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— Ainda bem que você chegou, Bia. Estou morrendo.
— Dá pra ver que um furacão passou por aqui. - Ela diz, olhando o quarto revirado. — E por quê minha mala está aberta?
— Senta que eu vou te contar e aí você me ajuda.
— Sentar aonde, querida? Não há nenhum espaço que não esteja ocupado por suas roupas. E ainda não entendi porque minha mala está aberta.
— Só presta atenção, ok? Eu conheci Arthur Flynn. - Falo dando pulinhos. Ela finge um bocejo. — Você deveria ficar feliz por mim.
— Eu estou. - Ela dá um leve soco no ar. — Yupi. E minha mala está aberta por...
— Sua sem graça. Escuta, ele me chamou pra uma social na casa dele. Preciso do look certo. Algo entre "não forcei a barra" e "Sou sexy por natureza".
— E, com esse tanto de roupa espalhada pelo chão, não achou nada? Nem na minha mala?
— Não. - Me jogo de costas no meio das roupas. — Eu estou perdida.
— A sua sorte é que sua fada-madrinha e melhor amiga acabou de achar a bota perfeita. Só falta combinarmos algo com ela e tcharam: Look perfeito.
Ela tira da sacola uma daquelas botas que vai até o meio da coxa, e eu já me visualizo nela. O resto do look foi moleza, depois que a peça chave foi incluída.
Uma blusa folgada creme, um short colado e meu cabelo solto natural. Pronto, não vai ter pra ninguém.
— Tem certeza que não quer ir comigo?
— Tenho. Tem coisinhas mais interessantes pra mim em LA. Aproveite a noite e não faça nada que eu não faria.
Às 22h15 entro na casa do Arthur Flynn. Sou informada de que a festa está acontecendo na sala de estar e é pra lá que eu vou. Arthur vem na minha direção e me dá um beijo no rosto.
— A encrenca mais linda em que pus meus olhos.
— Nossa, que galante. - Reviro os olhos e sorrio.
— Vem, estamos tocando violão. - Ele me pega pela mão e me puxa pra uma roda de amigos.
Tem mais ou menos 25 pessoas aqui. Alguns casais. O irmão mais velho de Arthur está aqui, uma morena peituda em seu colo e seus olhos no par de silicones dela.
Reconheço algumas pessoas da televisão. Inclusive algumas celebridades que protagonizaram romances anteriores com o Arthur. Tento não ficar incomodada com isto.
— Vai Arthur, uma música só. - Alasca Todd, uma ruiva sem graça, ex-namorada de Arthur, pede.
— Vocês estão cansados de me ouvir cantar.
— Eu não. - Falo só pra ele, já que estamos só nós dois sentados em um dos sofás.
Ele estende a mão, pedindo o violão. Um garoto entrega pra ele e o som do dedilhado começa a soar.
— Eu vou cantar uma canção que não é minha. Pra uma garota que também não é minha. - O ainda foi só na minha cabeça ou ele falou mesmo?
Ele falou, ele falou.
Ele começa a cantar One Less Lonely Girl do Justin Bieber.
Viajo em sua voz e tento não reagir quando ele olha em meus olhos nas partes:
"Mas chega disso
Se você me deixar no seu mundo
Vai ser uma garota solitária a menos
Oh, eu vi tantos rostos bonitos
Antes de ver você, você
Agora tudo o que eu vejo é você"
"Oh, não preciso daqueles outros rostos bonitos
Eu preciso de você
E quando você for minha
Neste mundo
Vai ser uma garota solitária a menos"
Eu parei de respirar? Não sei dizer, porque toda minha atenção estava em guardar o máximo de memórias possíveis pra contar essa história para nossos filhos.
A música acabou rápido demais pro meu gosto. Todos estavam batendo palmas e eu estava sorrindo igual uma criança. E o sorriso de Arthur Flynn estava direcionado a mim. Destino, pessoal. Simplesmente destino.
— Agora você Ethan, sua vez de cantar algo pra gente. - A mesma ruiva fala.
— Deixa pro Romeu. - Ele indica o Arthur com o queixo.
— Então, cadê o DJ? - Uma loira alta, tipo modelo, que eu não reconheço, se levanta e diz. — Vamos animar. Isso é uma festa, galera!
Arthur dá aquele sorriso que faz mil garotas caírem e se levanta. Todo mundo fica de pé também e alguém liga alguma música eletrônica, apaga as luzes e a sala se transforma em uma balada.
Eu acho que as coisas andam rápido demais em Los Angeles. Tenho que me adaptar.
Arthur Flynn segura minha mão e me puxa até um barzinho.
— O que você quer beber? - Ele diz. Mordo minha bochecha porque não entendo nada desse assunto.
— O que você beber, eu bebo.
Ele pula pra trás do balcão e começa a mexer no armário.
— FICOU LOUCO? VOCÊ NÃO VAI DAR ÁLCOOL PRA ELA. - Uma voz atras de mim nos assusta.
— Acho que você está se precipitando, irmão. - Arthur só responde, sem nem se levantar pra olhar.
— Ela é menor de idade, Arthur. Você vai nos meter em problemas, porra.
Arthur se levanta e encara o irmão, que está ao meu lado e ignora que eu estou ali.
— Eu sei que ela é menor de idade e eu só ia preparar algo sem álcool, até porque eu também não tenho 21. - Ele pisca pro Ethan. — Você está me subestimando, irmão.
— Só tome cuidado e não nos meta em problemas.
Ele se vira e vai embora.
— Desculpe pelo meu irmão.
— Me surpreendeu que o garoto problema de Hollywood esteja preocupado em se meter em mais problemas.
— Acredite, Ethan é a melhor pessoa que eu conheço.
Dou de ombros. E mudo de assunto. Não quero nenhum clima pesado. Então me apoio no balcão e pergunto:
— E o que você está preparando pra gente?
— Limonada Rosa.
— Como é que você descobriu minha bebida preferida?
— Isso porque só nos conhecemos há algumas horas. - Ele pisca pra mim. — E eu já quero descobrir tudo sobre você.
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Oi gente,
Gostaram? O que acharam do cap?
Só mais uma perguntinha: o que estão achando até agora?
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Amo vocês.
Beijos, S.?