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Capítulo 007: O Conflito da Troca de Quartos

Havia mais de um ano que Cheyenne não voltava para casa, e ao ficar parada na porta, seu coração se encheu de nostalgia.

- Click.

Ela girou a maçaneta, mas seus pés pareciam congelados, relutando em avançar.

Seu rosto, que costumava ser brilhante e alegre, agora mostrava uma expressão de surpresa, substituída por um sorriso frio.

Desde quando a família Lawrence estava tão necessitada a ponto de transformar seu quarto em um depósito?

E ainda por cima, o depósito de Nora.

Tudo tinha mudado, exceto a cama, que era claramente dela.

Sua estante de livros favorita desapareceu, dando lugar a fileiras de cabos e molduras de quadros.

O chão e as janelas estavam sujos de tinta, um verdadeiro caos.

Bem, parecia que essa casa nunca teve realmente um lugar para ela!

Um brilho de determinação passou pelos seus olhos.

Ela arregaçou as mangas e sem hesitação começou a jogar as pinturas no corredor.

- Bang.

Os estrondos vindos de cima surpreenderam os três que estavam embaixo. Todos ergueram o olhar.

- Ah! Minhas pinturas, Cheyenne, você é terrível, não mexa nas minhas coisas!

O grito estridente de Nora ecoou pela sala, fazendo todos estremecerem.

- Suas coisas? - Cheyenne deu um sorriso frio, pressionando seu salto alto na pintura. Imediatamente, um pequeno pé apareceu na tela, um girassol pintado por Nora, que havia levado três noites para ser criado, com um toque de estilo à Van Gogh.

Era a obra da qual Nora mais se orgulhava, que ela estava planejando enviar para uma competição.

E Cheyenne simplesmente a destruiu.

Nora estava vermelha de raiva, prestes a dar um tapa em Cheyenne.

- Você nunca deveria ter voltado, você é um azar na minha vida.

- Este quarto é meu, você não tinha o direito de mexer nele sem a minha permissão. - Cheyenne disse coim frieza.

O casal que seguiu Nora subiu as escadas também ouviu isso.

George franziu a testa e mostrou expressão descontente.

- É apenas um quarto, você realmente precisava destruir as pinturas de Nora? Temos outros quartos na casa!

- Se ainda há outros quartos na casa, por que vocês tiveram que usar o meu quarto como estúdio dela? Vocês nem consideraram me deixar um espaço. - Cheyenne falou com ferocidade, deixando todos eles desconfortáveis.

- Cheyenne, nós pensamos que este quarto era espaçoso e bem iluminado, perfeito para um estúdio de pintura. - Malaya interveio. - No entanto, eu já mudei outro quarto para você. Talvez devesse dar uma olhada nele?

Cheyenne recusou com firmeza.

- Não é necessário. Eu quero este quarto. Nora, é melhor você restaurá-lo, ou teremos problemas.

Cheyenne adicionou com um olhar na direção de seus pertences no quarto.

- E onde está o meu guarda-roupa de mogno dourado e minha estante de livro de jacarandá? O que aconteceu com as pequenas antiguidades que estavam lá?

Aquelas coisas foram passadas de geração em geração na família Edwards, desde século passado, quando a família Edwards abastada comerciantes locais.

Quando voltamos para Cidade Z na década de 1950, tinha uma coleção valiosa de porcelanas, antiguidades e pinturas.

Quando Selah se casou, seu avô paterno deu metade delas como dote. Todas essas coisas estavam guardadas no quarto de Cheyenne. Cada peça valia uma fortuna agora! Especialmente o guarda-roupa de mogno dourado, medindo 1,8 metros de altura e 60 centímetros de largura. Hoje em dia, seu valor no mercado era dez vezes mais alto que o ouro.

O guarda-roupa foi transferido para o quarto de Malaya, enquanto as pinturas foram armazenadas em meu depósito.

Sempre que Cheyenne estava casada, Mayala levava secretamente uma peça de lá para leiloar. Agora sua bolsa estava cheia.

Neste momento, Cheyenne de repente exigiu todas essas coisas, e Mayala, é claro, não podia entregá-las. Ela olhou para o marido com uma expressão de desconforto.

- Quem sabe onde essas coisas foram parar, talvez um dos criados tenha danificado ou as perdido. - Mayala disse.

- Cheyenne, você não deveria criar confusão. Desde que sua tia Malaya preparou um quarto para você, deveria ir ficar lá. - Seu pai disse com raiva, mas Cheyenne à sua frente não mostrou o menor sinal de medo.

Ela o olhou com calma e um sorriso irônico nos lábios, sua voz ríspida, rebateu:

- Se as coisas foram perdidas devido à negligência ou até mesmo um roubo interno, devemos investigar. Não importa se é irresponsabilidade ou desonestidade, envolver a polícia pode nos ajudar a recuperar algumas delas!

Suas palavras deixaram George furioso e ele a repreendeu mais uma vez.

- Isso é um absurdo! A família Lawrence tem uma reputação a manter. Não podemos simplesmente deixar a polícia se envolver, seria embaraçoso!

- Pai, aquelas coisas são antiguidades! Foram deixadas por meu avô materno para minha mãe e depois passadas para mim. Se você está com medo de constrangimento, então eu vou relatar isso em meu próprio nome. - Cheyenne respondeu com firmeza.

- Não, você não pode relatar isso, não pegamos suas coisas. - Nora disse com raiva. Esta era uma situação constrangedora e inesperada para ela.

Cheyenne olhou diretamente para Nora, e notou algo em sua mão.

Na mão de Nora, brilhava um bracelete de jade esverdeado, que era um objeto íntimo de sua mãe.

O jade era translúcido, sem nenhuma imperfeição, um raro exemplar de jade de gelo. Cheyenne tinha quebrado um igual quando era mais jovem, então só tinha auqele. Ela não conseguia desviar o olhar daquilo, fazendo com que Nora abaixasse o braço e puxasse a manga do casaco para cobri-lo.

Mas já era tarde demais.

Cheyenne avançou, segurando o pulso de Nora e fixando o olhar no bracelete.

- Este bracelete de jade também é meu. - Cheyenne afirmou com determinação.

George deu um olhar e também lembrava.

Isso… Na verdade, isso é propriedade de mãe de Cheyenne.

Seu olhar se voltou para Malaya e sua filha, com um olhar desaprovador.

Malaya tentou explicar com um sorriso.

- Nora só o pegou emprestado, ela estava indo a um evento de alta sociedade na semana passada e estava faltando um bracelete para combinar, então eu…

- Emprestou? E você me disse?

Nas lembranças de Cheyenne, essa história do bracelete não tinha espaço.

Malaya, mordendo os lábios, tentou sorrir, sua voz soando seca ao responder:

- Estive ocupada ultimamente, e eu tinha uma memória ruim, então, acabei esquecendo.

- Se você tem uma memória ruim, como lembrou da senha do meu cofre? - Cheyenne questionou. - Esse bracelete estava trancado em meu cofre. Se ela o pegou forçadamente, então é um roubo! - Ela acrescentou.

Roubo!

Isso mudava tudo.

Uma senhorita da família Lawrence, roubando algo?

Se essa notícia se espalhasse, Nora teria dificuldades para encontrar um casamento na alta sociedade.

Malaya ficou pálida. Ela olhou para o rosto implacável de Cheyenne e pediu desculpas enquanto mordia os lábios.

- Cheyenne, o bracelete foi pego emprestado, realmente só emprestado.

- Mas eu não sabia, e mesmo que soubesse, não teria permitido. Isso não é empréstimo, é roubo!

- Isso já é suficiente! Quem se importa com o seu velho bracelete? Vou devolvê-lo agora mesmo. - Nora estava vermelha de vergonha e frustração.

Ela tentou tirar o bracelete, mas estava apertado demais, causando uma marca vermelha em sua pele.

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