ela diz rindo e beija seu cabelo - Podemos ir, você está bem? - ela pergunta

- Sim, vamos - eu digo.

Nós nos levantamos e saímos do quarto.

Quando descemos, só estavam minha mãe, dona Vera e Tati na sala, as três olham em nossa direção.

- Boa noite - Clara diz assim que desce as escadas.

- Essa é a Clara, minha filha mais velha, Clara, essas são a dona Vera e a Tati - eu digo

- É um prazer conhecê-la - diz Clara com um enorme sorriso nos lábios e olhos brilhantes.

- Como suas filhas são lindas e educadas - diz Dona Vera.

- Obrigada - digo sorrindo

- A senhora está bem, Clarinha? Como a senhora é ainda mais bonita pessoalmente - diz Tati

- Obrigada, dona Tati - diz Clara sorrindo

- Não, Clarinha, eu não sou tão velha assim, pode me chamar de tia, afinal sou quase irmã da sua mãe, né? - pergunta Tati olhando para mim

- Sim - digo sorrindo para ela.

- Ah, olha ela, minha primogênita - diz meu pai, entrando na sala e apontando para Clara - Antônio, essa é minha neta mais velha, Clara - diz ele.

- Que menina linda - diz Seu Antônio.

- Obrigada - diz Clara sorrindo.

- Vamos abrir um vinho - diz meu pai, indo com Antônio até o pequeno bar que ele tinha.

- E sua filha mais velha, Gabriela, não teve filhos? - pergunta Dona Vera

- Sim, Gabriela, não, ela ainda não teve, mas o marido dela tem um menino, é como se fosse filho dela - diz minha mãe.

- Clara, você pode ver como está a Júlia para mim? Por favor - peço a ela e ela sorri para mim e vai atrás da Júlia.

- E seu filho, como está - pergunto.

Meus pais sabiam da paternidade dele, mas preferem deixar comigo, respeitam minhas decisões.

- Pedro, ele está bem, está noivo, vai se casar logo", diz Dona Vera, enquanto eu sinto meu coração bater tão rápido, tão rápido, que parece que vai explodir.

- Helena, vamos colocar o papo em dia? Tenho tantas coisas para lhe contar - diz Tati pegando minha mão.

- Venha, vamos nos sentar lá fora - digo dando um sorriso para ela.

Saímos da sala e vamos para a área externa, sentamos em um dos sofás da área coberta e a Tati me olha com um sorriso.

- Senti muito sua falta - diz...

helen

- Eu também, a escola não era a mesma sem você - digo dando um sorriso fraco para ela.

- E como você está? Nós nos falamos muito pouco nas redes sociais - diz ele.

- Eu estou bem e você? Tenho um problema com as redes sociais, geralmente quando entro já é tarde demais - digo.

- Estou bem, tentando me acostumar com esta cidade novamente, estou feliz por estar de volta - ele diz.

- Fiquei surpreso quando você voltou, você nem sequer me mandou uma mensagem - eu digo

- Eu queria que fosse uma surpresa, mas não imaginei que seria uma surpresa tão grande, eu nunca imaginaria nossos pais trabalhando juntos - ele diz.

- Nem eu - eu digo rindo

- Eu não ia voltar, eu estava namorando, quase noiva, mas terminamos e eu resolvi voltar - Ela diz

- Tati eu nunca imaginei que você fosse se casar - eu digo rindo e ela ri.

- E eu nunca imaginei que você fosse mãe - Ela ri.

- Acredite, eu também não, mas hoje em dia eu digo que nasci para isso, eu adoro - eu digo

- Suas filhas são lindas, adoráveis, eu até tenho vontade de ter uma, mas não quero, acho que não nasci para isso - Ela ri.

- Mamãe, a Júlia bagunçou o cabelo dela, eu tentei arrumar, mas não consegui - diz a Clara parada na minha frente e da Tati com a fita da Júlia na mão.

- A mamãe estava brincando - diz Júlia

- Tudo bem, venha aqui para eu arrumar seu cabelo - digo, pegando a mão de Júlia.

Coloquei Júlia em meu colo e peguei seu laço da mão de Clara.

- E você Clara, quantos anos ela tem? - pergunta Tati e Clara olha para mim, eu dou um sorriso e ela olha para Tati.

- Doze - diz Clara

- Ela já é grande, pensei que fosse menor - diz Tati sorrindo para ela - E como está indo a escola? - Ela pergunta

- Eles estudam na mesma escola que a gente, Tati - eu digo

- Grave? E você gosta dela? Sua mãe e eu nos conhecemos lá", diz Tati.

- Eu gosto, é muito legal lá - diz Clara sorrindo.

- E você Júlia, gosta da escola? - pergunta Tati

- Sim - diz Júlia

- Começou essa semana - eu digo

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