Sete
Sierra o encarou pela milésima vez, terminava de escrever uma nota importante para o jornal que seria publicado no dia seguinte, mas sua mente não estava querendo ajudá-la. Tirou os óculos que usava, e passou os dedos nas têmporas. Já não tinha como esquecer aqueles sonhos quentes que lhe deixavam mole ao acordar, e agora, que tinha o visto pessoalmente? Mas ele estava tão sem coração, tão frio com pouca atitude, nada do que ela imaginou quando o encontrasse. Abaixou a aba que estava e foi diretamente para seus documentos. Abriu o que tinha o nome de James Baker.
James tinha trinta anos, solteiro. Tinha deixado Estados Unidos para seguir seu sonho. Ele era o capitão do exército de todo o lado norte do mundo, estava em guerra há quase três anos e havia voltado em menos de dois. Sua base, onde ele estava “morando” ficava em Saílinas, uma cidade esquecida de terra e barro, tão longe dos Estados Unidos. Suspirou, começando a ficar irritada, sua fama de pegador era mínima. Não havia informações sobre o tipo de mulher preferida, ou se ele já teve uma namorada.
Não precisava saber disso, essas informações não a interessavam. Levantou de sua cadeira e caminhou até a varanda, olhando para a lua. Ela queria saber se pelo menos, naquele momento, ele estava pensando nela. Claro que, não esperava por tal coisa, mas sua presença sempre deixava qualquer homem à flor da pele, e já ia fazer duas semanas, nenhuma ligação e nem a procurou. Não deixou seu número com ele nem pediu para ligar, mas isso não impedia homem nenhum que tivesse interessado nela de manter distância. Então porque ele ainda não tinha ligado?
Voltou para o computador, tinha tudo para começar uma conversa com ele, número de celular e até mesmo seu e-mail. Mas não mandaria uma mensagem. Não estava tão desesperada assim para vê-lo outra vez. Fechou o computador e encostou-se à cadeira, olhou para os lados vendo o remédio que tomava para dormir. Balançou a cabeça e levantou, se não o tivesse pessoalmente, que fosse ao menos Entre Sonhos.
-
-
-
— O que está dizendo, capitão? – James olhou para seu soldado, ele lhe fitava com esperança de ter ouvido tudo errado.
— Eu vou tirar uma semana de folga. Vou ver meu pai nos Estados Unidos. – Falou outra vez, olhou para os outros soldados que esperavam por mais — Asher ficara no meu lugar.
— Capitão – James olhou na direção — porque quer visitar seu pai agora? Há tantos anos que não o vê. – Asher olhou para o amigo, o soldado tinha razão. James fez careta e levantou.
— Tem uma mulher de pernas bonitas que eu preciso comer. E não preciso dar satisfação pro meu pelotão. Cuidem da vida de vocês. Asher cuida de tudo. – resmungou dando as costas quando todos bateram sentindo.
— Essa deve ser boa, em duas semanas viajaremos para mais uma batalha, porque ele desperdiçaria uma semana atrás de um par de pernas bonitas?
— O que poderíamos fazer além de não obedecer?
Bateu a porta quando entrou no quarto, dês do dia em que sonhou ela, não parava mais de pensar naquela cena, queria era de joelhos chupando seu p4u. Pegou o casaco escuro botando por cima do uniforme, não esperaria mais. Pegou a mala já pronta e o endereço dela escrito no papel. Pagou um dos ranqueados para rastrear sua vítima. E tinha valido muito a pena.
Dirigiu até o aeroporto, e teve que passar por uma série de perguntas sobre sua pequena vida por dois seguranças e sua assistente de lábios grande, uma bela boca, e ele teria feito estrago, se não tivesse apressado para entrar em outro lugar, ou outra mulher. Atravessou sem olhar para trás e entrou no avião. Ele quase nunca viajava sozinha, dês que se entende por gente, estava no meio dos seus soldados, rindo e bebendo, e dormindo com muitas mulheres, às vezes, duas, ou três, ao mesmo tempo. Ainda assim, durante quatro noites seguidas, ele tinha sonhado com uma mulher que lhe deu um prazer triplicado. Mesmo sendo apenas uma. E isso o deixava maluco.
James nunca gostou do tipo de mulher que se deixava levar pelos desejos dos homens. Ele gostava de tê-la para seu prazer, mas esperava ouvir bem mais de suas parceiras. E justamente Sierra Price era essa mulher. Depois de ler bastante coisa sobre ela e ver até que ponto iam seus interesses, descobriu que além de pernas bonitas e um corpo maravilhoso, ela tinha uma mente, ela pensava, era inteligente. Precisava de mais alguma coisa? Aquela donna era perfeita.
-
-
-
— O que vamos fazer hoje? – Sara perguntou entrando no escritório, Sierra apenas fez bico encarando seu comentário na nova matéria que seria publicada.
— Tenho que terminar umas coisinhas bem importantes antes de voltar para o caso de Dakota Wilder. – olhou para a assistente — Quero dizer, uma modelo como ela sofrer um acidente e não poder mais se mover é um caso triste.
— Você nunca gostou dela.
— Por isso mesmo. Preciso escolher as palavras certas antes de começar a escrever porque o chefe me colocou um limite e mesmo eu reagindo contra, acho que não ter mais a polícia vindo aqui, seria bom – comentou.
— Acho que concordo.
— Você não acha nada, você tem que ter certeza, Sara. Ouviu? Certeza!
— AAAAAAAHHH – Sierra tomou um susto assim como Sara, ambas olharam para fora da sala e correram na direção, se tinha alguma coisa de ruim rolando, elas seriam as primeiras a ficarem sabendo. Sierra olhou para todos do lado de fora, estavam assustados, encarando um lugar fixo. – EU NÃO ACREDITO!
— Sabrina – Sierra foi até sua mesa e parou na frente com os braços cruzados, um grito assim, assustando todo mundo. — Você sabe que aqui é um escritório sério, precisamos de silêncio e concentração, e isso não inclui gritos histéricos.
— Me desculpa, mas é algo novo e importante, se me deixar, posso conseguir a melhor notícia da semana – Sierra quis sorrir, mas apenas cruzou os braços.
— Todos nós temos o direito de correr atrás das melhores notícias, então é lógico que você pode ir – mal terminou de falar e a menina saiu correndo porta afora. Sierra e todos prestaram atenção. — Que maluca.
Passou uma rápida olhada no computador da menina e parou de costas, dois segundos depois. Voltou dois passos e olhou novamente para a tela do computador. Seu sangue ferveu em suas veias. Porque justamente a foto de James estava ali? E que porra ele estava fazendo dentro de um avião? Olhou para os lados e sentou na cadeira da jornalista, deu um sorriso enorme quando leu tudo o que a rede social de uma mulher que o tinha visto passar pelo aeroporto com destino a…
— Put4 que pariu – Sierra levantou com um sorriso nos lábios. — Você demorou, querido capitão.