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Capítulo 6

Depois de terminar, vou em direção ao estádio cantarolando músicas antigas de Rihanna e Beyoncé. E se eu achar que vou encontrar estacionamento? Absolutamente não. Foi por isso que papai me fez reservar um lugar. Posso não ser muito mimado, mas ainda tenho que aproveitar algumas vantagens. Não tive a menor vontade de dar uma volta quarenta vezes para encontrar uma vaga para estacionar, e então sei que teria sido completamente inútil, as pessoas estão aqui há horas.

Abro espaço entre as pessoas e chego à saída secundária que papai me indicou. Lá encontro Alan, o mesmo homem que conheci há dois dias, e ele me leva direto para o vestiário. Não falta muito para o início, então espero lá fora. Claro, eu pagaria ouro para entrar em um vestiário cheio de jogadores de rugby, mas não quero distrair ninguém com a minha presença.

— Estou na arquibancada, certo? —Pergunto a Alan.

Ele concorda. — Sim, logo acima dos bancos dos jogadores. -

— Bem, então eu digo vai, não quero distrair o pai. Posso me despedir dele mais tarde, depois que eles vencerem. -

- Como você pode ter tanta certeza? —pergunta o homem, andando ao meu lado pelo corredor. Daqui é possível ouvir os torcedores torcendo pelo time, a música de alguns comerciais de televisão e os inúmeros assobios dos rivais.

— Eles são treinados pelo meu pai e por um time formidável, não tem como perder esse jogo. E então descobri esses dragões. Eles comerão poeira. — Sorrio, convencida.

—Ele não está aqui há nem uma semana e já entrou no espírito competitivo, né? — Alan ri enquanto caminhamos em direção às arquibancadas, as vozes das pessoas amplificadas dez vezes.

Meu coração está batendo forte, cheio de alegria e adrenalina. Eu olho para Alan e falo. — Sempre incentivo meu pai, mas nunca fui um grande fã desse esporte. É violento demais para o meu gosto, então tento evitá-lo. Porém... quando me vejo assistindo a um jogo, o Rodriguez que há em mim aparece e eu enlouqueço. Eu não posso fazer isso sem. -

— Bem, espero que você goste do jogo. Se eu ouvir gritos, saberei quem é. —Rir de novo.

Concordo sorrindo e depois de cumprimentá-lo me sento ao lado de algumas garotas. Elas não são esposas dos treinadores, então acho que são fãs.

Dou um suspiro tenso e olho em volta um pouco.

- Ei. -

Viro-me para a loira que está olhando para mim. - Ei. -

- Primeira vez? - ele pergunta. Ela não parece um cachorro, apenas uma garota curiosa.

—Em Lang Park, sim. -

—Você é namorada de um jogador? —pergunta a outra garota.

Eu balanço minha cabeça. - Nono. -

— Bem, eu sou Lisa e esta é Jenna — ela aponta para a ruiva ao lado dela que me cumprimenta com a mão e um sorriso doce. —Somos respectivamente os números meninas e . Alex e Liam – explica.

- Que lindo. Conheci brevemente os meninos há dois dias no treino, mas não sabia seus nomes, foi mais uma saudação geral. “Sou filha do treinador”, acrescento no final, só para evitar mal-entendidos. —Calista Rodríguez, muito feliz. — Estendo minha mão para você.

- Bom! — Lisa coloca a mão na testa. —Na verdade, Alex mencionou você há apenas algumas noites. Ele está certo: você é realmente linda. -

Ambos me apertam de volta enquanto eu coro. Bem, pelo menos causei uma boa impressão em dois jogadores, faltam apenas onze.

—Sim, Liam também me contou sobre você. Ele ficou surpreso com o fato de o treinador ter uma filha, embora ela já tenha sido confundida com sua esposa antes. — Jenna ri.

“Acredite em mim”, eu rio, “eu também fiquei surpreso, mas no final foi divertido. -

Os gritos repentinos dos adeptos fazem-nos entender que as equipas estão a entrar em campo, aliás os Dragões são os primeiros a ocupar o lado direito. Quando os Broncos alcançam seus adversários, a multidão enlouquece. Alguns gritam, alguns assobiam, alguns cantam. Papai e os outros treinadores ficam à margem, mas ele se vira para mim primeiro. Dou-lhe um sorriso encorajador e ele simplesmente balança a cabeça. Não tomo de jeito nenhum, tem que estar cem por cento concentrado.

O árbitro dá o apito inicial depois de alguns minutos, o oval está em nossas mãos.

— Bem-vindo a Brisbane, onde os Broncos nos fazem sonhar com suas atuações — diz Lisa.

—E aqueles abdominais matadores! - acrescenta Jenna, já de pé. — Vamos, amor, destrua-os! -

Olho para a ruiva com diversão nos olhos, sei muito bem que em poucos minutos vou acabar como ela.

Bem-vindo a Brisbane, Cali, onde os Broncos nos fazem sonhar.

No final do segundo tempo, minha garganta está seca de tanto gritar. Lisa e Jenna são fãs ávidas de seus filhos e do time, então envolver-se foi mais do que natural. Tenho que admitir que gritar com estranhos sem receber olhares feios é libertador. Até meu pai olhou para mim com curiosidade.

Acompanho o jogo tentando prestar o máximo de atenção possível, mas nem sempre consigo entender tudo detalhadamente. Por isso gosto do espetáculo que alguns jogadores oferecem ao enxugar o suor com a camisa e, consequentemente, expor o abdômen esculpido.

Vejo o número, Baxter, e o sigo até o meio do campo. Ele corre rápido, bate em dois jogadores dos Dragões e assume o controle do oval. Papai grita algo que não entendo quando volto dois dias.

Observei-os treinar naquela tarde, examinei cada jogador de rúgbi um por um, mas, por algum motivo absurdo, meus olhos se concentraram nele. Depois de alguns insultos do meu pai entendi que ele era o vice-capitão da equipe, mas nada mais.

Sem dúvida, é um menino que chama a atenção à primeira vista: tem pelo menos um metro e oitenta de altura, um físico enorme e poderoso e um olhar impenetrável. Talvez tenha sido isso que me atraiu, o facto de parecer inatingível. Mesmo nas interações com os companheiros ele parecia mais limitado, fechado, um pouco como se tivesse dificuldade em se abrir.

Porém, sua aparência também me chamou a atenção. O cabelo castanho curto e enrolado na testa lhe dá aquela aparência malditamente bonita, agindo como uma moldura para um rosto afiado com uma mandíbula afiada. Um nariz artisticamente desenhado e lábios carnudos. Maçãs do rosto salientes e pele bronzeada.

A imagem perfeita do deus da guerra.

Baxter mergulha em direção ao gol adversário e depois lança o oval para seu parceiro, Peterson, namorado de Jenna. Liam corre mas é interceptado por outros três jogadores, o oval passa para outro jogador, Nikorima, o número. Ele também é imediatamente derrubado por alguns jogadores, então o oval está mais uma vez na posse de Baxter.

Mordo o lábio inferior e instintivamente me levanto do assento. — Vamos… você já tem. -

Lisa e Jenna também se levantam, inclinando-se sobre a grade, como se sentissem o momento. E aí vem.

Baxter corre e corre e corre, colidindo com outros Dragões, mas é tarde demais para eles, eles o interceptam no momento errado: Baxter é catapultado para o chão, além da linha de gol, com a mão estendida enquanto pressiona a bola em direção ao adversário. meta.

Isso apenas deu ao time outra enorme vantagem de cinco pontos.

O estádio irrompe em aplausos, todos se levantando enquanto o resto dos Broncos o ataca. E é justamente quando comemoram que o árbitro apita sinalizando o fim da partida. O Brisbane Broncos vence sem precisar realizar a conversão final. Uma vitória esmagadora.

—Você é ótimo, Jordan! —Lisa grita, seguida por Jenna.

Sorrio de orgulho quando vejo os jogadores correrem em direção ao meu pai e incluí-lo na briga. Ele faz o possível para parecer chateado, mas aquele olhar? Isso significa apenas uma coisa: orgulho.

Meu pai está treinando uma equipe que hoje mostrou que tem tudo para chegar à Grande Final e vai conseguir, disso tenho certeza.

Nas relações sociais estou bem, porém também preciso dos meus momentos de solidão. Gosto de equilibrar tudo porque sei que ficar sozinha não é o ideal para uma garota que já passa bastante tempo sozinha na hora de escrever, então procuro fazer algumas caminhadas, sair pelo menos uma vez por semana com a Natalie, ou apenas correr. algumas tarefas sem que ninguém mais as faça.

A segunda coisa que o Nat me disse depois disso — vou sentir sua falta — foi: — Sair, socializar, se divertir — porque ele sabe o quanto é complicado para mim aprofundar um relacionamento. Desde que seja uma simples saudação, algumas piadas, estou bem, mas quando as amizades e os relacionamentos começam a se solidificar, tenho tendência a fugir em retirada. Sei que é errado, e é por isso que quero seguir o conselho de Natalie e me dar uma chance. Ter alguns amigos aqui pode me ajudar a desbloquear algo que estava travado meses atrás. Talvez eu só precise relaxar um pouco, parar de pensar no quanto estou atrasado com o prazo que estabeleci para mim. Acontece que tive que publicá-lo em abril, mas com o passar do tempo adiei para o outono. Quem sabe se eu conseguirei.

Sigo Jenna e Lisa pelo corredor cinza que leva ao vestiário. Os meninos são livres e, pelo que entendi, costumam jantar juntos antes de se instalarem em algum lugar e festejar. Não me importo com o plano, estou jantando com o papai há uma semana, acho que ele não vai se importar em saber que estou entrando no time.

—Vamos evitar entrar, tem muitos jogadores andando nus. — Jenna ri.

— Há algumas semanas entrei e encontrei a bunda do Rodrigo na minha frente. Você sabe o quão traumático foi ter que explicar isso para Camila? — Lisa estremece.

— Vamos, confesse que você tem uma bunda linda. — Jenna tira sarro dela.

Lisa olha para ela obviamente. —Claro que ela tem uma bunda linda. Não há nenhum jogador de rugby no mundo que possa passar por momentos ruins. -

- Real. — Jenna e eu concordamos em uníssono.

— Você disse que já conheceu os meninos, certo? —Lisa pergunta, virando-se para mim.

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