Capítulo 12: Vovô, você é um homen culto
O avô parecia meio emocionado enquanto olhava para sua neta que se assemelhava tanto à sua filha, com lágrimas nos olhos.
- Vovô, estou de volta para te ver. Por que você está chorando?
- Você não vem há três anos, e quando finalmente aparece, não pode ser algo bom. Kelvin está te tratando mal?
Layne enxugou as lágrimas e fez um som frio. Em seguida, começou a reclamar.
- Eu disse naquela época que vocês dois não combinavam. A família Lawrence e a família Foley são mundos diferentes, e o casamento deve respeitar a igualdade de condições. Sua mãe foi enganada por aquele canalha George na época, e olhe onde isso a levou.
Falar da filha trouxe mais tristeza a Layne.
E ao ver Cheyenne, sua talentosa neta, enfrentando desilusões amorosas como sua mãe, era simplesmente injusto!
Naquela época, ela tinha se apaixonado por Kelvin, mesmo sabendo que ele não a amava, mas seguiu adiante como uma mariposa em direção à chama.
Três anos, mesmo para criar um cachorro, teria levado a um certo apego. No entanto, aos olhos de Kelvin, ela era menos valiosa do que um cachorro.
- Vovô, você está enganado. Não é assim, estou bem, só estava com saudades de você. - Cheyenne tentou tranquilizar seu avô, mudando sua expressão para um olhar doce e carinhoso.
- Pare com isso. Eu sabia a bobagem que você estava dizendo antes mesmo de abrir a boca. - Layne a repreendeu com uma expressão tristonha.
- Vovô, você é uma pessoa culta, preste atenção na escolha das palavras!
Ele assentiu com pesar.
- Você está certa, como uma pessoa culta, devo cuidar da minha imagem.
- Está bem, veja o que trouxe para você. Vamos, sente-se e conversaremos na sala. Ficar de pé me cansa.
Ela o ajudou a entrar na casa, atravessando um longo corredor. No quintal, havia um biombo de pedra, conectado a edifícios menores por uma galeria, com o salão principal no centro.
Embora o design da casa fosse tradicionalmente um pátio, o interior estava repleto de aparelhos modernos e decoração brasileira contemporânea. Era simples, sofisticado e luxuoso.
Os dois se sentaram de frente um para o outro. Layne pegou um algodão-doce e retirou o palito, amassando-o em uma bola que desapareceu em sua boca em um piscar de olhos.
- Tão doce, apenas muito pequeno. - Ele comentou, bebendo devagar uma xícara de chá.
Cheyenne apenas suspirou interiormente. Ninguém mais ousaria vender para ele daquela maneira.
- Você realmente se divorciou? - Ele finalmente perguntou.
- Sim.
O avô primeiro pareceu feliz, mas depois franziu a testa.
- Cheyenne, quais são seus planos agora?
- Eu não sei. - Cheyenne brincou com a xícara de chá em suas mãos, fazendo-a girar na mesa.
- Você se casou cedo demais, com dezoito anos, logo após entrar na faculdade. Na minha opinião, seria melhor você voltar a estudar.
Estudar? Mas ela já tinha 21 anos. A maioria das pessoas da idade dela já estava no terceiro ano da faculdade e começando a estagiar.
Voltar a estudar agora a faria se sentir um pouco envergonhada.
- Não se preocupe com a idade. - Ele continuou. - Os antigos começaram a estudar mesmo aos setenta ou oitenta anos. Você é minha neta, então, se quiser continuar os estudos, é só dizer.
- Vou considerar sua sugestão antes de responder. - Ela respondeu.
Não recusar imediatamente significava que havia uma chance.
Os olhos de Layne se iluminaram. Havia algo importante que ele queria que Cheyenne fizesse.
Naquela noite, ela passou a noite na casa dop seu vovô.
No dia seguinte, após o almoço, Cheyenne pegou o carro e voltou para a Cidade A. Mal tinha deitado em casa por alguns minutos quando recebeu uma ligação de sua grande amiga, Kate Zamora.
Ao atender o celular, só conseguia ouvir a voz animada de Kate do outro lado da linha.
- Cheyenne, ouvi dizer que você se divorciou, parabéns!
O canto dos lábios de Cheyenne se curvou ligeiramente.
- Eu me divorciei e você me parabeniza?
- Claro! Aquele rosto de gelo não tem nada de bom. Você, com toda a sua vivacidade e beleza, não precisa se preocupar em encontrar alguém? Bem, pelo menos meu irmão gosta muito de você. Se quiser, pode ser minha cunhada. Eu não me importo.
Kate, sua amiga desde a escola primária, separou-se dela apenas durante a universidade. Ela, como a senhorita da família Zamora, vivia de forma romântica e despreocupada, sem preocupações mundanas.
Quanto ao irmão dela, Eddie Zamora, ele era um jovem gentil e elegante.
Cheyenne achou que, como uma divorciada, seria melhor não entrar em um relacionamento com alguém da família deles.
- Mas eu me importo de ter uma cunhada tão doce como você.
- A gente parece amiga falsa, afirmado e confirmado.
Cheyenne sabia que Kate não ficaria brava, então não desligou o celular.
E, como esperado, em questão de segundos, a garota começou a falar de novo.
- Cheyenne, amanhã à noite, um colega mais velho muito bonito me convidou para sair em um bar. Você quer se juntar a nós?
- Não vou, você tem um encontro com o bonitão, e eu não quero ser a terceira roda.
Além disso, ela tinha algo importante para fazer na noite seguinte.
- Tudo bem, talvez na próxima vez.
Kate murmurou com seus lábios vermelhos, um pouco decepcionada, e encerrou a ligação.
...
No dia seguinte, às sete da noite.
As luzes da cidade se acenderam, criando um ambiente de luzes coloridas por toda parte. No meio desse cenário, um candeeiro em forma de coroa se destacava na multidão.
Hotel de Coroa, o hotel mais luxuoso de Cidade A.
No último andar.
Uma grande festa da alta sociedade estava prestes a começar, e todos estavam vestidos com trajes elegantes, exibindo joias brilhantes.
O toque de vermelho era especialmente notável. Uma mulher usava um vestido longo vermelho, mostrando as costas nuas e a pele branca. Seu cabelo ondulado estava trançado em duas tranças que se encontravam atrás de sua cabeça. Uma fita de cabelo vermelho pendia entre suas madeixas escuras, proporcionando um toque de beleza.
Seu rosto estava parcialmente escondido por uma máscara de borboleta vermelha com brilhos roxos, deixando à vista apenas o nariz pequeno e lábios vermelhos como rosas.
Os homens que passavam não conseguiam evitar lançar olhares surpresos e curiosos.
Mas a mulher se sentou preguiçosamente no sofá, com um dedo no queixo, mantendo uma expressão provocante.
- Linda, você se importaria se eu me juntasse a você?
Um homem por volta dos trinta anos se aproximou e perguntou educadamente, enquanto seus olhos não conseguiam se afastar do decote de Cheyenne.
- Como quiser.
A voz dela era encantadora, e o homem pensou que ouvi-la na cama mais tarde, seria ainda melhor.
Em pouco tempo, um garçom com uma bandeja de bebidas se aproximou.
O homem acenou para que ele esperasse um momento e pediu duas taças de vinho tinto, entregando uma delas a Cheyenne.
- Para agradecer, eu proponho um brinde.
Quando ele entregou a taça a ela, discretamente deixou cair um comprimido na bebida.
Ele acreditava que seu movimento era perfeitamente dissimulado, mas não sabia que Cheyenne já estava entediada com esse truque.
Ela sorriu, levantou a taça em um brinde e a balançou.
Dentro da taça, o líquido vermelho parecia sangue, brilhando intensamente.
Ela tomou um gole do vinho e, com voz suave, disse:
- Raging, contém uma boa dose de rohypnol, causando tontura, alucinações e uma coceira intensa na pele, como se estivesse queimando. Estou certa?
O rosto do homem ficou pálido, e ele gaguejou negando:
- Eu... Eu não sei do que você está falando.
