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Capítulo 7

Caminho aleatoriamente pelo estacionamento. Não faço a mínima ideia de qual seja o seu carro, ele esqueceu de informar essa parte. Idiota! Ele não tem direito nenhum de confessar o meu caderno, aí a senhora já tinha terminado e começar outra peça. Tenho até a noite de hoje para entregar.

Daniel transpira muito conhecimento. Pelo jeito que fala, poucos movimentos para conseguir se expressar e sua história de vida. Não é um homem que se envolve em polêmicas, trazendo uma segurança. Segurança que digo é uma pessoa de exemplo no profissionalismo. De família rica, mas que aproveitou bem as oportunidade e como ele mesmo diz criou essas oportunidades.

E mesmo assim ele não tem direito de confiscar o meu caderno.

– Está perdida, Layla. – Olhei para ele.

Daniel acabou de sair do elevador. Olhei para sua mão e não vi meu caderno.

– Cadê meu caderno, senhor Hart?

– Esse caderno não parece ser um simples caderno de desenho. – Daniel pelo estacionamento, provavelmente indo até seu carro. Vou atrás dele.

– Não. É o meu trabalho e eu preciso dele. Já perdi muito tempo…

– Você levou 35 minutos para ser exato.

Ele contou?!

– Então estou 35 minutos atrasada para entrega das peças.

Ele parou ao lado de um carro Jaguar F-Type na cor preta.

– Interessante, irei gostar de ouvir mais sobre enquanto almoçamos.

– Sr. Hart, o que você quer de mim? – Acabei perdendo minha paciência. – Eu não vou ficar fazendo o que você quer. Devolva logo meu caderno.

– Senhorita Barrett, você despertou o meu interesse. Esse lugar não tem reconhecido tanto o seu valor. – Ele olha para a pasta dele antes de voltar o seu olhar para mim. – Tem habilidades incríveis. Posso ajudá-la.

– É algum projeto agregado à palestra? – Fiquei confusa com essa conversa.

– Não, não tem nada a ver com a palestra.

– Você por acaso está querendo que eu durma com você?!

Daniel não esconde a surpresa ao ouvir a minha pergunta. Depois de ter dito as palavras fiquei com vergonha, mas não demonstrei.

– Em algum momento eu faltei com respeito, Layla? – Agora ele demonstrava claramente que estava preocupado.

Era a segunda vez que Daniel pronunciava o meu nome. É bom ouvir meu nome em sua voz. Ah, pensamentos não me traia agora.

– Não. – Cruzei os meus braços na altura do peito. – Só estou estranhando toda essa conversa. Nos vemos duas vezes e já quer virar o meu mentor?

– Para você ver como consegue chamar atenção. – Ele não sabia se tinha duplo sentido em sua fala. Me olhou de cima a baixo. – Como você consegue usar esse conjunto de moletom no calor desse?

Não me ofendi com as suas palavras, ao contrário de muitos que torra minha paciência pelo estilo que eu uso. Daniel parecia… preocupado.

– Estou acostumada. – Continuei com os braços cruzados.

Hoje eu estou com moletom todo branco e o tênis da mesma cor. Estou sem o capuz, mas ainda assim o capuz conseguia esconder meu cabelo. Daniel não apareceu na convencido das minhas palavras e preferiu não discutir.

– Então irá aceitar? – Daniel está segurando a sua pasta em frente ao corpo. Esse terno preto combina perfeitamente com ele. – Não trabalho diretamente com marketing hoje em dia, mas precisei dominar esse assunto logo no começo quando era o único funcionário da minha empresa. Hoje em dia tem uma pessoa perfeita nesse lugar e posso ficar tranquilo, mas de vez ou outra estou me intrometendo no seu serviço. Vou melhorar sua gestão de marketing e principalmente comunicação.

Mandei o canto da boca e olhei para ele, nervosa. Não estava esperando que o CEO de uma empresa me fizesse tal proposta. Teria contato direto com ele, um homem bem importante e dava vontade de questionar como ele conseguirá tempo, mas se está me oferecendo essa oferta não tem porque eu questionar. Tivemos mais duas palestras na semana que você passou. Daniel fará uma nova palestra daqui a dois dias.

– Ok. Eu aceito.

⧫⧫⧫

Daniel dirigiu até o shopping do centro. Um dos maiores shoppings e não muito longe da faculdade. Deixamos o carro no estacionamento e seguimos para o elevador, durante a viagem foi em silêncio. Não um silêncio desagradável. Arrumei a bolsa e meu ombro e ajeitei a camisa do meu moletom.

– Poderia ter deixado a sua bolsa no carro. – Daniel comentou.

Ele deixou a pasta dele no carro e está apenas com o celular e a carteira.

– Estou bem assim. – Respirei fundo. – Quando você vai devolver meu caderno? Eu já aceitei.

– Depois que almoçamos te devolvo o caderno.

– Mas…

– Você precisa comer. – Daniel me interrompe. – Está pálida.

Me olhei no espelho do elevador.

– Estou ótima. – Faço uma careta em sua direção. – Você está…

O elevador parou. As luzes de emergência se acenderam. Olhei ao redor sem entender muito bem.

– É, não vai ser tão fácil assim almoçar hoje. – Daniel coloca suas mãos na parte da frente da sua calça e escora seu corpo contra a parede do elevador.

Suspirei. Daniel pegou o celular e digitou algumas coisas antes de guardar o celular em seu bolso novamente. Faço o mesmo que ele e os minutos vão passando, silêncio. Silêncio. Tirei minha bolsa do meu ombro e deixei cair no chão. Comecei a bater o pé repetidamente, senti o olhar de Daniel. Eu olhava para frente e sempre respirava fundo.

– Layla…

Com meu corpo contra a parede, eu escorreguei meu corpo até chegar no chão. Daniel se abaixa ao meu lado rapidamente.

– Senhor, Hart… não estou me sentindo bem. – A cada palavra era difícil de falar.

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