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Capítulo 8 - Chegando na nova casa

Parte 8...

Quando Anete pegou as malas e colocou no carrinho, ela viu que algumas pessoas ao seu lado a olhavam com certa curiosidade.

Claro. Estava cansada e com aparência abatida, mas já não se importava mais com isso. Que olhassem. Também não conhecia ninguém ali, não tinha que ligar mesmo se estavam julgando sua aparência. Estava começando uma nova fase e isso também incluía não se importar com a opinião de quem não contribuía para seu desenvolvimento.

Ela sabia que não estava mais com o mesmo brilho que tinha antes, que estava magra e com o rosto sem ânimo, mas era assim que se sentia nos últimos tempos. Desanimada com as pessoas, com o trabalho, com a vida. Tinha feito essa viagem para se reerguer e continuar a vida.

Não era fácil. Levaria um tempo até que ela pudesse entrar nos eixos de novo.

Saiu empurrando o carrinho com as malas e ouviu um grito, por seu nome. Alguém a chamava aos gritos e só poderia ser uma pessoa. Sua irmã Anita. Sempre agitada e cheia de energia.

Olhou em volta procurando e a viu correr em sua direção com os braços abertos e um grande sorriso. Fazia tempo que não a via pessoalmente, só pela net nas conversas pelo Skype. Sentia vontade de falar com a irmã cara a cara. Anita pulou em cima dela cheia de animação e a abraçou forte.

— Que bom que você veio. Estava com saudades! - a apertou entre os braços.

Norberto notou que a cunhada estava mesmo com problemas. Ficou meio de lado, observando sua reação ao encontro com a irmã.

Sua cara abatida e a falta de brilho nos olhos lhe dizia isso. Sua postura não era a mesma que tinha antes. Quando Anita a abraçou, ela sorriu, mas esse sorriso não a iluminou, ela estava quase apática, lenta em seus movimentos. Ele conseguia sentir que por trás dessa reação, ela estava cansada.

Talvez o problema fosse maior do que Anita sabia. E não gostava muito disso. Esperava que ela não trouxesse sua tristeza para sua casa, não queria ver a esposa aborrecida com problemas que não eram seus. Poderia ser um pouco de egoísmo de sua parte, mas estavam com a vida organizada já.

A irmã tinha mais de trinta anos, não era uma menina que precisava de cuidados. Claro que ajudar sempre é importante, ainda mais alguém que se ama, mas Anita poderia ficar muito envolvida e acabar se magoando. Sempre se pode ajudar alguém, mas não se pode embarcar no problema.

E ele tinha a obrigação de cuidar da esposa, em todos os sentidos. Incluindo o lado emocional dela que se ficasse abatido, poderia causar novos problemas futuros.

Ele já ia fazer uma observação à esposa sobre a irmã, mas repensou ao ver como Anete se agarrou à ela. Realmente ela estava triste e ao invés de criticar, seria melhor que ele antes soubesse dos detalhes do que havia acontecido com a cunhada. Poderia dar um tempo para que ela se sentisse mais à vontade para contar o que a estava incomodando tanto, ao ponto de precisar se afastar de seu próprio lar e de seu trabalho.

— Anete, que bom que chegou - ele se aproximou e a abraçou, mas sentiu que ela se encolheu.

— Obrigada! - ela sorriu de leve.

— Podemos ir? - ele olhou para as malas no carrinho — Deixe que eu levo pra você - ele pegou o carrinho e saiu empurrando.

De perto deu pra ver como estava mesmo abatida e um pouco diferente de quando se conheceram. Estava mais magra e andava com os ombros um pouco caídos, como se estivesse deprimida. Essa não era a postura normal de uma pessoa que está com a vida tranquila. Realmente, ela tinha algo sério que estava guardando.

Quando a conheceu ela era um pouco mais cheinha e desde que se mudara pra morar com o namorado, ela vinha emagrecendo. Anita sempre comentava isso depois de falar com ela pela internet. Mas de perto deu pra ver que emagreceu demais e seus olhos não tinham mais o mesmo brilho de antes.

Nunca gostara do ex-namorado dela. Na verdade um marido, porque moraram juntos durante seis anos e isso já é um casamento, ainda que não tenha sido oficializado no papel ou na igreja. O cara era um imbecil cheio de preconceitos, mas ela gostava dele, então não se meteram para não criar confusão.

Se ela tivesse lhe pedido um conselho ou ajuda, aí sim teria dado sua opinião sincera sobre o cara, mas já que isso não ocorreu, ele preferiu ficar na dele e deixar correr.

Agora ela precisava de apoio e a irmã poderia lhe dar.  Ele também ajudaria no que pudesse, desde que ela estivesse disposta a se organizar também.

Não dá para ajudar quem não quer ser ajudado.

Autora Ninha Cardoso.

Vem muita emoção por aí.

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