Capítulo 4: Cansei dessa família
Mas Wilmot, o pai de Claire, olhou para eles, estendeu a mão e depois a puxou de volta, com os olhos correndo nervosamente.
O coração de Claire foi ficando frio aos poucos. Se nem mesmo seu pai podia protegê-los, por quanto tempo mais eles poderiam ficar nessa casa?
Por tantos anos, seu pai sempre foi tão covarde. Toda vez que sua mãe era espancada e repreendida pela avó, seu pai ficava impotente ou se ajoelhava para se desculpar depois, mas nada mudava.
Chega! Realmente o suficiente!
Essa família era totalmente desesperadora.
Wilmot não se atreveu a dizer uma palavra pela esposa e pela filha. Ele só podia suplicar secamente a Pansy:
— Mãe, se você a machucar, quem vai fazer o jantar hoje?
Pansy gritou:
— Eu ainda não estou morta, ainda posso cozinhar! Deixe-os ir embora, para bem longe! — Com isso, ela foi mancando até a cozinha e começou a cozinhar.
Daquele momento em diante, Claire decidiu que levaria sua mãe embora e nunca mais voltaria!
Claire se virou, pronta para tirar a mãe daquela casa de cortar a alma, mas viu a mãe se levantando cambaleante do chão e correndo para a cozinha para pegar a faca da mão da avó.
— Mãe, eu tenho cozinhado todos esses anos. Enquanto eu estiver em casa, como posso deixar você fazer isso?
Pansy viu sua mãe pegar a faca e levantou o pé para chutá-la, mas Darlene abraçou sua perna, implorando:
— Mãe, por todo o trabalho duro que fiz para a família Robson ao longo dos anos, por favor, nos poupe desta vez! Claire sabe que estava errada, não faremos essas coisas de novo!
— Você está ficando velha, como podemos deixá-la fazer um trabalho tão duro? — Darlene continuou implorando. — As tarefas no campo são pesadas, seu corpo não aguenta!
Pansy cortou o repolho por um longo tempo, mas não conseguiu cortá-lo. Finalmente, olhou para a nora. Por fim, ela olhou para a nora e disse:
— Tudo bem, tudo bem, apresse-se e cozinhe. Mais tarde, vá se ajoelhar diante das tábuas dos ancestrais por dois dias e duas noites!
Claire olhou para as duas pessoas na cozinha e para a outra pessoa que fumava silenciosamente em uma cadeira. Ela sentiu que não poderia ficar mais tempo.
Ela se levantou, pegou a bagagem que acabara de trazer sem nem mesmo abri-la e, mais uma vez, partiu em seu caminho de volta.
Ela ainda precisava continuar trabalhando. Precisava ganhar dinheiro para que, quando tivesse o suficiente, pudesse levar sua mãe embora.
Sentada no carro de volta à cidade, as lágrimas escorriam incontrolavelmente pelo seu rosto novamente.
De repente, uma mensagem apareceu em seu telefone:
— Claire, o que está acontecendo com você nesses últimos dois dias? Por que não está respondendo às minhas ligações? Estou indo bem no exterior. Me ligue de volta quando vir esta mensagem. Com amor, Samuel.
Claire apertou o telefone com força, sentindo uma dor aguda no peito.
Mas terminar o namoro era tão difícil de dizer.
Dois anos. Dois anos inteiros de relacionamento. Como isso poderia ser deixado de lado assim? Os sentimentos não são como balões que podem ser picados e esquecidos como se nunca tivessem existido.
Claire só podia se encolher em um canto, rejeitando passivamente os telefonemas de Samuel repetidas vezes.
Para evitar perder muito dinheiro de bônus, Claire descansou por apenas um dia. Quando seus ferimentos estavam um pouco curados, ela voltou ao trabalho e continuou com suas tarefas rotineiras.
Todas as manhãs, ela era responsável por pedir leite, café e suco para todos os colegas do escritório do departamento de logística e entregar jornais na mesa de cada um.
Algumas pessoas até despejavam sobre ela trabalhos que não eram dela. Claire aceitava tudo e fazia hora extra para terminar o trabalho.
Ela era apenas uma garota comum com um toque de humildade.
Sem uma formação universitária de prestígio ou experiência de estudo no exterior, ela já estava muito satisfeita em trabalhar para esse superconglomerado transcontinental.
O tempo passou rapidamente.
Os dias atarefados a faziam sentir como se aquela noite de um mês atrás - o homem e todas aquelas coisas dolorosas, fosse apenas um pesadelo.
Como de costume, Claire entregou o café da manhã e o suco na mesa de cada colega e colocou os arquivos em que havia trabalhado durante a noite nas mesas deles.
Nesse momento, os colegas começaram a entrar no escritório, um a um.
— Bom dia! — Claire os cumprimentou respeitosamente, mas ninguém respondeu.
Sem jeito, Claire retirou a mão e se preparou para voltar ao seu lugar e continuar trabalhando.
Naquele momento, o chefe do departamento de logística entrou de repente e gritou:
— O presidente convocou uma reunião da diretoria. Todos precisam ajudar. Claire, você também!
Claire ficou atônita, mas a acompanhou.
Seus colegas habitualmente colocavam todos os seus documentos nos braços de Claire antes de saírem juntos, rindo e conversando.
Eles já estavam acostumados com isso. Enquanto Claire estava por perto, eles agiam como se não tivessem mãos. Não importava qual fosse a tarefa, eles a entregavam para Claire e só precisavam verificar os resultados depois.
Felizmente, Claire não se importava. Lutando com uma grande pilha de documentos, quase mais alta do que ela, seguiu atrás deles.
Ela fez malabarismos com a enorme pilha de arquivos enquanto se espremia no elevador com todos os outros, pedindo desculpas constantemente às pessoas ao seu redor.
Quando as portas do elevador se abriram, Claire tropeçou atrás deles em direção à grande sala de conferências.
Naquele momento, alguém gritou:
— O presidente está aqui!