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Capítulo 7

- Brevemente. Levei o almoço para meu pai e nesse meio tempo me despedi deles. Papai mantém sua vida privada... bem, privada, então no momento em que o abracei, alguém me confundiu com sua esposa. Fico horrorizado pensar nisso, mas tenho que admitir que também foi muito divertido. -

- Meu Deus. —As duas garotas riem.

—Vamos descobrir quem fez isso. Absolutamente. — Jenna assente.

— Aqui está minha garota! — Lisa não tem tempo de responder porque é levantada do chão por um garoto bastante alto, de cabelos escuros e físico proeminente.

Ela imediatamente se inclina para beijá-lo enquanto passa os braços em volta de seu peito. — Parabéns querido, você foi excepcional. -

—Ei, garotão, cadê meu homem? —Jenna pergunta.

Alex se afasta da namorada e a coloca no chão enquanto se vira para a ruiva. - É- -

- Aqui estou! — Liam copia as ações de seu parceiro, exceto que deixa sua namorada ancorada no chão.

— Ah, a não-esposa do treinador. Olá, prazer em conhecê-lo, meu nome é Liam. — O menino me oferece uma mão que aceito com muito prazer.

Eu sorrio divertida. — Olá, Calista. -

- Eu sou Alex. —O namorado de Lisa também aparece.

—Cáli. -

— Vamos jantar e depois para uma boate. Você está gostando? —Liam pergunta.

- VERDADEIRO. - Eu concordo. - Eu gostaria. Preciso do endereço, vim de carro. -

— Não tem problema, iremos com você e nos encontraremos do lado de fora do restaurante — diz Jenna.

Aquece meu coração pensar que eles querem vir comigo, é muita gentileza da parte deles. — Você pode ficar com seus filhos, para mim não é problema. -

- Não! Esses dois estão sempre presentes. — Lisa toca o braço de Alex.

- Com licença? Eu sou seu sol, seu amor, sua alegria— —

— Ah, meu Deus, Lisa, cale a boca ou eu atiro em mim mesmo. — Uma voz bufa atrás de nós. —O que você fez para merecer esse sofrimento? -

Eriksson, o número, chega até nós junto com Baxter, só que pretende digitar algo em seu celular.

- Ei! Não sou o sofrimento de ninguém”, Alex sibila.

Todos nós rimos, incapazes de nos conter. Alex é muito engraçado. — Vejo você no restaurante, vamos com Cali — diz Jenna.

Tanto Eriksson quanto Baxter notam minha presença e olham para mim.

- Ah, Calista Rodríguez. Olá, sou Loris – ele se apresenta me oferecendo uma mão. —O mudo que está ao meu lado é Gordan. — Aponta para o amigo.

Reservo um sorriso para nós dois. — Tudo bem se eu entrar? -

- Claro. Quanto mais melhor. —Loris sorri.

Logo o resto da equipe se junta a nós no corredor, então algumas breves apresentações começam. Sei que será difícil memorizar seus nomes, mas farei isso. Invento histórias, realidade... o que significará lembrar alguns nomes?

Fico um pouco ansioso pensando em estar perto de tantas pessoas, mas sinto que é a coisa certa a fazer. Tenho que sair da minha concha, passar algum tempo entre as pessoas. Eles parecem ser boas pessoas, ninguém me pareceu idiota, nem mesmo Gordan, que apenas olhou para mim antes de voltar para o telefone.

- Então vamos? - pergunta... Cristobal?

— Sim. Estou morrendo de fome. - acena com a cabeça seu gêmeo, Paul, eu acho.

Depois de conversar mais um pouco, todos nos dirigimos para os fundos, onde a horda de pessoas está se dispersando. Chego ao meu carro com Jenna e Lisa e nos sentamos. — Desculpe, estou fazendo uma ligação rápida. -

- VERDADEIRO. -

- Esqueça. -

Disco o número do meu pai e coloco no viva-voz enquanto começo a recuar. – Olá, Cali. -

- Olá papa. Escute, vou jantar com a equipe, ok? — Olho por cima do ombro, certificando-me de ter tudo em ordem enquanto saio do estacionamento.

- Está bem. Mas tenha cuidado, elas são minhas galinhas e eu as conheço. Se alguém tentar, diga-me, eu pessoalmente quebrarei suas pernas. -

- Pernas? — Mima surpreendeu Lisa, ao meu lado.

Eu bufo e rio. - Claro. Olá papa'. -

- Te vejo depois doçura. -

Eu sorrio e ataquei.

— Não sei o que me surpreende mais: o treinador que te chama de “baby” ou aquele que define “pernas” como aqueles troncos que as crianças encontram em vez de coxas. — Jenna começa do banco de trás.

Ele caiu na gargalhada que logo os envolveu. Enquanto continuo a rir e a dirigir, não posso deixar de pensar que é bom me sentir assim, só me pergunto quanto tempo isso vai durar.

— Bem, parabéns ao treinador. Agora entendo por que ele não fala sobre sua vida privada. Ele queria nos manter no escuro sobre a deusa que ele tem como filha”, diz Benjamin.

“Fale e ele te castrará sem fazer perguntas”, responde seu gêmeo Samuel.

“Mas parece-me bem”, diz Loris, do lado do passageiro. Como se eu estivesse deixando alguém dirigir meu carro. Comprei este Land Rover Defender no ano passado e ainda estou pagando por ele.

— Se Lisa gostar— — Alex começa.

— Eu também gosto — conclui um coro de vozes. Eu sorrio. Esse cara é tão previsível.

Alex fica com raiva. - Bom é verdade. Mas também me parece bom. -

—E você, deputado, o que acha? Ben pergunta.

Dividimos cinco por carro para não chamar a atenção com o ônibus ou van que costumamos usar quando viajamos. Assim atrairemos menos atenção e existe a possibilidade de evitar os paparazzi.

—Acredito que nunca se julga uma pessoa por um único olhar. Pelo que sabemos, ela poderia ser outra criança mimada ou uma carreirista social, certamente não a primeira que conhecemos, digo sucintamente.

Vejo Alex revirando os olhos no espelho. —Que dramático. -

—O gato matou você? Você nem a conhece. — Sam bufa.

— Mas você o conhece — diz Loris, agindo como um perfeito equilibrista na corda bamba. — Você ficará convencido quando estiver satisfeito. E de qualquer forma, nada a tirar de Callista, mas J não está totalmente errado: não a conhecemos, ela está em guarda. Claro, não como ele, pois parece ser o próximo inimigo jurado da nação, mas cautela nunca é suficiente. -

Eu sei do que estou falando quando digo certas coisas. Jogo no Broncos desde os 21 anos, mas nos últimos três anos o time ganhou notoriedade fora da Austrália, o que significa mais atenção da mídia e das mulheres. Somos regado de mulheres e é bom saber que a princípio somos desejadas, mas isso não significa que algumas sejam cobras disfarçadas de Eva. Já perdi a conta de quantas de nós afirmamos ter engravidado ou ameaçamos divulgar fotos íntimas.

Admito que também cometi meus erros, e é por isso que a imprensa mal pode esperar para me ver com a próxima mulher, mas certamente sou muito mais cauteloso do que no início. Ainda saio, tenho minhas experiências, porém, penso pelo menos duas vezes antes de fazer qualquer coisa e acima de tudo me certifico de que estou preparado para a eventualidade. Celulares desligados e deixados no banheiro e preservativos. Caixas inteiras de preservativos. Não tenho intenção de deixar minha carreira ser arruinada por algum pirralho que não tenho certeza se poderia ser meu.

Esses pensamentos me tornam uma pessoa má? E que assim seja, eu não me importo. É óbvio que eu assumiria a responsabilidade se tivesse a certeza de que era o pai, mas como já disse, houve várias meninas que alegaram estar grávidas e depois, após alguma pressão dos meus advogados, entregaram tudo. A equipe sabe que temos que ter cuidado e por isso somos mais duros com os novos. Os gêmeos, por exemplo, estão no Broncos há apenas um ano e meio, o que os deixa famintos por fama e sexo. Eles têm tudo, como os demais jogadores, mas apesar de serem bons garotos, isso não os torna imunes ao fascínio do proibido.

As mulheres poderosas são as mais perigosas; É por isso que convidamos todos a conhecerem primeiro a pessoa com quem querem dormir. Alguns anos atrás, Seamus e John acabaram na merda total. Eles foderam duas garotas, uma mais velha e outra mais nova. No começo estava tudo bem, uma pena que as encontraram em um jantar beneficente porque eram esposa e filha de um de nossos patrocinadores. Nem é preciso dizer o quanto aquela noite afetou John e Seamus. As mulheres fingiram que nada aconteceu, mas empalideceram e depois conversaram sobre isso com o treinador. O patrocinador continuou a financiar-nos, alheio a tudo, mas o treinador deu-nos um sermão que creio que nunca esqueceremos.

É por isso que mesmo que seja sua filha, ainda sou cauteloso. Quem me garante que é diferente? Quem pode dizer que ela não é outra alpinista social ou uma buscadora de atenção mimada? Afinal, ninguém sabia da sua existência até poucos dias atrás.

- Chegamos. Sair. “Vou estacionar e te encontro”, digo, estacionando em frente ao restaurante.

— Estacione nesta rua lateral, não é movimentada e você deve conseguir evitar que os paparazzi te sigam — Loris afirma um momento antes de abrir a porta. Os outros estão fazendo o mesmo.

Concordo com a cabeça e espero que todos saiam.

O Barbara’s não é um restaurante super luxuoso nem nada do tipo, pelo contrário, é frequentado por pessoas muito comuns e normais. Todo mundo sabe que é proibido tirar fotos quando estamos presentes, queremos evitar ser atacados aqui também. Por outro lado, deixamos grandes gorjetas e um plus na conta, para pedir desculpas. Sabemos quanta notoriedade daríamos ao restaurante se simplesmente publicássemos uma foto ou tirássemos uma. O fato é que não queremos. Comemos bem, há privacidade e podemos passar algumas horas em total relaxamento. Está perfeito do jeito que está.

Estaciono na rua lateral, a uma curta distância do restaurante, e coloco o capuz na cabeça. Não faz muito frio, embora as temperaturas caiam bastante no final da tarde, mas prefiro passar despercebido.

Estou prestes a entrar quando noto Calista Rodriguez a alguns passos de mim. Ela vasculha a bolsa, como se estivesse separando alguma coisa, e depois arruma o cabelo.

Ela me nota quando nós dois paramos em frente à entrada, agora com a intenção de brincar com o anel em seu dedo anelar. - OLÁ. -

Eu apenas examino isso.

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