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Cap 5 - O acordo

Scarlett POV

A principal regra do BDSM é o consentimento, sem isso não há cena, não há jogo, não existe nada. Neste meio existem algumas graduações, entre o verde, amarelo e vermelho, tudo o que fosse verde poderia ser feito, o estivesse numa zona amarela era para tomar cuidado e tudo o que fosse vermelho era proibido. Claro que essas zonas mudavam constantemente, às vezes uma prática que achava vermelho podia ir para o amarelo e algo que a princípio era verde podia passar a ser vermelho.

As pessoas mudam, seus gostos mudam, somos fluidos e isso, isso é interessante, testar as coisas, aprender novos sentimentos, novas emoções. Nesse momento existe uma tensão no ar, ninguém quer ser o primeiro a se mover.

O Alpha de cabelos negros está atrás de mim, enquanto o de cabelos castanhos claros a minha frente, nossos corpos quase se tocam, podemos sentir o calor que irradiava de um para outro. É como a brincadeira de quem piscar primeiro perde, só que era quem se mexesse primeiro.

Meu sexo está muito molhado, porque minha mente não me deixa em paz, imaginando como era o toque deles, qual seria a diferença entre eles, como cada um me faria gritar de prazer e dor. Arrepios de prazer percorreram meu corpo, quase me fazendo tremer, quase me fazendo gemer

Eu sei que sou a presa, eles querem me caçar e me devorar e uma parte de mim quer desistir, mas a emoção da caçada é o que me faz continuar em pé, mas eu estou em desvantagem, afinal de contas por mais que eu seja resistente, já tem algum tempo que estou em pé com este salto alto.

Em vários sentidos esses dois têm vantagens sobre mim, bastava eu me inclinar um pouco para ter um apoio ou nas costas no na frente do corpo. Eles sabem disso, pois posso sentir quando um deles respira mais fundo e posso sentir o toque do tecido contra minha pele. Um teste de resistência, tanto física quanto mental.

Fecho os olhos e respirei fundo, deixando o oxigênio percorrer meus músculos e ajudando a relaxar um pouco, uma técnica simples. Abri os olhos e vi o homem à minha frente sorri de canto, revirei os olhos e percebi um brilho perigoso nos olhos azuis dele.

“Oh, droga!”

Pensei, aquele brilho me fez querer saber o que ele pretendia fazer e senti minha calcinha ficar mais molhada, assim como mordi de leve o lábio inferior no canto esquerdo. E aqueles olhos azuis ficaram mais escuros e o sorriso desapareceu.

Não sei se prefiro o sorriso ou essa expressão séria, as duas faziam meu corpo se aquecer de formas diferentes e minha respiração começou a ficar um pouco mais rápida e posso sentir meus seios rasparem bem de leve no tecido da camiseta preta. O vestido fino e o sutiã de renda não ajudam a melhorar a situação, apenas piora. Eles sabem o que fazem comigo, com meu corpo, de como estou reagindo e sinto eles respirarem fundo de propósito.

Abri os lábios de leve, começando a respirar pela boca e fechei novamente os olhos, era impossível ficar encarando aqueles olhos azuis, será que havia alguma forma de ganhar? Não, não ganhar, mas… Será que daria certo?

Abri os olhos e percebi que aquele homem à minha frente estava confiante, principalmente pelos sinais que eu dava. Mordi o lábio inferior com um pouco mais de força, mas deixei um gemido mudo escapar e quase balancei a cabeça.

Posso perceber que ele quer me beijar, mas também está se segurando, não sei exatamente o que o homem atrás de mim está pensando ou fazendo, mas sei que a respiração dele está mais rápida também, não sei se de propósito ou não.

Deixei meus gemidos saírem mudos entre meus lábios, uma forma de aliviar um pouco a tensão que estava dentro de mim e alguns segundo depois fechei os olhos e fiz que ia me inclinar para frente, mas antes que ele pudesse me segurar apenas dei um passo para o lado e deixei os dois se encontrarem. Dei uma risada baixa vendo os dois se virarem para mim.

Acho que eu não devia ter rido deles, porque o olhar deles era de quem queriam me matar e no momento seguinte percebi que eles estavam vindo em minha direção, um momento a mais e eles teriam me alcançado, mas me afastei usando o sofá como vantagem e fui para trás dele.

“Pet, acha mesmo que vai conseguir fugir para sempre?”

O homem de cabelos negros perguntou, posso sentir que ele é quem está mais enfurecido. E está dando a volta pelo sofá.

“De salto alto?” Respondi com outra pergunta, com um tom de brincadeira. “Não.”

Posso ver pelo canto dos olhos o outro homem tentar me encurralar.

“Quanto mais você correr…” O homem de cabelos castanhos me avisou.

“Pior vai ser?” Comecei a me preparar para pular no sofá, mas não de uma forma que ficasse tão evidente. “Nunca pensei que fosse difícil pegar uma mulher de salto alto.” Provoquei.

Em uma fração de segundos o homem de cabelos castanhos tinha praticamente pulado para me pegar, mas fui mais rápido e pulei por cima do sofá, só não esperava que o de cabelos negros estivesse perto suficiente para me segurar pelo braço esquerdo.

“Peguei.” Escutei a voz dele rouca enquanto me puxava contra si.

Estremeci e soltei um gemido quando meu corpo encontrou o dele. Seu toque é firme, forte e machuca meu pulso, mas a única coisa que consigo pensar é sentir o gosto de seus lábios, quero beijá-lo e meu olhar deve ter me traído, pois no instante seguinte ele me virou de frente e encarei o homem de cabelos castanhos e antes que pudesse entender escutei um tapa ecoar.

A dor irradiou da minha bunda esquerda e soltei um grito, mais de surpresa que de dor. Tentei me soltar, mas o homem de cabelos castanhos segurou meu outro braço na frente do corpo, me puxando para frente, fazendo eu ficar um pouco empinada.

“Eu tentei avisar.” O homem de cabelos castanhos falou.

Mordi o lábio para não soltar mais um grito, com a força do tapa que recebi, no mesmo lugar que antes, o homem à minha frente sorriu de canto e colocou a mão em meu nariz fechando. Senti mais um tapa, no mesmo lugar e sem poder respirar só me restava abrir a boca e soltei o grito que tinha tentado sufocar.

“Gostei desse som.” O homem que estava atrás falou. “Mas, ele pode ser melhor.”

Fechei os olhos sentindo o tecido do vestido ser levantado e eles puxarem a calcinha para cima, fazendo ela virar um fio e entrar no meio, deixando as bandas bem expostas. Sei que a direita está vermelha já.

A expectativa deixa as coisas mais intensas, não senti nenhum outro movimento, por isso abri os olhos e assim que fiz isso senti mais um tapa, abaixei a cabeça tentando não gritar tão alto, com a respiração entrecortada, mas o homem à minha frente segurou meu queixo e me fez olhar para ele. Consigo sentir cada tapa irradiando dentro de mim, trazendo a dor para o prazer e fazendo minha buceta pulsar.

“Essa expressão…” Ele falou com um tom rouco de prazer e soltei um gemido baixo de prazer, antes de sentir mais um tapa.

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