Medo de perdê-la
Chelsea tira a roupa, deita-se e, em segundos, a imagem de Steve surge em sua cabeça. Ele é um homem tão bonito, alto, forte, seus cabelos escuros combinam perfeitamente com sua pele branca e aqueles olhos cor de mel que adoçam a alma de qualquer um. Ele revisa mentalmente seu corpo, seus peitorais levemente adornados com pelos finos que parecem bem penteados e cortados, semelhantes a traços de linhas finas. Suas coxas grossas, pernas longas e abdômen perfeitamente esculpido lembram a grande obra escultórica de Michelangelo. A pélvis que combina perfeitamente com seu peito, semicheia, e aquele membro enorme e proeminente que não para de sacudi-la só de lembrar daquela noite de prazer inconcebível e indescritível em seus braços.
Ele suspira e tenta ler um pouco da agenda proposta para a manhã seguinte. Café da manhã com os empresários, passeio pelo Parque Rapides e por fim visita ao Museu de Belas Artes. O dia ia ser bastante agitado, então era melhor descansar. Colocou fones de ouvido para ouvir músicas relaxantes e esquecer tudo o que havia acontecido naquele tempo. Sua vida monótona e chata era agora uma montanha-russa cheia de emoções.
A música rapidamente a envolveu, então ela não ouviu a porta tocar. Steve tinha ido atrás dela, queria tê-la novamente, possuí-la, estar dentro dela como naquela noite em que a viu pela primeira vez.
Ela teve que se virar e voltar para seu quarto, Steve achava que era ela quem não queria saber dele e de certa forma tinha motivos para isso, o que havia acontecido naquela semana não foi nada animador para Chelsea correr para os braços dele. Logo apareceu seu ego “Você é Steve Bullock, ela nem qualquer mulher vale a pena implorar por seu amor” e isso foi algo que ele teve que aprender, depois que seu pai lhe confessou que sua mãe não estava morta, mas havia abandonado os dois. Ele voltou para seu quarto e em poucos minutos já estava dormindo.
Logo amanheceu, Chelsea acordou antes do alarme tocar. Pelo que estava previsto para esse dia, era aconselhável estar vestido de forma menos formal e, sobretudo, confortável. Vestiu a calça jeans, o tênis e um suéter, apesar do sol a brisa estava fria; Passou uma maquiagem leve, um pouco de blush, um pouco de gloss e rímel, fez um rabo de cavalo alto, um pouco de perfume e pronto, estava pronta para o dia. Ela saiu do quarto e antes de descer bateu na porta de Steve para avisar que o esperaria no saguão do hotel.
Steve abriu a porta, a toalha mal cobrindo a parte inferior de seu corpo, as gotas de água que como um leve orvalho davam aquela aparência de frescor e desejo que Chelsea precisava desesperadamente evitar.
–Bom dia, senhorita Smith — ele saboreou seus lábios e fixou aquele olhar sedutor em seu corpo que conseguiu despi-la sem tocá-la.
-Bom dia Sr. Bullock, estarei no saguão esperando por você. Não tarde! Em dez minutos devemos estar no restaurante para tomar café da manhã com os investidores.
-Eu sou o mais interessado em assinar esses acordos hoje e voltar para Nova York, já estou ansioso para me divertir com minha namorada.
Chelsea sentiu a raiva corroendo-a com ciúme por dentro. Mas ela não ficou calada, ela também deu a ele um pouco de seu próprio veneno para beber.
-Estou totalmente de acordo. Embora, ao contrário de você, eu me diverti na webcam com meu namorado. –Ele sorriu, virou-se e foi até o elevador.
Steve cerrou os punhos com força, a ponto de ver os nós dos dedos passarem de vermelhos para brancos. Atrás dela, Chelsea ouviu a porta bater. Ele havia conseguido, provocado a mesma angústia que ela sentia ao imaginá-lo desfrutando daquela loira pateticamente linda.
-Pare de ficar com ciúmes, Chelsea. -murmurou ele, ao entrar no elevador- esse homem não pertence a você.
Seu lado racional estava certo sobre isso; Mas ela pertencia a ele, ela era dele, apesar dele. Finalmente Chelsea o viu sair do elevador e se levantou. Ele não esperou por ela, mas continuou em direção ao restaurante do luxuoso hotel, enquanto ela teve que acelerar o passo para alcançá-lo.
-Você poderia ter um gesto cavalheiresco e esperar por mim depois que eu tive que esperar por você. –Ele deu um olhar desagradável.
-Eu te pago por isso, senhorita Smith. -A essa resposta, ela se sentiu menosprezada. Ele parou e deixou-o seguir em frente.
Steve estava tão furioso que não percebeu até que, num gesto cavalheiresco, abriu a porta para ela entrar e olhou para ela alguns metros atrás dele. Ela caminhou em direção à porta e entrou no restaurante.
Chris se levantou ao vê-la entrar, o homem não parava de olhar para ela desde a primeira vez que a viu, embora sua intenção fosse simplesmente se divertir com a assistente de sua companheira.
–Bem-vinda, senhorita Smith – Ele puxou a cadeira e fez um gesto cavalheiresco para que ela se sentasse.
-Obrigado Sr. Dapeud! –Ele sentou-se sem parar de sorrir com certa malícia.
Steve olhou para o homem com vontade de derrubá-la, ele conhecia perfeitamente Chris e sua reputação de mulherengo, com certeza não perderia a oportunidade de fazê-la se apaixonar por ele e pior ainda, de aceitar seus elogios dela. .
Durante o café da manhã, Steve se ocupou conversando sobre assuntos estritamente relacionados a investimentos e negócios de negociação com moedas digitais. Chelsea, por outro lado, parecia encantado com Chris.
-Acho que estou feliz em investir na sua empresa por enquanto, Steve. "Vamos brindar com champanhe", sinalizou ao estalajadeiro e em apenas um minuto ele chegou com a garrafa. Ele abriu a garrafa e, como Déjà Vu, Chelsea reviveu aquele momento.
–Bem, vamos brindar,— ele fez uma pausa e olhou para Chelsea e depois para Chris, – embora eu recomende que a senhorita Smith não beba muito champanhe, ela tende a não gostar.– Ele sorriu e ela franziu a testa.
-Oh! Vocé conhece bem seu assistente – disse Chris, um tanto desconfortável com o comentário.
–Não tanto quanto ele gostaria – ela argumentou e Chris sorriu.
-Eu amo mulher misteriosa. “Eu amo isso.”- Ele pegou a mão fina e macia de Chelsea e a beijou cavalheirescamente.
-Bem Steve, o que foi prometido é uma dívida. Hoje quero levar vocês para fazer alguns passeios pela cidade. Quero que você conheça o Parc Des Rapides - disse André em seu francês perfeito - Faremos um passeio de caiaque.
–Será uma experiência incrível – disse Chris.
Uma hora depois, estavam todos com seus respectivos coletes, seus remos, embarcando no pequeno navio. Chris deu a mão a Chelsea para que ela se aproximasse dele, sua atenção e intenções com a garota eram excessivas. Ela, por outro lado, estava um pouco nervosa, não era de vivenciar coisas extremas, mas não sem antes ter certeza de que ficaria bem, exceto na noite de seu encontro às cegas com o CEO da Bullock&Company.
-Vocês dois irão neste e Steve e eu no outro. “Teremos uma pequena competição e se você ganhar poderá sair e se divertir sem nós”, explicou André. Ele sabia que seu irmão estava morrendo de vontade de ficar sozinho com a linda garota.
Steve esteve perto de contestar, mas não só seria óbvio para todos, como o Chelsea teria vencido o jogo.
Subiram e remaram até um dos locais onde a corrente era mais forte e puderam, como sempre o Chris e o André, mostrar quem dos dois era o melhor. Chelsea ficava apavorada, toda vez que sentia a velocidade da correnteza movimentar o pequeno Kayak de um lado para o outro.
-Wow querida, não podemos deixar o André e seu chefe nos vencerem.
Ela fez o possível para remar de acordo com o que ele lhe explicara, enquanto se dirigiam ao Parc Des Rapides. A euforia e a adrenalina nos dois competidores Chris e André eram evidentes, com exceção de Steve que olhava com preocupação para o barco onde estava Chelsea.
No momento em que os dois barcos andavam lado a lado, uma pequena queda fez com que o barco de Chris virasse e os dois caíssem na água. Steve observou a reação de Chris, que só se importava em se manter seguro, não importando o que acontecesse com a garota; Steve observou enquanto a forte corrente levava Chelsea embora e em segundos ela não estava mais visível...
Desesperado, ele se jogou na água e nadou na direção de onde ela estava segundos atrás, seu coração batia forte, isso não podia ser verdade, nada poderia acontecer com ela. Ele nunca se perdoaria por isso, de repente ela saiu gritando, mas a correnteza a fez submergir novamente. Enquanto isso, André ajudou seu irmão a entrar no caiaque e remar para resgatar o prestigiado CEO, Steve Bullock.
-Dê-me sua mão Steve, você tem que sair daí ou então você pode morrer caindo de um penhasco.
–Não posso – ele mal conseguiu dizer enquanto dava golpes longos para chegar ao Chelsea.
–A vida é sua ou dela – Chris gritou do barco. – Você não vai conseguir alcançá-la, saia daí agora.‐ Ele estendeu a mão e Steve quis agarrá-la, não para se salvar, mas para jogue aquele idiota na água para que seja ele quem será levado pela correnteza.
Steve olhou para ele e continuou nadando, pensando em como os dois homens estavam infelizes; Ele não conseguia acreditar que eles só se importavam com a vida dele e não com a daquela jovem só porque ela era apenas uma assistente. Aquele idiota loiro não tinha nenhum interesse nela, exceto ter uma noite de bom sexo.
Mais uma vez ele não viu nenhum vestígio dela, estava exausto de nadar, Steve havia perdido as forças e talvez também a esperança...
