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CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1

[Ding]

Toca o alerta de mensagens de Anelise.

[Venha ao restaurante da Sete de Setembro, preciso falar com você!] — Anelise saltou do sofá, mal olhou a mensagem e já procurou o sapato, esticou o vestido no corpo e soltou os cabelos.

“Vicente lembrou que hoje é meu aniversário, eu sabia! É claro que preparou uma surpresa!“

Ela saiu depressa, pegou apenas o celular e a bolsa, estava tão animada que desceu de salto todas aquelas escadas, sem perder o ritmo e nem o sorriso, já imaginando que ele deveria ter comprado o bolo que ela adorava.

Anelise entrou no carro, jogou a bolsa no banco do passageiro e não perdeu tempo para ir onde ele estava, queria saber qual seria a surpresa, porque já era tarde, na sua cabeça ele estava atrasado.

Ela respirou fundo, olhou no espelho e piscou para si mesma.

“Arrasa, Anelise!“ — falou para a sua imagem.

Quando desceu, estranhou que não viu o carro dele ali. “Aiii, ele deve estar escondido lá dentro com o meu bolo!“ — vibrou dando pequenos pulinhos.

Ela caminhou devagar e como não viu nada, pegou o celular na bolsa e confirmou se havia visto corretamente, mas então estreitou os olhos quando viu que aquele não era o número dele. “Ué? Como foi que não reparei nisso?“ — ela mal pensou e deu um pulo com o susto que levou ao ouvir seu nome logo atrás dela:

— Você que é a Anelise? — ela virou rapidamente e sorriu para a bela jovem a sua frente, ela só poderia ser a Paola, irmã de Vicente que ainda não conhecia, “bem que ele disse que ela estava voltando para o país!“ — pensou.

— Sim! E, você não é a minha cunhada? Irmã de Vicente? — Anelise se aproximou esticando a mão, mas a moça mudou o semblante, Anelise sentiu um arrepio estranho percorrer o seu corpo, “o que falei de tão errado?“ — pensou ela.

— Não acredito que fiquei fora um pouco mais de um ano, e meu irmão foi se enfiar em uma qualquer como você! — Anelise puxou todo o ar que tinha no peito e também a mão novamente, que ainda estava esticada, esperando que ela apertasse.

— Desculpe, mas acho que você se confundiu, eu sou a namorada dele... — falou com a voz baixa, olhando para os lados com o canto dos olhos.

— Namorada uma ova! Você é apenas a substituta da Alicia para o Vicente! Ou vai me dizer que não sabe? A Alicia está voltando e quero te ver bem longe dele! — Anelise achou aquilo um absurdo, colocou a bolsa sobre uma das mesas e deu de dedo na cara da tal Paola.

— Eu não admito que fale assim, comigo! Você nem me conhece, qual o seu problema, comigo? — Paola se aproximou mais.

— A única cunhada que conheço é Alicia! Você é uma mulherzinha insignificante que come e dorme no apartamento do meu irmão! — Anelise arregalou os olhos e abriu a boca. Vicente comentou que a irmã tinha uma personalidade muito diferente da dele, mas não imaginava que seria tanto.

— É verdade, eu já vi que o teu irmão comprou até um carro, novo pra ela! Vive passeando por aí de roupa, bolsas e calçados de grife! — Anelise virou o rosto imediatamente para ver quem era a safada que estava criando mais confusão, então em seguida se virou para ela.

— Pare de dizer o que não sabe! Eu nunca pedi nada pra ele! — Quando Anelise disse isso, Paola a agarrou por trás, puxando os seus cabelos e tentou bater com a cara de Anelise na mesa.

— Vou te mostrar porque deve ir embora, sua aproveitadora! Eu vou acabar com a tua cara! — Paola falou, mas esqueceu de um detalhe, Anelise é personal treining, e simplesmente inverteu a situação, tirando Paola de cima dela e a prendendo em frente da mesa pelos cabelos.

— Eu não vou, embora! Porque não pediu isso ao seu irmão? — Anelise falou com raiva, e então algumas mulheres se aproximaram.

— Me ajudem! O que estão esperando? — Paola disse, e Anelise percebeu que eram muitas mulheres, ela não daria conta de tantas.

Ela soltou a Paola e olhou para os lados, talvez precisasse de ajuda, mas a impressão que teve foi que os donos do estabelecimento já sabiam o que estava acontecendo. “Eles não farão nada!“ — pensou, antes de precisar empurrar a primeira que veio pra cima dela.

— Vamos levá-la pra fora! — uma delas empurrou Anelise, que se apoiou na mesa, mas logo revidou, empurrando com mais força e ela caiu. De repente Anelise pareceu perder o controle, eram muitas mãos empurrando ela, então se defendia, mas percebeu que estavam conseguindo tirar ela para fora.

— Que isso? Me deixem em paz! — aquelas mulheres começaram a rir e empurrar com mais força, ela ia de um lado para outro. Anelise se viu em um problema imenso, começou a levar chutes, e também deu chutes, mas cada vez ficava pior.

Até que alguém lhe acertou no rosto e Anelise ficou furiosa, então pegou uma das mesas, ergueu no alto e ameaçou:

— Saiam de perto de mim! Eu juro que ataco essas mesas em vocês!

— Ela não vai atacar... — uma comentou, com a mão na cintura e um leve sorriso, então Anelise pegou um impulso, mas no segundo passo, algumas foram para trás.

— Tragam a minha bolsa e me deixem em paz, senão eu acerto vocês com isso! — uma delas pegou a bolsa e colocou sobre a mesa.

— Se eu souber que voltou a ir atrás do meu irmão eu vou atrás de você, hein? — Paola falou e empurrou a bolsa de Anelise, fazendo com que caísse no chão, espalhando algumas coisas.

Anelise soltou a mesa com força, encarando Paola e depois as outras. “Eu não tenho medo de vocês!“ — pensou sozinha, mas no fundo ela se preocupava, e achou melhor pegar as coisas e ir embora.

Ela deu alguns passos andando de costas e depois, de frente andou a passos rápidos até o carro, e nenhuma fez mais nada.

Anelise estava trêmula, ligou o carro e saiu rapidamente daquele lugar, dirigindo sentido ao apartamento, e só parou para respirar quando estacionou no prédio onde mora com Vicente.

Ela olhou para os dedos sobre o volante que tremiam, pelo espelho viu o seu cabelo bagunçado, e havia um corte em sua boca, mas a dor no seu peito era muito maior e ela não sabia como lidar com isso, “será que a irmã dele causará mais problemas, futuramente?“

A sua cabeça estava uma bagunça, sem querer apertou em algumas teclas no celular e surgiu aquela foto, a imagem que fazia ela se lembrar dos motivos pelos quais aceitava tantas coisas, e uma lágrima teimosa caiu sobre a tela, porém logo se despertou daquela imagem quando viu que Vicente estava ligando, era melhor não lembrar do passado.

Então ela pegou o celular com dificuldades e atendeu o único que poderia ajudá-la:

— Vicente...

— Ane, onde você está?

— Vicente... volta pra casa! — falou com a voz falha quando ele atendeu, e então desligou... não gostaria de falar sobre isso pelo celular.

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