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Capítulo 6

"Que temperamento", ele zomba de mim e eu realmente começo a perder a paciência.

-Que diabos você está pensando? Fazer isso nos banheiros de Stanford? “Pelo menos se tranque em um dos banheiros!” ele gritou.

-É muito pequeno...e desconfortável.- ele pisca para mim e eu o encaro.

-Depravado!-

Ele começa a rir e eu coloco as mãos nos quadris. Vejo-o acompanhar meus movimentos, depois voltar a subir e parar os olhos nos meus seios envoltos pela blusa branca.

Em um nanossegundo me arrependo de ter tirado o suéter e aceno a mão na frente dele.

-Desaparecer. Este é o banheiro feminino.-

Ele faz uma careta e depois sorri deslumbrantemente para mim. -Tenho certeza que você não vai contar a ninguém o que viu, certo?-

-Desaparece.- Aponto o dedo para a porta, mas ao invés de sair, ele dá alguns passos em minha direção.

“Você não vai falar, né?” Ele leva o dedo até minha cintura, depois segue a curva dos meus quadris e sobe pela minha lateral.

O que diabos ele está fazendo?

Dou um passo para trás, mas acabo encostado na parede.

Ele faz o mesmo e caramba, estamos muito perto, mas minha boca não mostra sinais de ordenar que ele se mova.

“Você não vai fazer isso, vai?” Seus lábios se movem hipnoticamente e eu me vejo olhando para ele como se estivesse encantada.

Só agora percebo o quão lindo ele é: seus cabelos escuros são levemente ondulados e seus olhos azuis são tão lindos que parecem conter um oceano inteiro.

Ele é cerca de quinze centímetros mais alto que eu e seus ombros estão envoltos em uma camiseta preta muito justa.

-Está me ouvindo, carrasco?-

Eu me recupero instantaneamente e olho para ele, então o empurro para longe de mim.

-Eu disse para sair antes que comece a gritar.-

Ele levanta as mãos em sinal de rendição e sorri. -Está bem está bem.-

Ele chega à porta, mas depois se vira para mim.

-Me avise se quiser dar um passeio. Estou sempre disponível para alunos do primeiro ano.-

A princípio não entendo o que ele quer dizer, mas quando percebo fico vermelho como um tomate.

-Mas como você ousa? E sua namorada? Você é realmente desprezível!

-Meu o quê? Ah... ela? - Ele aponta com a mão para a porta por onde a garota saiu mais cedo e sorri. -Não estou comprometido e também não quero estar. Digamos que eu goste de me divertir.-

-E você chama isso de diversão?-

Ele dá de ombros com indiferença e minha vontade de dar um tapa nele aumenta ainda mais.

"Você disse que ligaria de volta", ele rosnou, assumindo a defesa da garota.

“Eu disse isso?” Ele me mostra dois olhos confusos e eu fico ainda mais furiosa.

-Sim, você disse isso.- Eu confirmo.

-Bem, às vezes é a única maneira de tirá-los.-

-Tire-os?-

“Sim, os mexilhões”, ele responde com um sorriso.

Estou cada vez mais surpreso.

-Você é desprezível.-

-Você já me disse isso.-

-Então você é depravado!-

"Você também me contou isso", ele diz divertido e eu realmente perco a paciência.

-Idiota.- Viro-me para a porta e saio do banheiro furioso.

Que coisa ótima.

Encontro Sarah me esperando em frente à sala de aula onde teríamos a próxima aula e, ao me ver irritada, ela me pergunta o que há de errado.

-Tinha um...um...um idiota no banheiro.-

“No banheiro feminino?” Ela me olha espantada e suspira.

-Deixe-o ir. Nem vale a pena ficar aqui para te contar.-

Continuamos o resto das aulas e então respondo a James que me pede para nos encontrarmos na cantina.

-Meu irmão está me esperando para comer, você vem comigo?-

-Na cantina?-

Eu aceno e ela nega.

-Não, obrigado. Nunca comi no refeitório, mesmo no ensino médio. Prefiro comer um sanduíche e comê-lo em um dos bancos externos. Enfim… você tem um irmão aqui?

Assento. -O nome dele é James e ele está no terceiro ano de engenharia elétrica.-

-Brilhante! Acho que é bom ter alguém aqui em quem você já confia e em quem pode contar. Até logo.- Ele me dá um leve abraço.

-Tem certeza que não quer que eu vá com você?-

-Não, não se preocupe. Vá em frente, vá ver seu irmão.- Ele me dá um leve sorriso, e depois sai pela porta que dá para o jardim.

Chego na cantina e imediatamente vejo James que, para chamar a atenção, começou a balançar a mão no ar.

-Oi Olívia. Como foi? -

Todos os meninos estão lá e eu sento entre o Theo e o Samuel, que abriram espaço para mim.

-Muito bem. Já conheci dois professores e estou muito satisfeito até agora. Você

também. Os professores são os mesmos do ano passado e nos damos bem com quase todos.-

-O que você quer comer? “Eu optaria pelo macarrão”, diz Samuel.

"Tudo bem", todos respondem e eu aceno também.

Ele vai até a tela no centro da cantina e começa a fazer o pedido.

-Como funciona?- pergunto.

-Você deve ir até a máquina onde Samuel foi e fazer seu pedido. Você receberá um recibo e com ele irá buscar seu almoço. Geralmente enviamos um para todos, que é mais funcional e também mais rápido.-

-Realmente tem muita gente.- eu noto.

-Se você falar isso agora, estou curioso para saber o que você dirá no dia em que houver pizza. Há o dobro de pessoas, se não muitas.- Ethan sorri.

-Você me disse indiretamente que a pizza aqui é boa.- Eu sorrio.

"A verdade é que não é nada ruim", ele responde, olhando para mim, e então revira os olhos quando James lhe lança um olhar assassino.

-Aqui está, pessoal.-

Os pratos fumegantes são colocados diante dos nossos narizes e, ao lado deles, também algumas garrafas de água.

-Você é bom com a bandeja. Nunca conseguiria carregar cinco pratos sem me sujar, confesso sorrindo.

-Eu fui bartender neste verão. E a bandeja também é grande o suficiente para não deixar cair nada.

-Você também pediu para Andrés e Thomas?- Theo pergunta e ele nega.

-Eu nem sei se eles vieram. Eu não os vi esta manhã. Ontem à noite eles estavam em uma situação muito ruim, especialmente Andres.-

-Talvez eles também...- James não termina a frase porque a porta da cantina se abre e há silêncio.

Sinto que estou num daqueles filmes onde acaba de entrar a estrela pop do momento.

Viro-me para entender o que há de tão interessante que silencia qualquer tipo de discussão que os alunos presentes estivessem tendo, mas não tenho tempo de perguntar quem são antes que um deles olhe para cima e os jogue direto na minha.

Não é possível.

Ele é o garoto do banheiro.

-Quem é?-sussurro irritada para Samuel que ri.

-Seu nome é Andrés Adams. Ele é o garoto que, junto com Thomas, você não conheceu ontem.-

-O quê?- Abro a boca e olho para ele enquanto ele se aproxima da nossa mesa com um passo confiante e casual, e então se senta bem ao meu lado.

Mas o que diabos eu fiz de errado na minha vida?

-Você!-

-Eu!- ele responde.

-Nós!- Theo responde animado.

A situação seria bastante ridícula se ele não estivesse olhando para ela.

-Vocês se conhecem?- James me olha confuso, enquanto Ethan encara a morena sentada ao meu lado.

-Eu não grito.

“Sim!” ele grita.

Excelente.

-Quem é?- O amigo do Andrés me olha, depois se vira para o meu irmão.

-Esta é Olivia, minha irmã.-

-Olivia, né?- Andrés sorri para mim por ter descoberto meu nome de qualquer maneira e eu fico olhando para ele.

-Prazer em conhecê-lo, Thomas.- O outro estende o punho que faço colidir com o meu.

-Como vocês se conhecem?- Ethan pergunta, irritado, e Andres se vira para olhá-lo.

Porém, quando ela percebe que ele está chateado, um sorriso sádico curva seus lábios.

-Digamos que esta manhã tivemos uma briga no banheiro.-

-Um o quê?- James o encara, enquanto Ethan agora está me matando com seu olhar também.

Mas o que eu fiz?

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