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Capítulo 8 Disputa por uma safira

Apesar de ter registrado o casamento, Selena e Dominic, de ponto de vista moral, continuavam sendo noivos. Esse homem nobre, em sentido estrito, ainda um terceiro envolvido...

Selena deixou escapar um leve sorriso nos lábios, mantendo a elegância diante do homem.

- Não vou deixar que nenhum problema te incomode.

Raro era encontrar alguém que, sem se importar com sua reputação, aceitasse casar-se com ela. Claro, ela não permitiria que, por falhas próprias, ele sofresse as consequências.

Ouvindo sua declaração assertiva, Osvaldo teve um leve sobressalto nos dedos, mas rapidamente disfaeçou o brilho perigoso em seus olhos. Obviamente, sua nova esposinha levou esse casamento como uma transação comercial com preço definido. Ou talvez como uma ferramenta para se vingar da família Riddle e da família Walson. Ele observava Selena com uma mistura de curiosidade e cautela, seu olhar intenso capturando cada nuance de suas expressões.

Mas... Será que as coisas realmente aconteceriam como ela desejava?

...

À noite.

No local do maior leilão de caridade da Creephia.

As luzes brilhantes se refletiam em espelhos dourados e lustres de cristal, criando um ambiente de opulência e sofisticação. As paredes eram decoradas com obras de arte valiosas, e o ar estava perfumado com uma mistura sutil de flores exóticas e incenso caro.

Sentada na sala VIP do primeiro piso, Selena observava a cena lá embaixo curiosamente. Sua vida dos 20 anos passados era boa em geral, mas havia também desafios. A maior deles era sua condição física, sempre frágil.

Se não fosse por sua saúde precária, com seu temperamento implacável, Selena já teria se tornado uma comandante em campo, liderando pessoalmente as batalhas. Por causa de sua saúde e identidade, Selena raramente compareceu em ocasiões sociais com tantas pessoas. Esse leilão de caridade era seu primeiro. Ela respirou fundo, sentindo a mistura de animação e nervosismo que essa nova experiência lhe trazia.

Osvaldo ficou com os olhos ligeiramente escurecidos ao vê-la apoiada na janela com muito relaxo. Ele se aproximou silenciosamente, a presença dele tão natural e imperceptível quanto uma sombra, mas carregada de uma intensidade palpável.

Em breve, Selena descobriu algo que despertou seu interesse. Na multidão lá embaixo, ela viu Leah e Dominic. Esses dois, que antes se continham em público para manter as aparências, após o incidente do noivado rompido, não se preocupavam mais em serem vistos juntos. Não só não eram xingados de canalha e puta, mas também recebiam muitos elogios e benções. A raiva e o desprezo de Selena começaram a borbulhar sob sua calma exterior.

Selena tomava o chá, com uma luz fria passando pelos olhos. Parecia que, depois da lição que ela deu a Leah naquela manhã, de tal forma que Dominic a levou para se distrair. Seus olhos se estreitaram ao observar os gestos afetuosos de Leah, a forma como ela se inclinava para sussurrar algo no ouvido de Dominic, o sorriso conivente que ele lhe devolvia.

De repente, Selena teve uma ideia, virou a cabeça e se deparou com os olhos de Osvaldo. Ele também estava a observando, com o olhar tão profundo que parecia querer sondar a alma dela. A intensidade desse olhar fez o coração de Selena acelerar por um momento, mas ela manteve a compostura.

Selena olhou diretamente para ele e disse devagar:

- Quero castigar a família Riddle e Walson, até que essas duas famílias forem destruídas.

Suas palavras eram como lâminas afiadas, carregadas de uma determinação fria que não deixava espaço para dúvidas.

Osvaldo era um enigma. Mas tal como visto por Selena, cada palavra e ato dele era marcada por uma indiferença e dignidade de um verdadeiro superior. Ele não hesitou em oferecer a ela o imenso Grupo Olympus como dote. Uma figura com uma aura tão poderosa absolutamente não se importava com os conceitos tradicionais de certo e errado. Osvaldo inclinou a cabeça ligeiramente, absorvendo suas palavras, seus olhos nunca deixando os dela.

Ainda assim, algumas coisas precisavam ser esclarecidas.

Afinal, ninguém sabia que a verdadeira Selena já havia morrido e Dominic lhe devia uma vida. E a família Riddle era composta por seus parentes.

Sua vingança, aos olhos dos outros, seria vista como cruel e desrespeitosa. Selena sabia que precisava deixar isso claro para Osvaldo, para que ele entendesse a profundidade de seu ressentimento e o motivo de suas ações.

Osvaldo franziu as sobrancelhas e disse com um tom sério:

- Faça o que quiser à vontade. Na Creephia você não precisa de temer nada.

Suas palavras eram um juramento de apoio incondicional.

Selena sorriu imediatamente. Embora pensasse desnecessário, ela explicou com seriedade:

- Não tenho nenhuma relação com Dominic.

Aquela Selena relacionada a Dominic já estava morta pelas mãos dele. Essa verdade sombria pesava em seu coração, mas também lhe dava uma nova força.

Osvaldo olhou para ela, a seriedade em seu olhar desaparecendo em um instante. Ele se inclinou ligeiramente para mais perto, com uma voz suave e encorajadora, disse:

- Eu sei.

Mesmo que ela tivesse algum relacionamento com Dominic, Osvaldo cortaria os laços deles radicalmente.

O olhar de Selena ficou congelado ligeiramente. Parecia estar surpreendida pelo facto de que Osvaldo confiava tanto nela. Em qualquer outro homem, tal confiança seria impensável, especialmente considerando as loucuras que a antiga Selena havia feito por amor a Dominic. Ela sentiu uma nova admiração por Osvaldo, um homem que não apenas aceitava seu passado, mas também a incentivava a superar suas sombras.

Selena lamentou muito por aquela moça, pensando que seu sacrifício não valeu a pena.

Osvaldo levantou a mão e afagou seu cabelo, puxando-a para mais perto pela cintura fina de forma natural, fitando diretamente os olhos dela. Com uma voz cheia de encanto e encorajamento, disse:

- Daqui a cinco dias, vista-se da forma mais deslumbrante para o banquete e mostre para aqueles dois canalhas que você viverá melhor do que qualquer um sem eles.

Selena ficou surpresa de novo. A proximidade de Osvaldo, o calor de seu corpo próximo ao dela, a intensidade de seu olhar, tudo conspirava para desarmá-la. Ela se permitiu um momento de vulnerabilidade, deixando que a força de Osvaldo a envolvesse.

De repente, ela sorriu com gratidão, passando os dedos pelos traços refinados do rosto dele.

- Eu farei isoo. - Sua voz estava cheia de gratidão e determinação.

Naquele exato momento, o último item do leilão daquela noite foi colocado no palco. As luzes se focaram em uma única mesa de exposição, revelando uma safira extremamente rara, perfeita como uma estrela.

No momento em que o diamante apareceu, a atmosfera ficou bem mais tensa. Todo mundo sabia que as safiras eram raras, especialmente uma tão grande. Entre as pedras preciosas coloridas, o rosa era fofa e vibrante, o vermelho majestoso e imponente, mas o azul era o mais discreto e nobre. A safira, sob as luzes do palco, cintilava com uma profundidade hipnotizante, suas facetas refletindo o brilho como se contivessem o próprio oceano.

Acima de tudo, era uma peça única, sem chance de outra igual. Mulheres de todos os lados lançavam olhares ávidos para a joia, suas mãos apertando os braços de seus acompanhantes, sussurrando pedidos e promessas.

As mulheres puxavam as mangas dos acompanhantes ao seu lado, com olhares ansiosos e ardentes, colado na safira e relutante em afastar. O brilho da safira refletia em seus olhos, criando um espetáculo de desejo e ambição.

- Esta pedra preciosa foi extraída há três anos, é tipo raramente encontrado durante centenas de anos, nunca teve um dono e é inestimável. Para este tesouro inestimável, o lance inicial é de 8 milhões! - Apresentou o anfitrião, sua voz ecoando pelo salão, carregada de animação e antecipação.

Oito milhões não eram nada para os mais ricos da Creephia. Especialmente os homens que trouxeram acompanhantes estavam também dispostos a se ostentar. O burburinho no salão aumentou, enquanto os primeiros lances eram dados.

- Dez milhões! - A voz firme de um homem ecoou pelo salão, seguido por um burburinho de murmúrios e sussurros.

- Doze milhões! - Outro lance foi dado, a tensão no ar crescendo.

- Quinze milhões! - Um terceiro estava indisposto a perder.

Quando o preço alcançou 30 milhões, poucas pessoas estavam insistindo ainda. Afinal, nem todos estavam dispostos a gastar dezenas de milhões em uma joia e nem todas as mulheres mereciam um gesto tão extravagante.

Em meio às reclamações e suspiros das mulheres ao redor, Dominic, com um semblante altivo, anunciou em tom de determinação:

- Cinquenta milhões!

A multidão olhou para ele, reconhecendo-o imediatamente como o CEO do Grupo Walson. Aqueles poucos que ainda estavam na disputa desistiram, resignando-se à supremacia de Dominic.

As mulheres lançavam olhares de inveja e admiração para Leah, que estava ao lado de Dominic, com uma expressão de doce alegria e vulnerabilidade, mas por dentro saboreava a vitória e o orgulho. Leah sentia os olhares sobre ela como um manto de adulação, cada sussurro de inveja alimentando seu ego.

- Leah tem muita sorte. É uma bastarda mas valorizada muito pelo Sr. Dominic...

- Não é à toa. Selena é absurda demais, tendo noivo mas se envolvendo com tantos homens...

- Pois é, se eu fosse Dominic e tivesse uma noiva desavergonhada, escolheria Leah também, que é tão talentosa.

Leah ficou muito satisfeita quando sentiu inúmeros olhares ciumentos. Segurando o braço de Dominic, ela estava cheia de alegria enquanto mantinha uma expressão vulnerável.

Era uma bastarda e tomou o noivo de Selena, mas o que estava errado?

Tudo o que ela recebeu agora foi inveja e benções.

Selena estava longe de conseguir lutar contra ela!

- 50 milhões por uma vez! 50 milhões por duas vezes! 50 milhões por três... - O anfitrião repetiu o lance de Dominic, prestes a encerrar a venda da safira.

Quando todos pensavam que o ponto final seria marcado, uma voz aveludada caiu do céu repentinamente.

- 500 milhões!

O salão ficou em silêncio absoluto. A multidão se surpreendeu, pensando ter ouvido errado. 500 milhões para comprar um diamante?

Após alguns segundos de silêncio, o salão explodiu em murmúrios e exclamações. As pessoas levantaram a cabeça simultaneamente, disparando um olhar chocado para o primeiro piso onde a voz havia surgido. Viam uma mão esbelta w branca apoiada na grade da sala VIP, uma mão maculina, nobre e dominante.

Através da grade, se vislumbrava uma sombra sentada no sofá. Embora não tivesse como enxergar seu rosto, a aura poderosa e nobre era tão avassaladora mesmo a uma distância tão longa a ponto de dificultar a respiração das pessoas.

Ao lado do assento do homem, havia uma figura delicada e bonita...

Mulheres olhavam fascinadas, com os corações batendo forte, tentando adivinhar quem era aquele homem. Sabiam que, ao chegarem, tinham sido informados de que a sala VIP do primeiro piso estava fechada e não permitia a entrada. Agora, entendiam o porquê.

Para que as maiores figuras da Creephia abrissem caminho e dessem exclusividade a alguém, aquele homem devia ter uma posição extremamente elevada.

Leah, que até então exibia um ar triunfante, sentiu-se subitamente diminuída, a segurança em seus olhos dando lugar à dúvida.

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