Capítulo 19 Antes do Exílio
- Soraia!
Carla tentou detê-la, mas já estava atrasado.
- Sr. Rodolfo, o senhor tem o direito de nos desprezar, mas por que deve deixar minha irmã esperando lá por três dias sem lhe dar sequer uma resposta?
- Tire-a daqui -, respondeu Rodolfo, - e diga-lhe que sua família ofendeu um gigante e que deve pagar por isso.
Ao ouvi-la, Carla, que temia que Rodolfo se zangasse com sua rudeza, congelou em choque.
Soraia, também ela, perguntou espantada:
- Isso é verdade? Minha família ofendeu alguém além de você?
Rodolfo balançou a cabeça e pareceu dolorido:
- Eu não sou nada diante desta pessoa.
Isto foi uma grande surpresa para Soraia, para quem Rodolfo já era uma grande candidata e a existência de um superior estava além de sua imaginação.
Depois desceu as escadas, imersa em meditação.
- Flor, permita-me transmitir a palavra do Sr. Rodolfo.
- Diga. -, disse ela emocionalmente.
- Bem, ele disse que nossa família tinha ofendido um grande atirador na frente do qual Rodolfo não era nada e que ele se recusava a vê-la por causa da ordem daquela pessoa.
Com estas palavras, Flor desmaiou e Soraia correu para apoiá-la.
- Vamos lá, você fez o que pôde, não é culpa sua!
- Mas meu Grupo T&E morrerá assim...- Flor murmurou em desespero.
Do outro lado, no escritório do presidente no Grupo T&E, estava Jorge e os parentes de Evangelista.
Jorge parecia orgulhoso:
- Vocês todos ouviram? Flor, a cadela, estava esperando há três dias na frente do Grupo Melostiano. Desta vez ninguém será capaz de salvá-la. Vamos esperar que Brás a afaste de nossa família!
Todos os outros o estavam lisonjeando, sem nenhuma idéia do tipo de crise que enfrentariam.
Jorge levantou a mão para ver a hora e depois se levantou:
- Chegou a hora. Vamos para o show.
Depois disso, todos de Evangelista foram para a casa de Flor com alguns guardas.
Bang!
Um barulho alto foi ouvido quando Balbina estava cozinhando.
- O que está acontecendo, querida?
Balbina correu para verificar enquanto Moisés permanecia na cadeira, lendo um jornal.
- Vou verificar.
Moisés pousou o jornal e saiu de casa. Então ele descobriu que a porta do pátio havia sido desmontada e que alguns guardas de uniformes do Grupo T&E haviam invadido o pátio, e atrás deles seguiram a família Evangelista, encabeçados por Jorge.
- O que você quer, Jorge? - gritou Moisés com medo.
Com um sorriso esperto, Jorge se aproximou de Moisés:
- Como você sabe, Brás deu a sua filha três dias para retomar a cooperação com o Grupo Melostiano, caso contrário, toda a sua família será exilada. Agora é a hora, não é?
- Experimente então.- disse Moisés, bloqueando-os com seu corpo.
- Como se atreve um bastardo a reagir dessa maneira? -, zombou Jorge antes de pedir, - expulse-o!
Balbina viu através da janela seu marido sendo perseguido por dois guardas e tirou o celular para fazer uma ligação telefônica apressada.
O zumbido repentino interrompeu as duas meninas que tinham acabado de chorar na frente do Grupo Melostiano. Assim que Flor atendeu a chamada, ela ouviu o caos na linha:
- Flor, volte com Soraia! Jorge está aqui para nos perseguir!
E então elas saíram com pressa, como o que Anacleto viu no escritório. De repente, ele teve um mau pressentimento.
- Elas parecem tão preocupadas. Certamente, algo está errado.
Com este pensamento, Anacleto saiu para conferir também.
No caminho, Flor já estava dirigindo a toda velocidade. E tudo o que ela podia ver era uma sombra branca movendo-se como um relâmpago. Felizmente, não era hora de ponta e não havia muitos veículos. Assim, os dois conseguiram chegar a casa em vinte minutos.
De longe, eles viram muitas pessoas em frente de sua casa, seus pais cercados por alguns guardas.
- Seus bastardos, esta é a nossa casa! Você não tem o direito de nos despejar! - gritou com raiva Balbina, balançando seus braços para lutar.
- Jorge, o que você está fazendo!
Flor correu para parar Jorge, tremendo de raiva. Ele ficou surpreso com o fato de elas duas terem saído de um Maserati. Obviamente, ele não tinha idéia de que a família Santana lhes haviam dado tal presente.
- Flor, você é a verdadeira vergonha de nossa família por viver no luxo. Não é de se admirar que Brás queira exilá-la -, zombou Jorge com um olhar de inveja.
- Que estupidez! É o presente de casamento da família Santana para Soraia! Isso não é da minha conta -, explicou Flor com raiva.
O discurso surpreendeu Jorge. Era natural dar um Maserati como presente no caso da família Santana, a família mais rica da Cidade J. Se Flor tivesse dito a verdade, todo o destino de Soraia mudaria através do casamento.
Inveja reforçando sua hostilidade, Jorge tentou ir mais longe:
- É seu negócio ou não, não importa. Afinal de contas, é hora do exílio de sua família. A residência onde você mora faz parte da fortuna de Evangelista, portanto, por favor, saia imediatamente -, disse Jorge com um sorriso.
A estas palavras, em vez de fazer justiça a esta pequena família, todos os presentes estavam de braços cruzados em desdém. Tal cena tornou Flor ainda mais desesperada.
- Mas você precisa da ordem do chefe, não é mesmo? Você está tão ansiosa para nos expulsar! -, perguntou Flor, com os olhos lacrimejantes.
- Seu bastardo, como ousa!
Soraia não suportava mais ver sua irmã humilhada daquela maneira e corria contra Jorge.
- Bem, que você se superestime!
Longe de ser um jogo para os guardas, ela é bloqueada antes de se aproximar de Jorge.
- Solte Soraia!
Flor tentou ajudar sua irmã, mas em vão.
Jorge caminhou até o lado deles, olhando-os maliciosamente:
- Flor, o grupo agora é meu. Mesmo que seja destruída, nunca lhe pertence!
Bem irritada com seu discurso, Flor se livrou dos guardas, agarrou o braço de Jorge e o mordeu firmemente.
- Ai!
O homem que tinha acabado de rir com orgulho deixou sair um grito doloroso. Quanto mais ele lutava, mais dores sofria.
- Saia, cadela!
Jorge ficou tão bravo que deu um soco na cara de Flor.