Capítulo 20 À Chuva
- Flor!
Soraia gritou com preocupação, mas apanhada por dois guardas, ela não pôde ajudá-la.
O punho de Jorge estava prestes a cair na testa de Flor, quando de repente apareceu uma figura.
Pá!
O pulso de Jorge foi agarrado e seu punho estava a alguns centímetros da cabeça de Flor. Todos ficaram chocados quando reconheceram esta pessoa.
- Anacleto!- gritou Soraia, seu rosto coberto de lágrimas.
Flor olhou para cima e viu um homem olhando para ela com os olhos vermelhos, sua mão agarrando o pulso de Jorge.
- Então você é a escória! Solte agora, ou então...
Crack!
Jorge não terminou suas palavras antes que seu pulso fosse quebrado, sentindo uma grande dor.
- Ahhhh...
Seu grito governou todo o tribunal.
Bang!
Depois de outro golpe no peito, ele caiu mal no chão e desmaiou.
Mas Anacleto continuou a acordá-lo, dizendo:
- Pelo amor de Deus, você não tem permissão para desmaiar!
Jorge, que havia acabado de desmaiar, acordou imediatamente. Depois, seu grito continuou a se espalhar pelo pátio:
- Ahhhh...
O rosto de todos estava cheio de espanto. Uma cena tão cruel foi demais para eles. Mas na verdade, Anacleto já era gentil com ele; caso contrário, Jorge já estaria no inferno agora.
- Se você não quer morrer, saia daqui!
Com isso, todos os homens foram rapidamente evacuados.
Flor ficou ali com um ar miserável, fazendo Anacleto se sentir muito magoado.
- Como você se atreve, seu bastardo? Você o venceu, e Brás nunca nos deixará em paz! Tudo isso é culpa sua! Você deve pagar por nosso exílio!
Reclamando, Balbina levantou a mão para dar uma bofetada em Anacleto. Mas Soraia a deteve.
- Chega disso! Flor está sendo intimidada assim, mas você só se importa com isso?- gritou Soraia, extremamente emocionada, - Você vai continuar deixando que eles nos intimidem, não vai? Você é um covarde!
Neste ponto, Flor, que tinha ficado em silêncio, recorreu a Anacleto:
- Você ainda se lembra de sua promessa?
Ao ouvi-lo, Anacleto colocou uma cara séria:
- Sim, por mais que você queira, eu lhe darei tudo, até mesmo todos.
Flor ficou muito comovida, com lágrimas regando suas faces.
- Estou cansado e preciso que alguém me dê uma mão.
Anacleto olhou com compaixão para a mulher manchada de lágrimas. Em um tom sério, ele prometeu:
- Muito bem!
Depois ele partiu.
De repente, o céu foi coberto por um raio, seguido por uma chuva torrencial. Vendo a figura desaparecer na chuva, Flor não conseguiu mais conter suas queixas e irrompeu em lágrimas. E Soraia a tomou em seus braços, lágrimas nos olhos.
- Que Anacleto é apenas um pedaço de lixo. Você é tão estúpido de acreditar na promessa dele! Balbina continuou praguejando, estamos prestes a ser expulsos! E ele ainda nos deixa quando estamos na miséria! Tal como há cinco anos!
Este tipo de conversa partiu o coração de Flor.
- Se formos exilados de nossa família, tudo estará acabado! Flor, escute-me, vá e implore a seu avô para nos dar uma chance. Aceitamos qualquer tipo de condição, desde que possamos permanecer na família. Vai, vai! - gritou Balbina, empurrando sua filha.
Muito angustiada, Flor ficou de coração partido e olhou para sua mãe sem esperança:
- Está bem, eu vou fazer isso! Implorarei a ele que o deixe ir, mesmo que isso signifique minha morte!
Dito isto, ela correu para a chuva.
- Flor!
Soraia tentou alcançá-la, mas foi parada por Balbina.
- Foi ela quem causou tudo isso. Somente ela pode fazer Brás nos deixar ir.
- Saia!
Foi a primeira vez que ela disse a sua mãe nesse tom. Soraia se livrou de Balbina e correu à procura de sua irmã que, no entanto, já havia desaparecido.
Na casa de Evangelista havia uma bela figura molhada pela chuva. O vento forte deu a esta mulher uma frieza. Mas a dor em seu corpo nunca foi tão forte quanto a dor em seu coração.
- Avô, por favor, me dê uma chance. Eu lhe obedecerei desde que você não nos expulse da família, por favor! Flor chorou, a chuva e as lágrimas se misturaram em seu rosto.
Ela estava de pé na chuva e no vento há tanto tempo que estava prestes a entrar em colapso. Sem sua forte vontade, ela já teria desmaiado.
Entretanto, o homem que ela implorou permaneceu tão impiedoso que nem mesmo lhe deu uma única resposta.
Ao mesmo tempo, Jorge e a família Evangelista estavam olhando e discutindo com desprezo.
- Que teimosia! Ela pode ficar na chuva por muito tempo.
- Bem, ela tem que fazer isso, porque ela não é nada sem nossa família.
- Mas parece que Brás decidiu afastá-los desta vez.
...
Naquele momento, a porta do quarto de Brás se abriu. Então, o mordomo apareceu com um documento em suas mãos. Flor virou sua cabeça para ele, que começou a ler o documento em voz alta:
- De acordo com a ordem do Chefe Nº7, e de acordo com o acordo das filiais Evangelista, a família de Flor não faz mais parte da família Evangelista e a residência em que eles moram não lhes pertence mais!
Após esta declaração, houve um trovão. Então, um raio rasgou o céu, derramando chuva como sangue.
Flor perdeu toda a esperança, não aguentou mais e entrou em colapso.
Uma figura apareceu de repente a seu lado.
- A ordem do Chefe...
- Será que meu avô realmente nos expulsou da família?
- Mas por que... por que todos vocês me intimidam desta maneira!
Depois de um curto êxtase, Flor explodiu em soluços histéricos; enquanto Anacleto, que havia acabado de chegar a seu lado, estava cheio de vontade de matar. Foi a primeira vez desde que ele deixou a Fronteira Norte que ele teve tanta vontade de matar alguém.