Capítulo 2 - O Começo
Eu sou Mariana, a mãe do Douglas, quando conheci o Conrado estava ainda na época da escola, ele sempre foi um amor de pessoa. Na verdade, ele foi meu primeiro amor e meu primeiro homem, sempre foi ligado nesse negócio de tecnologia e meio ambiente, eu sempre amei escrever e matemática, meu marido era calmo, sábio, paciente e inteligente e amava ajudar outros e percebi que meu filho quanto mais ele crescia, observava o quanto ele se parecia com o pai, gostos e jeitos, não é a toa que hoje ele é engenheiro ambiental.
Eu sempre percebi uns olhares dele para mim e eu sempre correspondia com um largo sorriso, certo dia começamos a conversar e nos tornamos melhores amigos, no ensino médio, começamos a namorar não nos desgrudávamos um instante se quer. Quando terminamos o ensino médio, começamos a fazer faculdade, eu entrei no curso de administração e tornei me escritora, ele começou a fazer o curso de química e física e após fez o de biologia, mestrado e doutorado em engenharia bioquímica.
A vida dele ficou muito corrida, mas sempre ele arrumava um tempinho para nós dois, ele era incrível. Já no final da faculdade dele, 9(nove) meses antes da colação de grau, conseguiu um estágio em uma empresa de biotecnologia. Ficamos muito felizes, pois, já estávamos planejando o casamento. Começamos a fazer economia para comprar a nossa casa, comecei a pesquisar sobre enxoval, móveis, etc., coisas mais detalhadas que necessita do olhar feminino, afinal homens não são tão detalhista como nós mulheres. Após 5(cinco) anos de noivado, chegou o grande dia, eu estava muito ansioso, ele já estava trabalhando efetivo há 4(quatro) anos, na empresa de biotecnologia e há 2(dois) anos, ele havia recebido uma promoção de técnico em bio pesquisas, para supervisor técnico em melhorias genéticas, o que nos ajudou a concluir melhor nossos planos e até fazer um bom pezinho de meia.
Depois do casamento viajamos e conhecemos o mundo, havíamos ganhado passagens, tanto da empresa onde ele trabalhava, como de nossos amigos que conheciam nossa história, visto querermos aproveitar bem nossa lua de mel planejamos essa data especial no mesmo período de férias, e como essa viajem foi inesquecível... Jantamos a luz de velas na torre Eiffel em Paris, iluminados pela luz da lua cheia, conhecemos a grande muralha da China e várias maravilhas da natureza, fomos passear nas ruas de Madri e conhecemos as pirâmides do Egito, passeamos nas ruas estreitas de Jerusalém e conhecemos vários museus de cada lugar onde passávamos, além de uma noite incrível nas ilhas Maldivas. Tudo estava maravilhoso, até parecia um sonho, está em lugares deslumbrantes com o amor da minha vida, era um sonho vivido.
Após 5(cinco) anos de casados começamos a pensar em ter nosso primeiro filho, planejamos todos os detalhes e meu marido, sempre quis ter um menino, então conversamos e o mesmo me falou que na empresa onde ele trabalhava tinha um departamento de fertilização invitro, onde os pais podiam escolher o sexo do bebê, entre outros detalhes, e havia nesse mesmo setor, pediatria, ginecologista e obstetra, onde eu poderia por conta da empresa fazer todo meu pré-natal, eu queria fazer ao modo convencional, mas visto estarmos nos planejando tanto resolvi então deixar rolar.
Na semana seguinte fomos a empresa onde ele trabalhava e fizemos a consulta, tirei todas as minhas dúvidas com a médica que, aliás, foi super simpática, fiz uma bateria de exames e após 30(trinta) dias, comecei a fazer o tratamento, o Conrado sempre ao meu lado apoiando me e muito ansioso, até mais do que eu, como já sabíamos o sexo, então começamos a montar o quarto do nosso bebê, como ele já trabalhava no local e tinha total acesso a essas áreas, então ficava mais fácil para ele poder monitorar como os procedimentos estavam sendo feitos e me acompanhar também. Após 45(quarenta e cinco) dias eu finalmente estava grávida mal podia acreditar, mas fiquei sem entender quando ele o chamou de meu "Guardião", também ele tava tão bobo em saber que iria ser pai e de um menino, exatamente como ele queria.
Com o passar dos dias, sentia nosso filho crescendo e desenvolvendo se e nós mais ansiosos ficávamos, a cada pré-natal a ansiedade em poder observar o seu rostinho, ouvir o som da sua risada e imaginávamos ele dando seus primeiros passos e correndo pela casa. Minha mãe queria poder participar desse momento e perguntou se nós já tínhamos escolhido o nome e por incrível que pareça, com tanta correria acabamos esquecendo desse detalhe, então ela perguntou se podia dar uma sugestão de nome, falei com meu marido e ele concordou com a ideia, e ela sugeriu que o nome dele fosse Douglas, e por incrível que pareça era um dos nomes que o Conrado estava pensando e nesse momento nosso bebê já tinha um nome.
O parto também foi em uma maternidade da empresa, era incrível ver a qualidade do atendimento e como os profissionais estavam prontos e eu não tinha noção de como essa empresa tinha uma rede de saúde muito grande, laboratórios e clínicas. E o mais incrível não foi isso e sim em exatamente essa maternidade ser na empresa onde ele trabalhava, perguntei isso ao Conrado e ele me respondeu que era porque era mais fácil para eles poder monitorar e cuidar melhor das pessoas que eles amam e isso criava se um vínculo entre a família e a empresa, sem que o colaborador se afastasse.
No mesmo dia do parto, havia uma equipe médica completa, anestesista, obstetra e apoio. Todos na sala cirúrgica, após 4(quatro) horas, nasceu Douglas, o nosso bebê, ele estava bem e o parto foi sem complicações e um sucesso, aliás o parto foi cesário. Após 72(setenta e duas) horas de observação na clínica, nós fomos para casa e antes de sair percebi o Conrado conversando com 2(dois) médicos, eles estavam cochichando e estavam com cara de preocupados, quando Conrado chegou, perguntei o que houve e o que estava acontecendo, ele me falou que era negócio do trabalho, mas nós iríamos para casa e estávamos de alta, fiquei muito feliz pela notícia, afinal já estava cansada de ficar ali. Minha mãe já estava em casa com minhas irmãs, que se dispuseram para poder ajudar me, tanto nos afazeres de casa, quanto com o Douglas o meu bebê, até eu estar totalmente recuperada e pudesse fazer tudo sozinha. Mas depois de 3(três) anos percebi o Conrado, muito pensativo, calado e muito isolado, sempre que eu me achegava a ele, mesmo nesse estado, ele me correspondia e dava me atenção, e certo dia ele beijou me e beijou nosso filho e no outro dia ele sumiu, é como se fosse uma despedida, e sem explicação nenhuma ele sumiu, eu o procurei no trabalho e não souberam falar me nada.
Procurei a família e amigos e ninguém sabia de nada, eu me perguntei: como alguém assim do nada e ainda sem dar informação nenhuma? E para piorar a situação acabei descobrindo que eu estava grávida, e agora como eu iria cuidar dessas responsabilidades, sozinha, sem a ajuda e presença do Conrado? E nossos filhos... e eu, como ficaríamos? Precisei juntar forças, para cuidar tanto do nosso filho, como da criança que estava prestes a chegar e descobrir o que realmente houve com o Conrado.
Minha mãe quando soube do ocorrido, veio logo ajudar-me e se dispôs a ficar com as crianças para depois eu ir trabalhar, é nessas horas de dificuldade que uma das pessoas que realmente podemos contar é a nossa mãe, eu não sei o que seria de nós se não fosse essa mulher, forte e sabia!